segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Jornais e Revistas do Brasil (Revista A Bomba)


A Bomba
Período disponível: 1913 a 1913 
Local: Curitiba, PR 
Pesquisa no acervo:
  

A Bomba: Revista ilustrada, humoristica e literaria foi uma publicação trimestral de Curitiba, a capital paranaense. De periodicidade trimestral – saía nos dias 10, 20 e 30 de cada mês –, tratava de temas variados, entre os quais a política, sobretudo local, e o esporte. Sua tônica, porém, era a crítica de costumes, tema que, na virada para o século XX – marcada por grandes mudanças, como a implantação da República e a intensificação da modernização urbana – predominava em grande parte da imprensa brasileira. 

O humor, a ironia, a piada eram a principal marca da publicação, como anunciava a apresentação do primeiro número: “Declaramos positivamente que ‘A Bomba’ é inteiramente independente em suas feições religiosas politicas. É por esta razão que todos os dias filamos café no palacio Rio Branco, o chá no tugurio do Caio, o almoço em casa do Bispo, e o jantar no honrado lar do pastor protestante da Egreja Evangelica Persbyteriana Independente. (…) (A Bomba, nº 3, 1 jul. 1913) 

Mario Rezende, um dos colunistas do jornal, ironizava o burguês: 

“(...) E assim metido no seu egoismo, nesse egoismo muito natural em gente rica, passa horas e horas de olhos esbugalhados para a tela e para o palco. E que tortura horrivel, si se lhe depara uma repetição de fitas. Immediatamente vem rosnar aos emprezarios, que está sendo victima de uma extorsão, que aquella fita, ellle já a vira na vespera ou na antevespera. E os emprezarios lhe não deixam tambem de distribuir um punhado de getilezas temperadas com doçura simuladamente maliciosa de um sorriso fino e ironico.
 E assim vai o burguez passando a vida, gordurento e lerdo, com muita saudade e com muitas patacas, sempre a fingir que é moço e que é feliz. (A Bomba, 10 set.1913, Ano I, nº 10)

A revista se interessou por retratar o novo papel da mulher no início de século XIX. Como, por exemplo, no seguinte quadrinho de humor sobre mães solteiras: “- Está fazendo uma touca... é para seu filho? – Não, Cazuza, eu não sou casada. – Isso não quer dizer nada...” (A Bomba – 10 de Dezembro de 1913 – Ano I, n.º 19)

Algumas das colunas permanente do jornal eram: “Portico”, “Notas Sportivas”, “Coisas da Política (mas coisas... serias)”, “O Batates”, “Paraná Intellectual”, “Notas elegantes”, entre outras.

Marcelo Bittencourt era o proprietário, Rodrigo Junior e Clemente Ritz os redatores e Félix cuidava das artes. A redação funcionava na rua Marechal Deodoro, nº 36. A assinatura anual custava 14$000, semestral 8$000, avulso $400 e o numero atrasado $500.

A Bomba, até onde foi possível comprovar, desapareceu no mesmo ano em que foi criada, 1913.

Fonte:
http://hemerotecadigital.bn.br/artigos/bomba

Nenhum comentário: