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domingo, 8 de dezembro de 2019

Nilsa Alves de Melo (Natal em Trovas)


A prévia do paraíso
terás, com muita emoção,
num "Bom Natal", efusivo,
com anos de duração!

Deixem que os outros insistam,
comam, acendam mil luzes,
cheios de brilho se vistam
sem lamentar suas cruzes.

É como um Natal de sonho,
de luzes, de animação,
felicidade que exponho
com minha alma e coração.

És luminoso cristal,
Maringá, belo torrão
onde em noite de Natal
soa a paz no coração.

Natal é festa propícia
para que demos as mãos,
e conservando a delícia
de sermos todos irmãos.

Ser bom, mas só no Natal,
é coisa muito sem graça!
Que do começo ao final
do ano: - Todo o bem se faça.

Um Natal cheio de luz
só tem sentido se atesta
que o nosso Mestre, Jesus,
é a estrela maior da festa!

Fonte:
Nilsa Alves de Melo. Temas, versos e trovas. Maringá/PR: Massoni, 2018.
Livro entregue pela trovadora.

sábado, 2 de novembro de 2019

Olivaldo Júnior (Trovas sobre Saudade)


02 de novembro: Dia de Finados

No caminho da existência,
vão-se as flores da saudade!...
Todas unas pela essência,
mas, na essência, sem idade...

Cemitério, no Finados,
vira, enfim, contradição:
bate pelos sepultados,
mas 'sepulta' o coração.

Cada lágrima que escorre
por aquilo que eu não tive
vira a benção que socorre
quem, por mim, ainda vive...

Por não ter quem eu queria,
fui querer quem não me quis;
mas, ao largo, eu nunca via
que, no fundo, eu fui... feliz.

Sob a lápide, e sem flores,
jaz meu corpo já sem sangue;
feito céu sem beija-flores,
ou palmeiras sem o mangue...

Meu amor não crê no fim,
mas bem sabe que jamais
sobre as ondas do jardim
nosso barco chega ao cais...

Minha lágrima, meu bem,
faz de um pobre o vencedor;
venço a morte, sigo além,
quando choro, e é por amor.

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Jorge Fregadolli (Minha Namorada… Maringá)


Ó Maringá… terra amada,
canto tuas mil riquezas.
És a bela flor alada
nos voos, trazes surpresas.

Maringá nasceu na mata,
o seu ninho, um denso verde,
nas noites, teu céu é prata,
ao sol, bonito ouro-verde.

O café, tua riqueza,
tens história não distante,
deu-te um mundo de certeza,
veio a geada castigante.

Outros rumos tu tomaste,
recomeço por inteiro;
e para trás não deixaste
com a garra do pioneiro.

Eras tão linda, menina,
em dez de maio, nasceste.
Aos setenta anos, divina…
os desafios venceste.

Não és mais a caboclinha
de outrora, vês, Maringá?
Tens o garbo de rainha,
que te aplaude o Paraná.

Teus progressos, que pujantes,
seguem direções distintas.
Há esferas conflitantes,
com as nuanças das tintas.

Louvo seu templo sagrado,
nosso ícone, a Catedral.
A Mãe, gesto idolatrado,
de puro amor filial.

Nasceste para ser bonita,
ó querida Maringá.
Exibes graça infinita
nas filhas que Deus te dá.

Terra de gente de fibra.
Maringá urbe garbosa,
tem alma sensível, vibra.
Que cidade glamorosa!

És a Cidade Canção,
de povo gentil, feliz,
que, de alegre coração,
que no cantar te bendiz.

É filha de Maringá
a querida Academia,
orgulho do Paraná…
um canteiro de poesia!

Belas praças… avenidas,
desfilam-se arranha-céus…
são riquezas incontidas
sob o azul de belos véus.

Projetos e mais paixão…
escolas, saúde e arte –
conquistas do coração,
que do homem a luta é parte.

A medicina, altaneira,
modelo de prontidão,
abre caminho, é ligeira,
conquista espaço, atenção.

O engenho da linha férrea
é progresso, admiração.
Trilhos debaixo da terra
gorjeiam linda canção.

Gigantesco aeroporto
leva Maringá ao mundo;
uma conquista e conforto
de progresso tão fecundo.

O comércio, com lampejos
atende a todo querer,
desde o pequeno desejo
até mais alto poder.

É o Parque do Japão
uma lembrança constante,
vida, beleza, e emoção
de um recanto bem distante.

Maringá, hoje, faz anos,
quero mesmo te abraçar
ao declarar-me que te amo!
Para sempre vou te amar!

Fonte:
Poema enviado pelo autor.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Primavera


OLAVO BILAC

Primavera

Ah! quem nos dera que isto, como outr'ora,
Inda nos comovesse ! Ah! quem nos dera
Que inda juntos pudéssemos agora
Ver o desabrochar da primavera!

Saiamos com os pássaros e a aurora.
E, no chão, sobre os troncos cheios de hera,
Sentavas-te sorrindo, de hora em hora:
"Beijemo-nos! amemo-nos! espera!"

E esse corpo de rosa rescendia,
E os meus beijos de fogo palpitava,
Alquebrado de amor e de cansaço...

A alma da terra gorjeava e ria...
Nascia a primavera... E eu te levava,
Primavera de carne, pelo braço!
________________

Não há mal que seja eterno,
dor não há que sempre dure… 
– Não deixa tristeza o inverno
que a primavera não cure!
A. A. DE ASSIS 
________________

CASIMIRO DE ABREU

Primaveras

I

A primavera é a estação dos risos.
Deus fita o mundo com celeste afago,
Tremem as folhas e palpita o lago
Da brisa louca aos amorosos frisos.

Na primavera tudo é viço e gala,
Trinam as aves a canção de amores,
E doce e bela no tapiz das flores
Melhor perfume a violeta exala.

Na primavera tudo é riso e festa,
Brotam aromas do vergel florido,
E o ramo verde de manhã colhido
Enfeita a fronte da aldeã modesta.

A natureza se desperta rindo,
Um hino imenso a criação modula
Canta a calhandra, a juriti arrula,
O mar é calmo porque o céu é lindo

Alegre e verde se balança o galho,
Suspira a fonte na linguagem meiga,
Murmura a brisa:- Como é linda a veiga!
Responde a rosa: - Como é doce o orvalho!

II

Mas como às vezes sobre o céu sereno
Corre uma nuvem que a tormenta guia,
Também a lira alguma vez sombria
Solta gemendo de amargura um treno.

São flores murchas:- o jasmim fenece,
Mas bafejado s’erguerá de novo
Bem como o galho do gentil renovo
Durante a noite quando o orvalho desce.

Se um canto amargo de ironia cheio
Treme nos lábios do cantor mancebo,
Em breve a virgem do seu casto enlevo
Dá-lhe um sorriso e lhe intumesce o seio.

Na primavera - na manhã da vida-
Deus às tristezas o sorriso enlaça,
E a tempestade se dissipa e passa
A voz mimosa da mulher querida.

Na mocidade, na estação fogosa,
Ama-se a vida- a mocidade é crença,
E a alma virgem nesta festa imensa,
Canta, palpita, s’ xtasia e goza.
________________

Triste, lembro a primavera 
cheia de luz e alegria, 
em que tendo a vida à espera, 
eu sonhava e não vivia!
CAROLINA RAMOS 
________________

MARIA NASCIMENTO SANTOS CARVALHO

Primavera

Naquele dia 23 de setembro 
dia ficou maravilhosamente claro, 
o céu, levemente colorido, 
ornamentado de nuvens de brinquedo, 
que se faziam e se desfaziam 
num abrir e fechar de olhos. 

As flores se tornaram mais viçosas 
e desabrocharam antes dos primeiros raios de sol. 

A lua nova, 
que mais parecia um traço de giz 
na tela do firmamento, curiosa, 
fingiu que esqueceu de se recolher na hora marcada, 
e olhava, sonolentamente a transformação da Natureza. 

As estrelas se abalroavam, 
por trás das cortinas do espaço, 
extasiadas com a paisagem celeste 
e, de vez em quando, 
desfilavam entre uma e outra nuvem de brinquedo... 

O mar vestiu-se de calmaria 
para esperar o alvorecer da Primavera... 
Havia música no ir-e-vir das vagas 
que davam cambalhotas, rodopiavam graciosamente 
e se enroscavam nas espumas rendadas, 
imaculadamente brancas, 
do mar de águas mornas e insinuantes. 

O Sol, convidado de honra, 
acordou mais cedo, tomou banho de cheiro, 
e desengavetou sua roupa de gala, 
há meses fora de uso, 
para recepcionar o surgir do novo dia, 
o desabrochar da nova Estação. 

Timidamente, numa curva distante, 
um arco-íris se fez presente, 
com seus lindos anéis coloridos, 
para dar um encanto especial 
à longínqua esquina do infinito. 

E, naquele dia 23 de setembro, 
até as águas-vivas que anunciam perigo no mar, 
se tornaram amigas, sensíveis e inofensivas, 
Porque era o dia da chegada da Primavera...
________________

Nossa retina é quem sente
quanto a natureza é bela…
na primavera, silente,
as flores falam por ela!
FRANCISCO JOSÉ PESSOA 
________________

ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG

Poeminha à Primavera III

A vida em traje a rigor
Está pronta para a festa...
Durou um ano de espera
O mundo multicolor
Que nos trouxe a PRIMAVERA!

Que essa estação tão linda
Desperte também o amor,
Fazendo brotar na gente
Um mundo cheio de luz,
O desejo mais ardente, 
O querer mais envolvente
Que nos encanta e seduz.
________________

Todo amor se circunscreve 
às ações puras, sinceras. 
Assim, colhemos, de leve, 
as mais belas primaveras. 
WAGNER MARQUES LOPES 
________________

ANTONIO MANOEL ABREU SARDENBERG

Primavera

A primavera nasce deslumbrante,
Florindo o mundo, dando cor a vida,
Ela que estava há tão pouco escondida
Surge agora como um sol irradiante.

Em cada flor o perfume do querer,
Cada matiz só beleza e esplendor,
Dentro da alma a razão de entender
Criação... criatura...CRIADOR!

Que em prece possamos agradecer,
A beleza que podemos assistir,
- O milagre colorido a explodir - !

Que a humanidade possa então viver,
Imensa paz, muita ternura e amor,
Q' em cada mão haja sempre uma flor!
________________

Sê, na vida, paciente
ante as agruras da espera
feito os ramos que somente
florescem na Primavera.
ANTONIO JURACI SIQUEIRA 
________________

HILDA PERSIANI

Primavera

Meu Deus! Que festa!
Os pássaros gorjeando,
As borboletas em bando,
Que alegria será esta?

-É a primavera que está voltando:
Um colorido mais lindo
De belas flores se abrindo,
Com seu perfume exalando.

Ao vê-las, fico sorrindo,
O inverno vai se despedindo,
Dando a ela seu lugar.

A primavera da vida,
Essa fase tão querida,
Passa e nunca mais torna a voltar!...

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

20 de Setembro (Dia do Gaúcho)



Céu, Sol, Sul, Terra e Cor
letra de Jader Moreci Teixeira, mais conhecido como Leonardo (Bagé, 30 de novembro de 1938 – Viamão, 7 de março de 2010)

Eu quero andar nas coxilhas
Sentindo as flechilhas das ervas do chão
Ter os pés roseteado de campo
Ficar mais trigueiro como o sol de verão

Fazer versos cantando
As belezas dessa natureza sem par
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar

É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor

Eu quero me banhar nas fontes
E olhar horizontes com Deus
E sentir que as cantigas nativas
Continuam vivas para os filhos meus

Ver os campos cheios de crianças
Sorrindo felizes a cantar
E mostrar para quem quiser ver
Um lugar pra viver sem chorar

É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor
É o meu Rio Grande do Sul
céu, Sol, sul terra e cor
Onde tudo que se planta cresce
O que mais floresce é o amor

Assista o vídeo da música, na voz de seu compositor em https://www.youtube.com/watch?v=8vf-m-DbWqw

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Carolina Ramos (Ser Emília... )



Ah! Lobato, bom amigo,
que minha infância enfeitaste...
Os caminhos que hoje sigo,
sem querer, delineaste!

Eu já fui menina arteira,
que brincava com boneca.
“Narizinho” reinadeira,
cheia de sonhos!... Moleca!

Tal qual “Pedrinho”, eu, também,
pelos campos cavalgava!
Sem caçadas!... sou do bem...
E amiga da bicharada!

Sem “Pó de Pirlimpimpim”,
fiz muita viagem gostosa!
Do saber, ao vê-lo afim,
conquistou-me o “Sabugosa”!

Lobato, só coisa linda,
de ti me veio, portanto,
guardo, com ternura infinda,
saudades por todo canto!

E tive um Príncipe, sim!
Lindo “Príncipe Encantado”!
Hoje... tão longe de mim...
Para os céus arrebatado...

Já fritei muitos bolinhos,
como “Anastácia” fazia...
E rodeada de netinhos,
agora, com alegria,

sou qual feliz “Dona Benta”,
entre anjos vindos do céu,
mas... a paz...nenhum alenta,
ao correr de déu-em-déu!...

Lobato... Os teus personagens,
Rabicó, a Cuca, o Anjinho,
a Emília a contar vantagens...
floriram o meu caminho!

E ao ver seres perturbando
os rumos da Pátria nossa, 
tal qual Saci “sacizando”,
lembro os Sacis lá da roça!

Os daqui...duas pernas têm...
os da roça têm só uma! 
Mas diabruras de ambos vêm,
e ...coisa boa? - Nenhuma!

Ah!... queria ser agora
essa Emília irreverente!
- Bonequinha que não chora,
mas...pensa... E diz o que sente!

Fonte:
Versos enviados pela autora.

22 de Agosto: Dia do Folclore


O Dia do Folclore é celebrado internacionalmente (inclusive no Brasil) no dia 22 de agosto. Isso porque nessa mesma data, no ano de 1846, a palavra “folklore” (em inglês) foi inventada. O autor do termo foi o escritor inglês William John Thoms, que fez a junção de “folk” (povo, popular) com “lore” (cultura, saber) para definir os fenômenos culturais típicos das culturas populares tradicionais de cada nação. O significado da palavra, segundo seu criador, era “saber tradicional de um povo”.

Sabemos que o folclore, ou cultura popular, tem despertado grande interesse de pesquisadores de todo o mundo desde o século XIX. É fundamental para um país conhecer as raízes de suas tradições populares e analisá-las, assim como as de caráter erudito. Os grandes folcloristas encarregam-se de registrar contos, lendas, anedotas, músicas, danças, vestuários, comidas típicas e tudo o mais que define a cultura popular.

No Brasil, o Dia do Folclore foi oficializado em 17 de agosto de 1965 por meio do Decreto nº 56.747, assinado pelo então presidente militar Humberto de Alencar Castello Branco e por seu Ministro da Educação, Flávio Suplicy de Lacerda. No texto do decreto, há referência direta a William John Thoms e ao seu pioneirismo na pesquisa das culturas populares.

Restrito a três artigos, o conteúdo do decreto determina o ensino do folclore como sendo de importância fundamental para a cultura do país, como pode ser visto a seguir:

Art. 1º Será celebrado anualmente, a 22 de agosto, em todo o território nacional, o Dia do Folclore.

Art. 2º A Campanha de Defesa do Folclore Brasileiro do Ministério da Educação e Cultura e a Comissão Nacional do Folclore do Instituto Brasileiro da Educação, Ciência e Cultura e respectivas entidades estaduais deverão comemorar o Dia do Folclore e associarem-se a promoções de iniciativa oficial ou privada, estimulando ainda, nos estabelecimentos de curso primário, médio e superior, as celebrações que realcem a importância do folclore na formação cultural do país.

Art. 3º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de agosto de 1965; 144º da Independência e 77º da República.

O Dia do Folclore foi criado, portanto, com o objetivo de garantir a preservação do acervo que forma o folclore brasileiro e também de incentivar os estudos na área. Atualmente, o folclore brasileiro é um importante objeto de estudo nas ciências humanas, e sua importância é reforçada frequentemente nas escolas, sobretudo naquelas que trabalham com ensino infantil.

No Dia do Folclore, costuma-se relembrar os elementos mais importante da cultura popular brasileira, tais como as danças, os ritmos, as festas e os personagens do nosso folclore. Nas danças e ritmos, podem ser citados o frevo, o maracatu, o baião, o forró, a catira etc. Nas festas, costuma-se lembrar a Festa Junina, talvez a principal festa popular do Brasil.

Entre os personagens, estão inseridas as lendas tradicionais de nosso país. As principais lendas são a do saci e do curupira, mas outros personagens importantes do nosso folclore são: a Iara, o boto cor-de-rosa, a mula sem cabeça, o boitatá, o negrinho do pastoreio, entre outros.

O folclore na literatura brasileira

Muitos escritores extraem do folclore a base de sua obra. É o caso, no Brasil, do paraibano Ariano Suassuna e do paulista Monteiro Lobato, por exemplo. Entre os folcloristas brasileiros, os mais notáveis são Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo. Desse último partiu a realização do Dicionário do Folclore Brasileiro, uma obra de referência que é responsável por manter viva a cultura popular das várias regiões do Brasil.

O folclore brasileiro é de uma riqueza notável, e isso foi resultado da influência de culturas de diferentes povos indígenas, de diferentes povos africanos e dos europeus, sobretudo dos portugueses. Essa riqueza de histórias, práticas e crendices do nosso folclore começou a ser estudada de maneira organizada a partir do século XIX e hoje é uma importante área vinculada com as ciências sociais e a antropologia.

O crescimento do estudo do folclore no Brasil esteve diretamente relacionado com o crescimento da importância dessa área do conhecimento na Europa e na América do Norte na mesma época. Importantes nomes, como os mencionados Mário de Andrade e Luís da Câmara Cascudo, realizaram grandes contribuições para essa área.

Os avanços que aconteceram no estudo do folclore brasileiro nas primeiras décadas do século XX levaram à realização do I Congresso Brasileiro de Folclore, no Rio de Janeiro, em 1951. Lá foi emitido um documento, chamado Carta do Folclore Brasileiro, que serviu de base para guiar os estudos da área nas décadas seguintes. Por meio desse documento, definiu-se o que é “fato folclórico”, isto é, os elementos que integram o nosso folclore foram definidos.

Em 1995, durante o VIII Congresso Brasileiro de Folclore, realizado dessa vez em Salvador, os especialistas chegaram a novas conclusões a respeito de questões relativas ao nosso folclore. Um novo documento foi emitido com atualizações importantes, as quais norteiam os estudos atuais sobre o folclore brasileiro.

O folclore brasileiro também tem espaço na Constituição Federal, promulgada em 1988. Os artigos 215 e 216 garantem o direito a todos os brasileiros de exercerem manifestações culturais e definem que a cultura popular brasileira deve ser incentivada e que a sua preservação deve ser defendida.

Fonte:
SILVA, Daniel Neves. "22 de agosto - Dia do Folclore"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-folclore.htm. Acesso em 23 de agosto de 2019.

terça-feira, 16 de julho de 2019

Academia Ituana de Letras (Sessão Solene: 27 Anos de Fundação da ACADIL)

Conferência
“Itu na Construção da Memória Nacional pelo IPHAN ”
prof. Dr. Paulo Cesar Garcez Marins

Lançamento do Volume 5 da Série “Itu Presenças Ilustres”

Data e Horário:
25 de Julho de 2019, 5ª Feira, 19h30

Local:
Centro De Estudos Do Museu Republicano
Rua Barão De Itaim, 140, Itu

__________________________

História

A ACADIL foi criada em 27 de julho de 1992 por um grupo de escritores de Itu. A posse dos 28 fundadores se deu em 14 de novembro daquele ano. Ao completar quinze anos, o número de acadêmicos foi ampliado para 32. Hoje são 40 Cadeiras. Seus patronos são escritores, todos falecidos, ligados à história literária de Itu.

Desde a fundação, a Academia Ituana de Letras tem realizado sessões solenes de Elogio ao Patrono, conferências e palestras, concursos e lançamento de livros dos associados.

Em 1999 lançou o primeiro número da Revista da ACADIL, periódico anual que reúne artigos científicos, crônicas, contos e poemas, além das efemérides da associação.

Ocupa-se de lembrar a memória de seus patronos e fundadores, sobretudo em datas comemorativas.

Como resultado da celebração do centenário de nascimento do Acadêmico Ermelindo Maffei, o advogado dos pobres, entre 2008 e 2018 entregou a Medalha da Solidariedade Dr. Ermelindo Maffei a entidades que se destacam em ações de cidadania junto à comunidade.

Participou da realização de encontros de literatura regional com outras associações congêneres, discutindo o linguajar caipira, a poesia parnasiana e a obra modernista. Em 2010 celebrou os 400 anos de fundação de Itu com publicações e homenagens.

Desde 2012 lança bienalmente a publicação “Itu, presenças ilustres”, que já registrou cerca de 120 crônicas biográficas de quem fez história em Itu no século XX. Também bienal é a edição do livro Pirilampos, reunindo matéria literária dos associados.

A ACADIL se reúne mensalmente, no segundo sábado, às 10h.

A ACADIL completou seu Jubileu de Prata com diversas celebrações, publicações e a criação das últimas oito Cadeiras que serão ocupadas nos próximos anos.
A Academia Ituana de Letras (ACADIL) é uma associação cultural sem fins lucrativos, que reúne escritores de Itu e região a fim de fomentar a literatura regional, discutir temas ligados à cultura, à arte e realizar eventos e publicações que incentivem a leitura e promovam a discussão de ideias. Sobretudo os acadêmicos se propõem a valorizar as letras locais através da pesquisa sobre a obra de seus patronos, fazendo jus ao dístico do Colar Acadêmico “Ytuensibus litteris laurea semper” – que as letras ituanas sejam sempre lembradas.

Fonte:
ACADIL

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Olivaldo Júnior (Trovas para 30 de janeiro: Dia da Saudade)


Da saudade que me deste,
fiz meus pontos cardeais,
mas do Leste fiz Nordeste
e do Norte um Sul a mais...

Meu retrato da saudade
tem seu rosto em luz banhado
me falando sem vaidade
que inda sou seu bem-amado.

- A saudade até parece
um canteiro triste, torto,
cujas flores viram prece
por um jardineiro morto...

Ao matar tanta saudade,
não fui preso, nem a júri,
esperando que a verdade
da distância inda me cure...

A saudade que me impõe
faz de mim um resistente:
um chorão que sobrepõe
os chorinhos ao presente.

Fonte: O Autor

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Olivaldo Junior (Um professor..)


"Quero falar de uma coisa / Adivinha onde ela anda / Deve estar dentro do peito / Ou caminha pelo ar"... Quem não se lembra dessa linda música de Milton Nascimento e de Wagner Tiso? Pois ela acabou virando um hino quase obrigatório em todas as formaturas Brasil afora desde que fora lançada, em 1983, além de se tornar a música que marcou a morte do ex-presidente Tancredo Neves, sendo executada inclusive durante o seu funeral. Coração de Estudante... Existe ideia mais pura de coração, mais genuína de real interesse pelo mundo, pela vida, por tudo o que existe e pode ser melhorado? Se há um estudante, há um professor.

Um professor que se desvela em mil cuidados pelo ingressante na Educação Infantil, continuação de pai e de mãe, antigamente chamada (sim, eram e ainda são quase todas mulheres) de "tia". Hoje, muitas vezes, apenas "prô". Mas o que importa é que, muitas vezes, é a "prô" quem dá o carinho que a criança não tem em casa e acaba assumindo no coração infantil um papel ainda maior que o esperado. É a mãe, a tia e até a prô numa só professora!

Um professor que ensina as primeiras letras, o alfabeto todo e se distancia, para que o aluno aprenda a escrever seu destino com as próprias mãos. Mãos que, amanhã, serão de médicos, engenheiros, administradores, comerciantes e de muitos outros profissionais, até de professores. Mãos que, com certeza, se emocionarão quando pensarem no rosto de quem às vezes ficava bravo e pegava no pé do menino e da menina que não queria aprender com ele.

Um professor que domina uma sala de adolescentes, todos conectados, em mil redes sociais, com a atenção difusa, dispersa, tendo que chamar a atenção para uma matéria que, para os jovens, nem sempre tem graça, nem sempre faz sentido. Alguém que acaba caricaturado, com sua característica própria em lente de aumento, por algum aluno, mestre em sátira. Um professor que, apesar da desvalorização geral, consegue passar o que é preciso.

Um professor que lida com alunos universitários, adultos, mas que, ao se sentarem na cadeira de uma sala de aula, voltam a ter oito, nove, ou treze anos, porque aluno é sempre aluno, não importa a idade. Mesmo com toda a tecnologia e com o "poder" de formação de texto em nossas mãos, quando se vê sob as mãos de um professor, um aluno espera dele a mão da professora do início, que tantas vezes lhe guiou a mão pelo papel, hábil na conduta.

Um professor que também educa jovens e adultos que não puderam aprender na "idade certa" (entre aspas, porque, na verdade, toda idade é a mais certa para aprender). Professor que tenta suprir a falta de tantos outros professores, lacunas de tantos outros ensinamentos que ficaram pelo caminho. O aluno da E.J.A. requer o carinho, o apoio de quem é professor, um professor de verdade, e ensine os seus olhos a lerem o mundo com olhos letrados, ágeis.

Um professor que ensina o que ele sabe e domina. Um professor que muda sua comunidade e respira modernidade. Um professor que é pura poesia para o aluno que só teve conversa fiada. Um professor que se torna com o tempo o próprio tempo, veloz em saber a resposta, mas ainda mais rápido em saber que ninguém sabe tudo. Um professor que se chama de amigo, de eterno, de mestre. Um professor que demonstra respeito e o recebe também.

"Coração de estudante / Há que se cuidar da vida / Há que se cuidar do mundo / Tomar conta da amizade"... Amizade. Amizade de um professor que seja estudante a vida inteira. Um professor que não se veja parte de pesquisa sobre o crescimento da violência também em sala de aula. Um professor que seja a coruja e (por que não?) a águia que inspirará seu aluno a novos céus de alegria. Um professor que eu poderia ter sido. Um professor que posso ser?...

* Texto originalmente publicado na edição de sábado, dia 14/10/2017, no jornal impresso Gazeta Guaçuana, de Mogi Guaçu, São Paulo, para o Dia do Professor (15 de Outubro).

Fonte:
Texto enviado pelo autor 

domingo, 16 de setembro de 2018

Odenir Follador (195 Anos - Salve Ponta Grossa, Princesa dos Campos Gerais)

(Aniversário da cidade: 15 de setembro)

Salve, salve, oh! Querida Ponta Grossa,
Princesa encantada dos Campos Gerais!
Das verde campinas és a alma nossa.
Brancas asas, o início... esquecer jamais...

De seus prédios e casarões alvissareiros,
das ruas seminuas no entorno da praça.
Onde havia até transporte de passageiros;
a Estação Saudades e a Maria Fumaça!

Havia também outro meio de transporte:
quatro linhas de ônibus no Ponto Azul
que ligava todos os bairros dando suporte,
num irrequieto vai e vem, de Norte a Sul.

E muito próximos, com porte magistral:
a fonte da Praça Barão do Rio Branco,
o Coreto e a nossa imponente Catedral;
magia dourada de um momento franco.

Indústrias Wagner com chaminé altaneiro,
da Cia. Adriática e da cerveja Original!
Nas ruas: cavalos, carroças e carroceiro
movendo e agitando o centro comercial.

As muitas lojas, comerciais e industriais
foram demolidas, sequer preservadas!
Só lembranças... Hoje não existem mais!
Pela moderna construção, foram trocadas.

Oh! Querida Princesa dos Campos Gerais;
que saudades... Recordação e Nostalgia!
Lembranças que não apagarão jamais,
da candura e doçura que tivemos um dia.

Fonte: Facebook

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Olivaldo Júnior (Todo trovador que se preze)

         18 de Julho: Dia do Trovador


  Hoje, dezoito de julho, é o Dia do Trovador. Essa data foi escolhida por ser o dia do nascimento de Luiz Otávio, “Príncipe dos Trovadores”, que, em 1966, fundou a União Brasileira de Trovadores (UBT), entidade que busca congregar os trovadores brasileiros e realizar Jogos Florais, como forma de aprimorar o talento desses poetas e divulgar a menor forma poética da Língua Portuguesa, ou seja, a trova, que, aliás, só é ‘mini’ em sua estrutura.

            Falando em trova, todo trovador que se preze deveria ter um cavalo selado à porta de casa, bem à moda dos trovadores medievais, que, de cidade em cidade, cantavam as boas novas da província anterior, tecendo, assim, sua colcha sonora, com muitas redondilhas e muita inspiração, sem abrir mão do poder de síntese, comum aos trovadores. Já pensou que bom seria ouvir um trovador e seu banjo, seu canto ancestral, um ‘buscador’ por excelência?

            Correspondo-me ainda hoje com alguns trovadores da UBT. Porque todo trovador que se preze tem sempre uma trova na manga, uma manga bem larga, de onde os sonhos emergem e ganham o mundo. Assim, nos quatro versos da trova, com sete sons poéticos cada um, em rimas alternadas, trovadores se aliançam e se fundem num só espírito criador, o de manter viva a chama que os nossos irmãos portugueses trouxeram no mastro das caravelas de então.

            Hoje, dezoito de julho, é o Dia do Trovador. O que esperar desse dia? Trova e poesia, talvez. No entanto, todo trovador que se preze pode esperar um lampejo de inspiração, seja do próximo, seja de si, para que a vida se mostre em cores. As mesmas com que Gislaine Canalles, que foi para o céu dos trovadores no último dia treze, viu reveladas em suas trovas e, de modo especial, em suas glosas. Assim, nesse dia, com “Gis” e Luiz, ‘trovemos’ todos!

Fonte: O autor

terça-feira, 17 de julho de 2018

18 de Julho - Dia do Trovador


Trovas de Luiz Otávio

1
A Trova definitiva,
ideal do Trovador,
por mais que eu padeça e viva
eu jamais hei de compor…
2
Dura menos que um suspiro
ou como a folha que cai…
Mas quando penetra na alma,
a Trova fica… Não sai…
3
Enfrentando tantas provas,
ao desenrolar dos anos,
vou tirando da alma Trovas,
e enchendo-a de desenganos…
4
Estas Trovas foram sonhos
que um trovador já sonhou…
São uns farrapos tristonhos
de um grande amor que passou…
5
Este doce e grande amor,
esta saudade indiscreta,
fizeram de um trovador
o mais tristonho poeta…
6
É um prazer bem diferente
e de sabor sempre novo,
ouvir a trova da gente
andar na boca do povo!…
7
Há trovas, ricas, sonoras,
tem brilho, cintilação…
Lembram “foguetes de lágrimas”
nas noites de São João…
8
Longe de ti, triste eu passo,
se vivo mesmo, nem sei…
E, cada trova que faço
um beijo que não te dei…
9
Louvo a Deus por me ter dado
a sorte de trovador,
pois o mal quando é cantado,
diminui o seu rigor…
10
Mediunidade esquisita
de duração muito breve:
– a Trova – é o povo quem dita,
o trovador… só escreve…
11
Meus sentimentos diversos
prendo em poemas tão pequenos.
Quem na vida deixa versos,
parece que morre menos ...
12
Não desejo nem capela
nem mármore em minha cova…
Apenas escrevam nela
pequenina e humilde Trova…
13
Não digo não: “minha” Trova
quando faço um verso novo:
– não é minha e nem é nova
quando cai na alma do povo…
14
Nem sempre nós conseguimos
traduzir as nossas dores…
Quantas trovas ficam mortas
nas almas dos trovadores…
15
Nesta trova pequenina,
quero deixar o sabor,
do beijo que ainda há pouco
eu roubei do meu amor…
16
Ó trovas — simples quadrinhas
que têm sempre um quê de novo...
— Como podem quatro linhas
trazer toda alma de um povo?!
17
Pelo tamanho não deves
medir valor de ninguém.
Sendo quatro versos breves
como a trova nos faz bem.
18
“Pequena” – dizem zangados,
muitas vezes com desdém.
Jamais saberão, coitados,
que grandeza a trova tem!
19
Por estar em solidão
tu de mim não tenhas dó.
Com Trovas no coração,
eu nunca me sinto só!
20
Quando a Trova é mesmo boa,
é sempre assim que acontece:
– o dono fica esquecido,
mas a Trova não se esquece…
21
Saudade – brisa tristonha…
e o meu coração magoado
desprende Trovas… e sonha…
é um rosal despetalado…
22
Sou devoto, sou um crente!
Não zombes, não rias não…
Trago um rosário de Trovas
no fundo do coração…
23
Tão pequenina... parece
humilde e distante estrela...
porém, como a Trova cresce
quando alguém sabe entende-la!
24
Tirem-me tudo o que tenho
neguem-me todo o valor!
Numa glória só me empenho:
– a de humilde trovador!
25
Toda noite ao me deitar
(por certo você reprova),
eu me esqueço de rezar
e fico fazendo trova.
26
Toda trova herdou o espírito
navegante português…
Nasce…foge… corre o mundo
e abandona quem a fez…
27
Toma cuidado, poeta
com teu sentir mais profundo;
a trova é muito discreta:
– conta tudo a todo mundo…
28
Trovador, grande que seja,
tem esta mágoa a esconder:
a trova que mais deseja
jamais consegue escrever ...
29
Uma trova pequenina,
tão modesta, tão sem glória,
bem pouca gente imagina,
que também tem sua história.
30
Um trovador veterano
concorre e zomba: - é "barbada"!
Depois de entrar pelo cano,
bronqueia: foi marmelada!...