A CONDOREIRA
É manhãzinha e a pequena
já está em louvação,
a corruíra em bom tom
numa cantiga açucena.
Acordo junto com a corruíra
nesta manhã sabatina,
e como canta essa menina
ali no pé de guajuvira.
A condoreira sempre feliz
cantando como quem diz,
voltei forte ao tabuleiro
Ali na cumeeira do rancho,
apenas eu - nada de ancho,
é quem manda no terreiro.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
CANETA NOVA
Eis que surge um versinho
para inaugurar nova caneta,
verso pobrete do esteta
recebido com carinho.
O verso pobrete do esteta
tem sido o meu diapasão,
os dias vêm, os dias vão,
vou tentando cobrir a meta.
Os dias vão, os dias vêm,
no versejar itinerante
estou vivendo como ninguém,
Caneta nova entre os dedos
é realmente contagiante,
tecemos versos sem arremedos.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
MANHÃ DOMINICAL
Nos páramos infinitos do nascente
emerge a primeira alva do arrebol,
trazendo em si a panda luz do sol
que evolve no belo céu do Oriente.
Para dar um toque bucólico ao dia
surge o doce responso de cantigas
em acorde com as sinfonias amigas
dos pássaros a trissar na ramaria.
Emana um contaminado olor agreste
das ervas enquanto a aura celeste
esparge do orvalho o último pingo.
A natureza em modelar consonância
impregna nos ares leve fragrância
nesta evangélica manhã de domingo.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
OH SORTE !
As rimas andam ausentes
nestas primícias de agosto,
estarão - será - descontentes
ou mesmo com algum desgosto ?
Não consigo os mais saborosos
dos meus versos companheiros,
por isso andam desgostosos
aqueles versinhos brejeiros.
Um versejador de paus-quebrados
não pode querer assim tantos
mais do que uns mal rimados,
Mas oh sorte, a Poesia tem benevolência
me borrifando com seus encantos
algum bálsamo pura essência.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
PORFIA
Desafiei-me um certo dia
a rabiscar alguns sonetos,
dois quartetos, dois tercetos,
lançando-me então à porfia.
E o versejador giramundo
pensando ter destreza
ergueu com toda a rudeza
o soneto mais vagabundo.
É que, amigo das musas,
eu vivo fazendo alaúzas*
pensando saber rimar...
São tantas chances preciosas
delas, as minhas formosas,
e não aprendo a sonetar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
TARDINHAS
Andam ventos ventantes
a ventar nesta noitinha,
até os versos, coisa minha,
são versos ventarolantes.
Os tico-ticos ali no fio
parecem todos gordinhos,
são mesmo emplumadinhos
na boca-noitinha com frio.
Viajam chumaços ao léu
perambulando de déu em déu
as nuvenzinhas passageiras,
E vou em liturgia gostosa
versejando sem rebordosa
nestas tardinhas fagueiras.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
É manhãzinha e a pequena
já está em louvação,
a corruíra em bom tom
numa cantiga açucena.
Acordo junto com a corruíra
nesta manhã sabatina,
e como canta essa menina
ali no pé de guajuvira.
A condoreira sempre feliz
cantando como quem diz,
voltei forte ao tabuleiro
Ali na cumeeira do rancho,
apenas eu - nada de ancho,
é quem manda no terreiro.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
CANETA NOVA
Eis que surge um versinho
para inaugurar nova caneta,
verso pobrete do esteta
recebido com carinho.
O verso pobrete do esteta
tem sido o meu diapasão,
os dias vêm, os dias vão,
vou tentando cobrir a meta.
Os dias vão, os dias vêm,
no versejar itinerante
estou vivendo como ninguém,
Caneta nova entre os dedos
é realmente contagiante,
tecemos versos sem arremedos.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
MANHÃ DOMINICAL
Nos páramos infinitos do nascente
emerge a primeira alva do arrebol,
trazendo em si a panda luz do sol
que evolve no belo céu do Oriente.
Para dar um toque bucólico ao dia
surge o doce responso de cantigas
em acorde com as sinfonias amigas
dos pássaros a trissar na ramaria.
Emana um contaminado olor agreste
das ervas enquanto a aura celeste
esparge do orvalho o último pingo.
A natureza em modelar consonância
impregna nos ares leve fragrância
nesta evangélica manhã de domingo.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
OH SORTE !
As rimas andam ausentes
nestas primícias de agosto,
estarão - será - descontentes
ou mesmo com algum desgosto ?
Não consigo os mais saborosos
dos meus versos companheiros,
por isso andam desgostosos
aqueles versinhos brejeiros.
Um versejador de paus-quebrados
não pode querer assim tantos
mais do que uns mal rimados,
Mas oh sorte, a Poesia tem benevolência
me borrifando com seus encantos
algum bálsamo pura essência.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
PORFIA
Desafiei-me um certo dia
a rabiscar alguns sonetos,
dois quartetos, dois tercetos,
lançando-me então à porfia.
E o versejador giramundo
pensando ter destreza
ergueu com toda a rudeza
o soneto mais vagabundo.
É que, amigo das musas,
eu vivo fazendo alaúzas*
pensando saber rimar...
São tantas chances preciosas
delas, as minhas formosas,
e não aprendo a sonetar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
TARDINHAS
Andam ventos ventantes
a ventar nesta noitinha,
até os versos, coisa minha,
são versos ventarolantes.
Os tico-ticos ali no fio
parecem todos gordinhos,
são mesmo emplumadinhos
na boca-noitinha com frio.
Viajam chumaços ao léu
perambulando de déu em déu
as nuvenzinhas passageiras,
E vou em liturgia gostosa
versejando sem rebordosa
nestas tardinhas fagueiras.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
* Alaúzas – algazarras, balbúrdias, celeumas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário