terça-feira, 11 de junho de 2019

Malba Tahan (Histórias sem fim) Narrativa 1 e 2


História singular de dois reis amigos e das tristes consequências de uma aposta extravagante entre eles firmada.

Estava escrito que o generoso Soleiman, rei de Bássora, e o grande Ismail, rei de Kabul, seriam amigos inseparáveis apesar da diversidade completa de gênio e caráter que os deveria desunir.

Soleiman, apelidado pelos árabes Al-Adl (o Justo), era um dos monarcas mais bondosos e tolerantes que hão reinado. Preocupava-se exclusivamente em socorrer os infelizes e distribuir justiça entre os seus súditos. Incapaz de praticar violência ou ato de tirania, o rei Soleiman chegava muitas vezes a adoecer quando, pela força das circunstâncias, era obrigado a assinar uma sentença de morte.

Exatamente o contrário era o rei Ismail, que sempre se mostrava impiedoso e perverso. Sua preocupação constante era inventar castigos, perseguir os humildes e guerrear as tribos fracas e inofensivas. O rei Ismail (Alá se compadeça dele!) jamais praticou um ato de clemência ou generosidade!

Não impedia o antagonismo de gênios que esses dois monarcas se ligassem pelos laços da mais pura amizade. Frequentemente o rei Ismail deixava o seu palácio de Kabul e vinha com grande caravana, através da Pérsia, em visita ao seu amigo dileto Soleiman, ao lado de quem se deixava ficar muitos meses esquecido de seu povo e de seu trono.

Um dia achavam-se os dois em amistosa palestra quando o rei Soleiman - que não perdia oportunidade para exaltar as boas qualidades de seu povo - contou ao rei Ismail que os árabes eram muito imaginosos para engendrar histórias. Qualquer pessoa - do mais sórdido mendigo ao mais rico vizir - sabia narrar lendas e contos maravilhosos que prendiam a atenção dos espíritos mais avessos a este gênero de devaneio.

- Não acredito - contraveio o rei Ismail. - Há de perdoar, mas não creio que os seus súditos possuam imaginação tão fecunda e brilhante!

- Pois eu insisto no que afirmo - retornou o rei Soleiman. - E se quiserem uma prova do que assevero, nada mais simples: da varanda deste palácio chamarás um homem qualquer que passe ao alcance do teu apelo. Veremos se ele, seja quem for, não será capaz de narrar-vos uma história interessante, digna de ser ouvida pelos mais altos cultos e exigentes!

- Aceito a proposta - acudiu, em tom sombrio, o soberano de Kabul. - Exijo, porém, uma condição: se o súdito chamado não souber contar-nos uma história ou uma anedota qualquer, será degolado, aqui mesmo, em presença de todos nós.

Depois de meditar um momento, respondeu o bondoso rei Soleiman:

- Concordo plenamente com a exigência. Quero porém uma compensação: se a pessoa aqui trazida deliciar-nos com uma narrativa interessante e atraente, receberá por tua ordem, do tesouro de Kabul, uma recompensa de dois mil sequins de ouro!

- Declaro que aceito a aposta não obstante a condição - assentiu o rei Ismail. - Se o árabe, o que é pouco provável, distrair-nos com uma história digna de ser ouvida por uma pessoa nobre e culta, receberá de mim o valioso prêmio que acabas de estipular! Palavra de rei. - E acrescentou enérgico: - Não dispensarei, entretanto, a punição tremenda se alguém nela incorrer, confessando-se incapaz de narrar a história pedida!

Os nobres que se achavam no salão, informados da singular aposta dos dois soberanos, ficaram grandemente interessados em ver-lhe o desfecho.

A fim de que fosse feita a escolha do herói anônimo que desempenharia, no caso, o papel mais importante, os dois monarcas aproximaram-se da larga varanda do palácio e começaram a observar os populares que caminhavam pelas ruas despreocupadamente.

A atenção do rei Ismail foi despertada por um árabe que se dirigia apressado, de cabeça baixa, em direção do Eufrates.

- Quero ouvir aquele que ali vai! - declarou o rei Ismail. - Que o tragam já à nossa presença.

Transmitida a ordem a um dos oficiais do palácio, o transeunte foi imediatamente levado ao palácio real e conduzido à presença dos soberanos.

O desconhecido que por infelicidade atraíra a atenção do perverso rei de Kabul era um muçulmano (1) de vinte anos talvez. A fisionomia serena, o olhar suave e terno refletiam nitidamente o homem bom e leal. Vestia-se com apurado gosto e a maneira delicada e respeitosa como saudou os soberanos e os nobres maometanos denotava pessoa de fino trato e, certamente, de elevada posição social.

- Jovem muçulmano! - começou o rei Soleiman. - Pedi que viesses à minha presença porque preciso do teu precioso auxílio para vencer uma aposta, aliás simples, que acabo de fazer com o meu amigo, aqui presente, Ismail, rei de Kabul. Vais ser submetido a uma prova, e tamanha é a certeza de que te sairás dela com garbo, que não tive dúvidas em aceitar a proposta do meu antagonista. As condições impostas são estas: se contares aqui, diante de todos nós, uma história interessante e atraente, receberás dois mil sequins de ouro; se a tua narrativa não for de nosso agrado nada receberás e voltarás como vieste; se, finalmente, por uma fatalidade, e nisso eu não acredito, não souberes contar-nos história alguma, serás, por ordem do rei Ismail, degolado imediatamente.

Fez-se no grande salão do palácio de Bássora profundo silêncio. Reis e nobres tinham os olhares voltados para o jovem que parecia encarar a situação com calma e coragem.

- Vamos - ordenou em tom amistoso o rei Soleiman. - Podes começar a tua narrativa. Estamos ansiosos por ouvir a encantadora história que nos vais narrar para conquista do prêmio e vitória de minha aposta.

- Rei generoso! - respondeu o moço. - Que Alá vos conserve feliz até o fim dos séculos. Peço-vos perdão, mas não posso atender ao vosso pedido! - E, diante do pasmo geral dos ouvintes, acrescentou: - Sinto-me forçado a confessar que não me lembro de história alguma digna de ser narrada a tão seleto auditório.

O rei Soleiman, ao ouvir a inesperada resposta, pôs-se pálido de espanto. O bondoso monarca não podia esperar num jovem, que parecia educado e culto, tão completa ausência de um bem comum aos árabes de qualquer classe social.

O rei Ismail sorriu satisfeito diante da infelicidade do moço.

- Pensa melhor, meu rapaz - aconselhou o rei Soleiman. - Não te constranja o falares diante dos que aqui estão. Nem te quero mal e desejo que te saias bem desta prova que nada tem de penosa para um filho do Islã. Se não te lembras de uma história conta-nos um caso qualquer ocorrido com algum amigo teu, um incidente digno de nota, ou mesmo uma anedota, por mais breve que seja, para te desembaraçares do aperto em que, sem querer, te pus.

- Attal Allah unnak ia maulay! (Que Alá prolongue a tua vida, ó rei!) - respondeu o rapaz. - Peço-vos humildemente perdão, ó emir! Eu não sei de caso algum ocorrido com amigo meu, nem conheço a mais simples e banal anedota!

- Narra-nos, então, um episódio qualquer de tua vida! - volveu o rei Soleiman aflito e já temeroso da sorte do pobre muçulmano.

- Rei afortunado! - retorquiu o jovem, com serenidade e segurança. - Não me vem à mente, no momento, episódio algum da minha vida!

- Não vale a pena insistir, ó Soleiman! - interveio friamente o rei Ismail. - Chama logo o teu carrasco. Perdeste, positivamente, a aposta. - E, num riso cheio de perversidade, acrescentou: - Bem te dizia, vaidoso amigo, que teus súditos não têm as ideias e a imaginação que supunhas! Por tua culpa vai este “jovem silencioso” entregar o pescoço ao alfanje do nosso Massuf.

- Nem tudo está perdido - retorquiu o rei Soleiman. - Vou fazer a última tentativa.

E, voltando-se para o jovem que se conservava de pé em atitude respeitosa, tranquilo e indiferente, assim falou:

- Meu filho! Não quero absolutamente que por um mau capricho do rei de Kabul sofras o castigo de morte! Ficarei penalizadíssimo se for obrigado a cumprir o juramento que fiz! Em desespero de causa faço um último apelo à tua imaginação: conta-nos um caso ou um episódio qualquer, inventado ou não, possível ou inverossímil! - E julgando, talvez, que seu apelo não fosse bem compreendido pelo jovem, ajuntou: - Se, por qualquer motivo, não quiseres fazer a tua narrativa em prosa, poderás, sem o menor receio, usar a linguagem admirável dos poetas - o verso! Darás, se inspiração tiveres, forma poética a uma das lendas ou tradições populares de nosso país. Duplo será o nosso prazer em ouvir-te. Não há, realmente, um árabe inteligente que não se arrebate e não se comova ao se deliciar com um conto aprimorado pelas irresistíveis seduções da poesia. Se estás triste, esquece, por um momento, as tuas tristezas. Escuta o conselho do poeta:

As tristezas desta vida
 eu as deixo e abandono:
 De dia, por muita lida;
 De noite, por muito sono! (2)

- Muito agradeço a vossa bondade e o interesse generoso que mostrais pela minha humilde pessoa! É, entretanto, com profunda mágoa, que me vejo mais uma vez obrigado a declarar que estou completamente deslembrado de qualquer caso ou do mais vago episódio verídico ou fantástico. Cabe-me muito bem o apelido que há pouco o rei Ismail lembrou para mim. Sou, infelizmente, o “Jovem Silencioso”.

Compreendendo o rei Soleiman que o moço - ao contrário do que era de se esperar - obstinava-se em não fazer narrativa alguma, muito a contragosto fez com que um dos ulemás (3) da corte lavrasse, segundo determinava a lei, a sentença de morte.

Foi chamado, então, o gigantesco Massuf, carrasco de Bássora, que raras vezes exercia o seu execrando ofício.

Chegado o carrasco, iniciaram-se os preparativos para a execução.

Um dos juízes mais ilustres de Basra leu em voz alta a sentença do rei Soleiman, justificando-a com algumas citações do livro de Alá. (4) Foi ela ouvida por todos os religiosos em silêncio.

O ajudante do carrasco começou, em seguida, a tirar as vestes do condenado, que deveria ficar vestido com um pequeno calção.

Descobriu o algoz que o desditoso jovem trazia ao pescoço, presa por uma corrente de ouro, uma pequena medalha quadrangular. Massuf arrancou-a e foi entregá-la ao rei, que verificou tratar-se de uma curiosa peça com a forma de um losango em que se percebia complicada inscrição em caracteres hebraicos.

- Jovem e desditoso muçulmano! - exclamou pesaroso o rei de Bássora. - Apesar dos esforços que fiz em teu favor, foste condenado. Poucos momentos te restam de vida. 

Dentro de alguns minutos comparecerás diante d’Aquele que é o Juiz Supremo de todos nós! Quero pedir-te o último favor: Dize-me, ao menos, qual é a origem desta medalha e o que significa a inscrição que ela nos mostra.

- Rei! - volveu o moço com altivez. Não posso infelizmente atender ao vosso pedido! O mesmo motivo que me impediu há pouco de contar uma história ao rei Ismail, impede-me agora de esclarecer a origem dessa medalha!

- Qual é esse motivo? - perguntou o rei Soleiman.

- Um juramento, ó rei! - respondeu o condenado.

- Por Alá - exclamou o soberano de Bássora. - É extraordinário esse caso! Não hesitaste em morrer unicamente por causa de um juramento? - E, voltando-se para o seu grão-vizir, o rei Soleiman ordenou, sem hesitar: - Determino que seja adiada, por algumas horas, a execução desse condenado! Desejo esclarecer o mistério desta medalha e a razão do juramento que esse jovem não quis violar nem mesmo para salvar a própria vida!

El-Mothano, grão-vizir do rei Soleiman, era homem dotado de agudeza de espírito, grande cultura, e tinha, além disso, invejável prestígio em Bássora.

Consultado pelo rei sobre o caso da medalha, aconselhou ele ao monarca ouvisse, antes de tudo, a opinião de um velho rabino (5) chamado Simão Benaia Benterandim, morador no bairro judeu.

Narrativa 2

Ordenou o rei Soleiman que o israelita fosse intimado a comparecer imediatamente a sua presença.

Momentos depois, acompanhado de um dos oficiais da corte, dava entrada no grande salão o sábio rabino que o rei de Bássora, com tão grande urgência, queria ouvir.

Rabi Simão, uma das figuras mais conhecidas e estimadas em Bássora, era um homem que bem merecia o respeito, a amizade e o acato de um povo inteiro.

Respeitavam-no os grandes pela sua modéstia, os maus pela integridade de seu caráter, os pobres pela bondade de seu coração. Os seus conselhos eram alívio para os atribulados, incentivo para os fracos, temor para os rebeldes. A sua palavra, onde quer que soasse, determinava o silêncio de todas as vozes, a atenção de todos os ouvidos.

Escaveirado, todo curvado, o andar incerto, os trajes modestos, ele era, sem o querer, um dos vultos de grande prestígio na cidade.

À luz de seu espírito, os mais intrincados problemas tinham imediata e precisa solução. Decifrador emérito dos enigmas da vida, era o homem dos grandes momentos, das grandes angústias.

Ao chegar ao palácio já encontrou repleto o salão de audiências. Todos queriam ouvir e ver o homem de quem dependia a sorte do desafortunado árabe.

- Sei, ó rabi! - começou o rei Soleiman - que és um homem honesto e sábio! Sei também que és um justo e que teus lábios, em caso algum, se abriram para deixar passar uma mentira! A verdade deve ser dita muito embora ela encerre elogio feito a um infiel. (6)

O douto judeu inclinou-se respeitoso, como se quisesse agradecer os elogios que o grande soberano lhe fazia publicamente.

Depois de breve pausa, o monarca prosseguiu:

- Peço-te, ó ilustre filho de Israel!,(7) que me respondas sempre a verdade a todas as perguntas que eu agora te vou fazer!

- Juro por Abraão que só direi a verdade! - respondeu o rabi, estendendo, solene, a mão.

O rei de Basra apontando, então, para o jovem condenado, perguntou ao judeu:

- Conheces este rapaz?

- Não o conheço, ó rei! - respondeu o rabi.

- Já o viste casualmente em algum lugar?

- Também não, ó rei! E posso garantir a Vossa Majestade que este jovem não é amigo, nem é ligado por laço de parentesco a pessoa alguma de minha família!

Voltando-se em seguida para o condenado, o rei perguntou-lhe:

- Conheces este venerável e sábio rabi?

- Devo dizer a Vossa Majestade - respondeu o interpelado - que não o conheço, e é a primeira vez que vejo este ilustre ancião.

Terminado este rápido interrogatório, o rei contou ao rabi Simão tudo o que ocorrera, momentos antes, naquele salão, desde a aposta singular feita com o rei de Kabul até a descoberta da original medalha hebraica que o condenado trazia, como se fosse um talismã, presa por uma forte corrente de ouro.

- É meu desejo, ó rabi! - continuou o rei - que me traduzas a inscrição que esta medalha contém, pois acredito que a essa legenda judaica se prenda o silêncio que levou este jovem a ser condenado à morte.

O judeu tomou a medalha que lhe foi apresentada e mal havia observado uma das inscrições, transfigurou-se como se o assaltasse incontida emoção. Tremiam-lhe as mãos e o rosto cobriu-se de mortal palidez. E foi com voz balbuciante - que denunciava grande angústia - que ele falou:

- Rei magnânimo e justo! Posso adiantar, desde já, que um dos casos mais extraordinários de que teve notícia o mundo acaba de ocorrer diante dos vossos olhos! - 

No imponente salão, o silêncio deixava ouvir a respiração ofegante e penosa do velho rabi, que assim continuou: - Por esta pequena medalha consegui descobrir que este jovem se chama Imedin Tahir Ben-Zalã, é natural de Damasco e aqui se acha há poucos dias. E se Vossa Majestade permitir que eu diga ao jovem Imedin algumas palavras em segredo, ele, livre de todo e qualquer juramento, contará aqui mesmo, diante de todos, uma história tão espantosa que causará aos nobres muçulmanos a mais forte admiração e o maior assombro.

- Consinto! - exclamou o rei Soleiman, que mal podia dominar a curiosidade.

O rabi aproximou-se, então, do jovem Ben-Zalã e disse-lhe, em segredo, algumas palavras ao ouvido.

Os muçulmanos que se achavam no rico salão do palácio de Soleiman presenciaram, nesse momento, uma cena curiosa e comovente.

Ao ouvir a misteriosa revelação do judeu o condenado caiu de joelhos e, cobrindo o rosto com as mãos, começou a chorar copiosamente.

- Por Alá! - exclamou o rei Ismail intrigadíssimo com o que via. - Não posso compreender esse mistério! Exijo que Imedin e este judeu deem imediatamente uma explicação completa deste caso!

Ergueu-se Imedin, e mal dominando a intensa emoção de que se achava possuído assim falou:

- Alá vos conserve, ó rei! Estou agora completamente desligado do juramento que há pouco me prendia ao silêncio, e posso, portanto, contar-vos uma das muitas e belíssimas lendas que aprendi nas longas viagens que empreendi pelo mundo!

- Ouvirei mais tarde - atalhou o rei Ismail - todas as lendas maravilhosas que me quiseres narrar; as lendas formam, bem o sei, o maior tesouro da nossa literatura. Agora, entretanto, faço o maior empenho em ouvir uma explicação completa deste misterioso caso da medalha, a razão desse juramento descabido que fizeste, e a significação que tiveram, afinal, as palavras ditas, em segredo, pelo rabi. Desejo, enfim, ó jovem!, ouvir uma narrativa minuciosa da tua vida e de tuas aventuras pelo mundo.

- Escuto-vos e obedeço-vos - respondeu Imedin. - Vou contar-vos a história da minha vida e vereis como se explicam perfeitamente todos os fatos, de certo modo incompreensíveis, que há pouco aqui ocorreram. Sou forçado, porém, a confessar que a minha vida se acha envolvida numa trama inextricável de mil histórias sem fim...

O rei Ismail, que tudo ouvira e observara com a maior atenção, aproximou-se igualmente do jovem Imedin e disse-lhe:

- Confesso-te, meu amigo, que me considero desde já inteiramente vencido na ousada aposta que fiz, há pouco, com o rei Soleiman. Pagarei com satisfação o prêmio prometido. A curiosidade é, porém, muito forte em meu espírito. Espero, portanto, ouvir o relato das aventuras que te forçaram a proferir o tal juramento que se tornou inviolável até diante da ameaça de morte!

E para atender ao pedido do rei, Imedin Ben-Zalã iniciou o seguinte relato:
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continua…
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Notas
(1) Muçulmano - nome derivado de mauslim, “aquele que se resigna à vontade de Deus”. Os muçulmanos são os que seguem a religião do Islã, fundada por Mafoma em 672. O islamismo apresenta cerca de 240 milhões de adeptos, isto é, 14% da população total do globo. Islã, forma derivada do verbo as lamas, significa confiar cegamente, resignar-se. O substantivo Islã designa igualmente o conjunto de países muçulmanos.
(2) Esta trova é de Bastos Tigre.
(3) Ulemá - vocábulo derivado do árabe Ulamá, plural de Alem. Significa sábio, douto, erudito. (B. A. B.)
(4) Livro de Alá - denominação dada ao Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, composto de 114 capítulos, ou suratas, divididos em versículos. Segundo a crença dos 
árabes, foi revelado por Deus a Mafoma por intermédio do arcanjo Gabriel. (B. A. B.)
(5) Doutor israelita: o que explica a lei sobre os hebreus. (B. A. B.)
(6) Para o rei Ismail o rabi Simão era um infiel. Os muçulmanos dividem os infiéis em três grupos principais: judeus, cristãos e idólatras. (B. A. B.)
(7) Israel - palavra hebraica que significa “forte contra Deus”. Sobrenome que, segundo a Bíblia, foi dado a Jacó depois de sua luta com um anjo. (B. A. B.)

Fonte:
Malba Tahan. Mil histórias sem fim. vol. 2.

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