Dia destes resolvi, num impulso, mudar um pouco a minha rotina diária. Pensei com meus botões: hoje não farei nada que antes me era habituável, ou seja, lavar passar cozinhar etc. Naquele momento o meu desejo, ou melhor, uma ânsia quase sexual, me direcionou a sair daquela mesmice. Peguei meu celular, o carregador, o notebook, passei a mão na minha mochila contendo algumas peças básicas, e parti alegre e saltitante rumo ao destino previamente programado.
Cheguei horas depois em um condomínio com apartamentos particulares alugados, tanto nas modalidades anual, mensal como, igualmente, diária. Em face da reserva feita em programação antes de sair do aconchego do meu lar, apenas me identifiquei na portaria. Fui prontamente atendida por um homem super educado, dono de um sorriso maravilhoso e cativante, de nome Orlando.
Após as apresentações pessoais e documentais, seu Orlando chamou um funcionário, que gentilmente me acompanhou até as dependências do loft que eu havia alugado. Ao adentrar no edifício, me encantei com o nome do prédio. Era uma construção de três andares e fora batizado com o nome de ‘Saudade’. De imediato, gostei deste nome. Saudade. Saudade, sempre me trazia doces recordações de um passado não muito distante. Havia uma centena de vasos de plantas espalhados em derredor, o que contribuía para formar um jardim florido, acolhedor e muito elegante por sinal.
Ao adentrar por um corredor comprido, percebi que por todo o hall, até próximo dos dois elevadores, mais plantas existiam. Na cabine do social, o moço de nome Eusébio, apertou o terceiro. Este andar se constituía numa cobertura elegantemente bem aconchegante com uma banheira jacusi. Ao ser aberta a porta da unidade na qual eu ficaria, dei de cara com uma poltrona marrom, de três lugares, ao lado de uma mesinha de centro com alguns bibelôs enfeitando.
Havia também um aparelho de televisão, uma mini geladeira, a cama de casal em formato de coração e um guarda roupas de duas portas. Agradeci a gentileza do rapaz e mandei-lhe uma gorjeta modesta. O funcionário agradeceu com um gesto mais de gentileza que pelo valor do dinheiro que metera correndo no bolso da calça. Porta fechada, passei uma rápida ‘de visu’ no apartamento. Na verdade não se constituía exatamente naquilo que eu imaginava, se fazia muito melhor.
Espiei tudo, canto por canto, cômodo por cômodo. O quarto escolhido, possuía uma pequena varanda que, por sinal, me permitia ter uma visão maravilhosa do que havia à minha frente. Diante dos meus olhos, se apresentava algo esplendoroso. Um mar imenso e sem fim, um oceano de águas calmas que se confundia com o azul do céu. Um azul infinitamente glorioso e belo. Desfiz minha pequena bagagem, guardei os pertences, no banheiro e o resto, numa das gavetas do guarda-roupas.
Para relaxar um pouco mais, tomei um gostoso banho de quase uma hora, coloquei um biquini confortável, e me preparei para ir até a praia. Antes de sair, liguei meu notebook para ver as novidades. Na caixa de mensagens do zap, talvez alguns e-mails deixados pelos amigos, me fariam mais feliz do que eu já estava. Liguei o Wi-Fi e nada, sem conexão local. Tentei o roteador do meu note, igualmente, uma mensagem me pediu para harmonizar com o aparelho do meu uso, no caso, meu celular. Nada.
Uma outra gravação lembrou que o número a e senha não existiam. Procurei insistentemente várias outras maneiras de me conectar e tudo redundou sem sucesso. Corri ao telefone fixo e disquei o ‘UM’ da recepção. À jovem que me atendeu, expliquei a situação. A resposta dela foi lacônica e em resumo, esclarecia o seguinte: ‘Senhora, a senha e o número de seu aparelho, só a senhora possui. Nós aqui não podemos ajudá-la neste infortúnio. Todavia, iremos mandar um de nossos funcionários para tentar ajudá-la’.
Agradeci e aguardei. Cinco minutos depois, de fato, o funcionário que o Condomínio me disponibilizou tentou, de várias formas me conectar ao mundo virtual, e como das vezes anteriores, sem sinal. Dispensei o cidadão bastante chateada. Me senti meio que desnorteada, abusada no que considerava uma de minhas necessidades básicas, a Internet. Por mais que a beleza que me rodeava e me ofuscava lá fora, além da varanda, perdi o colorido do passeio, foi para o beleléu. Nesse interregno, o telefone da sala do apartamento tocou. Ao atendê-lo, a mesma funcionária que há pouco falara comigo, me informou que a ‘Internet fora desligada por problemas técnicos, e que só retornaria na segunda feira, por ser final de semana’.
Foi a gota d’água que transbordou o copo. Para aumentar a minha ira, alavancar meu desespero interior, e bolinar de forma abrupta, no meu estresse virtualizado, me vi sem chão. Ato contínuo, voltei a contactar com a moça da recepção pedindo a ela que fechasse a minha estadia, sem muitas delongas. Em troca, recebi um calhamaço de desculpas e um abatimento na diária que eu havia pago. Dos males, o melhor nesta confusão toda. Desliguei tudo, refiz as minhas bugigangas, peguei meu aparelho, até então ‘apareado’ sem estar parido e voltei triste e infeliz ao meu destino, à minha rotina e, principalmente, à minha vida extra virtual.
Cheguei horas depois em um condomínio com apartamentos particulares alugados, tanto nas modalidades anual, mensal como, igualmente, diária. Em face da reserva feita em programação antes de sair do aconchego do meu lar, apenas me identifiquei na portaria. Fui prontamente atendida por um homem super educado, dono de um sorriso maravilhoso e cativante, de nome Orlando.
Após as apresentações pessoais e documentais, seu Orlando chamou um funcionário, que gentilmente me acompanhou até as dependências do loft que eu havia alugado. Ao adentrar no edifício, me encantei com o nome do prédio. Era uma construção de três andares e fora batizado com o nome de ‘Saudade’. De imediato, gostei deste nome. Saudade. Saudade, sempre me trazia doces recordações de um passado não muito distante. Havia uma centena de vasos de plantas espalhados em derredor, o que contribuía para formar um jardim florido, acolhedor e muito elegante por sinal.
Ao adentrar por um corredor comprido, percebi que por todo o hall, até próximo dos dois elevadores, mais plantas existiam. Na cabine do social, o moço de nome Eusébio, apertou o terceiro. Este andar se constituía numa cobertura elegantemente bem aconchegante com uma banheira jacusi. Ao ser aberta a porta da unidade na qual eu ficaria, dei de cara com uma poltrona marrom, de três lugares, ao lado de uma mesinha de centro com alguns bibelôs enfeitando.
Havia também um aparelho de televisão, uma mini geladeira, a cama de casal em formato de coração e um guarda roupas de duas portas. Agradeci a gentileza do rapaz e mandei-lhe uma gorjeta modesta. O funcionário agradeceu com um gesto mais de gentileza que pelo valor do dinheiro que metera correndo no bolso da calça. Porta fechada, passei uma rápida ‘de visu’ no apartamento. Na verdade não se constituía exatamente naquilo que eu imaginava, se fazia muito melhor.
Espiei tudo, canto por canto, cômodo por cômodo. O quarto escolhido, possuía uma pequena varanda que, por sinal, me permitia ter uma visão maravilhosa do que havia à minha frente. Diante dos meus olhos, se apresentava algo esplendoroso. Um mar imenso e sem fim, um oceano de águas calmas que se confundia com o azul do céu. Um azul infinitamente glorioso e belo. Desfiz minha pequena bagagem, guardei os pertences, no banheiro e o resto, numa das gavetas do guarda-roupas.
Para relaxar um pouco mais, tomei um gostoso banho de quase uma hora, coloquei um biquini confortável, e me preparei para ir até a praia. Antes de sair, liguei meu notebook para ver as novidades. Na caixa de mensagens do zap, talvez alguns e-mails deixados pelos amigos, me fariam mais feliz do que eu já estava. Liguei o Wi-Fi e nada, sem conexão local. Tentei o roteador do meu note, igualmente, uma mensagem me pediu para harmonizar com o aparelho do meu uso, no caso, meu celular. Nada.
Uma outra gravação lembrou que o número a e senha não existiam. Procurei insistentemente várias outras maneiras de me conectar e tudo redundou sem sucesso. Corri ao telefone fixo e disquei o ‘UM’ da recepção. À jovem que me atendeu, expliquei a situação. A resposta dela foi lacônica e em resumo, esclarecia o seguinte: ‘Senhora, a senha e o número de seu aparelho, só a senhora possui. Nós aqui não podemos ajudá-la neste infortúnio. Todavia, iremos mandar um de nossos funcionários para tentar ajudá-la’.
Agradeci e aguardei. Cinco minutos depois, de fato, o funcionário que o Condomínio me disponibilizou tentou, de várias formas me conectar ao mundo virtual, e como das vezes anteriores, sem sinal. Dispensei o cidadão bastante chateada. Me senti meio que desnorteada, abusada no que considerava uma de minhas necessidades básicas, a Internet. Por mais que a beleza que me rodeava e me ofuscava lá fora, além da varanda, perdi o colorido do passeio, foi para o beleléu. Nesse interregno, o telefone da sala do apartamento tocou. Ao atendê-lo, a mesma funcionária que há pouco falara comigo, me informou que a ‘Internet fora desligada por problemas técnicos, e que só retornaria na segunda feira, por ser final de semana’.
Foi a gota d’água que transbordou o copo. Para aumentar a minha ira, alavancar meu desespero interior, e bolinar de forma abrupta, no meu estresse virtualizado, me vi sem chão. Ato contínuo, voltei a contactar com a moça da recepção pedindo a ela que fechasse a minha estadia, sem muitas delongas. Em troca, recebi um calhamaço de desculpas e um abatimento na diária que eu havia pago. Dos males, o melhor nesta confusão toda. Desliguei tudo, refiz as minhas bugigangas, peguei meu aparelho, até então ‘apareado’ sem estar parido e voltei triste e infeliz ao meu destino, à minha rotina e, principalmente, à minha vida extra virtual.
Texto enviado pela autora.
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