quinta-feira, 5 de abril de 2012

Clevane Pessoa (José Estanislau Filho lançará Crônicas do Amor Virtual e Outros Encontros)


Meu poetamigo e prosador consistente J. Estanislau Filho,lançará em breve, Crônicas do Amor Virtual e Outros Encontros.

São textos publicados virtualmente, a princípio, e agora, no papel.a quem se refere nas crônicas.

Encontramo-nos no Cultura em mOvimento (UNIAC), que anualmente convidava-me a homenagear Raul Seixas, com outros poetas e artistas, dentro do Parque Municipal Americo Renê Gianetti,em Belo Horizonte. Através da Internet, comentei o quanto eu apreciava isso, conhecer pessoas ligadas à cultura, tribos urbanas, verificar que alguns iam em bando familiar-do avô ao neto, relembrar o Raulzito.

Alegro-me por ser uma das pessoas que Estanislau relembra em Crônicas do Amor Virtual e Outros Encontros. Nunca mais o vi de perto – até recentemente, no lançamento do Nós da Poesia 2 – do IMEl – nas terças Poéticas, mas nem pudemos conversar. na Internet- o Recanto das Letras foi um deles. Perguntei a razão da homenagem - o falar a meu respeito, uma honra ser lembrada! – e ele disse que o ajudei , ao comprar o livro lá no parque e ainda indicar espaços na Internet – um deles , o Recanto das Letras. Depois ele convidou-me a prefaciar o livro de poemas e ainda lançou, um em prosa, Filhos da Terra.
Prefaciei dele "Todos os Dias São Úteis".

Lançou mais, que escreve e muito. E agora, esse novo trabalho, uma das boas novas: prefacia-o o prolífero jornalista Carlos Lúcio Gontijo, leia abaixo.

O poeta, escritor e jornalista Carlos Lúcio Contijo sabe o que diz. Já li seus muitos livros e recomendo. Atualmente, deixou belo Horizonte e voltou a Santo Antonio do Monte. Onde foi homenageado pelos conterrâneos: uma biblioteca , tem seu nome. Ele é de doar muitos livros...

Prefácio

"O escritor e poeta J Estanislau Filho se nos apresenta dessa feita com Crônica do Amor Virtual e Outros Encontros, obra com a qual premia o leitor com uma narrativa embebida em singela prosa poética, fazendo jus à poesia que o autor tão bem soube (e sabe) derramar ao longo de sua trajetória literária.

Vem-nos o criativo J Estanislau com um belo estender de horizonte gráfico, no qual podemos perceber sua alma de janelas abertas em busca de coisas simples e pequenos detalhes, que muitas vezes são despercebidos por nós, apesar de representarem o sol e o alicerce de nossas vidas. A maneira poética, mas realista, com que Estanislau nos expõe os assuntos e temas por ele tratados, tem o poder de “enjanelar” a mente do leitor, fazendo-o receptivo a toda imensa carga de sentimento, que lhe é magistralmente colocada à disposição, através de metáforas bem construídas e bem distribuídas no transcorrer de todos os enredos.

Afirma-nos J Estanislau Filho que “os planos são úteis para a vida cotidiana. A arte não carece disso, ao contrário, ela se manifesta por meio do dom”. Dessa forma, expressando-se com naturalidade tanto na alegria quanto na dor, o autor nos passa a lição de que estar vivo é ter disposição para aprender coisas novas e seguir sempre em frente, como o rio que costuma revigorar-se na queda que lhe quebra o leito. Não é fácil misturar poesia, ficção e realidade, mas J Estanislau o consegue, atrelando fenômenos aparentemente antagônicos em uma só peça, tornando-se artista da palavra competentemente capaz de fazer o leitor “derreter-se feito manteiga”, sob o fogo ardente de sua prosa poética.

Acertadamente, leva-nos à conclusão de que “o mundo virtual não difere muito do real. É necessário afinidade. Afinidade não significa, necessariamente, convergência de ideias, mas respeito às diferenças”.

J Estanislau Filho, visionariamente, descortina aos nossos olhos a filosofia que nos dá conta de uma sociedade menos desigual, pois todos merecem um dia de leveza, banho de cachoeira e um amor verdadeiramente ensolarado do lado. Para tanto, joga com sabedoria, no colo do leitor inebriado, a responsabilidade pela construção de seu próprio destino, enfatizando que é preciso correr pelo menos o risco de um encontro. Ou seja, viver nos cobra coragem a cada passo, a cada dobrar de esquina.

Em As Rosas Falam, J Estanislau Filho, chega à sublime clarividência, contrariando canção do famoso mestre Cartola, grande compositor da música popular brasileira, de que as rosas sempre falam quando diante da luz benfazeja do amor verdadeiro. Por fim, convidamos você, leitor ou leitora, a ir ao encontro do abrir de janelas que lhe é oferecido pelas páginas deste novo livro de autoria de J Estanislau Filho, onde entre os cenários literários poeticamente desenhados você poderá terminar, por desígnio do acaso, encontrando-se consigo mesmo."

Carlos Lúcio Gontijo


Fonte:
http://www.clevanepessoa.net/blog.php?idb=31495

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Trova Ecológica 79 – Wagner Marques Lopes (MG)

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 522)


Uma Trova de Ademar

A minha vida é repleta
de verso, amor e beleza,
porque quem me fez poeta
foi a própria natureza.
–ADEMAR MACEDO/RN–

Uma Trova Nacional


Dormi... e sonhei contigo
na praia, com lua cheia!
Foi delírio, hoje prossigo
te procurando na areia!
–VÂNIA ENNES/PR–

Uma Trova Potiguar


Levando vida inclemente,
velho e guri desprezados,
sem futuro, nem presente,
são dois seres desgraçados...
–PEDRO GRILO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram


O espelho reflete o rosto
e as rugas nos trazem traumas.
Haveria mais desgosto
se o vidro mostrasse as almas.
–HILDEMAR DE ARAÚJO/BA–

Uma Trova Premiada


1990 - UBT-São Paulo/SP
Tema: VERSO - Venc.


Tenho sim muito mais ouro
e fortuna que um ricaço,
não há no mundo tesouro
que pague as trovas que eu faço!
–DARLY O. BARROS/SP–

Simplesmente Poesia

A Festa nem Começou
–MIFORI/SP–


Tudo preparado para ser
uma grande festa.
Para se viver lindos momentos.
Mas, no lugar do sim veio o não,
ao seu pedido de casamento.
No peito uma forte dor
e quase sua visão sumiu.
Numa trilha tumultuada
entraram seus pensamentos
e o silencio que se seguiu...
Foi constrangedor!

Estrofe do Dia

A certeza da morte não se nega,
é tão clara que a vida até aceita;
é tão lógica, certa e sem suspeita
que as entranhas da gente não renega;
mas é dura e tirana se nos pega
de surpresa sem dar nenhum aviso;
simplesmente chegando de improviso.
Só a crença que a gente tem em Deus
faz vencer o momento desse adeus
e seguir, pois viver ainda é preciso.
–TARCÍSIO FERNANDES/RN–

Soneto do Dia

Mágoa
–THALMA TAVARES/SP–


Ela jura, entre prantos, que desdenha
do ingrato amor que tanto a faz chorar.
Em maldizê-lo com ardor se empenha
e mais se empenha em ter que o odiar.

Garante que não há quem a detenha
nesse mister, ainda que a sangrar
o maltratado coração lhe venha
vindo o sopro da vida lhe faltar.

Porém esse ódio que ela diz que sente,
em seu semblante um doce olhar desmente
quando nos fita cheia de bondade...

E com voz doce e os olhos rasos d'água
ela transforma a repentina mágoa
num suspiro de amor e de saudade.

Luiz Vaz de Camões (Os Lusíadas)


Publicado em 1572 sob a proteção do Rei D. Sebastião, o poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, tem como assunto central a viagem de Vasco da Gama às Índias (1497 - 1498). As perigosas viagens por mares nunca dantes navegados, o contato com povos e costumes diferentes, a exaltação do homem-herói (navegador, soldado, aventureiro, cavaleiro e amante) encontram, na euforia antropocêntrica do Renascimento, um instante oportuno para o sentimento heróico e conquistador, não apenas dos portugueses, mas de toda Europa quinhentista.

Obra de cunho enciclopédico, o poema narra, além da descoberta do caminho marítimo para as Índias, as grandes navegações portuguesas, a conquista do Império Português do Oriente e toda a história de Portugal, seus reis, seus heróis e as batalhas que venceram. Paralelamente a essa dupla ação histórica (a viagem de Vasco da Gama e a história de Portugal), desenvolve-se uma importantíssima ação mitológica: a luta que travam os deuses olímpicos (o "maravilhoso pagão"), contrapondo Vênus e Marte (favoráveis aos lusos) a Baco e Netuno (contrários às navegações).

Os Lusíadas fundem harmoniosamente os ideais renascentistas, imperialistas e nacionalista de expansão do Império, com a ideologia medieval, feudal e conservadoras; a mitologia pagã com o ideal cristão; o tom épico na exaltação dos feitos dos navegadores e guerreiros e o tom lírico do amor trágico de Inês da Castro; a objetividade e a subjetividade; o ufanismo e o espírito crítico; o espírito clássico com acentos maneiristas e antecipação barroca.

O poema divide-se em 10 cantos. Cada canto contém em média 100 estrofes ou estâncias. O canto III é o mais curto, com 87 estrofes; o canto X é o mais longo, com 156 estrofes. O poema todo compõe-se de 1.102 estrofes ou estâncias. Cada uma delas contém regularmente 8 versos (oitavas). O poema totaliza 8.816 versos, decassílabos (medida nova), predominando os decassílabos heróicos, com a 6ª e a 10ª sílabas tônicas. Há também alguns decassílabos sáficos, com a 4ª, a 8ª e a 10ª sílabas tônicas.

Os Lusíadas são o maior poema da língua portuguesa e a maior expressão de sua excelência literária. Camões soube elaborar uma linguagem suficientemente rica e maleável, elegante e sonora, com que exprimiu tanto os feitos heróicos e altissonantes, como as dolorosas súplicas de Inês de Castro diante de seus algozes ou o desconsolo do eu-poemático diante do "desconcerto do mundo" e da decadência de seu país.

Os Lusíadas tem cinco partes, como a tradição clássica impõe a uma epopéia:

1 - Proposição - É a apresentação do poema, a síntese do assunto. Ocupa as três primeiras estrofes. Evidencia algumas características fundamentais da obra: o caráter coletivo do herói, a valorização do homem (antropocentrismo), a sobrevivência do "ideal cruzada", a valorização da Antigüidade clássica, o nacionalismo (ufanismo), sintaxe rica e complexa.

2 - Invocação das Tágides - É o pedido de inspiração às musas. Camões elege como suas inspiradoras as Tágides, ninfas do rio Tejo, "nacionalizando" suas musas.

3 - Dedicatória ao Rei D. Sebastião - É como menino ainda, como dádiva de Deus, que Camões apresenta D. Sebastião na dedicatória. O jovem rei assumiu o trono aos 14 anos, em 1568, e como a redação do poema consumiu mais de 12 anos, Camões não deixa de observar que ele é "novo no ofício" e disso abusam seus conselheiros. O fato do jovem rei ser exaltado como símbolo e esperança da pátria, não impede de o poeta critique as intrigas palacianas e a ambição de mando e de riqueza dos jesuítas e seus aliados.

4 - Narração - A narração de Os Lusíadas compreende três ações principais: a viagem de Vasco da Gama às Índias, a narrativa da história de Portugal e as lutas e intervenções dos deuses do Olimpo. São, portanto, duas ações históricas e uma ação mitológica que se alternam e se interpenetram no poema. A narrativa começa já no meio da aventura do herói, quando Vasco da Gama e os navegadores estão em pleno Oceano Índico, na costa leste da África, próximo ao Canal de Moçambique. A narrativa histórica termina com a partida de Calicute. Camões não narra o regresso a Lisboa. Os acontecimentos anteriores são relatados por discursos dos protagonistas humanos (Vasco da Gama e seu irmão Paulo da Gama), e os acontecimentos futuros são anunciados por deuses ou outras personagens com o dom da profecia. Nessa profusão de episódios históricos, mitológicos, proféticos, simbólicos, líricos, guerreiros e romanescos, Camões entremeia descrições de fenômenos naturais (a tromba marítima, o fogo-de-anselmo etc) e freqüentes dissertações poéticas sobre a moral, sobre a desconsideração de seus contemporâneos pela poesia, sobre o verdadeiro valor da glória, sobre a onipotência do ouro e da riqueza e sobre o destino de Portugal. É uma verdadeira enciclopédia de Portugal e do homem renascentista.

5 - Epílogo - Contém as lamentações e críticas do poeta, suas exortações ao Rei D. Sebastião e os vaticínios sobre as futuras glórias portuguesas. São as doze últimas estrofes do poema. Contrastando com o tom vibrante e ufanista do início, o tom agora é de pessimismo, desencanto e de crítica à decadência do país e aos portugueses de seu tempo, esquecidos dos valores nacionais. É uma clara premonição da derrocada de Portugal, submetido em 1580 ao domínio espanhol, e da retratação do Império do Oriente. Há ainda o sentido de desabafo de Camões, que se queixa da incompreensão e das privações pelas quais parece ter passado em seus últimos anos de vida.

Enredo dos Cantos

Canto I e II - Após as partes introdutórias e a rápida apresentação dos navegadores em pleno Oceano Índico, narra-se o Consílio dos Deuses no Olimpo. Convocados por Júpiter, os deuses irão deliberar sobre o destino dos novos argonautas. Baco é contrário aos portugueses, pois teme que eles superem seus feitos no Oriente. Vênus, e depois Marte, toma a defesa dos lusos. Júpiter encerra o consílio, decidindo a favor das navegadores. Baco, inconformado, resolve agir. Assumindo a formas humana de um velho sábio, instiga o governador de Moçambique contra os portugueses, põe a bordo da esquadra um traidor, falso piloto, arma ciladas em Quiloa e Mombaça. Graças às intervenções de Vênus, das nereidas, de Mercúrio e à coragem e astúcia de Vasco da Gama, os portugueses chegam a Melinde, terra de muçulmanos que, por obra de Mercúrio, enviado por Júpiter, a pedido de Vênus, tinham se tornado simpáticos aos portugueses. Durante os perigos e provações, o capitão roga a proteção da Providência Divina e agradece por ela ao Deus cristão, mas quem atende às suas preces é Vênus, divindade pagã, meiga e sedutora, deusa do amor, que convence Júpiter a ajudar seus protegidos. Paganismo e cristianismo juntos, sem qualquer constrangimento.

Nota: Essa ação mitológica, a disputa entre Vênus e Baco, tem o propósito de elevar os navegadores à condição de semi-deuses. Numa clara alegoria, os portugueses, senhores do amor e da guerra, protegidos por Vênus e Marte, triunfam sobre os oceanos (Netuno) e sobre seus adversários no Oriente (Baco).

Canto III - Após Camões invocar a inspiração de Calíope, musa grega da poesia épica, Vasco da Gama começa a contar ao rei Melinde a história de Portugal. Principia pela localização geográfica do país no mapa da Europa: “Eis aqui quase cume da cabeça / De Europa toda, o Reino Lusita no / Onde a terra se acaba e o mar começa / E onde Febo repousa no Oceano” (Lus., III. 20). Fala das origens de Portugal, do primeiro herói, Viriato, o Pastor da Serra da Estrela, que resistiu à dominação romana. Na Guerra de Reconquista, que os povos já cristianizados moveram contra árabes invasores, no século XII, surge o Reino de Portugal e a Primeira Dinastia, a Casa de Borgonha. O terceiro canto contém a história de todos os reis dessa dinastia, destacando-se seu fundador, Afonso Henriques de Borgonha. vencedor da Batalha de Ourique, contra os árabes, ao lado de Egas Moniz, símbolo nacional de lealdade e honradez. Ainda sob a Dinastia de Borgonha, no reinado de D. Afonso IV, ocorre o episódio de Inês de Castro, aquela“que depois de ser morta foi rainha".

Canto IV - Vasco da Gama prossegue a narrativa da história de Portugal, concentrando-se na Segunda Dinastia, a Casa de Avis. Fala da Revolução de Avis (1383 - 1385), de seu grande herói, D. Nuno Álvares Pereira, da Batalha de Aljubarrota e de D. João I, Mestre de Avis, que funda o Estado Nacional Português, consolida a centralização monárquica e inicia a expansão ultramarina, com a Tomada de Ceuta, em 1415. A partir do reinado de D. Manuel I, o Venturoso, Vasco da Gama começa a narrar os episódios preliminares de sua viagem. D. Manuel tivera um sonho profético: os rios Indo e Canges, sob forma de dois anciões, profetizam os sucessos e perigos que os portugueses enfrentariam no Oriente. Estimulado por esse sonho, D, Manuel I pede a Vasco da Gama que monte uma esquadra para concretizar a profecia. Na partida das naus da praia de Belém, um ancião, o Velho do Restelo, faz uma enfática advertência contra as navegações portuguesas.

Canto V - Vasco da Gama conclui a narrativa de sua viagem até Melinde. Fala da partida da esquadra, do Cruzeiro do Sul, descreve o fogo-de-santelmo, depois uma tromba marítima na costa da Guiné, e a aventura cômica de Veloso. Perto da África do Sul, na travessia do Cabo das Tormentas, os portugueses defrontam-se com o Gigante Adamastor, monstro disforme que simboliza a superação do medo do “Mar Tenebroso” e o domínio do homem sobre as crendices medievais e sobre a natureza. De volta a Melinde, Vasco da Gama conclui o seu relato elogiando a tenacidade portuguesa. Encenando a primeira parte da epopéia, Camões retoma a palavra para lamentar o descaso dos portugueses pela poesia.

Canto VI - Enquanto os portugueses rumam em direção às Índias, Baco desce ao palácio de Netuno e incita os deuses marinhos contra a esquadra de Vasco da Gama. Novamente Vênus e as nereidas salvam os navegadores. A bordo da nau capitânea, o marinheiro Veloso entretém seus companheiros com a narrativa cavaleiresca de Os Doze de Inglaterra: doze portugueses, liderados pelo Magriço, vão à Inglaterra resgatar a honra de doze donzelas inglesas ultrajadas por doze cavaleiros bretões. Os navegadores avistam Calicute, e o narrador medita sobre o sentido e valor da glória.

Canto VII e VIII - Vasco da Gama faz contato com as autoridades de Calicute. O samorim (= rei) determina ao catual (= governador) que receba os navegadores. Vasco da Gama desembarca na Índia, visita o samorim e oferece a amizade dos portugueses, em nome de D. Manuel. O catual colhe informações sobre os recém-chegados e, em visita à esquadra, indaga Paulo da Gama acerca do significado das figuras desenhadas nas bandeiras lusas. O irmão do comandante assume a narrativa e conta os feitos dos heróis da pátria (Viriato, D. Afonso Henriques, Egas Moniz, D. Nuno Álvares e outros). Os muçulmanos tramam contra os cristãos portugueses e envenenam as boas relações com o samorim. Novas ciladas. Vasco da Gama é feito prisioneiro. Negocia com o catual sua liberdade, em troca de mercadorias européias. O poeta encerra o oitavo canto com dissertação sobre o poder do dinheiro.

Canto IX e X - Ainda em Melinde, na partida das naus, dois feitores portugueses que vendiam mercadorias em Calicute são retidos em terra para retardar a partida das naus e permitir que fossem alcançadas e destruídas por uma esquadra muçulmana. Em represália, Vasco da Gama retém a bordo vários mercadores indianos. Trocam-se os feitores portugueses pelos mercadores orientais, o samorim manda devolver as fazendas que os portugueses pagaram como resgate pelo capitão, e os navegadores, cumprida sua missão, iniciam a viagem de regresso a Lisboa. Os historiadores registram ter sido uma viagem acidentada, mas Camões encerra aqui a matéria propriamente histórica do poema. O longo episódio da Ilha dos Amores pertence já ao plano mitológico, fantástico. É o congraçamento entre os homens e os deuses, a elevação dos navegadores à esfera da imortalidade.

Vênus decide premiar os navegadores e, numa ilha paradisíaca, reúne as nereidas (ninfas marinhas), feridas por Cupido com suas setas, para que ardam de amor pelos portugueses. Estes, deslumbrados com o espetáculo divino, passam a perseguir as ninfas que se deixam alcançar e se entregam, entre gritinhos de prazer. É a mais clara manifestação do pan-erotismo, da idéia de que não há pecado sexual.

Oh! Que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vênus com prazeres inflamava,
Melhor é exp’rimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode exp’rimentá-lo.
(Lus., IX, 83)

Após um banquete oferecido por Tétis e pelas ninfas, uma delas, Sirena (ou sereia), anuncia as futuras conquistas portuguesas. Tétis conduz Vasco da Gama a uma elevação e mostra a ele a Máquina do Mundo, réplica em miniatura do sistema solar, segundo a teoria geocêntrica de Ptolomeu, e que somente os deuses podiam contemplar. Descobrindo o orbe terrestre, Tétis aponta os lugares onde os portugueses ainda se farão presentes. Aí, sem que se dê particular importância, fala-se do Descobrimento do Brasil.

Mas cá onde mais se alarga, ali tereis
Parte também, com pau vermelho nota;
De Santa Cruz o nome lhe poreis;
Descobri-la-á a primeira vossa frota.
(Lus.. X, 140)

Na estrofe 144 do 10º canto, os portugueses estão de volta a Lisboa. Segue-se o epílogo do poema.

Nota: A obra Os Lusíadas passaram pela censura inquisitorial, desafiando o espírito da Contra-Reforma, as convenções moralistas e repressoras da corte, orientada pelos jesuítas. A publicação deveu-se ao empenho de alguns admiradores de Camões: D. Manuel de Portugal, Dona Francisca de Aragão (amiga íntima da rinha), os dominicanos, a quem não deviam desagradar as críticas do poema aos jesuítas. O censor da obra, o frei dominicano Bartolomeu Ferreira, não só aprovou a obra como também a elogiou.

Fonte:
PASSEIWEB

Sérgio Rivero (Leitura, discurso e ação)

La Liseuse de Jean
Honoré Fragonard (1732-1806)

Coloco o pequeno Francisco para dormir. Embalados, os dois, na rede da varanda, navegamos em navios diferentes. Meu filho, ainda sem a pesada carga da cultura, navega num barco onírico que trouxe com ele de algum lugar. Eu, viciado, entorpecido, massacrado pela linguagem, sinto-me a navegar num barco à deriva. Sim. Entre ser pai e não ser pai há muita diferença. Mistura de dor e delícia esse estado. Naquele momento de rede, barco sem porto, nesse momento em que dois navios começam suas mesmas viagens transversais, me vem uma frase síntese na cabeça: – Mostre a ele que na vida há algo em que acreditar… É lançado o desafio e uma onda gigantesca, repleta de espuma e natureza, lança minha embarçação de encontro aos rochedos.

Acreditar. Para mim, uma palavra rica nesse momento da vida.

Acabo de chegar(?) de uma viagem de 3 anos, uma viagem de 450 anos, uma viagem de 65 anos, uma viagem de 500 anos. Eu, Salvador, Carlos Vasconcelos Maia, Brasil.

Ao escrever pensa-se tanto, para se escolher uma única palavra…

Gabriel Garcia Marques, em entrevista, já dizia que a sua palavra é o tempo. Vai-se, assim, suponho, em busca de todos os seus significados, livro a livro, andarilho-lavrador, como que semeando, ao contrário, uma flor que, mesmo conhecida, germinará em semente, em surpresa.

Inicio com Francisco, meu filho, uma viagem que me amedronta muito pois, de fato, vou, unicamente, com a semente-palavra-acreditar. Não há flor, ainda, não há botão que, vejo, desabrocha... a não ser os dentes-de-leite do menino que rasgam dolorosamente suas gengivas e preenchem seu sorriso.

Volto.

Depois de três anos, defendida a dissertação de Mestrado, em março, quis deixá-la fechada, sem leitor, sem 'funcionar'. Determinei que a semente distinta, com o frescor da palavra recém renovada ficasse, lá, esquecida. Mas a terra tem seus mistérios. No mesmo caco da Rosa-Menina, que está na varanda e tem a idade de Francisco, brota e persiste uma planta sem nome. Na mistura que a terra processa e os olhos não vêem, foi colhida, recolhida e acolhida, com a dissertação, uma única palavra: exclusão. E 'exclusão' foi plantada sem que eu soubesse, novamente, como flor; e eis que, agora, a flor nasce sementificada. Acreditar. Exclusão.

Faço uma pergunta: – Acredito na exclusão? Ah, totalmente, respondo a mim mesmo. Acredito, desde 1960, quando ainda não era nascido, mas Vasconcelos Maia, escritor baiano, já havia escrito o conto O homem e as vitrines . 17 anos depois o escritor ainda acreditava em exclusão. Não só acreditava mas ruminava a certeza pois, ao reescrever o mesmo conto, agora entitulado É Natal! É Natal! , o personagem principal, o homem , passaria a ser nomeado o homem grisalho e magro , biotipo do autor naquele ano de 1977.

Nas duas versões, o personagem sai em busca de presentes de Natal para seus filhos mas dá-se conta, ao final da narrativa, que não tem dinheiro. Não há consciência política que lhe faça atribuir responsabilidades, a única saída é individualizada. Retira-se do cenário da cidade, como que, se ausente da Avenida Sete de Setembro, pudesse solucionar, por fim, a uma questão original.

Na primeira versão:

“Mentalmente, com um gozo muito grande, fez o rol dos Papais-Noéis dos filhos: a lambreta, o jipe, o carro de corrida, o cavalo, a boneca, a bola vermelha e preta. Também os preços de tudo vieram à sua lembrança. Deu meia volta, meteu a mão nos bolsos. Nos bolsos vazios. Foi andando, cabeça baixa, procurou outras ruas, sem lojas nem vitrines, sem luzes nem gente. Onde ninguém pudesse surpreender sua dor.”

E na segunda versão:

“Era véspera de Natal e ele ficou ali, parado, imóvel até a loja se fechar, vendo um a um os presentes serem retirados da exposição e entregues em vistosos embrulhos coloridos, a homens e mulheres excitados, de aspecto próspero, decerto bem empregados e bem remunerados. Deu meia volta, pôs-se a andar, a mão nos bolsos. Nos bolsos vazios. Procurou outras ruas sem lojas, luzes ou gente. Onde ninguém pudesse surpreender sua dor e sua miséria.”

Na segunda versão do conto é apresentada, de forma mais incisiva, a condição do personagem. A dor, reflexo da impossibilidade de presentear os filhos com os tão esperados presentes de Natal, está acompanhada da miséria, uma qualificação com significado paramétrico, coletivo.

Ao não querer que alguém surpreenda sua dor e miséria, o personagem em seu único movimento ativo, durante toda a narrativa, retira-se do cenário, assumindo, sem dúvida, sentimento de culpa, fracasso, como se 'não ter dinheiro' fosse um problema de sua inteira responsabilidade. A solução, para ele, é sair dali, esconder-se num lugar sem luzes, nem gente, nem vitrines… num lugar que, em suma, não é o espaço urbano. Vasconcelos Maia vai determinar, assim, que 'exclusão' é conceito absoluto. Não existe lugar na cidade para quem não é consumidor.

Acredito em exclusão, ainda, há mais tempo. Vem da fundação da cidade de Salvador, da sua sina fabricada; a implantação de Salvador como estaleiro, base de todo o processo mercantilista europeu (assim foi idealizado em Portugal), o resultado de uma imposição internacional imediatista que acabou por construir uma baianidade sem sedimentação prévia. A história dos homens, o que fez? Tratou de sedimentar esse fato até hoje e é claro que Salvador é metáfora para Brasil.

Segundo a historiadora Maria Alice Rezende de Carvalho, as cidades brasileiras foram “prefigurações exclusivas da autoridade colonial e concebidas como pastiches de uma racionalidade proveniente de outras latitudes”. Assim, originou-se uma arquitetura desprovida de “densidade estética e política em seu sentido mais amplo”. Não podemos construir algo que não tenha surgido de um desejo coletivo. Não podemos mudar, ativamente, o que não pensamos para nós; aquilo que, passivamente, aceitamos.

Acredito em exclusão, ainda mais, hoje. Ela graça, campeia; o abismo social entre os brasileiros é imenso. Volto à palavra 'acreditar'. Se uma das possibilidades do 'acreditar' vem pela crença religiosa – uma busca de salvação, sempre fora daqui, e portanto, muitas vezes desacreditada de nossa história e suas possibilidades – existe um outro caminho que coloca a palavra acreditar próxima de quem a criou – o Homem. E aqui, destaco a correspondência entre Umberto Eco e o Cardeal Carlo Maria Martini editada no livro, com o título em português, Em que crêem os que não crêem . Uma carta, em especial, a última escrita por Eco ao Cardeal, em janeiro de 1996.

A partir do questionamento se existem 'universais semânticos', ou seja, 'noções elementares comuns a toda espécie humana que podem ser expressas por todas as línguas', Eco enumera 'concepções universais acerca do constrangimento', isto é, entre todos os homens existem determinadas normas básicas de convivência que não podem ser negligenciadas: em síntese devemos, antes de tudo, respeitar o direito da corporalidade do outro, entre os quais o direito de falar e de pensar.

Nesse momento, entendo que a 'viagem transversal' que faço com meu filho, Francisco, pode tornar-se, de quando em vez, paralela se eu seguir à risca essa mensagem.

Segundo Eco, essa semântica é base para uma ética. Assim ele coloca, em primeiro plano, algo distante de nós, aquilo que vem sendo substituído, acredito, pelo que chamamos, hoje, de politicamente correto – 'moda' social tão permeada de massificação e rótulos. Eco fala simplesmente de 'humanidade'. Sim, isso que herdamos (de quem?), carregamos, sabemos que faz parte da nossa natureza – o que de melhor existe em nós – mas que teimamos em não seguir.

O sentimento ético é corporificado, permeia cada uma de nossas ações, ao lado de nossas leituras sobre o mundo, como um grilo falante emitindo, continuamente, bases verdadeiras em nossos ouvidos… mas nossos narizes não crescem, nossa anatomia envelhece mas não se constrange…

E retomo à questão da corporalidade do outro: Eco nos diz que a dimensão ética começa quando entra em cena o outro. E que dificuldade é entender que quando faço a leitura do outro estou fazendo, na verdade, a leitura de mim mesmo… mas parece que a dor é algo muito individualizado, distante, como se existissem mil palavras para dizer dor e mil outras para entendermos dor.

Acreditar, ética, exclusão.

Acreditar na ética, no que o homem tem de melhor, para combater toda espécie de exclusão.

A experiência com a leitura, essa prática de dividir com o outro a leitura de um mesmo texto, compartilhar o espaço da vida; mesmo sob o condicionamento da cultura e todas as suas vozes, desperta na gente, promotores da leitura, uma maior consciência ética. Talvez, por isso, o tema exclusão, em Vasconcelos Maia tenha me seduzido. Sem dúvida, o exercício de ler o mundo, com mais vagar, nos torne mais sensíveis às diferenças, mas, por outro lado, o desafio para o leitor que se forma em constante exercício, não é ler o mundo com mais perspicácia, não é indicar essa ou aquela leitura precisa, mais inusitada, mas é ler (e ler é sempre ler o outro) aproximando-se, sentindo-se capaz de sentir o que o outro sente, ou ainda, de uma maneira mais desafiante, sentindo a alegria que o outro for capaz de sentir, entendendo o que é.

Vamos ao livro, mais especificamente à literatura, campo de reflexão e de descoberta. Ali, vamos todo o tempo ler, como na vida, o confronto do sentimento ético – a reverência à corporalidade do outro – contra a dimensão invasiva que as relações humanas determinam cotidianamente.

Entre realidade e ficção uma tênue fronteira, depois, um único caminho.

Vale a minha leitura sobre o mundo, se consigo unir meu discurso e minha ação. Talvez aí eu tenha o que dizer a meu filho Francisco. Talvez assim eu possa lhe dizer em que acreditar.

Fonte:
Leia Brasil .

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 521)


Uma Trova de Ademar

A minha alma está doída,
sofro demais...Eu não minto!
Numa lágrima escondida
guardo a grande dor que sinto...
–ADEMAR MACEDO/RN–

Uma Trova Nacional


Por te amar a vida inteira
e assumir esta postura,
o meu amor é fronteira
entre a razão e a loucura!...
–CLENIO BORGES/RS–

Uma Trova Potiguar


Neste emadrugadecer
em silêncio sepulcral,
fiz o check-in do meu ser
pro reino do amor total!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram


Esperança - voam aves...
Galhos, cascas flutuando...
Colombo comanda as naves
cheias de nautas cantando.
–ADALBERTO DUTRA RESENDE/PR–

Uma Trova Premiada


2010 - Ribeirão Preto/SP
Tema - VIAGEM - M/H


Teu ciúme foi bobagem
e causou minha revolta.
Mas, cancelei a viagem
por amor... e estou de volta!
THEREZINHA BRIZOLLA/SP–

Simplesmente Poesia

Uma Décima...
–RAYMUNDO DE SALLES/BA–


Se tens o dom de escrever,
Escreve, não perde a hora,
Publica, que alguém vai ler
O que de tu’alma aflora.
Revela teu pensamento,
Põe todo teu sentimento:
O amor, a dor, a tristeza,
Irás fazer algum bem,
Podes não saber a quem,
Mas vais fazer, com certeza.

Estrofe do Dia

Cada estrofe é uma planilha
de um livro sagrado e santo,
que Deus põe em nossa mente
na voz de um doce acalanto,
como quem diz: meu poeta,
faça a setilha completa
pondo um verso em cada canto.
–PROF. GARCIA/RN–

Soneto do Dia

M a r i a
–THALMA TAVARES/SP–


A noite era de lua e a tristeza
sob o luar mais triste se fazia.
Estranhamente a dor punha beleza
nos olhos marejados de Maria.

Seus segredos me abria e com franqueza
contava-me, a chorar, por que sofria:
- Naquele amor espúrio, sem nobreza,
sua alma se perdera – ela dizia.

E eu que a adorava, que a queria tanto,
sofria ao vê-la desfazer-se em pranto,
sentindo a sua dor pedir-me abrigo.

Mas de repente grita alguém: - "Maria!"
E ela se vai, vibrando de alegria,
dizendo-me a sorrir: - "Adeus, amigo!".

J. G. de Araújo Jorge (A Cantiga Do Só) 3. A Enfermeira


No seu branco uniforme, hei-la que passa... É a imagem
do amor, do sacrifício... e é toda abnegação!
Eu a chamo: Nossa Senhora da Coragem,
de leito em leito, sempre, em peregrinação...

Vigia do sofrer. . . Chega, e à sua passagem
a dor é menos dor, e é menor a aflição...
Sobre a fronte febril seu gesto é como a aragem,
sua presença é luz e sombra, é proteção...

Misto de anjo a mulher, de santa a de heroina,
não sei de profissão que em si tanto resume
na glória de se dar nesse árduo e puro afã...

É a síntese complete da alma feminina,
pois traz no coração um pouco de cada uma:
- a amiga, a companheira, a mãe, a esposa, a irmã!

Fonte:
JORGE, J.G. de Araújo. Cantiga do Só. 2. ed. 1968.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 520)


Uma Trova de Ademar

Esses meus versos doridos,
o amor, a fé, tudo enfim;
são retratos coloridos
que eu mesmo tirei de mim...
–ADEMAR MACEDO/RN–

Uma Trova Nacional


Tanto a paixão nos deslumbra
e o seu ardor nos seduz,
que, em nosso quarto, a penumbra
é pontilhada de luz!…
– PEDRO MELLO/SP –

Uma Trova Potiguar


Não sou pobre, sou risonho,
tenho amor, paz e guarida.
Não tenho a vida que sonho,
mas tenho os sonhos da vida.
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Não lamento a minha lida,
nem, pobre, choro os meus ais.
Quem tem um amor na vida,
tem tudo! Para que mais?
–ADELMAR TAVARES/PE–

Uma Trova Premiada


2002 - Belém/PA
Tema - FRUTO - Venc.


O fruto é um santo produto
do mais generoso amor.
Por isso é que antes do fruto
quis Deus que ele fosse flor!
–A. A. DE ASSIS/PR–

Simplesmente Poesia

Voar
–GISLAINE CANALES/SC–


Meu corpo chora,
mas minha alma
está sorrindo.
Meu corpo sofre,
mas minha alma
está feliz,
alheia à dor,
plena de amor,
querendo sair,
querendo voar,
voar para qualquer lugar...

Estrofe do Dia

Entre Deus e o Poeta,
vejo similaridade;
pelos genes de um amor,
gerando a paternidade;
mesma genealogia,
poeta, pai da Poesia,
Deus, pai da humanidade!!!
–LUIZ DUTRA/RN–

Soneto do Dia


M O T E :
(FRANCISCO MACEDO / NATAL / RN)
Mulher, Verbo Amar.


Mulher, obra-prima do Pai Criador,
Mulher, já nasceu – criação preferida,
Mulher, mãe, amante, alicerce da vida,
Mulher, sobretudo, um exemplo de amor...

G L O S A :
(CLARISSE BARATA SANCHES – GÓIS - PORTUGAL)


“Mulher, obra-prima do Pai Criador”
pra ser companheira de viva Esperança,
nas horas plangentes de mágoa e de dor,
a mãe de Jesus e do Mundo a bonança!

Deus fê-la precisa, qual Anjo do lar,
“Mulher, já nasceu – criação preferida,”
pra ser uma Graça de branco luar
e dar à família ternura sentida.

Mãe sendo Maria por Deus escolhida,
a ser, neste mundo, criança - Senhora.
“Mulher, mãe, amante, alicerce da vida,”
tratando dos filhos e até preceptora.

Cuidai sempre dela, qual filha de Deus,
“sem dias marcados”, com muito fervor,
Pois ela não esquece, jamais, filhos seus,
“mulher, sobretudo, um exemplo de amor…”

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 519)

Uma Trova de Ademar Nossa vida é uma viagem... Só para alguns vale a pena. E o “mano” ganhou passagem para uma vida Serena. –ADEMAR MACEDO/RN–  Uma Trova Potiguar Perdi-te, sim, por ciúme, mas inda guardo com zelo a fragrância do perfume de um fio do teu cabelo. –JOAMIR MEDEIROS/RN– ...E Suas Trovas Ficaram Na vida tudo se alcança, quando a Esperança se tem!... Porém se morre a Esperança, a vida morre também. –A. B. LOPES RIBEIRO/MG– Uma Trova Premiada 2011 - CTS-Caicó/RN Tema - PEGADA - 3º Lugar Sigo as pegadas, cansado, transcendo tempo e distância: Vejo o tempo empoeirado dos sonhos da minha infância... –JOSÉ VALDEZ C. MOURA/SP– Simplesmente Poesia M O T E : PROF. GARCIA/RN Morre a tarde!...E ao fim do dia, na imagem do sol poente, há tintas de nostalgia do fim da tarde da gente! G L O S A : FRANCISCO MACEDO/RN Morre a tarde!...E ao fim do dia, o sol perde o seu rubor... É o crepúsculo do dia, num suicídio sem dor. Momentos de nostalgia na imagem do sol poente, levando em sua agonia as incertezas da gente! No meu sonho fantasia quando a noite se propaga, há tintas de nostalgia que minha borracha apaga. Mas de uma coisa estou certo, neste meu viver dolente... Estou cada vez mais perto do fim da tarde da gente!
Estrofe do Dia Já não ouço a canção de Marcolino de Humberto, Zé Dantas e Zé Mocó, João do Vale cantando em Maceió eu lembro que vi quando menino; que saudade do Trio Nordestino, da voz de Lindú, cancioneira, Zé do Norte e a Mulher Rendeira, não ouvir tudo isso, é um tormento; precisamos fazer um movimento em defesa da música Brasileira. –RODRIGUES LIMA/SP – Soneto do Dia ANTERO DE QUENTAL/PORTUGAL Na Mão De Deus Na mão de Deus, na sua mão direita, Descansou afinal meu coração. Do palácio encantado da Ilusão Desci a passo e passo a escada estreita. Como as flores mortais, com que se enfeita A ignorância infantil, despôjo vão, Depus do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita. Como criança, em lôbrega jornada, Que a mãe leva ao colo agasalhada E atravessa, sorrindo vagamente, Selvas, mares, areias do deserto... Dorme o teu sono, coração liberto, Dorme na mão de Deus eternamente!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Isabel Furini (Lançamento de Eu quero ser escritor - A crônica)

Em 27 de março, a partir das 19:00, o Instituto Memória - Editora&Projetos Culturais, lançou o livro "Eu quero ser escritor - A crônica", da escritora Isabel Furini. Ela orienta oficinas de criação literária no Solar do Rosário, e mantém o blog “Falando de Literatura” no Bonde News.

O evento abrangeu a exposição "O mundo dos sonhos" do artista plástico Carlos Zemek, no Palacete dos Leões, Av. João Gualberto, 530, Alto da Glória, Curitiba.

O objetivo da coleção "Eu quero ser escritor" é publicar obras que revelem alguns dos segredos da arte de escrever. É um livro com sugestões e dicas práticas para incentivar os novos autores. Escrever não é "dom" que chega do céu, é um exercício constante para aprimorar o próprio estilo, para encontrar a própria voz.

No final do livro exemplos de crônicas de diferentes modalidades escritas por autores convidados: professor Paulo Venturelli, jornalista Marília Kubota, Adélia Woellner (da Academia Paranaense de Letras) Silvia Maria Araújo (da Academia Feminina de Letras), José Feldman (ex-presidente da Academia de Letras do Brasil no Paraná), escritor José Domingos de Brito, jornalista Andreia Cibele, a pedagoga Luiza Guarezi, escritor Fernando Botto, jornalista Luana Gabriela da Silva, Carlos Zemek, artista plástico cuja crônica "No mundo dos sonhos" descreve um sonho que também está representado nos quadros e outros.
 
Contato: Isabel Furini (41) 8813-9276