domingo, 9 de junho de 2019

Odenir Follador (Poemas Avulsos)


A ESSÊNCIA DA NATUREZA

Pensativo à sombra
de uma linda palmeira,
eu observo a natureza
e vejo quanto beleza
ela pode nos proporcionar!

Vejo o mar agitando as ondas,
 lançando espumas prateadas
que caminham lentamente
ao encontro do continente,
como querendo lhe abraçar.

Vejo o pescador no seu barco 
que se lança ao mar, destemido,
nem se importa com o perigo;
só quer  as suas redes  lançar
para o seu sustento granjear.

Vejo que ruma ao sol nascente
que nesse momento, no horizonte,
lança seus dourados raios
às águas lindas e puras do oceano!

Ouço o trinar das lindas gaivotas
que bailam ávidas sobre as águas;
olhar atento como das águias,
a procura de algum alimento.

Sinto a bruma branca e úmida
que impregna o ar que respiro;
sinto, que até eu faço parte
desta natureza, em cor e arte!

A FORÇA DE UM ABRAÇO

Quando me sinto um tanto
só, não sei mais o que faço,
me desperto por encanto
na força do teu abraço.

Meu coração bate forte
transfiguro-me, renasço;
Agradeço a Deus a sorte,
da força do teu abraço.

Feliz é quem une seu coração
 em outro, num único compasso;
sem tristeza... só emoção,
na força de um abraço!

O ÉDEN!
(Poema em redondilha maior)

Deus criou o Paraíso
o Céu e todo o Universo...
Mas, o homem perdeu o juízo
ao criar um mundo inverso!

E destruiu nossas matas
pensando só em riqueza;
olhando às famílias castas,
ignorando a pobreza!

Fez máquinas e conduções
pra bem menos trabalhar ;
não pensou que essas ações,
iriam poluir o ar!

Criaram até redoma
pra poderem respirar;
milhares até em coma
implorando pelo ar!

Que importa tantas luzes
para o mundo iluminar?...
Inserindo tantas cruzes,
por toda arma que criar?!

CORDEL: “O VELÓRIO”

01 
Vou contar-lhes uma história
Que aconteceu num velório
Na capela São José,
Onde velavam seu Honório
Padrinho da Filomena
Que era filha de Tenório.

02 
A Filomena e a Rosalva
Amigas de longa data,
Foram à noite a capela   
Numa atitude sensata,
Levando vasos de flores
Envoltos em papel prata.

03 
E chegando à funerária
Pelo morto procuraram, 
Eram tantos os velórios...
Num deles elas entraram
Pensando ser o padrinho
Os pêsames desejaram!

04 
Pasmo levanta um senhor
Que estava junto ao caixão,
Falando em alto e bom tom
O que é isso? Quem vocês são?
- Filomena logo disse:
Eu te conheço, é o Romão?

05 
O professor de história?
- Nunca te vi, sou pintor,
E acho tudo muito estranho
Saiam daqui, por favor,
E levem também as flores
Senão chamo o zelador!

06 
Assustadas as amigas
Saíram em correria,
Descobriram que o padrinho
Fora enterrado outro dia!
E nossas flores Rosalva
Deixamos com o vigia?

07 
- Nada disso diz Rosalva
Vou levar para o coitado!
Mas o cemitério em frente
Já se encontrava fechado,
Pensou em pular o muro
Mas era muito elevado.

08 
Enfim elas resolveram
Voltar à floricultura
Pedir de volta o dinheiro,
Pois nem foram à sepultura
Os seus vasos com as flores
Parceiros desta aventura!

09
Voltam pra casa às amigas
Sem velarem o defunto,
Lembraram-se da capela
E ficaram rindo muito,
Pois a Filó nunca vira
Aquele senhor tão bruto!

10
Fica então só a decepção...
As flores são devolvidas
E o dinheiro recebido,
Voltam muito ressentidas…
E do seu padrinho Honório
Só recordações vividas!

Fonte:
O Poeta

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