sábado, 22 de junho de 2019

Carolina Ramos (Peruíbe)


Peruíbe – “Cidade Alegre” – como a classifica, em seus versos, Maya Alice Ekman, pesquisadora e divulgadora entusiasta das belezas e lendas, fartas, por lá.

Chegamos a conhecer pessoalmente Maya Ekman, em seus derradeiros anos, quando, no livro – Peruíbe – História de suas Origens, Lendas e Contos, definia a cidade como sendo “ Cidade Turística do litoral sul, conhecida pelas belas praias limpas, não poluídas, ar ozonizado, rios, cachoeiras e montanhas ainda não exploradas”. E ainda: - “Peruíbe é uma cidade encantada, que recebe todos os dias a reconstituinte e reformadora neblina orgânica, ozonífera, que faz dela um centro de rejuvenescimento, através do ar que respiramos.” À misteriosa montanha, chamava de “a morada dos deuses.”

Entre as lendas que circulam meio às belezas naturais de Peruíbe, há aquela chamada “Lenda da Pedra”, ou, “O Mistério da Porta e da Janela”, onde costumam aparecer “seres e luzes estranhas”. Contam os indígenas e repetem os historiadores, que, naquele local, havia uma gruta a expelir fogo e fumaça sendo que essa gruta fora fechada pelos “deuses” e marcada em sua porta a figura de uma serpente. A crendice popular acrescenta que, vez ou outra, circula por ali “uma jovem muito alta (mais de dois metros), de longos cabelos louros, envergando, ora um macacão prateado, ora uma túnica branca, trazendo sempre, à altura do peito, a figura de uma serpente”. A aparição entra pelo portal do rochedo e desaparece, enquanto luzes e brilhos estranhos saem da pedra.

A prevenir surpresas, corre de boca a boca o aviso: - “Quem, por perto, observe a cena, acaba por não se sentir bem” - o que, crendo ou não, é bom saber, “para que se deixem as barbas de molho”!

“Castelinho da Prainha” - Este é outro fato que enriquece o folclore de Peruíbe. É voz corrente que um bruxo reside no tal “Castelinho da Prainha”, e, que, algumas vezes, tal bruxo aparece à janela que se abre para o mar. Há até quem jure tê-lo visto!

“Noiva da Praia” – Abandonada pelo noivo, no dia do casamento, reza a tradição que a triste noiva, vez ou outra, passeia solitária pela praia de Parnapuã e alguns garantem tê-la visto... e mais de uma vez!

A Lenda dos Vagalumes, minuciada por Maynard, e outras mais, comprovam a fertilidade do imaginário peruibense, preservador da aura mágica que cerca de misterioso encanto esta bonita cidade praiana.
 
Fonte:
Academia Peruibense de Letras. ROSA DO ABISMO.  9ª Coletânea da Academia Peruibense de Letras. São Paulo/SP: All Print Editora, 2018.

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