quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

8ª Olimpíada de Redação de Jundiaí (Resultado Final)


CATEGORIA PRÉ MIRIM: 

1º lugar
NICOLY LIRA FERNANDES – título: Beijo na bochecha.

2º lugar
DAVI AQUILES SPINELLI FERRAZ – título: Pai espere por mim

3º lugar
BEATRIZ OMETTO CARDOSO – título: Na sala de aula

4º Prêmio – medalha de ouro
GIOVANE MENDES MUNHOZ – título: O medo da escola nova

5º prêmio – medalha de prata
KAIKE SOUSA SILVA – título: Meu primeiro dia na escola

6º prêmio – medalha de bronze
BEATRIZ POMPONIO COSTA – título: Meu primeiro dia de aula

7º prêmio – menção honrosa
SAMUEL VIEIRA MARTINELLI – título: Lembranças jamais esquecidas

8º prêmio – menção honrosa
BRENDA DA SILVA – título: Uma banguela na escola

9º prêmio – menção honrosa
GUILHERME GERONIMO SANTANA – título: Meu primeiro dia de aula

10º prêmio – menção honrosa
MARIA EDUARDA MOURA SCARELLI – título: Quando eu cheguei na nova escola

11º prêmio – menção honrosa
STEFANY CRISTINE L FLAUSINO – título: Meu primeiro dia de aula

12º prêmio – menção honrosa
MARIA EDUARDA DA COSTA – título: O amor conduz

PREMIADOS DA CATEGORIA JUVENIL: 

1º lugar
ANA FLÁVIA CARRARA BONAMIGO – título: Persistir e acreditar

2º lugar
CLARICE THOMAZ – título: “Jovens globalizados”

3º lugar
GABRIEL BONASSI ZULPO – título: Sementes

4º - Medalha de Ouro
THAÍS PACHECO DELDUCO – título: “Do mundo encantado para o mundo real: uma transição necessária”

5º - Medalha de Prata
MATHEUS FERREIRA – título: Sou jovem, sou vida

6º - Medalha de Bronze
TAYNÁ SILVA ARAÚJO – título: Lutar e persistir

7º prêmio – menção honrosa
TAÍS FERNANDA DE ARAÚJO – título: Geração “y”

8º prêmio – menção honrosa
JÉSSICA MILENA DA SILVA – título: Não há futuro se não houver perseverança

9º prêmio – menção honrosa
MAYARA DE MELO – título: A persistência e os jovens

10º prêmio – menção honrosa
MAINÃ MARQUES BELÉM VEIGA – título: A juventude e suas provas de perseverança

11º prêmio – menção honrosa
DANIELA CRISTINA ZAMBOLI – título: Persistência

12º prêmio – menção honrosa
PEDRO SILVA MINGOTTI – título: De mãos no futuro

PREMIAÇÃO DA CATEGORIA MIRIM: 

1º lugar
KAUÊ RIGOLO – título: Hora para tudo... dentro de casa.

2º lugar
LEONARDO MARQUES DA SILVA – título: Amor da minha vida

3º lugar
PEDRO DONADON PETRECHEN – título: Superação para a inscrição

4º lugar – medalha de ouro
LAURA DE SOUZA BOATO – título: Aprendendo com os erros

5º lugar – medalha de prata
LEONARDO OLIVEIRA FRANCO – título: A separação

6º lugar – medalha de bronze
PEDRO HENRIQUE SILVA FONSECA – título: É gooooool

7º prêmio – menção honrosa
LEVY RIBEIRO MATOS – título: Querido diário

8º prêmio – menção honrosa
GUILHERME Y KOYAMA – título: Querido diário

9º prêmio – menção honrosa
MARLON ISAQUE DAMAZO RODRIGUES – título: Obstáculos da vida

10º prêmio – menção honrosa
MARINA BRUNELLI FERREIRA BUENO – título: Meu diário imaginativo

11º prêmio – menção honrosa
JÚLIA GRAÇÃO SAITO – título: Diário: Meu sonho

12º prêmio – menção honrosa
IRIS CÉSAR SILVEIRA – título: Vencendo o meu maior inimigo

PREMIAÇÃO DA CATEGORIA INFANTIL 

1º lugar
GUILHERME JACOB KOZENEVSKAS – título: Dia “D” para nunca mais esquecer

2º lugar
LÍVIA TECK BALBINO – título: Espantalho, meu amigo dislexo

3º lugar
NATÁLIA SIQUEIRA – título: O eu de Oz

4º prêmio – medalha de ouro
DANIEL ROVERI BALESTRIN – título: Meu carrinho de rolemã

5º prêmio – medalha de prata
REBECA FRANZONI MATHEUS – título: Rindo muito alto

6º prêmio – medalha de bronze
GUILHERME EIJI ISHIDA – título: A estrada de Tijolos Amarelos

7º prêmio – menção honrosa
ESTHER MIDORI YABUUTI – título: Linha do tempo e a terra do Oz

8º prêmio – menção honrosa
AUGUSTO ALVES VIEIRA – título: O mundo do silêncio

9º prêmio – menção honrosa
GIOVANNA ALENCAR DE OLIVEIRA – título: Os sonhos se realizam

10º prêmio – menção honrosa
ANDRÉ BARBOSA DE ARAÚJO – título: Desistir? Nunca...

11º prêmio – menção honrosa
VICTOR CASTRO VASQUES - título: Quatro craques

12º prêmio – menção honrosa
ISABELA BEATRIZ FRANCO – título: Bob, um amigo fiel

CATEGORIA ADULTO 

1º lugar
PAMMELA DI NONATO – título: João e o barro

2º lugar
LUCILENE APARECIDA GODOY DE LAZARI – título: Para o meu avô negro

3º lugar
EDIVANI DA ROCHA PRADO – título: Pedras no caminho

4º - Medalha de Ouro
CARMEN ALINE ALVARES NOGUEIRA – título: Superare

5º - Medalha de Prata
ERIKA RITA MOSCATO – título: Janaína fumaça

6º - Medalha de Bronze
DANILO RODRIGUES DE CASTRO – título: Nos trilhos do trem

7º prêmio – menção honrosa
ISABEL CRISTINA F ACCIERI – título: A esperança do porvir

8º prêmio – menção honrosa
MARIA CRISTINA M DURANTE – título: Desafios da vida

9º prêmio – menção honrosa
JANETE LÚCIA DE ASSIS – título: Pedras no caminho?

10º prêmio – menção honrosa
JOÃO CIRILO – título: Superações

11º prêmio – menção honrosa
TOBIAS HENRIQUE TÂMEGA – título: A rocha forte

12º prêmio – menção honrosa
FLÁVIA MARIA CARVALHO – título: Nem pfs, nem travesseiros de penas

Fonte: 
http://www2.jundiai.sp.gov.br/?p=46589

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 751)



Uma Trova de Ademar  

Se o livre-arbítrio é uma escolha, 
e, não vendo outra saída, 
arranquei folha por folha 
do livro da minha vida... 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

A saudade, na insistência
em devolver-me o passado,
faz a dor de tua ausência
tomar forma... do meu lado!
–Ivone Prado/MG– 

Uma Trova Potiguar  

Pode ir embora, querida...
Que eu guardo a dor compulsória
de ter que arrancar da vida
quem tatuei na memória...
–Manoel Cavalcante/RN– 

Uma Trova Premiada  

1985   -  Porto Alegre/RS 
Tema   -  UNIÃO   -  2º Lugar 

Nossa união foi, somente,
simples prefácio bonito
de um livro que, infelizmente,
não chegou a ser escrito. 
–Arlindo Tadeu Hagen/MG– 

...E Suas Trovas Ficaram  

O drama da despedida 
foi termos ambos notado: 
tua lágrima fingida 
e o meu sorriso forçado.
–Hegel Pontes/MG– 

Uma  Poesia  

O improviso, que é sempre uma surpresa,
é o momento supremo da emoção
de quem logra ter grande inspiração
para encher a poesia de beleza;
uma estrela distante, com certeza,
manda um sonho de ouro pra o poeta,
que se sente tocado de uma seta
no recinto da lógica e da mente;
brilha logo a faísca do repente
e um poema, em segundos, se completa.
–José Lucas de Barros/RN– 

Soneto do Dia

Bom Dia, Amigo Sol ! 
- J. G. de Araujo Jorge/AC - 
         
Bom dia, amigo Sol! A casa é tua!
As bandas da janela abre e escancara,
- deixa que entre a manhã sonora e clara
que anda lá fora alegre pela rua!

Entre! Vem surpreendê-la quase nua,
doura-lhe as formas de beleza rara...
Na intimidade em que a deixei, repara
Que a sua carne é branca como a Lua!

Bom dia, amigo Sol! É esse o meu ninho...
Que não repares no seu desalinho
nem no ar cheio de sombras, de cansaços...

Entra! Só tu possuis esse direito,
- de surpreendê-la, quente dos meus braços,
no aconchego feliz do nosso leito!...

Revista Literária “O Estilingue” em Itajaí/SC (Lançamento em 14 de Dezembro)


O Coletivo de Escritores Periféricos de Itajaí, promove no dia 14 de dezembro às 19 horas, o lançamento da Revista Literária ‘’O Estilingue’’, na sua décima primeira edição, pela editora Alternativa de Itajaí. 

Nas palavras da diretora da revista, Rute Margarida Rita: Dando vazão as vozes dissonantes da sociedade, viemos expressar com todo o rigor e vigor, na eterna luta de se fazer presente e visíveis. Nessa edição referenciamos nossos locais de origem, nossa africanidade e brasilidade, nossa cidade, país, nossa infância e, sobretudo os nossos mais profundos descobrisses. Ainda na palavra da promotora cultural: Nessa edição em especial, para além dos escritores periféricos da cidade de Itajaí, damos voz e vez para nossos amigos do movimento indígena, na fala da jornalista e ativista baiana Ana Paula Kalantã, da etnia Indígena Pataxó. O mesmo na fala dos nossos amigos poetas, contistas e cronistas de Moçambique. 

Fone:(047)91264134-Samuel da Costa. .e-mail: contatorevistaoestilingue@gmail.com

Apoio: Tatoo Open Bar

O que: lançamento da Revista Literária ‘’O Estilingue’’ edição nº11.

Onde: Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Jr, Rua: Heitor Liberato, nº 1100- Bairro Vila Operária, Itajaí-SC. Fone(047) 3348.3322- 33.480038.

Data: sexta-feira dia 14 de dezembro às 19 horas.

Quanto custa: R$10 a revista.

Fonte:
Samuel da Costa

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 750)


Uma Trova de Ademar


Uma Trova Nacional 

Vendo a sogra na cozinha, 
o genro sente o transtorno: 
dá dois beijos na galinha 
e põe a sogra no forno! 
–Alcyr Souto Maior/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

Esta velha de ar absorto, 
que quer ser adolescente; 
debutou quando o mar morto, 
ainda estava doente. 
–Aparício Fernades/RN– 

Uma Trova Premiada  

2010   -  Ribeirão Preto/SP 
Tema   -  TURISTA   -  M/E 

Meu marido é um “veranista”... 
Adora uma “temporada”... 
“Comparece”.. igual turista... 
uma vez por ano e...”nada”! 
–Jaime Pina da Silveira/SP– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Barulho na copa. A moça 
com modos nada serenos: 
– Que foi Maria? Mais louça? 
– Qual o quê, patroa. Menos! 
–Eno Teodoro Wanke/PR– 

Uma  Poesia  

Ensinei meu avô tomar Viagra, 
minha avó me pediu também tomou, 
com uma hora o velho se animou 
e disse ele vem cá velhinha magra; 
venha ver como o homem se consagra 
dos mais fortes de todos os animais, 
e a velhinha ali, caiu pra trás, 
era dentro do quarto o velho veio, 
fiz a cama dos dois torar no meio 
e o que é que me falta fazer mais? 
–Pedro Bandeira/PB– 

Soneto do Dia  

SOCIOLOGIA. 
–Lisindo Coppoli/SP– 

Resolvido a lutar contra a indigência, 
Hoje, cheio de nobres intenções, 
Cuida o governo das populações 
Com a sociologia, a nova ciência. 

SESC, SENAI, seguro, previdência 
E muitas outras boas instituições 
São, em nosso país, inovações 
Que ao povo suavizam a existência. 

Nada disso existia antigamente; 
O pobre era animal desprotegido: 
Trabalhava e comia, unicamente. 

Hoje em dia é outra coisa! Não se come. 
Mas existe o sociólogo incumbido 
De estudar e medir a nossa fome. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Carlos Lúcio Gontijo (Minha BH interior)


(Aos 115 anos de Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 2012)

Pampulha, Praça 7, Afonso Pena e Pirulito
Tudo ali é rito de cativante fonte de prosa
Horizonte embebido em aragem de luz
Soa o sino da Igreja da Boa Viagem
Abraço floresce tal qual sina de semente
Cultivada no regaço do Parque Municipal
O bate-papo termina no chope de um bar
Balcão de boteco se transforma em beira-mar
Toda Belo Horizonte cheira a Mercado Central
Mineiro é sinônimo de encontro marcado
Ressabiado como se meeiro de algum ouro fosse
Nunca se perde nem anda a esmo
Tem a si mesmo como provinciana capital
Tece arte e canta no ?clube da esquina? do amor
Por isso percebe em BH o seu próprio interior!

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 749)




Uma Trova de Ademar  

Sem ter culpabilidade, 
eu vivo ainda os lampejos 
que você, nesta saudade 
faz brotar dos meus desejos. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Potiguar  

Quando a luz do sol clareia, 
do sono, meu corpo acorda; 
e em noite de lua cheia 
minha inspiração transborda. 
–Tarcício Fernandes/RN– 

Uma Trova Premiada  

2012   -  Clube Trov. Capixabas/ES 
Tema   -  PESCADORES   -  3º Lugar 

Quando os Pescadores poetas, 
Nas águas vão se inspirar, 
Jogam as redes inquietas 
E puxam versos do mar 
–Roberto Tchepelentyky/SP– 

..E Suas Trovas Ficaram  

Janela, a bem da verdade, 
teu ranger, esse chiado, 
são gemidos de saudade 
na voz rouca do passado. 
–Ernesto Tavares de Souza/SP– 

Uma  Poesia  

Eu também nunca mais tive a virtude 
de voltar à casinha onde nasci 
de correr no terreiro onde corri 
nos arroubos de minha juventude. 
Os meus sonhos de infância na verdade 
guardo todos nas páginas da memória, 
se os meus sonhos fizeram minha história 
vão fazendo o meu livro de saudade! 
–Prof. Garcia/RN– 

Soneto do Dia  

D E S E J O. 
–Diniz Vitorino/PB– 

No meu último instante, quero acesas 
as estrelas banhadas de neblinas, 
e, ao sussurro de orquestra montanhesas, 
dançar valsas com rosas bailarinas. 

Satisfeito soltar as lágrimas presas, 
da alcova luminosa das retinas. 
derramar todas elas, sem tristezas, 
no gramados das chãs esmeraldinas. 

Beber gotas do pólen fecundado, 
sobre o colo do galho esverdeado, 
onde a flor engravida sem sentir! 

Deleitar-me na paz que envolve a fonte 
morrer bêbado fitando o horizonte, 
vendo a lua deitar-se pra dormir!...

Mil Poemas para Gonçalves Dias (Participe!!!)


Dilercy Adler, psicóloga e poeta, está organizando, com o Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz , Maranhão, onde mora a antologia Mil Poemas a Gonçalves Dias.Leia no meu post imediatamente anterior.

A participação é sem ônus para os poetas.

Tendo participado da antologia a Neruda, de Alfred Asís, ela agora, está nesse trabalho brasileiro-e convida a todos que escrevem Poesia a essa inclusão.Como aplaudimos, Alfed Asís, já faz escola, com seu exemplo.

Segundo a poetamiga Dilercy, ainda não foi alcançado o número de mil autores.Então, corram com seus poemas ao grande poeta que, fora do País, lembrava "Minha terra tem palmeiras/onde canta o sabiá/as aves que aqui gorjeiam/não gorjeiam como lá"

A antologia terá lançamento em 2013.

Clevane Pessoa
hana.haruko2@gmail.com

"Lembro a todos a importância da participação na Antologia em homenagem a Gonçalves Dias, ainda não completamos a meta dos 1000 poemas. Gostaria de contar com a participação dos queridos confrades e confreiras e fazer saber a todos que a nossa querida confreira Ilda Costa Brasil prestou uma inestimável contribuição à nossa homenagem a gonçalves Dias mediando os seus alunos na construção de poesias desse seu trablho reultou quantitativo razoável de jovens participantes!!! 

Saudações Gonçalvinas,
Dilercy Adler"
(dilercy@hotmail.com)

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 748)




Uma Trova de Ademar  

Só seu regresso conforta, 
mas já estou delirando... 
Sempre que alguém bata à porta 
penso que é você voltando! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Em sonhos ouço teus passos, 
e numa ilusão só minha, 
eu sinto até teu abraço, 
acordo e choro sozinha. 
–Neoly Vargas/RS– 

Uma Trova Potiguar  

Quem deixa a vida pacata,
pra se prender a tormentos,
tem nó, que nunca desata,
no cordão dos sentimentos.
–Marcos Medeiros/RN– 

Uma Trova Premiada  

2007   -  Nova Friburgo/RJ 
Tema   -  MENSAGEM   -  2º Lugar 

Nos momentos de incerteza, 
a mensagem de afeição 
pode estar na sutileza 
de um simples toque de mão. 
–Adilson Maia/RJ– 

...E Suas Trovas Ficaram  

O devaneio profundo
pelos caminhos da mente,
liberta a gente do mundo
que oprime o mundo da gente! 
Aloísio Alves da Costa/CE– 

Uma  Poesia  

Eu não sei em que lugar 
ouvi e guardo comigo, 
que ter fortuna e ser só, 
faz do ricaço um mendigo, 
aliás, muito pior, 
pois nem no Céu tem abrigo! 
–José Ouverney/SP– 

Soneto do Dia  

COVA 
–Antônio Roberto Fernandes/RJ– 

Cova é palavra que, naturalmente, 
lembra morte, mistério e nos espanta 
pois cova tanto é o lar de uma serpente 
como, na Iria, foi o altar da santa. 

Na cova o lavrador deita a semente 
pra que ela morra e gere nova planta. 
Sempre uma cova espera pela gente 
e quem se deita lá não se levanta. 

Mas na lavoura da felicidade 
somos a terra, o fruto e a semente 
– mistério da humaníssima trindade – 

pois se louco de amor seu corpo enlaço 
penetro em sua cova e, de repente, 
deliro... e morro... e me sepulto... e nasço!

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 747)



Uma Trova de Ademar  

Tive amores - não sei quantos - 
Saudades tive, é verdade. 
Mas sei... derramando prantos, 
ninguém mata uma saudade! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Nossas almas em pedaços 
se uniram por desatinos, 
pois são também de fracassos 
Que se lapidam destinos! 
–João Batista X. Oliveira/SP– 

Uma Trova Potiguar  

A tímida luz da lua, 
que me inebria de encanto.. 
veio iluminar a rua, 
acalentando o meu pranto! 
–Eva Yanni Garcia/RN– 

Uma Trova Premiada  

1965   -  Bandeirantes/PR 
Tema   -  SOLIDÃO   -  3º Lugar 

A mais cruel solidão
é a do cego (sina triste),
vivendo na escuridão,
sabendo que a luz existe.
–Gilvan Carneiro da silva/RJ– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Morre Cristo, o palestino 
e, na vida transitória, 
a história do seu destino 
muda o destino da história.
–Hegel Pontes/MG– 

Uma  Poesia  

Não revelo meu segredo, 
se temo ventos ao léu... 
Relâmpago é luz que acende; 
se um trovão faz escarcéu, 
eu penso: é festa de arromba 
dos anjinhos, lá no céu! 
Vanda Fagundes Queiroz/PR– 

Soneto do Dia  

FIM DE JORNADA. 
–José Antonio Jacob/MG–

Enquanto minha pena versifica 
Versos de amor em minha caderneta 
Vejo passar o tempo na ampulheta, 
- Mas na ampulheta o tempo sempre fica!

Tanta saudade sua não se explica... 
Desenho um coração com a caneta 
E dentro dele um nome clarifica... 
Arranco a folha e a guardo na gaveta.

Finda a jornada vou ao bar ao lado, 
Para esquecer o amor da minha vida 
Tranquei lá no escritório o nome amado...

E, ainda, cansado dessa solidão, 
Eu peço uma caneta e uma bebida 
E escrevo o nome dela no balcão.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 746)



Uma Trova de Ademar  

O tempo, já quase em fuga, 
para aumentar meu desgosto, 
fez nascer mais uma ruga 
entre as rugas do meu rosto! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Um desejo singular 
me ocorre, claro e preciso: 
devararinho beijar 
ternamente o teu sorriso. 
–Jeanette De Cnop/PR– 

Uma Trova Potiguar  

Em sinal de advertência, 
pela a agressão à floresta... 
a flora pede clemência: 
- Preserve o que ainda resta! 
–Djalma Mota/RN– 

Uma Trova Premiada  

2011   -  ATRN-Natal/RN 
Tema   -  VERTENTE   -  10º Lugar 

Quando a tristeza malvada
mareja os olhos da gente,
forma-se, então, a enxurrada
que desce feito vertente...
–Antonio Colavite Filho/SP–

...E Suas Trovas Ficaram  

Chega a noite...aumenta o frio... 
e esta revolta em meu peito, 
se faz maior que o vazio, 
que tu deixaste em meu leito!... 
–Aloísio Alves da Costa/CE– 

Uma  Poesia  

Penso o céu como o esplendor 
do grande encontro fraterno, 
e a vida aqui como a trilha 
de retorno ao Lar Paterno, 
onde de braços abertos 
nos espera o Amor eterno. 
–A. A de Assis/PR– 

Soneto do Dia  

DESPEJADAS.
–Haroldo Lyra/CE–

Trocou su’alma santa e o mais sutil
traço de vida calma e intemerata,
pelo vesgo contágio da ribalta 
que lhe acena com brilho mercantil.

Na luxúria, no beijo que arrebata
das entranhas da carne o gozo vil,
paga o preço que a fama discutiu
nas premissas que o vero não retrata. 

E colhe entre os abraços repentinos,
os laivos dos amores clandestinos,
em cavilosas juras gotejadas,

que tão cedo lhe explodem em desenganos,
martírio desses tratos levianos:
o alto custo das ninfas despejadas. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Uma Pequena Pausa

Amanhã estarei viajando para São Paulo para realizar um tratamento de saúde, e deverei me ausentar por alguns dias, até dia 12, onde será dificil o acesso a internet. Este período não haverá postagens, salvo consiga alguma lan house proxima de onde estarei.

Espero que compreendam, e enfatizo que podem continuar enviando seus textos para pavilhaoliterario@gmail.com, que ao retornar irei colocando-os no blog.

Obrigado
José Feldman

Francisco Pessoa (O que é que Ele falta fazer mais!)


A. A. De Assis (Revista Virtual de Trovas “Trovia” – n. 156 – Dezembro de 2012)





Neste Natal eu vou pôr 
minha boca na janela 
para você, por favor, 
deixar o seu beijo nela...
Antônio Roberto

Deus de amor, eu vos suplico:
dai-me a glória deste dom:
não de afirmar: "– Eu sou rico!",
mas de sentir: "– Eu sou bom!"
Aparício Fernandes

Como a gaivota perdida,
que o vento arrasta nos braços,
perdi o rumo da vida,
quando seguia os teus passos.
Hegel Pontes

Que alegria pode haver
no Natal, com maior brilho, 
que esperar amanhecer
no olhar em festa de um filho?
JG de Araújo Jorge

A Lua, que nos clareia,
é diferente de quem,
recebendo luz alheia,
não ilumina...ninguém!
João Freire Filho

Festejo tanto e bendigo
vitórias que os outros têm, 
que a vitória de um amigo
parece minha também!
Luiz Otávio

Se a visita é cansativa,
use o truque da vovó:      
diga que é hora votiva,
puxe a reza. É uma vez só...
Amilton Maciel – SP

Fugindo pela janela,
o “dom juan” quis “dar no pé”.
– Um fantasma!, gritou ela.
E o marido: – Agora é!
Angélica V. Santos – SP

Já perdi a compreensão:
vejam só quanta maldade!
Me curei do coração,
para morrer de saudade...
Ari Santos de Campos – SC

No verão ela anuncia
que o nudismo é a sensação
e o que só o marido via,
agora todos verão!
Arlindo Tadeu Hagen – MG

No trabalho a vida é dura...
minha grana é tão ausente,
que vendi a dentadura
pra comprar pasta de dente!
Clenir Neves – Austrália

Eu e o sapo temos tosca
maneira de encher o papo:
feliz, ele engole mosca
e, eu, à força, engulo sapo.
José Lucas de Barros – RJ

Na linguagem do sertão,
pra facilitar a rima,
helicóptero é “avião
com um papavento em cima”...
Osvaldo Reis – PR

São dois no espaço de um só,
de agarradinhos que estão…
E a moça, após o forró,
terá direito a pensão!
Therezinha Brisolla – SP

Vem vindo um tempo sem bombas,
sem tanques e sem canhões.
Falcões darão vez às pombas,
e os fuzis aos violões!
A. A. de Assis – PR

Numa hora como esta,
uma trova outra atropela:
são que nem moças na festa,
cada qual quer ser mais bela!
Adamo Pasquarelli – SP

Na minha dor pus de pé,
com esperanças sem fim,
a fortaleza da fé
que existe dentro de mim.
Ademar Macedo – RN

Não me negues teu retrato
que isso é tola precaução,
pois já o tenho de fato
gravado no coração!
Agostinho Rodrigues – RJ

Se temos paz, temos tudo,
pois ela nos satisfaz!
Conheço gente, contudo,
que tem "tudo", menos paz!
A. M. A. Sardenberg – RJ

Quem quiser ser um artista
tem que seguir as canções,
passar a vida na pista
para abalar corações.
Antonio Cabral Filho – RJ

Evita os tortos caminhos,
que o céu não vem por milagre;
o tempo apura os bons vinhos,
e, os maus, transforma em vinagre.
Antonio Juraci Siqueira – PA

Sem notar que a vida passa,
esta emoção me extasia:
Meus netos correm na praça
onde, em criança, eu corria!
Carolina Ramos – SP

A vida me revigora
lembranças que tanto amei.
E dos sonhos junto agora
os retalhos que guardei!
Conceição Abritta – MG 

Rasguei carta, telegrama,
fotos, bilhetes de amor,
mas ao deitar nesta cama
rasga-me o peito esta dor!
Conceição de Assis – MG

Esquece do amor o canto,
não vivas nesta ilusão;
com isso afastas o pranto,
libertas teu coração!
Cyroba Ritzman – PR

Ao teu cais, meu barco atado,
por um nó frouxo demais,
vai sendo, aos poucos, levado
para os braços de outro cais...
Darly O. Barros – SP

Eu vejo Deus na magia
dos versos simples que teço,
Deus é rima, amor, poesia,
é  fim,  é meio,  é começo!
Delcy Canalles – SC

Não há palavra nenhuma
tão grande quanto “saudade”,
que em sete letras resuma
a dor e a felicidade!
Diamantino Ferreira – RJ

Pego o barco, empunho o remo,
e, entre as mil pedras do rio,
da vida ao limite extremo
eu me entrego ao desafio.
Dorothy J. Moretti – SP

A um solitário que afronta
os ermos do coração,
a multidão amedronta
muito mais que a solidão...
Edmar Japiassú Maia – RJ

Desse bilhete velhinho
o passado não se apaga;
onde falta um pedacinho,
a saudade cobre a vaga...
Élen de Novaes Félix – RJ

Saudade é uma dor pousada
nos ombros da solidão:
felicidade passada,
vedada a repetição.
Eliana Jimenez – SC

Desta emoção incontida
não faço nenhum alarde...
E culpo demais a vida,
por te encontrar muito tarde.
Ercy Marques de Faria – SP

Velho mosteiro em ruínas,
longe das ondas do mar,
ondas que beijam cantinas
a ti não querem beijar.
Evandro Sarmento – RJ

Desperto e fico tristonho,
é triste o meu despertar,
ver acabado o meu sonho
antes do sonho acabar!
Francisco Garcia – RN

Os meus amigos são tantos
de uma bondade sem fim,
que não preciso ter prantos
pois eles choram por mim!
Francisco Pessoa – CE

Velho – carrego esperanças,
adubando a vida em flor:
quem não cultiva as lembranças
mata as raízes do amor.
Gabriel Bicalho – MG

De São Francisco a pobreza,
tão pobre como ninguém...
Mas quem me dera a riqueza
de ser pobre assim também!
Gasparini Filho – SP

Meus lábios apaixonados 
bebem o orvalho dos teus,
desses teus lábios molhados
que sonham com os lábios meus!
Gislaine Canales – SC

A esperança é uma resposta
com malícia de mulher:
– Sabendo o que a gente gosta,
promete o que a gente quer…
Izo Goldman – SP 

Menos triste, mais cantante...
seria o mundo sem dor,
se ouvisse o som cativante
da doce palavra Amor!
JB Xavier – SP

Nossas almas tão unidas
num mistério sedutor;
parece que de outras vidas
já nutriam grande amor!
João Batista X. Oliveira – SP

Transformou nosso destino
uma pequena criança,
pois junto a Jesus menino
nasceu no mundo a esperança!
Jeanette De Cnop – PR

Um gosto de fim de festa,
tristeza, desilusão.
É tudo enfim que nos resta
depois que os sonhos se vão...
João Costa – RJ

Tanta gente em si perdida,
entre sombras se escondendo.
Cada dia é outra vida
que em disfarces vai morrendo...
José Feldman – PR

É num desabafo mudo
que muita gente se trai,
deixando o olhar dizer tudo
que com palavras não sai!
José Ouverney – SP

De antemão lá vai o aviso:
flor é amor maior, carinho,
paz e tudo que preciso...
Bem melhor ser flor que espinho!
Laérson Quaresma – SP

Eu tenho perseverança
e à tristeza me anteponho:
garimpeiro da esperança,
sempre vivi do meu sonho.
Luiz Carlos Abritta – MG

Pra ser feliz nesta vida
não é preciso inventar.
Basta um prato de comida,
um grande amor e... sonhar!
Maria Lúcia Fernandes-RJ

Quem planta em terras fecundas
colhe bons frutos – e mais:
cria raízes profundas
à prova de vendavais.
Mª Madalena Ferreira – RJ

Nunca temerei fracassos,
chegarei mesmo sozinho.
Quem segue do pai os passos
sabe as curvas do caminho...
Manoel Cavalcante – RN

Janela do meu encanto,
de alcance manso e profundo...
À noite, levas meu pranto;
de manhã, trazes meu mundo!
Mara Melinni – RN

Se caem do céu as águas
com tanta beleza e encanto,
por que desencanto e mágoas
há nas águas do meu pranto?
Mª Conceição Fagundes – PR

Para encantar a velhice,
ser tranquilo, sonhador,
há que desde a meninice
plantar sementes de amor.
Marina Valente – SP

Garoto, olhando pro céu,
vê chuva e sonha enxurrada;
faz barquinho de papel,
com bilhete à “namorada”.
Mário Zamataro – PR

Ouço os ecos do meu pranto
desde o dia em que partiste;
hoje vivo em desencanto,
num viver... amargo e triste!
Maurício Friedrich – PR 

Digo que a insônia é bendita
quando traz a inspiração
para a poesia infinita
dormir em meu coração.
Marcos Medeiros – RN

Quando é longa e dura a estrada,
nós sempre aprendemos tanto,
que as conquistas, na chegada,
têm sempre o dobro do encanto.
Olga Agulhon – PR

Na estação do meu anseio,
nos perdemos de nós dois...
– Não foi o trem que não veio,
fui eu que cheguei depois!...
Pedro Mello – SP

No seco botão de rosa,
que me deste em tenra idade,
vejo a ponte afetuosa
que me conduz à saudade.
Renato Alves – RJ

Eu comprei uma ampulheta
pra entender o tempo assim.
Mas só vi a silhueta
de um vai e volta sem fim.
Renato Leite Goetten – PR

Sou rio, minha querida,
correndo para o seu mar
para adoçar sua vida
sem pena de me salgar.
Roberto Acruche – RJ

Qual a brisa, calmamente,
ou ligeira ventania,
passa o tempo – "indiferente",
dia e noite... noite e dia...
Ruth Farah – RJ

No refúgio desmanchamos,
quando ficamos a sós,
esses nós que carregamos
no fundo de todos nós!
Selma Patti Spinelli – SP

Destemido e dedicado,
companhia cativante.
Com meu pai sempre ao meu lado,
sou forte como um gigante!
Vânia Ennes – PR

No livro, em que foi guardada
para lembrar nosso amor, 
morre a flor, desidratada,
pois “pranto” não rega a flor
Wandira Fagundes Queiroz – PR
================================
Visite:
http://poesiaemtrovas.blogspot.com/   
http//www.falandodetrova.com.br/   
=================================



Nathan de Castro (Para Brincar de Sombras)


Ialmar Pio Schneider (Efemérides Poética: Novembro)



Nota: Na formatação da imagem onde está Eça de Queiro, leia Queiróz - 
perdoe a falha, 
José Feldman

SONETO A GONÇALVES DIAS 

Falecimento do poeta em 3.11.1864- In Memoriam -

Poeta das palmeiras e também 
dos indígenas, com força genial, 
cantou grandes amores que ninguém 
houvera feito assim sentimental... 

Lendo seus versos a saudade vem 
me visitar de modo especial, 
da minha terra que palmeiras tem 
onde o sabiá modula sem igual. 

Gonçalves Dias, vate da natura, 
és um astro que em nosso céu fulgura, 
com tuas mais românticas poesias... 

Soubeste transmitir a inspiração 
que as Musas te trouxeram na soidão 
do mundo ideal das alegorias !

SONETO A CARLOS MAGALHÃES DE AZEREDO 

- Falecimento do poeta em 4.11.1963 aos 91 anos. - In Memoriam -. 

Quando leio sonetos dos poetas, 
velhos românticos de antigamente, 
sinto quão suas musas são diletas 
nos versos que escreveram docemente... 

Poesias inspiradas e discretas, 
mas também outras, de romance ardente, 
que tudo dizem, atingindo as metas 
que se propunham, na paixão ingente. 

Leio Carlos Magalhães de Azeredo, 
o seu ´´Verão e Outono´´, em que demoro, 
curtindo um verso no final do enredo 

em que ele escreve: ´´Doce e amargo encanto ! 
São tuas próprias lágrimas que choro !´´ 
E aprendo, então, como é tão forte o pranto...

A RUI BARBOSA 

Nascimento do escritor Rui Barbosa em 5.11.1849 – In Memoriam -

Rui Barbosa 
Literato 
Foi de fato 
Rei da Prosa. 

Escritor 
Mui correto 
Tão dileto 
Prosador. 

Assombrou 
C´o saber 
Tão profundo... 

Pois honrou 
Seu dever 
Neste mundo.

SONETO ALEXANDRINO A AMADEU AMARAL 

Nascimento do poeta Amadeu Amaral em 6.11.1875 – In Memoriam -

“Rios”, “Sonhos de Amor”, e “A um Adolescente”, 
são sonetos de escol que leio comovido, 
porque me fazem bem neste dia envolvente 
pela nublada luz do céu escurecido... 

E fico a meditar, trazendo para a mente, 
os poemas “A Estátua e a Rosa”, em sublime sentido; 
“Prece da Tarde”, quando exsurge a voz do crente 
como um sopro de amor no caminho escolhido... 

Estou perante o mestre Amadeu Amaral, 
cujos versos serão sempre muito admirados, 
como régio cultor da nobre poesia... 

Além do mais, ficou sendo vate Imortal, 
pois eleito ele foi por membros consagrados 
de nossa Brasileira Excelsa Academia !

SONETO A FÉLIX ARVERS 

Falecimento do poeta francês Félix Arvers em 7.11.1850 –  In Memoriam -

Quem num soneto soube engendrar um mistério, 
para cantar o amor resguardado em segredo, 
que o fizesse sofrer um tormento tão sério, 
sem conseguir lhe dar um venturoso enredo?! 

Romântico poeta, empunhando o saltério 
da inspiração febril de timidez e medo, 
passou por este Mundo, adotando o critério 
de não se declarar porque seria alpedo... 

Pois aquela que amava, ao dever sempre presa, 
prosseguia ao seu lado, ostentando a beleza 
que Deus lhe deu e vai cumprindo seu mister... 

porque vivendo com tamanha seriedade, 
há de permanecer por toda Eternidade, 
na poesia qual a misteriosa mulher !

SONETO PARA CECÍLIA MEIRELES 

Nascimento da poeta em 7.11.1901 – In Memoriam -

Procuro viajar nestes poemas 
que me emocionam tanto e permaneço 
conhecendo em mais variados temas, 
a vida alegre ou triste em que padeço... 

Procurei fazer versos, de tropeço 
em tropeço, p´ra resolver problemas 
que enfrentei no viver, desde o começo, 
quando me apareciam os dilemas. 

Um dia encontrei doce poesia 
melancólica, plena de ternura, 
mas também sempre límpida e correta. 

São horas de tristeza e nostalgia 
que me suscitam a feliz candura, 
de Cecília Meireles, a poeta !

SONETO A ARTHUR RIMBAUD 

Falecimento do poeta francês em 10.11.1891 – In Memoriam -

Jovem poeta que parou bem cedo 
de fazer versos plenos de emoção... 
Soneto de “Vogais” em cujo enredo 
cada uma tem a significação. 

Sua obra não foi simples arremedo 
de alguém que pensa apenas na ilusão; 
não se sabe do enigma nem do medo 
de a poesia dar continuação... 

O certo é que depois, quando indagado 
se era parente de Rimbaud, dizia: 
“Eu nunca ouvi falar !” E assim calado 

continuou pelo resta da vida, só, 
com sua nova e vã filosofia 
em que se sabe que seremos pó !

SONETO A AUGUSTO DOS ANJOS 

Falecimento do poeta em 12.11.1914 – In Memoriam -

Leio seus versos de poeta ousado, 
e me comovo com a verve forte, 
que se deprime qual um condenado, 
a cada instante lamentando a sorte. 

Mas foi um grande, embora desgraçado, 
sem ter um lenitivo que o conforte, 
em cada verso um passo encaminhado 
rumo ao destino que o esperava: a morte ! 

E sendo um vândalo destruidor, 
andou por ´´templos claros e risonhos´´, 
como num pesadelo com pavor... 

Então, num ímpeto de iconoclastas, 
´´quebrou a imagem dos seus próprios sonhos´´, 
´´erguendo os gládios e brandindo as hastas´´!

SONETO A JOSÉ SARAMAGO 

Nascimento do escritor em 16.11.1922 – In Memoriam -

Nobre escritor, poeta e romancista, 
em cujas páginas busquei seguir 
seu ideal de enfático humanista, 
pelo qual labutava a refletir. 

Com o Chico Buarque, na entrevista 
que dava ao Jô Soares, fez sentir 
a sua indignação de socialista, 
ao perguntar: Por quê? Ao assistir 

aos acampados da Reforma Agrária, 
que sob à lona preta sem conforto, 
sonhavam com um pedaço deste chão 

pra formar uma gleba societária. 
E assim, permanecendo mais absorto, 
era o retrato da desilusão !

SONETO A CRUZ E SOUSA 

Nascimento do poeta em 24.11.1861 – In Memoriam -

Poeta das Visões e dos Mistérios, 
Evocando outros mundos de Quimera 
Onde devem viver seres etéreos 
Que por aqui passaram n´outra Era... 

São espíritos cuja Vida austera 
Atravessaram cá momentos sérios, 
Sem conhecer a eterna Primavera, 
Hoje ouvindo dos Anjos os saltérios... 

São as almas que o Vate Cruz e Sousa 
Evocava em seus versos: “ais perdidos 
Das primitivas legiões humanas?!” 

Lembramos que sua alma ora repousa 
Por Mundos para nós desconhecidos, 
Mas plenos de canções... louvor... hosanas...

APÓS LER CRIME DO PADRE AMARO DE EÇA DE QUEIROZ 

Nascimento do escritor em 25.11.1845 – In Memoriam -

Uma história de amor que nos surpreende, 
libélulo ao celibato imposto, 
lança no espírito feroz desgosto 
que por maior esforço não se entende. 

São os mistérios que jamais se aprende: 
uma existência trágica ao sol-posto 
penetra o cérebro e no próprio rosto 
dá contrações de nervos e se estende. 

O mundo estupefato ao Padre Amaro 
lançará seu desprezo inconformado, 
pois mesmo que procure achar amparo 

na vã filosofia de um idílio, 
surgirão tão fatal como o pecado 
a pobre Amélia morta e morto o filho...

SONETO  A GREGÓRIO DE MATOS

Falecimento do poeta em 26-11-1696 – In Memoriam -

Gregório de Matos – Boca do Inferno, 
assim o apelidou o poviléu, 
apesar de às vezes ser mui terno 
e descantar também bênçãos do céu... 

Na Bahia causavam escarcéu, 
suas notas satíricas e hodierno, 
se despertou talvez algum labéu, 
há de ficar seu estro sempiterno... 

Vejo que a data do seu nascimento, 
será sete de abril?! ou vinte e três, 
ou vinte de dezembro?! Não é certa... 

Mas sei que foi poeta de talento, 
e tudo o que escreveu, e disse, e fez, 
mostra a coragem de sua alma aberta…

Fontes:
Colaboração do poeta
Imagem = montagem por J. Feldman