sexta-feira, 1 de março de 2024

Mitos Indígenas (Yara - a rainha das águas)

Yara, a jovem Tupi, era a mais formosa mulher das tribos que habitavam ao longo do Rio Amazonas. Muito atraente, com longos e negros cabelos, tinha um sorriso meigo e sensual. Mantinha-se, entretanto, indiferente aos muitos admiradores, preferindo ser livre. 

Caminhava pela floresta e pelas areias brancas dos rios, envolvendo-se constantemente em suas águas claras. Por sua doçura, todos os animais e as plantas a amavam. 

Numa tarde de verão, mesmo após o sol se pôr, Yara permanecia no banho, quando foi surpreendida por um grupo de homens estranhos. Tinham longas barbas, usavam roupas pesadas, botas e chapéus. Falavam uma língua desconhecida e pareciam muito agressivos. 

Sem condições de fugir, a jovem foi agarrada e amordaçada, não podendo se livrar daquelas mãos que tocavam todo o seu corpo. Acabou por desmaiar, sendo mesmo assim violentada e atirada ao rio. 

O espírito das águas transformou o corpo de Yara num ser duplo. Continuaria humana da cintura para cima, tornando-se peixe no restante. Assim permaneceria bela, podendo ao mesmo tempo viver eternamente no rio. 

Yara passou a entender os pássaros e a conversar com eles e com os peixes, como uma sereia, cujo canto atrai os homens de maneira irresistível. 

Ao verem a linda criatura, aproximam-se dela, que os abraça e os arrasta às profundezas, de onde nunca mais voltarão.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

Concurso Nacional / Internacional de Trovas de Taubaté/SP (Prazo: 30 de junho)

Nacional / Internacional - (LÍRICA/FILOSÓFICA) 
(Trovadores do Brasil e do mundo, exceto Estado de São Paulo):

- ALIMENTO = para Veteranos, Novos Trovadores e Mestres da Trova

Estadual - (LÍRICA/FILOSÓFICA) 
(Trovadores do Estado de São Paulo, exceto Taubaté):

- IMENSIDÃO = para Veteranos e Novos Trovadores

Municipal - (LÍRICA/FILOSÓFICA) 
(Trovadores de Taubaté):

- "FAZER O BEM" ou "CARIDADE" = para Veteranos e Novos Trovadores

HUMORÍSTICA
(Todos trovadores independente categoria, inclusive Mestres da Trova em Humor):

- CADEIA

REGULAMENTO

- Máximo de 02 trovas por participante para todas as categorias;

- Valem palavras derivadas, cognatas e mesmo somente a ideia do tema contida na trova; a trova deve ser inédita, escrita em língua portuguesa e de autoria própria; proibido plágio; evitem ditados populares e citações;

MODO DE ENVIO:

- É obrigatório que o trovador indique se é Novo Trovador, Veterano ou Trovador Mestre (no corpo do e-mail);

-> Por email: 

Fiel Depositário - Raul Filho = 

ubttaubateconc@gmail.com

No campo Assunto colocar: Concurso de Trovas de Taubaté 2024;

- No corpo do e-mail são dados obrigatórios: o tema a que concorre, a trova, se é Veterano, Novo Trovador ou Mestre da Trova) e a identificação (nome - como sairá no certificado caso classificado - endereço completo com CEP, telefone/whatsApp e e-mail);

- Os Mestres da Trova (título outorgado por Taubaté desde 2015) serão comunicados individualmente; para conhecimento acerca dos critérios para a obtenção do Título de Mestre da Trova, bem como aqueles que atualmente compõe o Quadro de Mestres da Trova (L/F ou H),

- As decisões da Comissão Julgadora serão soberanas e irrecorríveis;

- Casos avulsos serão resolvidos pela Comissão Organizadora;

- O resultado será divulgado no máximo até o mês de agosto de 2024;

- As festividades de premiação ocorrerão nos dias 18 a 20 de outubro de 2024.

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Filemon Martins (Aquarela de Trovas) 30

 

Eduardo Martínez (Parada Inusitada)

Não estavam propriamente se dirigindo para aquela cidade, mas resolveram fazer uma visita breve para conhecê-la. Gostavam de fazer isso, mesmo que por alguns instantes. O sol escaldante aguçou o desejo de tomar sorvete. Procuraram e logo encontraram um local ali perto da principal lagoa do centro, uma das sete da famosa cidade próxima à Belo Horizonte. Ela, menos afoita, olhava a loja com certo ar de curiosidade. Ele, no entanto, já foi direto para o balcão, onde havia um vidro separando-o daqueles inúmeros potes enorme de sorvete: morango, chocolate, creme, avelã, uva... Ih, a lista ia longe!

– Quero esse, esse, aquele, aquele outro e também os dois do canto. 

– Não pode! - a atendente o interrompeu.

 – Por que não pode? - ele a questionou.

– Porque é muito caro! - ela retrucou.

Ele sorriu,

– Mas eu tenho dinheiro!

– Mas mesmo assim não pode, pois dá muito trabalho - ela insistiu.

Ele voltou a sorrir.

– São só duas bolas - a atendente disse.

Ele, com o sorriso ainda presente no seu rosto, disse:

– Então, eu quero esse e aquele.

A atendente pegou a casquinha e o pegador e colocou os dois escolhidos. Em seguida, ela ficou estática o observando, como se esperasse que ele completasse o pedido. Ele não entendeu direito aquela situação e, antes que pudesse falar algo, a atendente o questionou:

– E aí, já escolheu o outro sabor?

– Ué, mas não são apenas duas bolas?

– São duas bolas, mas são três sabores! - a atendente finalizou.

Acreditem! Isso realmente aconteceu!

Chico Anysio (Um amigo antigo)

De início, tudo são flores. Esta frase idiota era, no entanto, verdade, porque ela, Margarida, e ele, João Cravo, tinham flores nos seus nomes.

Conheceram-se na Penha quando pagavam promessa, subindo os dois, de joelhos, os degraus da igreja. Durante a subida, nos momentos de parada para o repouso das rótulas, ficaram sabendo das coisas que os torturavam a ponto de dar motivo às promessas. Souberam mais: os seus nomes, telefones, endereços, dissabores, esperanças, e também ficaram a par das imensas solidões que dominavam a vida que carregavam, pois o verbo era bem esse.

Entraram na igreja já um pouco mais amigos. Tinham as mãos dadas num quente apertar de dedos que se entrelaçavam, pondo isto ao bom serviço da santa que amavam. Achavam um exagero o milagre nem pedido, só de longe imaginado.

Na prece que os dois fizeram em pé (joelhos sangrando), mudamente agradeceram o encontro proporcionado pela santinha adorada, sempre de mãos em aperto, amor pingando dos poros abertos pelo esforço na subida.

Não nos atenhamos, porém, ao começo do romance, que foi igual a milhões: trocas de muitos beijos, juras de amor infindo, a constante procura e encontro de João Cravo e Margarida, passeios pelos jardins, encostamentos nos muros, sofá da sala da dona que, por ser desquitada, dava a João certos favores que eram retribuídos no carinho que ele dava.

Margarida nem lembrava do primeiro marido. Sumira um mês depois do casamento civil, e a última notícia era a de que ele andava em Manaus ou Belém. Sabia que era no Norte.

Como não podia casar, um mês depois do milagre os dois se juntaram.

João Cravo, querendo filhos, Margarida transferindo, acabou engravidando, botando gêmeos no mundo. Depois dos dois, a menina, que se chamou Madalena. Devia chamar-se Penha, mas João Cravo ponderou que isso não era certo. Penha só se chamaria filha de casal casado. Esperavam pela morte do marido em Santarém, porque chegaram notícias contando ele andar doente.

Ficaram em três, todavia. Os gêmeos (Mário e Marino) e Madalena, a menina, um ano e pouco mais nova. Os três, a fuça do pai, moreno da cor de um índio, cara de linhas marcadas, um rosto anguloso, feito com régua, olho aberto a compasso.

Ponha-se em conta do encanto a boa vida levada nos quatro primeiros anos de João Cravo e Margarida. Pode ser que tenha sido a busca louca de filhos que tenha cegado João, a ponto de não lhe deixar notar a frieza da mulher. Passados cinco anos, João Cravo então se deu conta de que o amor muitas noites evitado, a busca sem proveito pelo corpo da mulher, dor de cabeça constante, tudo chocho, sem graça, o sexo obrigatório, de pouco ou nenhum prazer.

— O que é que você tem?

— Nada. Uma dorzinha...

— De novo?

— Dor de cabeça.

— Toda noite, Margarida?

— Mas eu não posso ter dor?

— Pode, bem, mas toda noite?

Não era assim toda noite, mas era em volta disso.

Ponha-se em conta das dores de Margarida a aceitação do amor que Suzana ofereceu.

Suzana cresceu na vida, tomando João pra si, e ele sumiu com ela, deixando assim Margarida desquitada e desamada, com 3 filhos pra criar, os gêmeos já com 3 anos, Madalena indo aos dois.

Margarida não tentou tirar esta ideia de João.

— Quer ir? A porta está aberta.

Ficou com os meninos e a máquina de costura que lhe ajudava na criação das crianças. De noite fazia doces pra festas de aniversário. Deitava depois da uma, acordava antes das sete. Mesada João não lhe dava e nem tinha obrigação. Mesmo sendo casada, não lhe pediria nunca um centavo. Os filhos, os seus problemas, ela os resolveria. Mas tinha uma resolução tomada pra toda a vida: "Homem, nunca mais!"

As poucas joias que tinha, de valor pequeno, dormiram nas prateleiras da Caixa, em penhor. Depois vendeu as cautelas, fazendo dinheiro. Sem contar os empréstimos tomados a juros descomunais.

Os filhos cresceram tanto quanto as dívidas contraídas. Os três eram muito certos, estudavam o necessário, e Marino, o mais esperto, arranjou um empreguinho que o ajudava a ajudar nas contas que a mãe pagava.

No quarto, luz apagada, preparada para dormir, Margarida agradecia os filhos que João lhe dera, três crianças feito ouro, três joinhas muito ricas, que um dia seriam gente e, então, oferecia contrita Salve-Rainha à "memória" de João Cravo, de cujo paradeiro não tinha notícia.

Passaram-se quinze anos do dia em que João se tinha ido.

Madalena, professora, ensinava em Madureira, numa escola do governo, e os irmãos, Mário e Marino, faziam cursos pra enfrentar o vestibular. Margarida emagrecia, cabeça já tão grisalha, os olhos diminuídos pela lente avantajada, via os filhos debruçados sobre os livros e chorava a alegria de vê-los no rumo certo, a caminho do diploma.

— Meus filhos de anel no dedo, minha filha professora, a vida foi muito boa, Deus tomou conta de mim.

Foi assim que João a achou no dia em que, arrependido, apareceu de repente, na volta nunca pensada.

— Alô — foi o que falou quando a porta foi aberta.

Ela olhou e, de cabeça, retribuiu o alô, sem nenhum pasmo ou surpresa, olhando apenas nos olhos, os olhos que João trazia, embotados por um choro que era quase evidente.

— Alô — ele repetiu.

E então ela disse: "Alô".

— Quer entrar? — ofereceu, gentil e maquinalmente.

— Se você deixa... — e sorriu.

A porta escancarada deu passagem a João Cravo que, muito desajeitado, entrou, sentou no sofá, mãos fechadas entre as pernas, um jeito mais de visita do que qualquer outra coisa.

A roupa, suja e surrada, a camisa encardida, sapatos desengraxados, cabelos em desalinho, as rugas tomando os olhos, vincos fartos pela testa, um ricto de sofrimento. "Um homem meio molambo" — Margarida deduziu depois de muito o olhar no exame que fazia no homem que ali estava.

— Como vai? — João quis saber.

— Muito bem — ela falou.

— E as crianças?

— Crescidas.

— Estudando?

— Estudando. Madalena é professora.

— Que bonito!

— Também acho.

— Os meninos...

— Vão ser médicos. Vão fazer vestibular, e eu tenho plena certeza de que serão aprovados.

— Doutores... — suspirou fundo — ...doutores!

— Se Deus quiser.

— E você?

— Eu já falei. Eu vou bem, vou muito bem.

João levantou um instante, foi à janela e a abriu. Queria ficar de costas para não mostrar o pranto que descia pelo rosto. Margarida ali o deixou e foi fazer um café. Quando voltou, ele estava ainda lá na janela, olho parado na rua, como quem examinasse as pedras do calçamento.

— Um cafezinho, João?

Ele aceitou e sorveu o café num gole longo.

— Senta, João.

Ele sentou.

Madalena e os meninos ainda não tinham chegado. Ele voltou ao sofá. Ela, na cadeira em frente.

— Eu andei lá pelo Sul.

— É?

— Andei. Você não soube?

— Não. Se soube, não me lembro.

— Andei por lá um tempão.

— Calculo. Faz tanto tempo...

— Quinze anos.

— Tudo isso? Gozado. Parece menos.

Ele sofreu muito a frase. No modo como falara, João percebeu que a chance de voltar àquela casa era nenhuma. Nenhuma. Ficaram calados, mudos, por minutos infindáveis. Ele olhava a simpatia da mulher que tanto o amara, simpatia que crescia pelos cabelos cinzentos. Os óculos lhe davam um jeito de professora primária, um aspecto agradável, os óculos caíam bem.

— Você fica bem de óculos.

Ela os levantou com o dedo, chegando-os ao posto certo, e sorriu agradecida pelo elogio de João.

A porta abriu-se depressa, como se fosse empurrada por força de furacão. Madalena, muito alta, cabelos longos e lisos que deveriam dançar a lhe varrer por detrás, quando corresse ou andasse em passo mais apertado. Madalena, alta e linda, entrou e freou o passo. Seus olhos de moça nova viram João no sofá. À entrada dela ele levantara quase em salto. Madalena olhou o homem e nele viu sua cara. Depois fitou Margarida num olhar que perguntava. A resposta foi um riso escondido, disfarçado. Madalena não fez mais que dizer um boa noite e sumiu no corredor.

— Ela não me conheceu.

— Nem podia conhecer. Tinha menos de dois anos, não podia conhecer.

— É verdade.

— Quinze anos. Não lembra? Faz quinze anos.

Ele muito se lembrava. Depois chegaram os gêmeos, entrando às gargalhadas. Beijaram a mãe na testa e nem deram atenção ao homem que, no sofá, esperava pelo menos um boa noite igual ao que ouvira da filha. Sumiram no corredor, e os dois voltaram a ficar sozinhos naquela sala.

— Dois homens!

— Vão ser doutores — reafirmou Margarida, desta vez muito orgulhosa.

Daí, por falta de assunto, ela perguntou as coisas que ele há muito queria falar, contar, explicar.

— Estou no fim.

Foi o começo da estória que contou. Estória muito sofrida, de enganos e dissabores, contou da mulher (Suzana) de mau proceder constante. Falou de amor só de carne, sem filhos, sem bem-querer, do uruguaio Manolo, com quem Suzana sumira pros lados de Uruguaiana; da ida dele à procura da mulher que o enganara. E antes houvera outros, até um negro peão, de uma fazenda de gado, andara achando em Suzana o xodó que procurava. Mas sempre havia o perdão ditado pelo desejo. Confessou que era Suzana a mulher que o atendia na justa medida, a exata, do sexo. Somente sexo. Aos poucos, foi acordando e vendo que aquilo tudo era coisa de animal. Gente não procede assim, isso não é coisa humana. Falou um quarto de hora na resposta da pergunta que era só:

— E você?

Foram essas cinco letras que provocaram o chorrilho de confissões tão sinceras, tardio arrependimento.

Madalena perguntou se não iriam jantar.

Margarida levantou, depois de pedir licença, e foi preparar a janta, modesta como a de sempre.

— O senhor janta conosco?

A filha, que perguntou.

— Não obrigado, filhinha. Eu já estou de saída.

Muito delicadamente Margarida despediu-se com os filhos já em volta da mesa, começando a se servir.

Da porta, João escutava o tinir de prato e faca. Margarida lhe estendeu a mão, num gesto comum. Ele lhe deu um boa noite, ela, então, fechou a porta e foi sentar-se à mesa, juntando-se aos seus três filhos.

— Quem era? — perguntou Mário.

— Um amigo antigo da mamãe, um amigo do passado — lhe respondeu Madalena, tomando o lugar da mãe na resposta que ela, tonta, procurava encontrar.

— É, meu filho. Um amigo antigo.

Comeram muito calados.

Fonte: Chico Anysio. O Enterro do Anão. Publicado em 1973.

Daniel Maurício (Devaneios Poéticos) = 9 =


A aranha
firmou a rede
Pra caçar
Raios de sol.
Mas nela
Quem ficou presa
Foi a chuva
De cristal.
= = = = = = = = = 

Ai, quase esqueci
dos nomes das famílias
Da rua onde cresci.
Mas na cortina do tempo
ainda há rabiscos de memória
E a rua calada me olha
Como a se lembrar de mim.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Ausência...
O tempo
Descolore
A janela
Mas a esperança
Da tua chegada,
Ainda mantém
Um fio
De brilho
No meu
Olhar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Declaração...
Nas mãos,
Mais que flores...
Com os
Olhos da alma
Verás
Que te ofereço
meu pequeno
Coração.
= = = = = = = = = 

Ecoam cantigas na memória...
À sombra da árvore
Brincam de roda as targets.
Crianças traquinas...
Em movimento, mesclam-se as cores
Entre os raios do sol.
Tontos com tanta beleza
Os olhos sorriem satisfeitos
Pois brincando de roda foi o jeito
Que encontrei pra segurar as tuas mãos.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  =

Fui ali
Emprestar um pouco
De pó das estrelas
Pra que
Com meu abraço,
Teus olhos
Voltem
A
Brilhar.
= = = = = = = = = 

Índios,
Ao longo
Dos séculos
Sambaquis
De almas...
Na natureza,
A vida
Clama
Em silêncio.
= = = = = = = = = 

Lá se vão as águas do rio...
Às vezes entre pedras soluçam,
Assustadas,
Despencam nas corredeiras.
Noutras vezes,
Tão serenas apreciam a paisagem
Com a certeza de que é a última vez,
Lá se vão as águas do rio...
Água é vida,
A água do rio é como a vida
Caminho sem volta,
Jamais tocará a mesma margem
Por mais de uma vez.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Momento fofura...
Na tarde preguiçosa
A almofada fofa
Nem afunda,
Pois leve
É a alma
E o sono
Sereno.
= = = = = = = = = 

Não sou quero-quero
Mas repito
Até o infinito
Te quero, te quero, te quero...
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Na
Símplicidade
A verdade
Floresce
E a silhueta
Da alma
no
Espelho
Se
Vê.
= = = = = = = = = 

Navego o meu olhar
Neste teu azul bonito
Que deve ser tua alma
Pois eis que tão infinito
E quanto mais eu fito
Mais distante pareço estar.
Mas quem sabe um dia
A palavra da minha poesia
De azul também se tinja
E de cheio a ti atinja
E num azul só
Possamos enfim ficar.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

No espelho do tempo
Vejo minh 'alma
Tão terna
Embalada pelas ondas da praia
Como uma fada
Encantada
Dançando um eterno ballet.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Nos
Longos
Cílios
Da açucena
Adormeço
Sonhando
Com
Os teus
= = = = = = = = = 

Que quem casa
Quer ter casa
João-de-barro já sabia
Por isso fez a sua
Pra abrigar sua família.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Sem nenhum sacrifício
Pra ver o sol brilhar
No espelho dos teus olhos
Mastigo a nuvem
Que encobre o sol
Como se fosse
A copa de uma árvore
De algodão-doce.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Sob os olhos dos pais
Aprendem-se os primeiros passos
Ensaiam-se os primeiros voos
Sob os olhos dos pais.
Mas é sob a proteção do Divino
Que cada um escolhe o seu caminho
Cumprindo o seu destino
Sob os olhos dos pais.
E na hora da partida
Que sempre é doída
Escorre uma lágrima sentida
Sob os olhos dos pais.
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = 

Toque...
Ao sentir
A maciez
Das pétalas
A joaninha ficou
Até com
A alma
Arrepiada.
= = = = = = = = = 

Tu és bela
E eu fera
Já quase cansado da espera
Finalmente te encontrei.
Ante a tua beleza
Tão digna de realeza
Me ponho de joelhos no chão.
Sem resistência
Minha força silencio
E em paz reverencio
A tua aparição.
Alma tão leve
Me deixo entregue
Voa feliz o meu coração.

Fontes: 
Daniel Maurício. Gotas Poéticas. São Carlos/SP: Pedro & João Ed., 2021. Enviado pelo poeta.
Daniel Maurício. Poemininos. Curitiba/PR: Ed. do Autor, 2021. Enviado pelo poeta.

Mitos Indígenas (Guaraná - a essência dos frutos)

Aguiry era o mais alegre indiozinho de sua tribo. Alimentava-se somente de frutas e todos os dias saía pela floresta à procura delas, trazendo-as num cesto para distribuí-las entre seus amigos. 

Certo dia, Aguiry perdeu-se na mata, por afastar-se demais da aldeia. Acabou por dormir na floresta, pois ao cair da noite não conseguiria encontrar o caminho de volta. 

Jurupari, o demônio das trevas, vagava pela floresta. Tinha corpo de morcego, bico de coruja e também alimentava-se de frutas. Ao encontrar o índio ao lado do cesto, não hesitou em atacá-lo. 

Os índios, preocupados com o menino, saíram a sua procura, encontrando-o morto ao lado do cesto vazio. 

Tupã, o Deus do Bem, ordenou que retirassem os olhos da criança e os plantassem sob uma grande árvore seca. Seus amigos deveriam regar o local com lágrimas, até que ali brotassem uma nova planta, da qual nasceria o fruto que conteria a essência de todos os outros, deixando aqueles que dele comessem mais fortes e mais felizes. 

A planta que brotou dos olhos de Aguiry possui as sementes em forma de olhos, recebendo o nome de Guaraná.

Fonte> Adaptação do Texto de Jayhr Gael in O Caminho de Wicca - http://www.caminhodewicca.com.br (desativado). acesso em 13/10/2023.

Dicas de Escrita (Como Escrever Histórias Engraçadas) – 3, final

(por Christopher Taylor, PhD)

REVISANDO A HISTÓRIA PARA DEIXÁ-LA MAIS ENGRAÇADA

1 – Inclua descrições cômicas. 

As descrições por si só já podem ser engraçadas e dar o pontapé inicial a uma boa cena. Você pode, por exemplo, detalhar duas coisas que não combinam tanto ou descrever o comportamento absurdo de uma pessoa ou de uma situação estranha que acontece.

Encontre formas novas e engraçadas de falar coisas que já são batidas. Elas podem ser engraçadas, mas também prender a atenção do leitor.

Use adjetivos cômicos na descrição. Mais uma vez, concentre-se em falar algo de forma surpreendente e interessante.

Muitos comediantes baseiam o seu humor em palavras, frases ou até letras que acham engraçadas.

2 – Faça comparações engraçadas. 

Para isso, descreva como duas coisas estão relacionadas, mas de forma inesperada e cômica — e que consiga passar a mensagem que você quer enviar ao leitor.

Use símiles e metáforas com as quais o leitor esteja familiarizado. Por exemplo: diga algo como "Sobreviver a esta semana vai ser tão fácil quanto pintar as unhas de um elefante".

A símile é um tipo simples de comparação, como "O seu amor é como uma flor".

A metáfora é uma comparação que descreve uma coisa como se fosse outra, como "O meu coração é um tambor furioso".

Veja um exemplo de comparação engraçada: "Ele dançava como um animal embriagado... mas ainda era um parceiro de dança melhor que eu". 

Experimente comparações diferentes até achar uma que seja eficaz e faça você rir. Em seguida, mostre-a a outras pessoas e observe a reação delas.

3 – Tire sarro de si mesmo. 

Se você disser que os seus parentes e colegas de trabalho são todos burros e feios, por exemplo, o leitor vai achar o texto cruel e critico demais. No entanto, se você for o centro das piadas, as pessoas vão entender que o enredo é uma versão exagerada da realidade e, assim, achar o texto mais engraçado.

Você pode tirar sarro dos seus entes queridos (amigos, família etc.), desde que não exagere e nem pareça arrogante ou maldoso.

Não deixe o seu medo de ser ofensivo atrapalhar o enredo e a comédia. Tire sarro de si mesmo para mostrar ao leitor que ele pode rir à vontade, já que ninguém está "a salvo".

Fale de experiências pessoais, coisa que aconteceram com os seus amigos, parentes ou colegas ou qualquer outro aspecto da vida que renda histórias engraçadas — sem se esquecer de fazer graça consigo mesmo.

4 – Nunca diga ao leitor que algo é engraçado. 

Ninguém conta uma piada e logo em seguida diz coisas como "Era para ser engraçado" (pelo menos, não quando o leitor entende o humor). 

O mesmo vale para as histórias escritas: se você tiver que anunciar quando algo é cômico, é porque a piada não deu certo.

Deixe o leitor descobrir por conta própria o que é engraçado. Isso torna a história mais interessante e eficaz.

Isso tem a ver com a parte da descrição. Assim como você mostrou ao leitor um personagem ou uma cena com descrições precisas e poéticas, é melhor descrever as sequências do enredo sem ter que forçar a graça.

5 – Lembre-se da "regra dos três". 

Muitas obras de humor escritas brincam e subvertem as expectativas do leitor (o que ele acha que vai acontecer). Assim, ele entende que a história não vai na direção "tradicional" e que a graça é justamente essa. Para isso, você pode usar a seguinte regra:

Junte duas ideias, dois eventos ou duas pessoas parecidas para que o leitor reconheça certo padrão.

Quando o leitor esperar que esse padrão se perpetue, apresente um terceiro elemento (ideia, evento ou pessoa) que leve a história em uma direção nova.

Isso funciona com grupos de três porque o número é baixo e, assim, o leitor memoriza melhor todos os elementos que fazem parte da história.

Por exemplo: diga algo como "Eu não sei que há de errado com o meu cachorro; já levei ele às aulas de adestramento e aprendi a fazê-lo obedecer, mas ele ainda não me ajudou a conhecer ninguém quando estamos passeando no parque...".

6 – Tenha um bom timing cômico. 

Todo autor precisa desse timing para saber quando certos eventos têm que acontecer na história, mesmo que seja contar uma piada ou tirar sarro de um personagem. É ele que dá (ou tira) a graça de toda a situação.

Esse timing pode envolver um elemento de surpresa, uma ilusão ou um pouco de suspense.

Por exemplo: é preciso ter timing para que algo como "Esse conselho amoroso sempre dá certo e deixa qualquer pessoa louca... a menos que dê errado".

7 – Não exagere no humor. 

Quem não tem experiência com esse tipo de história pode acabar tentado a enfiar piadas no texto a todo momento. Ainda assim, é preciso ter parcimônia para não afetar a qualidade da história.

Tente equilibrar o humor com as partes mais sérias e úteis à progressão do enredo (em vez de adaptar o enredo ao humor).

Não se esqueça do foco da história. Ela pode até ser engraçada, mas também tem que ser bem escrita.

Limite o uso do humor ao longo da história. Assim, quando uma frase engraçada surtir efeito, ela vai ser memorável e eficaz.

8 – Edite a história. 

Não deixe nenhum erro passar quando você for revisar o texto, seja para aumentar ou diminuir o número de elementos cômicos.

Passe um pente fino em cada trecho do enredo e veja se há erros de digitação, repetições desnecessárias, descrições fracas, clichês e outros problemas.

Deixe a história de lado por alguns dias antes de fazer a revisão. Quando você recomeçar a trabalhar nela, vai notar melhor os pontos que precisam de melhorias.

Peça para um amigo ler a história e dar uma opinião. Ele pode até destacar as partes problemáticas, os erros ortográficos e gramaticais e afins.

DICAS

Escreva uma paródia. As paródias podem ser hilárias — e, como são baseadas em enredos que já existem, é mais fácil começar por elas.

Torne as suas histórias imprevisíveis. Sempre tente antever as expectativas do leitor e subvertê-las ao máximo.

Lembre-se de que as ideias não surgem quando você quer. Tenha paciência e busque inspiração.

Reflita se a história faz sentido e se o conflito central foi resolvido (se é que há resolução). Concentre-se em escrever um bom enredo antes e só tente torná-lo engraçado depois.

Não exagere no humor. A história pode ficar forçada e entediante se você tentar enfiar cenas engraçadas nela o tempo todo. É melhor ter parcimônia para gerar um efeito mais memorável nos leitores.

Referências
1. http://www.dailywritingtips.com/20-types-and-forms-of-humor/
2. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
3. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
4. http://www.helpingwritersbecomeauthors.com/how-to-write-funny-dialogue-what-ilearned-writing-storming/
5. http://www.helpingwritersbecomeauthors.com/how-to-write-funny-dialogue-what-ilearned-writing-storming/
6. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
7. http://jerz.setonhill.edu/writing/creative1/shortstory/
8. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing
9. http://www.writerswrite.com/journal/may02/seven-steps-to-better-writing-humor-5026
10. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing
11. http://www.writerswrite.com/journal/may02/seven-steps-to-better-writing-humor-
5026
12. http://writetodone.com/how-to-write-funny/
13. http://thewritepractice.com/four-commandments-to-writing-funny/
14. http://www.writerswrite.com/journal/may02/seven-steps-to-better-writing-humor-
5026
15. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing
16. http://writetodone.com/how-to-write-funny/
17. http://www.writersdigest.com/online-editor/how-to-mix-humor-into-your-writing

Fonte> https://pt.wikihow.com/Escrever-Histórias-Engraçadas

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

José Feldman (Analecto de Trivões) 23

 

Aparecido Raimundo de Souza (A garota da padaria)

CONHECI A TAMMY por puro acaso. Parei numa padaria num desses terminais de ônibus urbanos quando ia embora para casa. Aproveitei para comprar pão, e, de lambuja, visando não perder o costume, tomar um café com leite e comer um pão com manteiga. Sempre faço isso. Se não tomar um café com leite e comer um pão com manteiga, ou dois, meu dia (ainda que no final dele), se torna mais chato e maçante. De repente, saindo de um desvão que fiquei sabendo depois acessava à cozinha, ela apareceu e eu fiz o meu pedido. Tive a sensação de mergulhar num caldeirão de água quente fazendo com que o suor escorresse por todos os poros disponíveis dentro do indumento que usava. 

Nossos olhos então se cruzaram pela primeira vez. De cara, na lata, sem maiores considerações, depois de feito meu pedido, quando ela regressou trazendo o solicitado, conversa vai, conversa vem, perguntei se era casada, ou se tinha compromisso. Ela me mostrou a mão (deixou que a pegasse entre as minhas) e percebi que, de fato, não havia aliança. Ao ir embora, passei os cinco dedos num guardanapo e escrevi meu telefone e entreguei a ela. “Me liga, eu disse – mas somente se não tiver ninguém à sua espera.” Ela sorriu e ao guardar o bilhete com meu número prometeu me mandar um “oi” quando saísse do emprego. “Vou embora as dez da noite” -, confirmou à voz finória. “Ao chegar em casa -, entrarei em contato” -, completou com um sorriso encantador que achei fora de série. 

Não levei muito a sério, pois o local onde trabalha é frequentado por um bocado de homens mais novos que eu, e, certamente, ela teria alguém. Tammy, a mulher cujos predicados me deram a impressão de serem portais para um mundo de mistérios e encantos me engalanou. Ela não me pareceu uma figura comum. Sua presença clareava os cantos mais sombrios do local onde trabalhava (apesar de tudo bem guarnecido com forte iluminação), e da mesma forma, pensei com minhas dúvidas -, “se de fato me ligar, resplandecerá a minha vidinha cotidiana contribuindo com a pitada do tempero certo e necessário para tornar meus dias futuros mais promissores e recheados de sabores igualmente prazerosos.” 

Minha alegria foi tão ampla e dilatada, que esqueci um livro na hora em que me aproximei do caixa e paguei os pães comprados e o café. No ônibus, a imagem dela me apareceu enchendo a viagem de uma “contaminação” até então nunca sentida. Seus olhos, grandes e expressivos, pareciam conter (e não só conter, contar) segredos ancestrais. Tammy não se deslumbrava apenas numa mulher bonita. As perspectivas mais verossímeis, a meu entendimento, estavam estampadas em toda a sua silhueta. Ela escondia uma história viva. Seus olhos (voltando a repetir), emanavam um brilho profundo, como um oceano calmo ao tempo em que harmonizavam a jornada de uma alma amena que havia enfrentado tempestades e navegado por rincões de distâncias desconhecidas. 

Eles se esboçavam (indo um pouco além), às janelas abertas para um futuro cheio de aventuras e desafios. Nossos encontros (se ela, de fato desse um “alô”), certamente se fariam sempiternos (eternos). Deixariam marcas perpétuas e indeléveis em minha solidão. Em casa, depois do banho, liguei a televisão e fiquei à espreita. Nada! Nenhum telefonema. Imaginei: “Deve ter jogado o papelzinho fora.” Para sorte minha, a preciosa não jogou. As vinte e uma horas, eu havia ido com minha neta a uma pizzaria e ela mandou um “oi.” Não escutei o sininho de alerta. Só fui perceber e responder às vinte e três e oito. 

Mandei uma “boa noite” e lasquei um “seja bem-vinda. ” Imaginei, embevecido, ela em sua residência, de banho tomado, deitada em sua cama ou jantando, sei lá. Nosso papo começou informal. Em pouco tempo descobri que havia se separado contava nove anos, e tinha desse relacionamento um casal de filhos: Brayan e Isabelly.  Mais nova que eu (uma diferença de vinte e oito anos), engalanava a sua escultura na esteira dos quarenta e dois e eu pelejava com os meus setenta. Trocamos fotos, discorremos sobre vários assuntos culminando em mandar para ela uma de minhas músicas prediletas. A escolhida foi Zélia Duncan, interpretando “Tudo sobre você.”  

Tarde da noite, sonhei que andando de mãos dadas com a diva, entramos numa galeria de arte, e ela se maravilhou estudando as pinceladas de um quadro impressionista. Sempre com aquele olhar curioso e o sorriso tímido bailando nos lábios pecaminosos. Tammy não precisava de palavras para se comunicar. Seus desejos escondidos se transformavam em poesias silenciosas; narravam histórias de amor; falavam de perdas e esperanças; esmiuçavam vivencias distantes. Quando me fitava, sentia como se estivesse mergulhando em um abismo de emoções. Tipo assim, como se a jovem conhecesse todos os meus segredos e receios mais recônditos. 

Voltando do sonho à realidade, espero, sinceramente, que no nosso próximo encontro ela me fale de um pôr do sol dourado, que me exponha sobre a sua paixão por dias melhores. Pretendo esfiapar à fundo a sua vida. Intenciono que me segrede sobre estradas não exploradas; que me desenhe desertos longínquos; me fale de bobagens como se estivesse escalado uma montanha e dançando sob a lua cheia em praias insuladas. Sua visão indescritível, acredito piamente, nesse momento meio que mágico, como um emaranhado de fios condutores, brilharão ao compartilharem essas quimeras, e eu me verei viajando com ela, mesmo que entre nós tenha apenas uma xícara de café com leite e um pãozinho com manteiga. 

Tammy também traz no peito cicatrizes invisíveis. Seu rosto, por mais belo que seja, me mostram tristezas profundas. Ela deve ter perdido um amor, ou amores, enfrentado desilusões e lutado contra suas próprias sombras. No entanto, a sua resiliência se mostra admirável. Ela continuará a sorrir, acreditando que cada novo dia trará oportunidades de recomeço. De minha parte, espero que ela não desapareça. Que se faça em minha estrada não como um sonho fugaz, deixando apenas as lembranças de sua gargalhada infantil. Agora há pouco, antes de me recolher, fechei os meus medos e tentei reencontrá-la nas estrelas ou nas páginas de um livro novo que estou lendo. 

Tammy, é a mulher dos meus encantados. Sua silhueta permanece como um enigma em minha memória. Sua voz; seu cheiro; sua presença; a quentura das suas mãos; os trejeitos de seu corpo; a intimidade que me faz pensar avassaladoramente em mil estripulias. Tudo nela, me ensina que a verdadeira beleza é invisível aos olhos. A formosura, o arroubo, o garbo, estão na profundidade da alma e não só lá, na capacidade de enxergar além das aparências. Mesmo que nunca mais a veja, sei que a sua história continuará a ecoar em minhas exortações e nos suspiros de quem também cruzou, um dia, o seu caminho. Todavia, espero que a minha alegria nunca se divorcie da que ela carrega no peito e no coração. Aliás, espero que as nossas batidas vindas do mais entranhado de nosso âmago, se entrelacem numa só ESPERANÇA.  

Fonte: Enviado pelo autor