Em velórios, não carece
Opinar sobre os defuntos...
Melhor é silêncio e prece...
E discrição nos assuntos.
Em todo velório quis
Falar mal de quem partia.
Um intenso diz-que-diz
Marcou presença em seu dia.
Um velório não é cancha
ou lugar de leva-e-traz.
a família quer ensancha
de conforto e muita paz.
No velório, o proceder
pede atitude contida.
precisa o mundo saber
muito mais da alheia vida?!...
Num velório, quem desfia
Um rosário de suspeitas,
Esquece que chega o dia
De toda alma direita!...
Se num velório desponta
Julgamentos de montão,
O defunto até levanta:
- Tô fora, comigo não!...
Anotam que as lavadeiras
Falam demais nos riachos!...
Quem conta as muitas besteiras
Que em velório dão em cachos?!...
Morreu o Zeca Perneta,
como foi o seu velório?...
Mentira foi de muletas...
Desandou o falatório!...
O mal – um corcel no unto
Que cavalga a mais de cem!...
Quem fala mal de defunto
Cai do cavalo também!...
Há muita gente que teme
o seu dia de partida!...
Amigos?... Quantos ao leme
hão de singrar suas vidas!...
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