terça-feira, 9 de junho de 2020

Basílio de Magalhães (1874 – 1957)

Basílio de Magalhães nasceu em Barroso, então distrito de Barbacena em 1º de junho de 1874. Segundo os dados obtidos no seu registro de batismo, era filho de Antônio Inácio Raposo e de Francisca de Jesus; e seus padrinhos de batismo foram Ladislau Artur de Magalhães e Prudenciana Augusta Meireles. Há indícios de que Basílio seria filho de Ladislau Artur de Magalhães, que foi seu padrinho de batismo e de Francisca de Jesus, sua serviçal na fazenda Venda Grande, assim como o seu marido, Antônio Inácio Raposo, que consta no registro como o pai de Basílio. Ladislau era casado com Belizandra Augusta de Meireles e se tal fato se tornasse público, haveria um “escândalo”, já que o casal pertencia à elite da cidade.

Ainda pequeno, mudou-se para a cidade de São João del-Rei. Em 1889, com 15 anos de idade, empregou-se como tipógrafo no jornal “Gazeta Mineira”, em São João del-Rei, no qual exercia também trabalhos de auxiliar de redação. Inconformado com a postura conservadora do “Gazeta Mineira”, transferiu-se para o “Pátria Mineira”, jornal com ideais republicanos. Neste jornal, Basílio foi tipógrafo, paginador, revisor e auxiliar de redação, até o ano de 1894. Paralelamente às atividades nesse último jornal, fundou e manteve o pequeno jornal “A Locomotiva” em parceria com Altivo Sette.

Formou-se em engenharia pela Escola de Minas de Ouro Preto. Mais tarde tornou-se professor de História, em São Paulo, depois no Rio de Janeiro, sendo o 27º diretor do então Instituto de Educação do Rio de Janeiro.

Em 1900 foi eleito membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Paulista de Letras e Academia Mineira de Letras.

No biênio de 1917-1918, foi Diretor Interino da Biblioteca Nacional. No ano de 1919, voltou para São João del-Rei e se deparou com uma prática política conservadora e contrária à sua postura e a seus ideais liberais e lá se insurgiu contra a política dominante.

Ingressou na política em São João del-Rei, sendo eleito para o Senado Mineiro em 1922. Em 1923, Presidente da Câmara de Vereadores de São João del-Rei, exercendo cumulativamente o cargo de Agente Executivo Municipal, equivalente ao atual cargo de prefeito. Em 1924 elegeu-se Deputado Federal e foi reeleito para o mesmo cargo no ano de 1927. Dois de seus projetos foram as proposta de voto secreto e obrigatório e a extensão do direito de voto às mulheres.

Pouco antes da Revolução de 1930 opôs-se à candidatura de Getúlio Vargas à Presidência da República. Basílio fazia parte da corrente política liderada por Raul Soares e foi por ele apoiado nas eleições em que foi vitorioso. Com a morte de Raul Soares Basílio passou a ser apoiado por Artur Bernardes. Porém, este apoiou a candidatura de Getúlio Vargas, à qual Basílio fez oposição.

Sua trajetória política terminou com a Revolução de 1930, quando exilou-se no Rio de Janeiro. A partir de então dedicou-se ao magistério e ao jornalismo, tendo colaborado em publicações periódicas como a revista Atlântida. Reassumiu suas funções na Escola Normal do Distrito Federal e foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores a examinar candidatos à carreira diplomática no Instituto Rio Branco.

Em 1935 Basílio foi reconhecido como historiador emérito. Sua monografia foi vencedora do “Prêmio Pedro II”, ampliada e refundida, passando a se chamar “Expansão Geográfica do Brasil Colonial”. Foi ainda o primeiro autor a dar profundidade erudita nos estudos folclorísticos, com a obra Folk-lore no Brasil, de 1928.

Foi autor de cerca de cem obras, era poliglota e pertenceu a 26 associações culturais, sendo 17 brasileiras e 9 estrangeiras. Sua biblioteca chegou a possuir cerca de 27 mil volumes.

Em 1952 o então Governador Juscelino Kubitschek, sabedor do estado de penúria em que vivia o historiador, encaminhou uma mensagem à Assembleia Legislativa de Minas Gerais propondo uma pensão mensal de cinco mil cruzeiros ao escritor, como pagamento para que Basílio anotasse e comentasse as Efemérides Mineiras, de José Pedro Xavier da Veiga. Basílio não mais tinha força física para tal tarefa, e por isso não aceitou o encargo nem a pensão.

Faleceu aos 83 anos de idade, em 14 de dezembro de 1957 na cidade de Lambari, vítima de hemorragia cerebral.

Basílio é patrono da cadeira 20 do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, e patrono da cadeira 7 da Academia de Letras de São João del-Rei.

Além disso, Câmara Cascudo dedicou-lhe um verbete no Dicionário do Folclore Brasileiro. O Salão Nobre da Prefeitura de São João del-Rei foi nomeado em sua homenagem, local onde funcionou por muitos anos o plenário da Câmara Municipal do município e onde ele exerceu as funções de presidente.

Algumas Obras
Expansão geográfica do Brasil colonial
Viagem pelo Amazonas e rio Negro, 1939. (Prefácio da 1ª edição)
O café na história, no folclore e nas belas-artes, 1939.
Estudos de História do Brasil, 1940.

Fonte:
Wikipedia

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