ACORDES EM POESIA!
Notas fluem em harmonia
Nas pautas de um acalanto
Há um perfume de gardênia
Daí surge o meu espanto
Sobre o piano tua insígnia
Na xícara chá de amaranto
As lágrimas sem cerimônia
Deslizam por desencanto
Lembra-me da tarde outonal
Havia acordes em poesia!
Quando chega a missiva final
Enviada pela capitania
Um naufrágio sob temporal
E eu... não mais o veria…
****************************************
CASTIDADE
Vento frio!
Noite de lua cheia
No antigo casario
A solidão aperreia
Na mente recrio
Imagens da aldeia...
Você no átrio
E a luz da candeia
Lembranças arquivadas
Em épocas de felicidade
Promessas juramentadas...
Nunca concretizadas!
Optaste pela castidade
Deixaste-me na infelicidade…
****************************************
LABIRINTOS
Nada que indique o rumo
Só labirintos enevoados
A mente fora de prumo
Sentimentos atordoados
Isolado em seu quarto
Coração despedaçado
Tenta juntar os cacos
Antes que haja o enfarto
Seria simples a solução
Descartando a razão
Prevalecer só a emoção
Seriam felizes
Diante dos deslizes
Ou viveriam, sem matizes?
****************************************
LUAR DE AGOSTO
Tanto se diz sobre o mês Agosto!
Dizem ser, época de cachorros loucos
E de acontecimento nefasto
Inclui-se ainda, dados proféticos
Um ser mergulhado, em desgosto
Inquieto a ouvir sons melódicos
Canta, esboça sorriso, a contra gosto!
Em disfarces aristocráticos
Noite fria, sob o Luar de Agosto!
A mente aturdida com incertezas
A alternativa é mudar o projeto...
Não existe sorte, e sim... ardilezas
Num ímpeto de fúria quebra o amuleto
Ao concluir, o amor necessita de proezas…
****************************************
SOM DO VENTO
Só o som do vento!
Melancólica sinfonia
Em conserto solo
Acordes finais do dia.
Torvelinho de pensamentos
Múltiplas lembranças
Tingidas de aborrecimentos
Foram tantas mudanças...
Nas desculpas a contradição!
Deixo de lado cobranças
Sempre foste ambíguo!
Viverei o bom momento...
Não quero desavenças
Traga-me... somente alento…
****************************************
UM GRANDE SONHO
O dia amanheceu radiante
Meu coração saltitava
Seria um momento apaixonante
Logo mais o encontraria
Um grande sonho realizaria
Eis que surgiria o vendaval
E meu ideal, devastaria
Isso eu não previa... gorou o festival...
Vitima em mar de agonia
Em tridentes, enrosquei
Mergulhei nessa avaria
Do salva vidas abdiquei
Dei um basta na melancolia
E o inferno... incendiei…
Fonte:
Asas dos Sonhos
Um comentário:
Caro Escritor e Poeta José Feldman
Meu agradecimento sincero pela página, com que fui presenteada
no Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes.
Nesta fase, dificílima em que estamos vivendo você, trouxe-me
alegria!
Minha gratidão, que Deus o proteja!
Nadir D'Onofrio
Postar um comentário