Estava Emílio de Menezes numa roda na Paschoal, quando chegou um amigo e lhe apresentou um rapaz que vinha em sua companhia:
— Apresento-te Fulano: é nosso patrício e tem corrido o mundo inteiro. Fala corretamente o inglês, o espanhol, o italiano, o alemão e o francês.
O rapaz sorria modesto ante os elogios, e a palestra prosseguiu.
Ao fim de uma hora, durante a qual apenas proferira alguns monossílabos, o viajante despediu-se e se foi embora.
— Que tal o camarada? — perguntou a Emílio um do grupo.
— Inteligentíssimo e, sobretudo, muito criterioso, opinou o rei dos boêmios.
— Mas ele não disse um níquel.
— Pois é por isso mesmo, — tornou Emílio.
E rindo:
— Você não acha que é ter talento saber ficar calado mais de uma hora em seis línguas?
— Apresento-te Fulano: é nosso patrício e tem corrido o mundo inteiro. Fala corretamente o inglês, o espanhol, o italiano, o alemão e o francês.
O rapaz sorria modesto ante os elogios, e a palestra prosseguiu.
Ao fim de uma hora, durante a qual apenas proferira alguns monossílabos, o viajante despediu-se e se foi embora.
— Que tal o camarada? — perguntou a Emílio um do grupo.
— Inteligentíssimo e, sobretudo, muito criterioso, opinou o rei dos boêmios.
— Mas ele não disse um níquel.
— Pois é por isso mesmo, — tornou Emílio.
E rindo:
— Você não acha que é ter talento saber ficar calado mais de uma hora em seis línguas?
Fonte:
Emílio de Meneses. O último boêmio (seleção e organização Iba Mendes).
Emílio de Meneses. O último boêmio (seleção e organização Iba Mendes).
São Paulo: Projeto Livro Livre, 2019.
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