quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 178)


Uma Trova Nacional

Este olhar de poeta errante,
por pureza cristalina,
fez de mim a sua amante,
muito mais do que imagina.
–MIFORI/SP–

Uma Trova Potiguar

Morre a flor na flor da idade,
padece a planta de dor;
a ausência deixa saudade,
até na morte da flor!
–PROF. GARCIA/RN–

Uma Trova Premiada

2007 - Bandeirantes/PR
Tema : ENCANTO; M/E.

Tais encantos tem a vida,
tais e tantas graças tem,
que me dói pensar na ida
para o céu antes dos cem!...
–A. A. DE ASSIS/PR–

...E Suas Trovas Ficaram

Eu ri na cara da vida,
zombei do que ela me deu;
hoje, eu vejo, ressentida,
que o seu palhaço fui eu!
–CARMEN OTTAIANO/SP–

Simplesmente Poesia

–ANTONIO M. A. SARDENBERG/RJ–
Sussurro

Meu grito cala num silêncio breve
E vem a febre a me arder em brasa.
A pluma desce em movimento leve
Livre e bem solta, pois não tem mais asa.

O laço prende a presa encurralada
E acuada na cerca sem saída.
O galo canta – é fim de madrugada –
O sol desponta, é hora da partida.

O vento assopra a copa do coqueiro,
Dentro do aceiro rompe a boiada,
Toca o berrante o velho vaqueiro
Na capoeira que margeia a estrada.

E tange o sino dentro do meu peito!
Vem a saudade a suspirar baixinho,
Sussurra o rio dentro do seu leito,
Lamenta a alma a falta de carinho.

Estrofe do Dia


Berra o bode no chiqueiro,
relincha longe o cavalo,
pia o pinto, canta o galo
ciscando pelo terreiro;
a vaca no tabuleiro
muge fazendo uma prece,
o candeeiro estremece,
chia o grilo na parede,
chora o menino na rede
e o dia não amanhece!
ANTONIO MARINHO/PB –

Soneto do Dia

–HUMBERTO RODRIGUES NETO/SP–
Ciúme

Passam-se as horas e afinal não vens
vestir de sol meu tenebral caminho;
só de pensar, em ânsias me espezinho,
que são de outro os teus secretos bens...

Sim, é de outro o teu fugaz carinho,
toda essa ardência que em teu corpo tens,
mas fazes dos meus sonhos teus reféns
pra me obrigares a te amar sozinho.

Irás ao baile, e nele em ti pressinto
os teus enfeites, teus sutis rebuços:
a echarpe, o brinco, o bracelete, o cinto...

Num leito frio caio então de bruços,
quando duas lágrimas no rosto sinto,
rolando mansas sobre os meus soluços!

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

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