Quando jovem, pratiquei diversos esportes. O que menos me atraía vocacionalmente era o futebol. Mesmo assim, cheguei, na década de 60, enquanto estudava Agrimensura, a jogar de beque central no quadro de aspirante da Ferroviária de Araraquara.
Certa ocasião, foi organizada uma seleção de craques paulistas, veteranos da década de 60, para enfrentar a Seleção do Brasil, do técnico Dunga. Não sei por que cargas d'água fui um dos escalados ao lado de Rívelino, Ademir da Guia, Basani, Coutinho, Pepe, Djalma Santos e Julinho.
Nos primeiros minutos do 1o tempo, Júlio Botelho sofreu pênalti. A cobrança do pênalti ia ser feita, nada mais nada menos, do que pelo Pepe, o famoso "Canhão da Vila". Pepe preparava o chute...mas, de súbito, transfere a honra da cobrança para mim! E eu explodindo de alegria pela honra! Afinal, Pepe era o maior batedor de pênaltis da época!
Corri entre atônito e exultante para a bola e enchi o pé! Chutei com gosto e muita força. Seguiu-se um grito... Não de vitória, mas de dor. Vi estrelas e acordei com marca profunda no peito do pé, já que, em vez de chutar a bola... chutei valentemente o beiral de madeira do pé da minha própria cama!
(Revista Santos Arte e Cultura – Setembro 2013)
Fonte:
Cláudio de Cápua. Retalhos de Imprensa. São Paulo: EditorAção, 2020.
Livro gentilmente enviado pelo escritor.
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