segunda-feira, 2 de abril de 2012

J. G. de Araújo Jorge (A Cantiga Do Só) 1. Prefácio ; 2. A Cartilha

1. PREFÁCIO

JG de Araujo Jorge, assina este texto no prefácio da 2a edição - 1968 em edição aumentada com poemetos e trovas.

"Cantiga do Só é uma coletânea. Alguns dos seus poemas são anteriores a "A Sós..." e "Espera...", e deixaram de ser incluídos em "Harpa Submersa" porque necessitavam de pequenos retoques que só foram feitos posteriormente.

Há  neste livro um soneto de mais de vinte anos: "Gula". Escrevi-o sob encomenda, pare a revista "O Malho", já desaparecida, que o publicou numa série de sonetos sobre os pecados capitais.

Encontrei-o agora, na velha publicação, já meio amarelada, e resolvi aproveitá-lo.

Muitos dos poemas, dos escritos recentemente, tem merecido por parte dos ouvintes do meu programa literário, na Rádio Tupi, aos sábados, às 18,30 horas, reiterados pedidos de leitura e cópias.

" Mulher Grávida ", " Vermelho e Branco ", " Carta ao Futuro de Meu Filho ",  são,  por  exemplo,  alguns  dos trabalhos que mais me pedem pare apresentar no programas.

Agora, uma noticia final:

Quando me dispus a " limpar as gavetas " para  preparar  os   originais  deste " Cantiga do Só ", encontrei tanto material, que resolvi enfeixá-lo noutro volume. Deste modo, depois de sua publicação,  espero   lançar  uma  nova coletânea de versos líricos, cujo titulo será: "Quatro Damas ".

Os leitores já terão compreendido que há de encontrar em s uas  páginas, - pelo menos mais nitidamente, - quatro perfis de mulher... de diferentes épocas da minha vide...

Talvez o melhor titulo fosse: "Quatro Damas... e um Curinga... “

2. A CARTILHA
- "OVO, AVE, UVA, AVÔ."

E eu que tantas palavras procuro e carrego
me lembro destas primeiras que encontrei...
E da mão de minha mãe me levando
- como guia de cego -
sobre o velho caderno onde estudei...

(E ao lado delas
também ficaram
na minha lembrança,
aqueles rabiscos que fazia
brincando,
aquelas
garatujas que eram
como passos de criança
engatinhando... )

- "OVO, AVE, UVA, AVÔ."


( Ovo gorado, eis a vida!
Ave, - esperança perdida,
uva, um desejo constante,
- avô, minha infância distante ! )

Ficaram na minha memória
as primeiras palavras sem história
como uma tênue e apagada trilha...

E, de repente... Eis que a vida da sentido
aquelas primeiras palavras
que aprendi na velha cartilha…

Fonte:
JORGE, J.G. de Araújo. Cantiga do Só. 2. ed. 1968.

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