sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Graciliano Ramos (A doença de Alexandre)

— Como vai, seu Alexandre? Que estrago foi esse? perguntou mestre Gaudêncio à porta da 
camarinha.

— Macacoas da idade, suspirou o doente. Na beira da cova desde a semana passada. Tomei a purga de pinhão que o senhor me ensinou. Entre, seu Gaudêncio, vá-se abancando. Tomei a purga de pinhão e uns xaropes. Depois sinha Terta andou por aí e me deu um suadouro. 

Estava na cama de varas, a testa enrolada num lenço vermelho, a camisa de algodão aberta mostrando os pelos do peito e o rosário de contas brancas e azuis. Cesária e Das Dores levaram
para o quarto a mobília da sala: a pedra de amolar, a esteira, a mala de couro cru e o cepo. 

Mestre Gaudêncio abaixou-se, encolheu-se na passagem estreita e escorregou da treva do corredor para a meia luz que a candeia de azeite espalhava. Seu Libório acompanhou-o. O cego preto Firmino sondou a abertura com o cajado, arriscou alguns passos e, tateando a parede, acercou-se da cama:

— Onde é a dor, seu Alexandre?

— Sei não, seu Firmino, respondeu mole o dono da casa. Pega na raiz do cabelo e vai ao dedo grande do pé. Sente, seu Firmino, sentem vossemecês. Me dê água, Cesária. 

Os visitantes mergulharam na sombra que se adensava nos cantos, procuraram, descobriram e utilizaram os móveis. Das Dores saiu, voltou com um caneco de lata enferrujada, que ofereceu ao padrinho. O enfermo ergueu-se lento num cotovelo, bebeu, deixou cair desanimado no travesseiro a cabeça cor de sangue, como a de um galo-de-campina.

— Arreado, meu amigo, queixou-se. A princípio era uma gastura, o estômago embrulhado e a vista escurecendo. Botei para o interior a purga de pinhão de mestre Gaudêncio e a garrafada que Cesária fez. Das Dores rezou uma oração forte. Depois veio sinha Terta. Ai!

— Esteja quieto, seu Alexandre, murmurou o negro. É melhor vossemecê calar a boca, fechar os olhos e descansar.

— Que descansar! A vida inteira aqui descansando, seu Firmino! Isto é negócio? Não adianta descansar. Ai! Não há mezinha que sirva. Desta vez acho que embarco.

— Não embarca não, sentenciou mestre Gaudêncio curandeiro. É assim mesmo. A moléstia vai comendo, vai comendo, e quando mata a fome, deixa o corpo do cristão. Aí o suplicante se levanta e mata a fome também. Endurece, engorda, conversa, desempena o espinhaço.

— Se o senhor fala, é porque sabe, seu Gaudêncio, gemeu Alexandre. Peço a Deus que os anjos digam amém. Esta fé é que me traz em pé. Ora vejam que besteira. Em pé! Aqui de papo para o ar, contando os caibros, não presto para nada. Cesária fez uma promessa: se me endireitar, arranja umas novenas, vai à missa um ano inteiro todos os domingos e paga cinco libras de cera a Nossa Senhora do Amparo.

— Seu Alexandre, tornou o cego, vossemecê está gastando fôlego à toa, perdendo força.

— Há uma semana que não falo, seu Firmino, e se falo, é para soltar variedades. Agora que estou no meu juízo não me calo, nem por decreto. Preciso desabafar, dizer o que vi naqueles sonhos agoniados de quem está de viagem para a terra dos pés juntos. Primeiro foi um bode. Montei-me nele, e o bicho cresceu, passou as nuvens, chegou ao céu, ficou tão alto que eu não enxergava a terra. Um fumaceiro, um pretume. Segurava-me desesperadamente, com receio de me despencar lá de cima e esbagaçar-me. O infeliz saltava como se tivesse o diabo no couro, espetava as estrelas com as pontas, dava marradas na lua e sapecava os cabelos do focinho no sol. Num dos pulos desaprumei-me e caí. Caí escanchado numa onça-pintada, que se atirou pelo mundo correndo, um pé de vento. Andou, virou, mexeu, atravessou um espinheiro (lá deixei o olho esquerdo num garrancho), meteu-se num mato cheio de marquesões cobertos de jacas maduras, parou na beira de um rio que, pelos modos, era o S. Francisco. Vai senão quando uma coisa me bateu no estribo. Levantei o rebenque, saltei no chão, mas aí notei que estava com a perna metida na goela de uma jiboia, até a coxa.

— “Valha-me o Senhor S. Bento, gritei. Sou um homem frito.” Nessa altura a cachorra Moqueca apareceu e começou a latir. A cobra assustou-se, livrei-me dela devagarinho, saí atrás de uma guariba que fumava cachimbo e usava gibão e guarda-peito.

— Desarranjo no interior, segredou mestre Gaudêncio curandeiro.

— Isso mesmo, seu Gaudêncio, concordou Alexandre. Miolo avariado. O aperreio do sonho continuou, misturado a casos verdadeiros. Uma confusão, um sarapatel, seu Firmino. Das Dores rezando a oração forte, Cesária no cós da saia de Nossa Senhora, e eu malucando na beira do S. Francisco, rastejando uma guariba. Tremia que era um deus nos acuda, procurava afastar aquelas bobagens, mas um papagaio, com um olho de gente no bico, chegava junto de mim, arrastando os pés apalhetados: — “Está aqui, seu major. Está aqui o olho que eu achei estrepado num garrancho, coberto de moscas e formigas. Bote o olho na cara, seu major.” Eu aceitava o conselho e via perfeitamente o papagaio, o S. Francisco, Cesária de joelhos, bulindo nas contas, Das Dores rezando a oração de sustância. A febre não era deste mundo, um febrão pior que o fogo do inferno, sim senhores. Aí sinha Terta se apresentou. Sentiu de longe a quentura, sentiu a quentura no fim do pátio, lá para os pés de juá, foi o que ela disse. Foi ou não foi, Cesária?

— Foi, Alexandre, confirmou Cesária. Podem perguntar a sinha Terta.

— Não senhora, interveio o curandeiro. Fale, seu Alexandre. Está com vontade de falar, fale. É bom. Nós escutamos e o senhor espalha a morrinha. Fale até rebentar.

— Uma peste, seu Gaudêncio. Já andou perto de fornalha de engenho? Era aquilo. Sinha Terta sentiu o calor no fim do pátio.

— Não é muito não? perguntou o cego.

— Sei lá, respondeu Alexandre. Pode ser que seja. Sinha Terta disse, mas se vossemecê julga que ela se enganou, não discuto. Isso não tem importância. A verdade é que eu estava com febre. E estou. Pegue aqui no meu pulso. Escangalhado, seu Firmino. Felizmente agora já penso direito, a leseira desapareceu, Deus seja louvado. Pois, como ia contando, sinha Terta chegou, estirou o beiço, foi à cozinha e ferveu muita flor de sabugueiro. Bebi uma panela toda. Sinha Terta me consolou, arrumou em cima de mim uma serra de panos e saiu com Das Dores, que não se aguentava nas pernas, coitada. Cesária, bamba também, se amadorrou ali na rede. Fiquei só. E começou o efeito do remédio, um despotismo, sim senhores. Quase me desmanchei em suor. As bobagens da arrelia voltaram, achei-me de novo no S. Francisco, ouvindo as lorotas do papagaio, que me acompanhava em voos curtos. A sede me apertou. Deitei-me de barriga para baixo, encostei a boca na correnteza e empanzinei-me com mais de uma canada, mas quando me levantei, estava seco, a língua dura, cuspindo bala. Avistei de supetão uma canoa que se largava para a outra banda, carregada de tatus. 

— “Entre para dentro, major Alexandre, convidou-me o dr. Silva, que era o canoeiro. Tem lugar para o senhor.” Despedi-me do papagaio, acomodei-me na embarcação e ela se afastou. Dr. Silva quis puxar conversa, mas eu estava repugnado, suando, suando. — 

“Santa Maria! estranhou o dr. Silva. Que é que o senhor tem que está pingando tanto, major Alexandre?” E eu me expliquei: — “Armadas de sinha Terta. Empurrou-me no bucho um suadouro brabo, e estou assim, derretendo-me como sebo na brasa. Parece que me sumo. Quando acabar esta desgraceira, não me resta nem osso.” Fomos navegando. Dr. Silva dizia uns casos e eu suava. 

A canoa, com o peso do suor, no meio do rio emborcou. — “Estamos afundando, gritou o dr. Silva. Caia na água, major. Caia na água e veja se alcança terra.” Dito e feito. Saltei da cama, num desespero, aos berros: — “Cesária, que é das minhas alpercatas?” Saibam vossemecês que eu estava com água pela canela. Cesária deixou a rede, as saias levantadas, num assombro: — “Jesus, Maria, José! A gente se afoga.” 

Ainda azuretado, com o S. Francisco e o dr. Silva na cabeça, não me espantei muito. Depois tomei tento e informei-me: — “Está chovendo, Cesária?” — “Está não, Xandu. Certamente houve trovoada nas cabeceiras do riacho.” Foi ver as coisas lá fora e achou tudo em ordem: o tempo limpo, o céu estrelado, o riacho na largura do costume. Voltou — e percebemos o motivo daquele despropósito. O suor tinha enchido a casa, fazia um barulho feio no corredor, saía pelos fundos e entrava no barreiro. Entendem? Horrível, meus amigos.

— Um desadoro, pois não, concordou o cego. Mas quem sabe se aquilo não era trapalhada? Talvez vossemecê estivesse zuruó, tresvariando.

— Estava não, seu Firmino, respondeu Alexandre. Acordei. E Cesária molhou a barra do vestido. Podem perguntar a ela. A casa está úmida. Assim de noite, com esta candeia safada, não se nota, mas de dia vê-se bem. E as alpercatas sumiram-se. As alpercatas foram encontradas anteontem no quintal, enganchadas num pé de muçambê. O senhor quer prova melhor, seu Firmino? Ai! Aquele suadouro me arrasou. Eu queria conversar com os senhores, mas não posso, estou feito um molambo. Não reparem na falta não, meus amigos. Vou dormir.

Fonte> Graciliano Ramos. Histórias de Alexandre. Publicado originalmente em 1944.Disponível em Domínio Público 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Isabel Furini (Poema 53): Aos que partiram I

Fonte: Isabel Furini. Flores e Quimeras. 2017. Ebook.

Mensagem na Garrafa - 71 -

Carlos Drummond de Andrade
Itabira/MG (1902 - 1987) Rio de Janeiro/RJ

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste. 

Contos e Lendas do Paraná - 19 (Esperança Nova – Paranaguá)


ESPERANÇA NOVA
Quebradeira

O caso ganhou destaque na imprensa da região de Umuarama, quando no ano de 1994, na estrada Jequitibá, distrito das Três Vendas, município de Esperança Nova, uma casa assombrada causava medo, risos e incredulidade nas pessoas. 

No sítio do senhor Derso moravam o seu Neno, a esposa e três filhos; sendo uma menina e dois adolescentes. Na condição de empreiteiros, a família do seu Neno, por mais que trabalhasse, era considerada muito pobre pelos vizinhos sitiantes. Porém, ninguém desabonava a conduta honesta daquela gente simples e humilde. Uma doença nos olhos obrigou seu Neno a retirar um olho, colocando no lugar uma espécie de burca, deixando a família ainda mais necessitada de recursos financeiros.

Certa feita, determinados fenômenos passaram a acontecer na casa daquela família: xícaras, pratos e copos amanheciam quebrados. Garfos entortados podiam ser vistos pela casa. Tochas de fogo acendiam sozinhas e o telhado da casa se encheu de buracos. Seu Neno comunicou o assombro para o patrão, que veio ligeiro de Curitiba para constatar o fato. 

Tamanho foi seu susto, quando um dia dormia tranquilo e, no  meio da noite, às escuras, sentiu a cama suspensa. Aí sim a notícia chegou aos jornais e emissoras da região, culminando nas visitas e orações de crentes, curiosos, padres, pastores e espíritas. 

A filha do Zé Turilho dizia, por exemplo, que o seu rosário havia quebrado em diversos pedaços só por ter se aproximado da casa. O Zé Carlos ofereceu lar aos meninos. O povo dizia que a assombração destruiria com tudo. 

O padre de Pérola achou por bem transferir a família para uma casinha no pátio da Igreja das Três Vendas. A vizinhança ajudava com donativos. A comunidade se comprometeu a ajudar com dinheiro aqueles assustados moradores. Mas, seu Quintino e outros poucos vizinhos não acreditavam naquilo; chamaram a polícia, que visitou o local, conversou com os membros da família e se foi. 

Entretanto, investigadores deixaram na casa uma câmera para filmar o “fenômeno”. Tamanha foi a surpresa, quando a polícia viu as imagens dos sorrateiros moleques, jogando tijolos no telhado, quebrando e danificando os móveis e objetos domésticos. 

Conduzidos à delegacia, confessaram tratar-se de um plano que visava arrecadar dinheiro para reverter o estado de pobreza em que se encontravam. Liberados após os depoimentos e sermões, a família retornou à tal casa assombrada, onde vive até hoje, sem maiores alaridos ou quebradeiras.
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PARANAGUÁ
A lenda do brejo que canta

Cheguei a conhecer, já octogenário, o João Bomsinho, que tinha um sítio lá para as bandas do Porto dos Padres, assim chamado o lugar onde tiveram os Jesuítas uma fazenda de criação, na foz do Imboguassu. Neste sítio o velho cultivava algodão e foi ele quem me contou a história do
“Brejo que Canta”:

A meio caminho da cidade, na embocadura do Imboguassu, há um terreno vasto e alagadiço, onde o lírio do brejo cresce viçoso. Com as chuvas o lugar se transforma num lago e com bom tempo prolongado continua a ser temível atoleiro, do qual o gado por instinto se afasta, receoso de desaparecer no sumidouro.

E assim falava, na sua pitoresca linguagem, o João Bomsinho:

– O brejo canta, sim Sinhô, mas só uma vez no ano, à meia-noite, justa de quinta pra Sexta-feira santa e nessa hora quem por ali passa, ouve muito bem o batido dum fandango, ao som de duas violas e da cantiga dos violeiros. Deus permite que saiam as suas almas do purgatório na noite da paixão pra correrem o fado, em castigo da ofensa ao “Sinhô Morto”.

– Almas de quem? perguntei.

– “Dos violeiros e dos dançadores, os excomungados que cantavam e fandangueavam na noite em que nosso Sinhô morreu. Escuite mecê; no lugar do brejo era um terreno enxuto, bom, de terra branca e firme e nele morava em casa de pedra e cal um tal de Roberto Inglês, ruivo e herege como o diabo, não gostava de Deus nem dos santos. Decerto esse mardito era criminoso e até diziam que fora pirata.

“O meu avô que o conheceu de vista, sempre que o encontrava fazia o sinal da cruz e com ele nunca quis parceria, receoso do castigo do céu. Ora, numa quinta-feira maior estava a vila entregue aos ofícios da semana santa, enlutados os moradores e até o capitão-mor dera ordem à milícia que fizesse a guarda, com a boca dos arcabuzes voltada para o chão e não permitissem cantorias nem folguedos até a hora da aleluia, sob pena de cadeia. Quando o danado, em conluio com o “coisa ruim”, resolveu uma folgança pra essa noite.

“Andava por aqui nesse tempo o coronel Afonso Botelho, que assistiu à missa devotadamente com um laço de crepe no copo da espada, e a Câmara, com o estandarte do rei, de luto, que o vereador mais moço conduzia, foi incorporada à matriz para fazer guarda ao Sinhô Morto.

“Tudo era respeito ao dia. Mas no caminho do Porto dos Padres, o inglês, zombando das coisas santas, procurou e achou uns infelizes que aceitaram o convite. À meia-noite estrondeava o fandango, longe da vila e por isso despercebido da autoridade. A cachaça corria aos copázios. Maneco Eduvirges e Domingos Pedrão, violeiros e já embriagados, cantavam quadrinhas blasfemas, desafiando a majestade divina, com aprovação do diabo ruivo. Quando cantavam esta:

Si Deus morreu porque quis
Não é caso pra chorá
Bate firme, minha gente
Bate forte, até suá

“Nesse instante, a casa moveu-se e todos sentiram que afundava, mas antes do alarme ainda se ouviu o Pedro e o Eduvirges cantarem mais esta barbaridade:

Si morreu pra nos salvá
O fio do padre eterno,
Ele que vá buscá nois
Lá nas profunda do Inferno!

“O movimento acentuou-se e o pânico se manifestou naquelas almas entenebrecidas pelo vício e pela impiedade, despertada nelas a compreensão do desastre e morte inevitável. O primeiro impulso foi de fuga, mas quando tentaram evadir-se já as portas e janelas estavam entaipadas pelo lodo mole que invadia o interior. 

“Apagaram-se as luzes. Nas trevas e começando a respirar dificultosamente, aqueles desgraçados se debatiam. Não havia salvação possível! O fim pela asfixia era fatal. Não tardou a agonia. O terreiro, há pouco ainda sólido, com laranjeiras e cajueiros, dum pra outro instante virou lodaçal e tudo se afundou.

“Consumada a tragédia, a habitação desapareceu no abismo e com ela quantos estavam no fandango sacrílego e fatal. No dia seguinte os sitiantes vizinhos, que iam para a vila assistir à missa da sexta-feira santa, viram com espanto um brejo no local onde de véspera se erguia a moradia do inglês e isto sem que tivesse chovido. E brejo ficou o lugar maldito. Na noite de quinta-feira santa do ano seguinte, alguém por ali passando, noite alta, ouviu claramente o batido dum fandango, ao toque das violas e o cantar dos violeiros. Correu espavorido a contar na vila o prodígio que a tradição trouxe, do Brejo que Canta. De geração em geração, até o presente, vem enchendo de terror a gente supersticiosa que a tudo se arriscará neste mundo, menos transitar pela estrada que margeia o trágico alagadiço, na noite da paixão de Jesus.”

Fonte> Renato Augusto Carneiro Jr (coordenador). Lendas e Contos Populares do Paraná. 
Curitiba : Secretaria de Estado da Cultura , 2005.

Baú de Trovas LXXV


Mesmo soltas e espalhadas,   
as pétalas são formosas;
porém somente abraçadas
é que elas se tornam rosas!
A. A. DE ASSIS
Maringá/PR
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Saboreando a lembrança 
das artes de um meninote, 
me sinto outra vez criança 
roubando doces de um pote. 
ADILSON DE PAULA 
Joaquim Távora/PR
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Sempre que ponho em meus versos 
as coisas do coração, 
os pensamentos, dispersos, 
tomam forma de oração! 
ALDO SILVA JÚNIOR †
Curitiba/PR 
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No refúgio de teus braços
encontro a felicidade,
mas, longe de teus abraços,
viro refém da saudade!
ALICE CRISTINA VELHO BRANDÃO †
Caxias do Sul/RS
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Se de barro fomos feitos
nesta olaria divina,
somos dois corpos perfeitos
partilhando a mesma sina.
ANTONIO FACCI †
Maringá/PR
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A vida é um laço apertado
que nos tortura sem dó;
e quanto mais amarrado,
mais atado fica o nó!
ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG
São Fidélis/RJ
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Sou feliz! Não vivo ao lado
das estrelas na amplidão,
mas posso ter um punhado
de vaga-lumes na mão.
ANTONIO ROBERTO FERNANDES †
Campos dos Goytacazes/RJ
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Eu vejo a terra cansada 
a cada passo mais linda 
sofrendo golpes de enxada 
e dando frutos ainda. 
ANTÔNIO SALOMÃO †
Curitiba/PR
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A mulher, eu sei, confesso, 
é luxo da natureza... 
Fruir seu corpo é acesso 
às loucuras da beleza! 
APOLLO TABORDA FRANÇA †
Curitiba/PR
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E na escalada da vida 
tenho uma grande ambição: 
de ser a amiga escolhida 
pra te levar pela mão. 
ARACELI FRIEDRICH †
Curitiba/PR 
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Diz um sábio singular 
este aforismo, a valer: 
Deus criou o bem e o mal 
compete à gente escolher. 
ARGENTINA DE MELLO E SILVA †
Curitiba/PR 
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Pinheiros ou araucárias, 
com formas de belas taças 
dão pinhas extraordinárias 
e ao pinhão rendemos graças! 
ARIANE FRANÇA DE SOUZA †
Curitiba/PR
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As minhas mãos calejadas, 
plantam sementes de amor, 
que nascem e são cuidadas, 
e se transformam em flor. 
ARLENE LIMA 
Maringá/PR
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Não te peço, Deus amigo,
igual multiplicação:
basta o milagre do trigo,
que a gente o transforma em pão!
ARLINDO AMADEU HAGEN
Belo Horizonte/MG
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Quando perto, o trem apita,
batem forte os corações…
Tudo na estação se agita,
provocando as emoções.
ARTHUR THOMAZ DA SILVA NETO 
Sumaré/SP
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Velha foto esmaecida 
deixou lágrima de herança! 
Hoje a vejo colorida 
pelo cristal da lembrança! 
ÁTILA SILVEIRA BRASIL †
Cornélio Procópio/PR 
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As almas de muita gente
são como o rio profundo:
– A face tão transparente,
e quanto lodo no fundo!...
BELMIRO BRAGA †
Juiz de Fora/MG
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Tudo o que é bom, por um lado, 
pelo outro tem um custo. 
Mesmo Deus em se reinado 
antes de ser bom foi justo! 
CAMILO BORGES NETO
Curitiba/PR
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Em meus vagares tristonhos,
um repouso, em vão, procuro,
e a caravela dos sonhos
não acha um porto seguro!…
CAROLINA RAMOS
Santos/SP
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No comércio, o cidadão, 
nunca vive sossegado. 
Quando escapa do ladrão, 
cai no golpe do fiado. 
CASSIANO SOUZA ENNES
Curitiba/PR 
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Não seja bobo, sorria 
das coisas que vê na vida. 
Faça uma trova por dia, 
que é saúde garantida. 
CECILIANO JOSÉ ENNES NETO †
Curitiba/PR 
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É verdade, neste inverno, 
vou dar tudo a quem não tem, 
porque sei que para o inferno 
nunca vai quem faz o bem. 
CECIM CALIXTO †
Tomazina/PR
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A canção do amor primeiro
o teu sorriso gravou...
Mas foi assim tão ligeiro,
como o vento que passou!
CIDINHA FRIGERI †
Londrina/PR
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Da Tribuna, manda o aviso:
 - Não roubo por ser ladrão,
 tampouco porque preciso,
 mas por coceira na mão!
CLÁUDIO DERLI SILVEIRA
Porto Alegre/RS
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Coincidência que me arrasa,
que me assusta e me espezinha…
– Meu marido chega em casa
quando chega o da vizinha!
CLENIR NEVES RIBEIRO
Nova Friburgo/RJ
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Trovador é “gente” esperta 
e só faz rima de artista, 
põe todos de boca aberta, 
mais do que eu... Que sou dentista! 
CRISTIANE BORGES BROTTO 
Curitiba/PR
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Não pule do trem do tempo
em desembarque apressado.
Viaje sem contratempo
e não pare adiantado.
DINAIR LEITE
Paranavaí/PR
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Por egoísmo e ganância
a Terra está dividida.
Tanto poder e arrogância,
ante a pobreza sofrida.
EDY SOARES
Vila Velha/ES
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Bendigo a mão calejada
que, num trabalho fecundo,
presa ao cabo de uma enxada,
dá cabo à fome do mundo!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA
Miguel Couto/RJ
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Quem dera se o povo inteiro,
num gesto de amor profundo,
fosse apenas jardineiro
plantando rosas no mundo!
EDUARDO A. O. TOLEDO
Pouso Alegre/MG
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No caminho desta vida,
a vitória conquistada
deixa a pessoa iludida
que não será derrotada…
ELISA ALDERANI
Ribeirão Preto/SP
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A vida é uma mesa posta
com diversas iguarias;
se de amargores não gosta,
ponha doçura em seus dias.
ELISABETE DO AMARAL
Mangualde/Portugal
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No tear da solidão,
rendeiro em dias tristonhos,
basta um fio de ilusão
para tecer os meus sonhos!
ELIZABETH SOUZA CRUZ
Nova Friburgo/RJ
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Vassoura de bruxa arrasa, 
é enorme a sua ação, 
depois de limpar a casa, 
inda vira condução! 
FERNANDO VASCONCELOS †
Ponta Grossa/PR
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Nesta vida de atropelos
os empecilhos são tantos,
que já afoguei meus apelos
na correnteza dos prantos.
FRANCISCO JOSÉ PESSOA †
Fortaleza/CE
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Quem no lar planta o carinho 
sempre colhe muito mais: 
o filho molda o caminho 
pelas pegadas dos pais! 
GERSON CEZAR SOUZA 
São Mateus do Sul/PR
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Hei de te fazer, mulher, 
a mais feliz companheira. 
Não por um dia sequer, 
senão pela vida inteira. 
GILBERTO FERREIRA
Curitiba/PR
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O meu amor é bonito,
é grande, imenso, sem fim...
É bem maior que o infinito,
mas cabe dentro de mim!
GISLAINE CANALES †
Porto Alegre/RS
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Explode no firmamento 
um sol de raro esplendor, 
espargindo pelo vento, 
eflúvios de eterno amor! 
GLYCÍNIA DE FRANÇA BORGES
Curitiba/PR
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Na vidraça do passado,
onde revivo os meus sonhos,
sinto a saudade ao meu lado
nos longos dias tristonhos.
GUTEMBERG LIBERATO DE ANDRADE
Fortaleza/CE
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Minha mãe, que orava aqui, 
é nos céus que reza agora; 
foi no meu sonho que a vi 
aos pés de Nossa Senhora! 
HARLEY CLOVIS STOCCHERO †
Almirante Tamandaré/PR
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Nasci onde o vento bate 
e junto a um grande terreiro, 
ao lado um pé de erva-mate e 
um majestoso pinheiro. 
HELY MARÉS DE SOUZA †
União da Vitória/PR
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Gosto de verão “caliente”,
sol daqueles de rachar,
que aquece a alma da gente
e nos convida a amar.
HENRIETTE EFFENBERGER
Bragança Paulista/SP
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As lembranças de nós dois 
fui guardando nas caixinhas... 
Para descobrir depois... 
Que em verdade... Eram só minhas! 
ISTELA MARINA GOTELIPE LIMA 
Bandeirantes/PR
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Cartas de amor escondidas, 
no meu baú de esperança, 
são testemunhas de vidas 
que ficaram na lembrança. 
JANETE DE AZEVEDO GUERRA 
Bandeirantes/PR 
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Meu barracão na favela,
onde vou vivendo ao léu,
na moldura da janela,
não tem vidraça: -Tem céu!
JOSÉ ANTONIO JACOB
Juiz de Fora/MG
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Ao perder-se um grande amor 
nosso coração dá um brado: 
– Por favor, tire essa dor! 
Oh, pranto! Fique calado!!! 
JOSÉ FELDMAN 
Campo Mourão/PR
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Baú velho, tampo torto,
cartas e fotos mofando...
– Refúgio de um sonho morto
que eu vivo ressuscitando!...
JOSÉ OUVERNEY
Pindamonhangaba/SP
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Faça a criança feliz! 
Ensine-a mesma a pensar. 
Dê-lhe na ponta do giz 
razão pra não fracassar! 
JOSIAS DE ALCÂNTARA
Curitiba/PR 
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Se toda literatura, 
fosse obra de certos críticos, 
carecia sepultura 
pra enterrar versos raquíticos. 
LAIRTON TROVÃO DE ANDRADE 
Pinhalão/PR
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No mundo por onde andei, 
nestes anos que vivi, 
as minhas culpas paguei, 
tudo o que semeei – colhi! 
LEONARDO HENKE † 
Curitiba/PR 
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É na tarde que desmaia, 
é numa canção dolente 
que a saudade se atocaia 
para apunhalar a gente. 
LOURDES STROZZI †
Curitiba/PR 
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Por nunca amar quem me ama 
e amar quem nunca me quis, 
as feridas do meu drama 
deixam dupla cicatriz... 
LUCÍLIA TRINDADE DECARLI
Bandeirantes/PR 
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Poesia estado de graça, 
chama da alma em delírio. 
É prazer que nos abraça 
mas, também nos traz martírio. 
LÚCIO DA COSTA BORGES †
Morretes/PR 
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Saudade, quase se explica
nesta trova que te dou:
Saudade é tudo que fica
daquilo que não ficou.
LUIZ OTÁVIO 
Rio de Janeiro/RJ
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Só, eu vivo bem comigo, 
pois sou boa companhia; 
nem preciso de um amigo 
para sentir harmonia. 
LYGIA LOPES DOS SANTOS 
Curitiba/PR 
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Longe vão minhas andanças 
e, em meu trêmulo cansaço, 
tento fazer das lembranças... 
bastão... e assim firmo o passo. 
MARIA CONCEIÇÃO FAGUNDES
Curitiba/PR 
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Ao longo desta jornada 
percorri "sobes e desces", 
mas sempre bem humorada 
envolvida em minhas preces! 
MARIA DE LOURDES AKEL †
Curitiba/PR
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Se a vida apaga as estrelas
e espalha trevas na estrada,
meu sonho pode acendê-las
criando luzes...do nada!...
MARIA LUA †
Nova Friburgo/RJ
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Em meus rascunhos guardados, 
não há mistérios… Porquê 
nos versos que são lavrados 
o tema é sempre… você! 
MARIA LÚCIA DALOCE
Bandeirantes/PR 
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Quisera ser um brinquedo
ou ser fios de esperanças,
para morar em segredo
no coração das crianças!
MARIA NASCIMENTO
Rio de Janeiro/RJ
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Vem, andorinha migrante,
pois aqui já é verão;
o teu voo esfuziante
alegra o meu coração.
MARINA VALENTE
Bragança Paulista/SP
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É fácil de fazer trovas 
quando se tem grande amor. 
Mil ideias sempre novas 
descem dos céus em louvor! 
MARITA FRANÇA †
Curitiba/PR 
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Sobre a vida do vizinho, 
o porteiro argumenta... 
já faz dele um picadinho... 
se puder... joga pimenta! 
MARIZA SOARES DE AZEVEDO 
Curitiba/PR 
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O amor chega de mansinho 
como quem está brincando… 
Mostra a flor, esconde o espinho, 
e acaba nos machucando! 
MAURÍCIO LEONARDO 
Ibiporã/PR 
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Minhas trovas são singelas, 
sem marcas nem pedantismo, 
pois eu faço, assim, com elas, 
arautos do romantismo. 
MAURÍCIO NORBERTO FRIEDRICH †
Curitiba/PR 
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A melhor sogra do mundo, 
que não é uma qualquer, 
encontrei-a num segundo 
e a dei pra minha mulher. 
NEI GARCEZ 
Curitiba/PR 
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Soprei. Apagou-se a chama.
disse-te adeus em seguida.
– Quem diz adeus a quem ama
diz adeus à própria vida!
OLEGÁRIO MARIANO †
Recife/PE
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Se a saudade em mim subisse 
como me sobe a pressão, 
o dia em que eu não te visse 
me explodia o coração. 
ORLANDO WOCZIKOSKY †
Curitiba/PR
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A liberdade do poeta,
está num verso... Num grito...
No equilíbrio se completa,
vencendo o próprio infinito!
PROFESSOR GARCIA
Caicó/RN
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No espaço, brilhando inquieta,
cadente estrela me induz
a pensar que algum poeta
faz no céu versos de luz.
RITA MOURÃO
Ribeirão Preto/SP
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Depois da aviária e a suína, 
mais folga o aluno cobiça: 
quer que venha, repentina, 
a gripe bicho-preguiça! 
ROZA DE OLIVEIRA 
Curitiba/PR 
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Ó Senhor, com o teu poder,
deixa na praia eu sonhar,
pois as ondas irão ver
que eu também pertenço ao mar!
SARAH RODRIGUES
Belém/PA
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À primeira claridade, 
da manhã fresca e bonita, 
a nossa bela cidade 
desperta alegre e se agita. 
SERAFIM FRANÇA †
Curitiba/PR
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Amigos que não convém
São aves de arribação:
- Se faz bom tempo eles vêm...
- Se faz mau tempo eles vão...
SOARES DA CUNHA †
Belo Horizonte/MG
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A Trova é tão pequenina 
mas quanta Beleza encerra, 
feliz de quem tem a sina 
de espalhá-la pela Terra!... 
SÔNIA MARIA DITZEL MARTELO † 
Ponta Grossa/PR 
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Da vida no grande coro, 
eis nosso destino atroz: 
Seguirmos de chOro em chOro, 
até que chorem por nós. 
TASSO DA SILVEIRA † 
Curitiba/PR
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Ao operar seu nariz
perdeu um olho, o Batista.
Vem outro louco e, então, diz
que o pagamento era a vista!
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA
São Paulo/SP
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Feliz quem, olhos sem pranto,
viu-se, alegre, envelhecer,
tanto amando e amando tanto
que se esqueceu de morrer.
TRIGUEIRO LINS †
Santos/SP
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Pelo bem, lute na terra, 
com garra: seja tenaz; 
Pois é através da guerra 
que só se consegue a paz. 
VANDA ALVES DA SILVA
Curitiba/PR 
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Num dos lances mais astutos
que a vida tem-me inspirado,
eu mostro os olhos enxutos,
e escondo o lenço molhado.
VANDA FAGUNDES QUEIROZ
Curitiba/PR
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Amor, um santo remédio,
que revitaliza e cura.
Livra-nos de qualquer tédio,
também nos leva à loucura.
VÃNIA ENNES
Curitiba/PR
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Estudar é necessário 
quanto o alimento tomar. 
Saber é chave do armário 
pra experiência acumular. 
VASCO TABORDA RIBAS †
Curitiba/PR 
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Angústia é isto: este anseio, 
pássaro aflito, doente. 
Nem se sabe de onde veio 
pra sofrer dentro da gente! 
VERA VARGAS † 
Piraí do Sul/PR 
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Quando chora um trovador 
não é o seu pesar somente, 
canta, sofre e chora a dor 
colhida de toda gente. 
VICTORINA SAGBONI †
Curitiba/PR 
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Seja estrela sorridente 
no seu modo de viver, 
e com força transcendente 
faça o bem acontecer! 
VIDAL IDONY STOCKLER †
Curitiba/PR 
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Quando encontram-se as amigas, 
mil fofocas vão pro ar... 
Sob a trança das intrigas, 
se divertem: tudo ao par! 
WALDEREZ DE ARAÚJO FRANÇA †
Paranaguá/PR 
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No caminhar, vença o atalho 
da vida, exercite a messe, 
veja o exemplo do carvalho, 
demora a crescer, mas cresce! 
WALNEIDE FAGUNDES S. GUEDES †
Curitiba/PR 
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Passa o tempo... e a mocidade 
vai deixando, em seu lugar, 
pegadas para a saudade, 
um dia, me procurar! 
WANDIRA F. QUEIROZ 
Curitiba/PR 
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