quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Silmar Bohrer (Croniquinha) 102

Pois me prometi :

Vou caminhar até o rio ali na barra, nem que tenha que tomar o primeiro banho de chuva da primavera .

Delícia e quimera, quimera e mardelícia. 

E assim foi. Fui, fomos, eu e meus Eus. Nós todos, zebedeus. 

Pingos vieram, garoagens chegaram, chuvisqueiros, trovejares abundantes, a chuva romeira. 

Mais importante do que o feito é o sonho e a execução. 

Profecia virou instância, na tarde calma lavei a cara, o corpo, as ideias, lavei a alma. 

Vida exuberância.

Fonte: Texto enviado pelo autor 

Auta de Souza (Poemas Escolhidos) – 12 -


NO ÁLBUM DE DOLORES

Escuta-me bem, Dolores,
Não queiras meu nome aqui:
Ele não é colibri
Para viver entre flores.

Tu’alma, irmã de Jesus,
Como consente ficar
Sobre a mesa de um altar
Um pobre círio sem luz?

Meu triste nome choroso
Quer uma outra habitação;
Guarda-o no teu coração,
Lírio celeste e formoso!

Rasga esta folha, Dolores,
Não deixes meu nome ai:
Ele não é colibri
Para viver entre flores.
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NOITE CRUEL

Morrer... morrer... morrer... Fechar na terra os olhos
A tudo o que se ama, a tudo o que se adora;
E nunca mais ouvir a música sonora
Da ilusão a cantar da vida nos refolhos...

Sentir o coração ferir-se nos escolhos
De tormentoso mar, — pobre vaga que chora!
E no arranco final da derradeira hora,
Soluçando morrer num oceano de abrolhos.

Nem ao menos beijar — ó supremo desgosto!
A mão doce e fiel que nos enxuga o rosto
Mostrando-nos o céu suspenso de uma Cruz...

E perguntar a Deus na agonia e nas trevas:
Onde fica, Senhor, a terra a que nos levas,
Com as mãos postas no seio e os dois olhos sem luz?!
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NUM LEQUE

Na gaze loura deste leque adeja
Não sei que aroma místico e encantado...
Doce morena! Abençoado seja
O doce aroma de teu leque amado!

Quando o entreabres, a sorrir, na Igreja,
O templo inteiro fica embalsamado...
Até minh’alma carinhosa o beija,
Como a toalha de um altar sagrado.

E enquanto o aroma inebriante voa,
Unido aos hinos que, no coro, entoa
A voz de um órgão soluçando dores,

Só me parece que o choroso canto
Sobe da gaze de teu leque santo,
Cheio de luz e de perfume e flores!
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NUNCA MAIS

Que é feito de meu sonho, um sonho puro
Feito de rosa e feito de alabastro,
Quimera que brilhava, como um astro,
Pela noite sem fim do meu futuro?

Que é feito deste sonho, o cofre aberto
Que recebia as gotas de meu pranto,
Bagas de orvalho, folhas de amaranto,
Perdidas na solidão de meu deserto?

Ele passou como uma nuvem passa,
Roçando o azul em flor do firmamento...
Ele partiu, e apenas o tormento,
Sobre minh’alma triste, inda esvoaça.

Meu casto sonho! Lá se foi cantando,
Talvez em busca de uma pátria nova.
Deixou-me o coração como uma cova,
E dentro dele, o meu amor chorando.

Nunca mais voltará... Pois, que lhe importa
Esta morada lúgubre e sombria?
Não pode agasalhar uma alegria
Minh’alma, pobre morta!
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NOEMI

Eu quisera saber em que ela pensa,
Esta mimosa e santa criatura
Quando indeciso o seu olhar procura
Alguma estrela pelo azul suspensa;

E que tristeza, indefinida, imensa,
Do seu olhar na flama, ardente e pura,
Intérmina e suave se condensa
Como as brumas no céu em noite escura.

Pobre criança! Que infinita mágoa
Punge-te o seio e te anuvia os olhos
— Benditos olhos sempre rasos d’água!

Choras... E o mundo te oferece flores...
Deixa os espinhos, lágrimas e abrolhos,
Só para mim, que só conheço dores!

Fonte: Auta de Souza. Poemas. Publicado postumamente em 1932. Disponível em Domínio Público.

Lima Barreto (Generosidade)

Quando estive agora, ultimamente, no interior de São Paulo, confins desse Estado, próximo a Goiás e a Mato-Grosso, tive muita coisa a observar e muita coisa a meditar.

Lá, em Rio Preto, é ponta de trilhos e para lá vão ter toda a espécie de aventureiros, no bom ou mau sentido.

Há os "grileiros" fabricantes de títulos falsos de propriedades de terras; há os advogados; mas há também os que querem horizontes novos para a sua atividade e para o seu trabalho.

É justo que essa gente se mova para o interior do Brasil. Eu lá senti muito que já estivesse desfibrado, intoxicado de Rio de Janeiro, para não me deixar ficar por aquelas bandas, "cavando" e espalhando a graça e a harmonia da Guanabara que estão na minha alma. 

Tive lá um amigo, o Francisco de Sales, que é um portento de energia e honestidade. É um abridor de estradas. Ele as abre pelo deserto e faz por elas trafegar automóveis, nos quais andei graças à sua generosidade. Ele as traça por gosto e prazer, e tive um grande desgosto em não saber mais nada de topografia para auxiliá-lo.

Se ainda tivesse energia para recordar esse estudo elementar, ficaria lá para ajudá-lo no seu mister, mesmo com um simples nível de pedreiro e uma trena.

Muitas figuras como essa lá conheci de energia e de combate, no bom sentido. Feriu-me, porém, muito a de um médico, formado na Suíça, onde ganhou um ar severo de alemão, mas que tem o nome portuguesíssimo de Barros. O seu primeiro é Cenobelino; e, conquanto esteja iniciando a carreira, é de uma generosidade fidalga. 

Conto-lhes o caso.

O Dr. Cenobelino foi chamado para ver uma criança que tinha levado um coice de um cavalo, na cabeça.

A criança precisava de uma operação difícil, creio que de trepano. Era cara; a família do pequeno ou da pequena não a podia pagar. Ele se prontificou a fazê-la gratuitamente. 

A criança se salvou e não podia ver bilhete de loteria que não pedisse ao pai que o comprasse.

- Para quê?

- Para pagar ao doutor que me salvou.

Certo dia, o pai satisfez o pedido do filho e tirou a sorte. Escusado é dizer que recompensou generosamente o médico do filho.

(Publicado na Careta, 25-6-1921)

Fonte: Lima Barreto. Marginália. Publicado originalmente em postumamente 1953. Disponível em Domínio Público.

Hinos de Cidades Brasileiras (Areia Branca/RN)


por José Nicodemos

I
Junto ao mar, entre os raios alegres,
Deste sol de beleza invulgar
Tu nasceste ó terra querida,
Sobre areias da cor do luar.

II
Pequenina, no entanto, a grandeza,
Do Estado, altaneira, constróis,
Com o sal do teu mar generoso,
No teu solo que é berço de heróis,

III
És o berço de audazes marujos,
Cuja audácia é um cruzeiro de luz,
A luzir sobre os mares gigantes,
Onde a virgem o barco conduz.

IV
As salinas luzentes paisagens,
Imaginam em telas de sol...
São as vigas de nossa pujança,
Sustentando da história do farol.

V
O porto-ilha a brilhar, sobranceiro,
Como estrela caída no mar...
O teu nome eleva e propala,
Noutras terras, feliz, a cantar.

CORO
Areia Branca, terra amada,
Terra do sol, terra do sal,
És a sereia majestosa,
Rindo esmeralda ao litoral.

O Nosso Português de Cada Dia – 001

 

quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

Daniel Maurício (Poética) 62

 

Mensagem na Garrafa – 76 -

Luiz Poeta
(Luiz Gilberto de Barros)
Rio de Janeiro/RJ

FILHA DO TUDO E DO NADA

Por que chegaste sem convite, poesia?
Ferindo o dia com teus líricos mistérios?
Traçando rotas sem pedir meus hemisférios,
Iluminando o meu amor com a fantasia?

Por que vieste sem palpites, inspirada,
filha do nada que há no tudo dos amores?
...trouxeste a lírica angústia que há nas dores,  
e a sedução que há na  pessoa apaixonada.

Ah, qual Cupido, me tornaste sonhador, 
mas fui flechado na emoção  mais colorida, 
e fiz de ti, poesia, a alma de uma vida,
tão dividida entre a lida e o meu amor. 

Por que é que partes para os olhos mais carentes
de ler meus sonhos, como se eles fossem seus
e meus silêncios  - que nem sei se ainda são  meus -
que alimentas, com teus versos convincentes?

A emoção, filha do amor dos sonhadores
da qual te apossas todas vezes que ela vem,
liricamente se transporta para alguém 
que, como eu, busca silêncios sedutores.

Ouve o que dizem os amores, poesia,
planta, no dia, o teu melhor, liricamente, 
deixa, de mim, esta alegria que só  sente
o coração que; com teus sonhos... se inebria.

Eduardo Martínez (Duas vidas, um parque e o silêncio da jovem viúva)

Vera, por um desses eventos fortuitos que acontecem quase com ninguém, teve a sorte de enviuvar justamente no primeiro dia de trabalho do então marido, Júlio, no Banco Central nos idos de 1985. Não que faltasse amor pelo esposo, mas tal imprevisto acabou por lhe render uma polpuda pensão vitalícia. Sem filhos, a jovem viúva, no auge dos seus 27, teve dinheiro de sobra para comprar vários vestidos e viveu o luto por um ano inteirinho.

Ela, que havia se mudado para Brasília por conta do marido, acabou ficando por ali. Sentia falta da família, é verdade, mas fincou os pés naquela terra vermelha e nunca mais quis voltar para Belo Horizonte. Ademais, o apartamento, mesmo que pequeno, já estava montado e, melhor, ela gostou daquele silêncio.

Conforto, economia e uma renda muito acima do razoável foram mais que suficientes para aplacar aquele sentimento de querer ir embora, que, vez ou outra, a instigava. Foi ficando, ficando, ficando, até que a capital se tornou seu lar. É verdade que as promessas de largar tudo aquilo e se mandar para uma cidade praiana ainda são ditas para os mais próximos. Seja como for, Vera está tão incrustada em Brasília, que ninguém mais acredita nas suas palavras. Além do mais, hoje, prestes a completar 63, talvez até ela própria já tenha perdido o ânimo de abandonar a cidade projetada por Lúcio Costa.

Ângelo, a despeito de ter morado longe de Brasília por quase quatro décadas, retornou para a sua terra natal. Viajou o mundo por conta do trabalho, mas, encardido desde as primeiras horas de vida pelo vermelho daquele chão, não teve dúvida de que seu lugar era ali. Aposentado e viúvo, voltou no final de 2021, quando os 70 anos já lhe batiam à porta.

Não ficou rico, mas estava longe de ter que fazer economias para chegar ao fim do mês para manter a geladeira cheia. Além disso, era um homem prático. Tão prático, que preferiu comprar um pequeno apartamento. Nada mais que dois quartos: um para ele, outro para possíveis visitas, que, na verdade, eram raríssimas. Por isso, tal cômodo se tornou uma espécie de escritório ou, como Cida, a faxineira, dizia, o quarto da bagunça.

O velho, mesmo que acessível, teve certa dificuldade de fazer amizade. Ficou sócio de um clube, mas logo percebeu que horas ao sol só lhe trouxeram uma pele mais bronzeada, o que até lhe destacavam os olhos claros. Mas desistiu daquilo, continuou sem amigos. Ainda mais porque muito sol poderia lhe causar um câncer de pele. Acostumou-se com aquela vida silenciosa.

Vera e Ângelo, apesar de morarem na mesma quadra, no mesmo prédio, ela um andar acima, nunca haviam se notado. Provavelmente por conta dos horários distintos ou, talvez, pela miopia. Seja como for, os dois passaram a fazer caminhadas por recomendação médica. Aliás, a mesma geriatra, que ainda não havia chegado aos 40.

Os dois, a princípio, não gostaram daquela atividade física, mas logo descobriram o prazer de andar ali pertinho, no aprazível parque Olhos D’Água, uma belezura de lugar. Aquelas paisagens, na verdade, tornavam as caminhadas tão prazerosas, que os dois, não raro, davam duas, três voltas, sem se darem conta, tamanho o grau de relaxamento.

Invariavelmente, Vera e Ângelo faziam uma pausa na Lagoa do Sapo, onde degustavam toda aquela mansidão. Uma flor com seu colorido aqui, aquela borboleta de asas graúdas ali, a tartaruga esquiva entre a folhagem aquática. É possível que aqueles dois captassem tudo, a despeito dos sentidos já envelhecidos. Gastos sim, mas com certeza mais experientes para apreciar as maravilhas ao redor.

Interessante era que, apesar de tantas idas e vindas, jamais haviam se reparado. No entanto, naquele dia, lá estava aquela mulher diante da Lagoa do Sapo, quando Ângelo se aproximou. Ele nem a percebeu, pois seus olhos míopes miravam aquela água mansa à sua frente.

Os velhos se encontravam a não mais de dois metros um do outro. Ela foi a primeira a perceber a presença de alguém, mas não teve ânimo de olhar para o lado, mesmo porque estava entretida com os peixes no fundo da lagoa. Ângelo, apesar de distraído, foi despertado pelo perfume exalado pela pele da mulher. Tímido, porém, manteve a vista numa enorme árvore, mas seu pensamento já era outro.

Curiosos, finalmente se olharam. Vera, mais corajosa, sorriu e, então, se pronunciou: “Bonita lagoa”. Ângelo concordou com um leve movimento de cabeça. Por um instante, abstraíram-se daquele lugar, até que o canto de um joão-de-barro os transportou de volta para seus próprios devaneios. Silêncio total.

Concurso de Trovas de Aracoiaba/CE 2023 (Trovas Premiadas)


ÂMBITO: NACIONAL/INTERNACIONAL
TEMA: Serenata [L/F]
TROVADOR VETERANO

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VENCEDORES
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1. Lugar:
Com luar ou noites turvas...
Sou cantor e violeiro,
de serenata, nas curvas,
do teu corpo seresteiro!
AILTO RODRIGUES 
Nova Friburgo/RJ
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2. Lugar:
Amor, por que não acordas
e, na varanda pacata,
ouve o solfejo das cordas
plangentes da serenata?
ADILSON COSTA
São Lourenço da Mata/PE
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3. Lugar:
A lua soluça e chora
ao ouvir os versos meus
na serenata que implora
a desistência do adeus.
MAURÍCIO CAVALHEIRO
Pindamonhangaba/SP
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4. Lugar:
Dizem que sou antiquado,
verdade, logo se vê
porque faço, apaixonado,
serenata pra você.
MASSILON FERREIRA DA SILVA
Poço Redondo/SE
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5. Lugar:
Serenata em doce lira
na flor da pele sentida:
esperança que delira
em nosso peito contida.
ALICE GERVASON 
Juiz de Fora/MG

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MENÇÕES HONROSAS
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6. Lugar:
Estrelas e mundos vão
para além dos olhos meus...
compondo, na imensidão,
a serenata de Deus!
LUIZ ANTÔNIO CARDOSO 
Taubaté/SP
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7. Lugar:
De tudo que a vida ingrata
levou junto à mocidade,
com certeza, a serenata
é que mais deixou saudade!
FERNANDO ANTÔNIO BELINO 
Sete Lagoas /MG
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8. Lugar:
A Serenata é mais bela
se feita em noite de lua...
a saudade se revela
e a canção domina a rua.
DARCY BANDEIRANTE DE AZEVEDO COSTA
Taubaté/SP
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9. Lugar:
A luz da lua, em retalhos,
mostra a cidade pacata.
E, nas ruas, nos atalhos,
Chegam sons da serenata.
RELVA DO EGYPTO REZENDE SILVEIRA
Belo Horizonte/MG
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10. Lugar:
Desce a tarde, o grilo ensaia,
recitais que enchem as matas,
longe do zum-zum da praia
canta à noite, em serenatas.
LUIZ DAMO 
Caxias do Sul/RS

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MENÇÕES ESPECIAIS 
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11. Lugar:
Serenata...que saudade!
Lindo tempo alvissareiro,
aconteceu, sem maldade,
o nosso beijo primeiro.
MARIA HELENA URURAHY CAMPOS FONSECA
Angra dos Reis/RJ
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12. Lugar:
O coral das estrelinhas,
lá no céu faz serenata
e canta nas entrelinhas
que o luar é cor de prata!
SARAH PASSARELLA
Campinas/SP
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13. Lugar:
Uma lembrança tardia
da ausência dos olhos teus:
─ tua janela vazia
na serenata do adeus...
PAULO CEZAR TÓRTORA 
Rio de Janeiro/ RJ
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14. Lugar:
Serenatas sob a lua
já não faço. mas deixei
minha saudade na rua,
repetindo o que cantei.
SÉRGIO BERNARDO 
Nova Friburgo/RJ
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15. Lugar:
Na rua quase deserta,
acordes de um violão.
Serenata que liberta
arroubos de uma paixão.
CÉLIA M. G. MENDONÇA DE MELO
Juiz de Fora/MG

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DESTAQUES
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16. Lugar:
Serenata na janela,
cumprindo bela missão:
encantar linda donzela,
cativar-lhe o coração!
NAZARETH FERRARI 
Taubaté/SP
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17. Lugar:
Quando a saudade desata,
ouve, o coração plangente,
o amor fazer serenata
com as lembranças da gente...
PAOLO GIOVANELLI 
Nova Friburgo/RJ
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18. Lugar:
Voz rouca, cordas cansadas,
e a noite, sempre me diz,
que eu pago pelas baladas,
das serenatas que eu fiz!
PROFESSOR GARCIA 
Caicó/RN
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19. Lugar:
No tempo da mocidade,
a serenata de amor;
hoje, só resta a saudade,
no peito do cantador.
ELIZABETH A. C. M. FONTES 
Joinville/SC
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20. Lugar:
Silente chega o luar.
Longe, sem nome, sem data,
uma canção de ninar,
a mais linda serenata.
ALBANO BRACHT 
Toledo/PR
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ÂMBITO: ESTADUAL
TEMA: Saudade [L/F]

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VENCEDORES
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1. Lugar:
Nas esquinas da cidade,
também ao vento me queixo,
posso sofrer com saudade,
mas de te amar, eu não deixo.
HENRIQUE EDUARDO
Ocara/CE
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2. Lugar:
Quando a cor do sol desmaia
e a noite chega silente,
parece vir, de tocaia,
a saudade hostil, dolente...
ELVIRA DRUMMOND
Fortaleza/CE
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3. Lugar:
Ao tempo em que a hora morre
nas voltas deste ponteiro
nas voltas que o mundo corre,
saudade me toma inteiro.
JORGE BHERON ROCHA 
Fortaleza/CE
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4. Lugar:
Na casa que mãe morou,
(hoje sem porta e janela)
meu coração encontrou
a saudade dentro dela.
JOÃO RODRIGUES
Reriutaba/CE
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5. Lugar:
A saudade quando aperta
faz o peito estremecer
o coração fica alerta,
pois tem medo de sofrer.
HORTÊNCIO PESSOA 
Fortaleza/CE

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MENÇÕES HONROSAS
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6. Lugar:
No espelho do tempo noto
um saudosismo sem fim,
ao contemplar uma foto:
saudade olhando pra mim.
HENRIQUE EDUARDO
Ocara/CE
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7. Lugar:
A saudade tão traquina
faz meu coração chorar
lembrando quando menina
tinha colo pra calar!
FRANCISCA RENER ALVES LOPES 
Ocara/CE
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8. Lugar:
A saudade aperta o peito
o coração vela o pranto
e nos lenções sobre o leito
o gemido faz-se encanto
SONIA NOGUEIRA 
Fortaleza/CE
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9. Lugar:
O banquete da saudade
um valor bem alto custa
queima mesmo, é de verdade
no peito de quem degusta.
CHARLES MELO
Groaíras/CE
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10. Lugar:
Bom momento preservado,
nossa mente não se esquece.
Saudade vê no passado
lembrança que permanece!
JÚLIO AUGUSTO GURGEL ALVES
Fortaleza/CE

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MENÇÕES ESPECIAIS 
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11. Lugar:
Sempre pousar nos seus braços
vai aumentando a vontade,
iluminando os espaços,
tingidos pela saudade.
ARTEMIZA CORREIA
Ocara/CE
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12. Lugar:
Dos meus amigos de infância,
eu sinto muita saudade.
Eles não tinham ganância,
inveja e nem falsidade.
VITORIA MELISSA
Ocara/CE
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13. Lugar:
Na catedral do meu sonho
ao buscar serenidade,
rosas singelas, disponho
na sagração da saudade!
FRANCINETE AZEVEDO
Fortaleza/CE
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14. Lugar:
A saudade traz a imagem
das alegrias de outrora,
decolamos na viagem
a qualquer lugar, ou hora.
ARTEMIZA CORREIA
Ocara/CE
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15. Lugar:
A saudade nos corrói
Pois no peito bate forte
Grita que o ouvido dói
Quer abraço de suporte
FRANCISCA RENER ALVES LOPES
Ocara/CE

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DESTAQUES
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16. Lugar:
Não sei se o tempo passou
Ou se fui eu que parei
Mas, saudade registrou
Nos anais eu ficarei.
LUIZ CARLOS DE ABREU BRANDÃO
Maranguape/CE
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17. Lugar:
Um dia chega a saudade,
No clube querendo entrar
Eu disse: - Qual sua idade?
- Sou maior, quer apostar?
RUTH BRANDÃO
Maranguape/CE
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ÂMBITO:
NACIONAL/INTERNACIONAL
TEMA: Carinho [L/F]

NOVO TROVADOR

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VENCEDORES
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1. Lugar:
O carinho da saudade,
que de longe lança o abraço,
tem tal força e intensidade,
que as almas sentem seu laço!!!
HUDSON DE ALMEIDA 
Alfenas/MG
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2. Lugar:
"De carinho são chamados:
um cafuné... um presente;
são bons gestos delicados,
e tocam a alma da gente."
SÔNIA MARIA SIMÕES HEYN
Goiânia/GO
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3. Lugar:
Seu carinho é demonstrado
no alcance do seu olhar,
no tempero caprichado,
no seu modo de falar.
JONATHAN LEANDRO MARTINS REIS
Congonhas/MG
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4. Lugar:
A mão que ganhou a rosa,
como um gesto de carinho,
sangra hoje silenciosa
ao segurar seu espinho!
ADRIANO FREIRE
Caicó- RN
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5. Lugar:
Eu te ofereço carinho
sem nada em troca almejar.
Hoje dormes em meu ninho,
amanhã... podes voar.
DÉA LUCIA ARAÚJO DE CASTRO
Juiz de Fora/MG

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MENÇÕES HONROSAS 
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6. Lugar:
Às vezes, tento esquecer
carinhos que foram meus
e que, um dia, os vi morrer,
sem mesmo um último adeus!
MARIA STELLA 
Taubaté/SP
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7. Lugar:
Quando me falta carinho,
Deus me permite chorar,
para que, mesmo sozinho,
possa minh'alma lavar.
TONY ROBERSON DE MELLO RODRIGUES 
São José/SC
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8. Lugar:
De um afago, de um carinho
pra curar desilusão,
precisamos no caminho,
deste mundo de aflição!
HELOYNA DE OLIVEIRA 
Taubaté/SP
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9. Lugar:
Aquele imenso carinho,
que juravas ter por mim,
se perdeu pelo caminho
e aos poucos chegou ao fim.
ANA HALLACK 
Juiz de Fora/MG
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10. Lugar:
Simples gestos de carinho
têm um poder tão fecundo,
que mesmo pequenininho
faz bem para todo mundo!
LYRSS CABRAL BUOSO
Bragança Paulista/SP

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MENÇÕES ESPECIAIS 
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11. Lugar:
Todo amor se não trocado
morre só, devagarinho;
dentro de um porão trancado
pede luz, pede carinho.
ELIANE REIS 
Bragança Paulista/SP
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12. Lugar:
Você chegou de mansinho
e ganhou meu coração...
pouco a pouco, com carinho,
transportou-me à imensidão!
MARI GUIMARÃES 
Taubaté/SP
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13. Lugar:
Quão bem nos faz um carinho!
Cura tristeza e tensão.
Aconchega de mansinho
rega a flor do coração.
DORA OLIVEIRA
Ipatinga/MG
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14. Lugar:
Você me nega carinho
dando amor a outro alguém.
Sinto em meu peito um espinho
ferindo quem lhe quer bem.
CLARITA MALAGGI
Anta Gorda/RS
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15. Lugar:
A gata busca um carinho
e o gato nem liga ao fato
e, seguindo o seu caminho,
desfila em pose de gato...
MARIA ZILDA DA CRUZ 
Santos/SP

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DESTAQUES
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16. Lugar:
Ao meu mestre, com carinho,
toda minha gratidão.
Tu me indicaste o caminho
das letras, com emoção!
VITÓRIA DE LUZIR 
Taubaté/SP
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17. Lugar:
Com as pedras do caminho,
vou erguendo um pedestal
com firmeza e com carinho,
superando todo o mal.
AILA MARIA DE BRITO SILVA 
Cocal/PI
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18. Lugar:
Se o destino está traçado,
seguirei o meu caminho,
em teus braços enlaçado
no enlevo do teu carinho.
ARTHUR THOMAZ DA SILVA NETO
Sumaré/SP
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19. Lugar:
Ela volta a me chamar...
sempre sussurra baixinho;
está pronta para amar,
reagindo ao meu carinho...
GILVAN FREITAS 
Taubaté-SP
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20. Lugar:
Carinho, no ser humano,
desperta certa doçura,
restaura o ser mais insano
vestindo-lhe de candura.
ANGELA MARIA DA SILVA CASTRO STOLLER
São Gonçalo/RJ
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ÂMBITO: ESTADUAL
JUVENTROVA DE ARACOIABA
TEMA: Saudade [L/F]

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VENCEDORES
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1. Lugar:
A saudade, em sua essência,
lembra outono e primavera;
ora é fruto da existência,
ora é flor junto da espera.
FRO TALISON DOS SANTOS DA SILVA
8. Ano - Escola Maria Rodrigues Lopes
Aracoiaba/CE
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2. Lugar:
Quando a saudade aparece
maltratando o coração
você tenta e não esquece
que lhe deu desilusão.
TAINÁ MARTINS DA SILVA 
Escola Emília Ramos – Furnas
Aracoiaba/CE
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3. Lugar:
A saudade é complicada
e difícil de explicar,
vem de forma delicada
uma dor alimentar.
ISABELA ALVES VIANA 
9. Ano - Escola Emília Ramos – Furnas
Aracoiaba/CE
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4. Lugar:
Saudade no coração
ao relembrar o passado,
momentos de diversão
com os anjos ao meu lado.
LUIZA EVELLYN DA SILVA DE OLIVEIRA
Escola Emília Ramos – Furnas
Aracoiaba/CE
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5. Lugar:
A saudade previsível
quando vem nos atacar
causa dor irreversível,
nos deixando sem falar.
FRANCISCO DHEYNISON PEREIRA DA SILVA
Escola Emília Ramos – Furnas
Aracoiaba/CE

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MENÇÕES HONROSAS 
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6. Lugar:
Na verdade, meu amigo,
a saudade é bem docinha,
pra saúde é um perigo
pois, te faz perder a linha.
ANTÔNIA NATÁLIA PEREIRA DA SILVA 
9. Ano Escola Emília Ramos – Furnas
Aracoiaba/CE
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7. Lugar:
Na ausência que me consome,
vivo sem a liberdade,
com o poema sem nome,
eu troco minha saudade.
FRO TALISON DOS SANTOS DA SILVA
8. Ano - Escola Maria Rodrigues Lopes
Aracoiaba/CE
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8. Lugar:
Tamanha saudade eu sinto
daqueles tempos perdidos,
época boa eu pressinto
felizes acontecidos,
JOSÉ ULISSES NASCIMENTO OLIVEIRA
Escola Emília Ramos – Furnas 
Aracoiaba/CE