quarta-feira, 13 de maio de 2009

Alphonse Daudet (1840 – 1897)



Alphonse Daudet (Nimes, 13 de maio de 1840 - Paris, 17 de dezembro de 1897) foi um romancista, poeta e dramaturgo francês.

Biografia

Daudet nasceu em Nimes, Provença, Departamento de Bouches-du-Rhône, filho de um fabricante de tecidos e comerciante. Fez seus estudos no liceu de Lyon, mas antes de poder acabá-los, adversidades de família o obrigaram a aceitar um lugar de vigilante no colégio de Alais, para se manter. Foi esse um dos períodos mais tristes e sombrios de sua vida, que ele relatou pateticamente num das seus mais sugestivos livros, "Le Petit Chose" (1868), páginas quase inteiramente autobiográficas, em que há muito mais realidade que fantasia.

Com a ajuda do irmão, o historiador e escritor francês Ernest Louis Marie Daudet, foi para Paris aos 18 anos, inciando sua vida literária. Seu irmão contou, no livro Mon Frère et Moi, as aventuras dos dois em Paris.

Estreou com uma coletânea de versos, Les Amoureuses, em 1858, conseguindo um emprego no Le Figaro e trabalhou (1860-1865) como secretário do Duque de Morny, ministro de Napoleão III. período em que se consagrou como poeta. Nesse mesmo ano publicou em "Le Figaro" um estudo intitulado "Les gueux de province", impregnado de viva emoção, sendo do gosto dos leitores daquele periódico e assegurando-lhe no mesmo assídua colaboração.

No ano seguinte deu à publicidade um novo volume de poesias sob o título "La double conversion", que foram também muito festejadas.

Em 1862 publicou um volume de contos, Le Roman du Chaperon Rouge. Em Paris, tornou-se íntimo de Goncourt e Emile Zola.

"Lettres sur Paris" data de 1865, e embora este livro tivesse êxito, não se pode comparar ao que alcançava pouco depois "Lettres de mon moulin" (1866), que colocou Daudet entre os grandes escritores franceses de seu tempo.

Durante a guerra franco-prussiana alistou-se no exército e participou na defesa de París (1870) quando esta esteve assediada pelas tropas prussianas. Sua experiência bélica apareceu refletida em vários trabalhos seus.

Tornou-se secretário do Duque de Morny, presidente do Senado e, por problemas de saúde, viajou pela Argélia, onde se inspirou para escrever Tartarin de Tarascon, em 1872. Fez várias tentativas no teatro, mas só teve algum sucesso com L'Arlésienne, em 1872, cujo texto seria musicado por Bizet.

"Contes du lundi" apareceu em 1873, e um anos depois, "Fromont jeune et Risler ainé", uma das suas mais belas produções, romance que foi premiado pela Academia Francesa e cujo êxito em breve transpunha as fronteiras da pátria do escritor.

Em 1876, o mais realista e comovente de seus romances, e também o mais discutido, "Jack" vem afirmar ainda mais a reputação que de grande romancista já gozava Daudet.

"Le nabab" (1877) é um excelente romance de clave, que deu muito que falar e conseguiu grande ressonância quando de sua aparição. Seguiram-se-lhe o irônico "Les rois en exil" (1879), "Numa Roumestan" (1881), "L'Évangeliste" (1883 ) , " Sapho " (1884), "Tartarin sur les Alpes" (1885), "L'immortal" (1888), "Port-Tarascon" (1890), "l,a Petite Paroise" (1895), "Soutien de famille'' (1898).

Alphonse Daudet pertenceu à Academia de Goncourt desde sua fundação. Tendo uma vez rejeitado sua candidatura à Academia Francesa, o glorioso romancista abominou aquela instituição e escreveu contra ela o romance "L'Immortal", de grande alento satírico, no qual pintou bem ao vivo certos membros daquela douta casa.

Foi pai do jornalista e também escritor Léon Daudet, um monarquista, nacionalista e anti-semita, que colaborou em jornais como o Le Figaro e o Le Gaulois, entre outros.

Os últimos anos de Daudet foram amargados por pertinaz moléstia que o arrastou prematuramente no sepulcro, quando ainda podia esperar-se muito do seu talento. Este grande escritor morreu em Paris, a 16 de dezembro de 1897, vítima de uma ataxia incurável.

Características literárias

Filiou-se à escola naturalista, produzindo uma obra variada, satírica, tirando as personagens da vida parisiense. Seu estilo é cristalino, brilhante, deixando transparecer, com freqüência, os sentimentos de paixões recalcadas.

Criou o héroi Tartarin, personagem alegre e gabola, das novelas Tartarin de Tarascon e Tartarin nos Alpes.

Foi amigo de Frédéric Mistral, e pertenceu ao grupo de escritores de língua ocidental Le Félibrige, fundado em 1854, escrevendo várias composições poéticas em provençal. A lingua provençal, ou languedoc, é o idioma falado ao sul do Loire, entre o mar, os Alpes e os Pireneus, compreendendo o provençal propriamente dito, o languedocino e o gascão. A Provença foi a pátria primeira da poesia trovadoresca, em especial na Idade Média. Além de Frédéric Mistral, Roumanille, ao qual Daudet se refere em Cartas de meu Moinho, também foi um desses poetas.

Tartarin de Tarascon

Tartarin de Tarascon é a importante obra do romancista. O livro retrata personagens da vida parisiense. Tartarin vive na pequena cidade francesa de Tarascon, onde é respeitado por seus conhecimentos teóricos sobre caçadas. Certo dia, passa por Tarascon uma exposição de animais, incluindo um leão. A atitude destemida do protagonista diante do felino faz com que toda a população o instigue a ir à África caçar leões.

Fontes:
http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/AlphDaud.html
http://pt.wikipedia.org/
http://www.bestiario.com.br/3_arquivos/Wood.html
http://www.record.com.br/

Nenhum comentário: