domingo, 30 de junho de 2019

Glauco Mattoso (1951)


Glauco Mattoso, pseudônimo de Pedro José Ferreira da Silva, nasceu em São Paulo, 29 de junho de 1951.

Seu nome artístico é um trocadilho com glaucomatoso, termo usado para os que sofrem de glaucoma, doença que o fez perder progressivamente a visão, até a cegueira total em 1995. É também uma alusão a Gregório de Matos, de quem se considera herdeiro na sátira política e na crítica de costumes. O próprio se declara um "anarquista intelectual".

Glauco cursou biblioteconomia na Escola de Sociologia e Política de São Paulo e letras vernáculas na USP. Nos anos 70, participou da resistência cultural à ditadura militar através do grupo dos "poetas marginais". Além de editar o fanzine poético-panfletário Jornal Dobrabil (trocadilho com o Jornal do Brasil e o formato dobrável dos folhetos satíricos), colaborou em diversos periódicos da imprensa alternativa, tais como o tabloide gay Lampião e o humorístico O Pasquim.

Na década de 80, publicou trabalhos em revistas como Chiclete com Banana, Tralha, Mil Perigos, SomTrês, Top Rock, Status e Around, ensaios e críticas literárias no Jornal da Tarde, além de diversos volumes de poesia e prosa. Em 1982, edita a Revista Dedo Mingo, como um suplemento do Jornal Dobrabil.

Nos anos 90, perde por completo a visão em decorrência do glaucoma de que sofria há anos. Deixa de lado a criação gráfica (história em quadrinhos e poesia concreta) e passa a dedicar-se a escrever letras de músicas e à produção fonográfica. Com o professor da USP Jorge Schwartz, ganha o Prêmio Jabuti pela tradução que ambos fazem da obra inaugural de Jorge Luis Borges, Fervor de Buenos Aires.

Em anos mais recentes, retorna à criação de poesia escrita e textos virtuais, produzindo textos e poesias para a internet, colaborando em revistas eletrônicas e impressas, tais como a Caros Amigos.

A obra de Glauco Mattoso caracteriza-se pela exploração de temas polêmicos, tais como a violência e a discriminação. O autor tem a reputação de "poeta maldito", uma espécie de boca do inferno moderno.

Alguns Livros:
Apocrypho Apocalypse (1975) - coletânea com outros poetas; Maus Modos do Verbo (1976) - coletânea com outros poetas; Línguas na Papa (1982); O Calvário dos Carecas: História do Trote Estudantil (1985); Rockabillyrics (1988); Limeiriques & Outros Debiques Glauquianos (1989); Haicais Paulistanos (1992); Galeria Alegria (2002); Pegadas Noturnas: Dissonetos Barrockistas (2004); Poesia Digesta: 1974-2004 (2004); A Letra da Ley (2008); O Cancioneiro Carioca e Brasileiro (2008); Contos Hediondos (2009); Raymundo Curupyra, O Caypora: Romance Lyrico (2012); Cautos Causos (2012); Sacola de Feira (2014), que foi finalista do Prêmio Oceanos 2015.

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