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sábado, 17 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XVII


REGÊNCIA.

Fique atento à regência de verbos e nomes, sobretudo daqueles que exigem a preposição “a”, para não cometer erro no emprego da crase.

REGÊNCIA VERBAL.

Regência Verbal é um assunto complicado, não acha? Não deveria ser, mas é. Existem vícios que desvirtuam a correta regência de diversos verbos.

O verbo “desfrutar” é muito empregado com regência errada. Por ser transitivo direto, não exige preposição antes de seu complemento. No entanto, o que mais se vê é um “de” insistente acompanhando-o, como na frase: “Eu e meu amigo desfrutamos das férias num paradisíaco balneário”. Errado! O correto é: “Eu e meu amigo desfrutamos as férias num paradisíaco balneário”.

RELER.


Releia com o máximo de atenção o texto que escreveu, antes de passá-lo a limpo, para não deixar ficar erros bobos, tolos, que poderão comprometer seriamente sua nota final.

Lembre-se: é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Mesmo com todos os cuidados, pode ser que não consiga se expressar de forma clara e concisa. A pressa pode atrapalhar. Com calma, verifique se os períodos não ficaram longos, obscuros. Veja se não repetiu palavras e idéias. À medida que relê o texto, essas falhas aparecem, inclusive erros de ortografia e acentuação. Não se apegue ao escrito. Refaça o texto, se for preciso. Não tenha preguiça, passe tudo a limpo quantas vezes forem necessárias. No computador, esta tarefa se torna mais fácil. Faça sempre uma cópia do texto original. Assim se sentirá à vontade para corrigi-lo quantas vezes quiser.

RELIGIÃO.

Não faça propaganda de doutrinas religiosas na redação. Mantenha-se sempre imparcial.

A religião, qualquer que seja ela, é uma questão de fé; a dissertação, por sua vez, é uma questão de argumentação, que se baseia na lógica. São, portanto, duas áreas situadas em diferentes planos. Não há como argumentar de modo convincente com base em dogmas religiosos; os preceitos de fé independem de provas ou evidências constatáveis. Torna-se, assim, completamente descabido fundamentar qualquer tema dissertativo em idéias que se situem em um plano que transcende a razão.

REPETIÇÃO.

Evite:

Dizer a mesma coisa duas vezes para explicar melhor.

Pormenores (detalhes), divagações, exemplos excessivos.

Palavras terminadas em “ão”, “ade”, “ente”, etc, pois provocam eco (rima inconveniente e condenável) na redação.

Repetições de palavras e de idéias, principalmente no mesmo parágrafo. Troque-as por sinônimos. A repetição de palavras denota falta de cultura, de conhecimento geral e pobreza de vocabulário, além de certa preguiça mental.

O emprego repetitivo das palavras eu, nós, ele, ela, e, que, porque, daí, aí, então, mas (esta, por exemplo, pode ser substituída por contudo, todavia, no entanto).

REPORTAGEM.

É uma notícia em profundidade. Caracteriza-se pela exposição enriquecida e profunda do fato.

REQUERIMENTO.

É um documento (texto administrativo), manuscrito ou datilografado, no qual o cidadão (interessado), depois de se identificar e se qualificar, faz um pedido (solicitação) à autoridade competente. Só é usado quando é pedido ao serviço público. Se traz a solicitação de várias pessoas, chama-se Memorial.

RESUMO.

Num resumo, não comente as idéias do autor. Registre apenas o que ele escreveu, sem usar expressões como segundo o autor..., o autor afirmou que....

Resumo é uma síntese das idéias, fatos e argumentos contidos num texto. Para fazê-lo, empregue suas próprias palavras, evitando, na medida do possível, reproduzir cópias do texto original.

Ler não é apenas passar os olhos no texto. É preciso saber tirar dele o que é mais importante, facilitando o trabalho da memória. Saber condensar as idéias expressas em um texto não é difícil, basta reproduzir com poucas palavras aquilo que o autor disse.

RETICÊNCIAS.

Nas dissertações objetivas, evite as reticências. A clareza na exposição é preferível a esperar que o leitor adivinhe o que você quis dizer.

As reticências marcam uma interrupção da seqüência lógica do enunciado, com a conseqüente suspensão da melodia. É utilizada para permitir que o leitor complemente o pensamento suspenso.

A língua escrita apresenta muitas diferenças em relação à língua falada. Observe como as reticências às vezes são utilizadas para criar o clima de mistério: “era sexta-feira...”

REVISÃO.

Revise a redação. Ela tem começo, meio e fim? Defendeu seu ponto de vista de maneira convincente? Escreveu parágrafos com tópico frasal e desenvolvimento? Respeitou as normas gramaticais vigentes?

Quando for revisar a redação, redobre os cuidados com a crase e a concordância. Triplique a atenção com a voz passiva sintética (do tipo "vendem-se carros") e do sujeito posposto ao verbo.

RISO.

Tire partido dos dados imprevisíveis e inadequados para conseguir o interesse do leitor pelo texto (e, muitas vezes, o riso).

— Ah, estou com vontade de passar a noite com a Luiza Brunet de novo. — O quê? Não me diga que já passou a noite com ela? — Não, mas já tive vontade antes.

Nem acreditei que aquele rapaz, tão jovem, olhava para mim! Então, ele gritou: — Tia, o porta-malas está aberto! — Fui para casa, com o porta-malas aberto e a cara mais fechada do que fundo de touro subindo a ladeira.

ROMANTISMO.

Afaste-se do romantismo fácil, mas não se furte à sinceridade da apresentação de seus sentimentos.

E quando você vai embalar o neto e ele, tonto de sono, abre um olho, lhe reconhece, sorri e diz “Vó”, seu coração estala de felicidade, como pão ao forno.

Os céticos dizem que as mulheres são verdadeiras surpresas, nem sempre muito agradáveis. Mas, como saber, se não tentar chegar ao fundo dos nossos sentimentos? E, se amo, tenho de arriscar, concordam comigo?

SILEPSE.

É a concordância com a idéia, não com a palavra escrita.

Vossa Majestade continua bondoso!

Os brasileiros somos muito otimistas.

Corria gente de todos lados, e gritavam.

SIMPLICIDADE.

Escreva com suas próprias palavras e produza novas idéias.

Use palavras conhecidas, adequadas e períodos curtos. Escreva com o máximo de simplicidade. Amarre as frases, organizando as idéias. Cuidado para não mudar de assunto de repente. Conduza o leitor de maneira leve pela linha da argumentação.

Alguns estudantes pensam que, utilizando palavras pomposas, artificiais, difíceis e rebuscadas, conseguirão impressionar os corretores de provas. Puro engano! Os vocábulos devem ser os mais comuns possíveis. Portanto, escreva com simplicidade. O uso de termos complicados não é prova de que você sabe escrever bem.

Neste tempo em que é preciso, ainda que ocasionalmente, jactar-se do que produzimos intelectualmente, far-nos-á muito bem que tenhamos, por hora, um projeto desenvolvimentista uniforme capaz de...

Ora, qualquer banca corretora, ao ler o texto acima, vai saber muito bem tratar-se de um plágio de alguém, ou, então, achar que você é um marciano!

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XVI


PROLIXO.

Linguagem prolixa é aquela desenvolvida através de termos e expressões supérfluas, digressões inúteis, excesso de adjetivos, períodos extensos e emaranhados.

Ser prolixo é ficar “enrolando”, “enchendo lingüiça”, não ir direto ao assunto.

Antes de mais nada, sem mais delongas, permito-me apresentar minhas sinceras e respeitosas discordâncias com relação às proposições que vossa senhoria fez presentes nesse colóquio.

Expressões prolixas: antes de mais nada, muito pelo contrário, por outro lado, por sua vez.

PRONOME.

Cuidado com o emprego ambíguo dos pronomes seu, sua, dele, dela.

Não comece frase com pronome.

ERRADO_____________CERTO
Me dá_______________Dá-me
Me presenteou_________Presenteou-me
Lhe disse isso__________Disse-lhe isso

Evite usar pronomes a todo o momento.

EM VEZ DE________________PREFIRA
Eu brinquei________________Brinquei
Eu estudei_________________Estudei
Eu dormi__________________Dormi

Não empregue pronomes pessoais do caso reto no lugar do pronome oblíquo. Escreva sempre “julgá-lo”, nunca “julgar ele”.

PROSOPOPÉIA.

É a atribuição de qualidades ou sentimentos humanos a seres irracionais ou inanimados.

A Lua espia-nos através da vidraça.
A raposa disse algo que convenceu o corvo.
O tempo passou na janela e só Carolina não viu.

PROVÉRBIO OU DITO POPULAR.

Não utilize provérbios, ditos populares, frases feitas, pois eles empobrecem a redação. Faz parecer que seu autor não tem criatividade ao lançar mão de formas já gastas pelo uso freqüente.

Portanto, nada de ficar usando:

A palavra é de prata e o silêncio de ouro.
Quem com o ferro fere, com o ferro será ferido.

Entretanto, como já diziam os sábios: depois da tempestade sempre vem a bonança. Após longo suplício, meu coração apaziguava as tormentas e a sensatez me mostrava que só estaríamos separadas carnalmente.

QUANTIDADE DE LINHAS.

Não deixe linhas em branco no corpo do texto.

Não faça menos nem ultrapasse o máximo de linhas exigido na redação.

Quando for redigir alguns temas, para efeito de treinamento, escreva 15 (quinze) linhas no mínimo a 30 (trinta) linhas no máximo, pois é assim que são pedidas as redações em vestibulares e concursos.

QUE, DE QUE.

Lembre-se de que os verbos gostar e precisar são transitivos indiretos e, portanto, são sempre precedidos de “de que”.

ERRADO
Outra coisa que gostei.
O livro que precisava era aquele.
Este é o professor que lhe falei.

CERTO
Outra coisa de que gostei.
O livro de que precisava era aquele.
Este é o professor de quem lhe falei.

QUEÍSMO.

É o uso excessivo do “que”, cuja conseqüência é produzir períodos longos. Evite-o.

ERRADO
Aquele que diz que faz que é forte e que tudo pode é que teme que se diga dele que é fraco e que nada pode.
Este é o apartamento que comprei de João, que tinha outros seis imóveis que estavam todos à venda.

CERTO
Quem diz ser forte e tudo poder teme que se revele sua fraqueza e impotência.
Este é o apartamento que comprei de João, dono também de outros seis imóveis. Estavam todos à venda.

RADICALISMO.

Não afirme o que não pode provar.

Evite análises radicais e posições extremistas, injustas e levianas.

Nada como um texto equilibrado. Posicione-se, mas sem exagero.

Todos os deputados são corruptos.
A bem da verdade, nem todos o são, não é mesmo?

Esse tipo de gente merece ser exterminado.

Radical demais, não lhe parece? E até grosseiro!

RASCUNHO.

Jamais deixe de fazer o rascunho. Ele é a primeira versão do texto. Os escritores fazem várias versões de seus livros antes de publicá-los. Não seja você, um iniciante, a querer dispensá-lo. Nele há a possibilidade de melhorar sua redação, alterar palavras, construir melhor os períodos, mudar a posição dos parágrafos, etc.

Para evitar rasuras no texto definitivo, releia o rascunho com muita atenção. Não tenha preguiça nem pressa em passá-lo a limpo. O sucesso do seu texto depende, muitas vezes, de uma leitura atenta e cuidadosa do rascunho.

Ao reler o rascunho, você se torna um leitor crítico do próprio texto. Revise-o com muita atenção: elimine, acrescente, substitua. Questione o seu texto. Esse trabalho irá, certamente, contribuir para a qualidade de seu texto definitivo.

RASURAS, BORRÕES.

Não use borracha.

Não apresente as questões desarrumadas e riscadas.

Não faça rasuras, marcas, sinais e borrões no corpo da redação.

Em caso de erro na redação já passada a limpo, risque o que estiver errado e escreva adiante de modo correto.

REALIDADE.

A realidade pode ser reproduzida literalmente ou, a partir dela, pode-se criar uma outra, com sensibilidade e imaginação.

Dorme a floresta circundante, sem sussurros de brisas, nem regorjeio de aves. Só o urutau pia longe, e uma ou outra suindara perpassa. No centro do terreiro, atado a um poste da canjerana rija, o prisioneiro branco vela.

As lágrimas da cidade enchiam bueiros que não agüentavam e empurravam para fora toda a sujeira interior. Os carros parados, na infinita espera de algo que não iria acontecer, com suas buzinas destoantes do choro de São Paulo.

REDAÇÃO OU COMPOSIÇÃO.

Leia atentamente o que está sendo solicitado.

As provas de redação têm maior peso na maioria dos vestibulares.

Planeje o texto sem utilizar fórmulas prontas. O fio condutor deve ser seu pensamento. Acredite em seus pontos de vista e defenda-os com convicção. Eles são seu maior trunfo. Capriche no conteúdo, não se desviando do tema proposto, e não se descuide da parte gramatical.

Escrever uma redação é como vender um peixe. Você precisa convencer o cliente da qualidade do seu produto. O texto escrito não é para você. Será lido e entendido por outras pessoas. Ninguém vai perder tempo para ler textos confusos e ininteligíveis. Portanto, capriche na escrita, alinhe os parágrafos, escolha bem o vocabulário, mostre organização.

Leia e releia aquilo que escreveu e faça a você mesmo as seguintes perguntas:
será que vão entender minhas idéias?
Fui claro em minhas exposições?
As orações estão bem coordenadas entre si?
Será que os períodos estão muito longos e cansativos para quem irá lê-los?
Escrevi muito e não disse nada?
Houve fuga do tema?
Escrevi o mínimo de linhas exigido pelo vestibular?

REDUNDÂNCIA.

Cuidado com as redundâncias. É errado escrever, por exemplo: “Há cinco anos atrás”. Corte o “há” ou dispense o “atrás”. O certo é “Há cinco anos...”.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XV


PONTO.

Depois de ponto usa-se, sempre, inicial maiúscula.

Evite escrever mais de duas linhas sem um ponto final sequer.

Use-o à vontade. Pontos encurtam frases, dão clareza ao texto e facilitam a compreensão.

Não há ponto após siglas (LTDA, CIA) ou abreviaturas de metros (m), horas (h), quilômetros (km), etc.

Ao colocar o ponto, faça-o bem redondo (mas não uma bolota) e bem perto da última letra da palavra. Qualquer rabisco que ele contiver vai ficar parecendo uma vírgula, o que é errado.

PONTO DE EXCLAMAÇÃO.

Após um ponto de exclamação (!) a palavra seguinte não precisa começar com letra maiúscula, pois o ponto de exclamação funciona como vírgula, não significando o fim da frase.

Ah! como Renata era linda.

PONTO E VÍRGULA.

Evite usá-lo, porque só é empregado em casos muito especiais e serve para marcar uma pausa maior que a vírgula.

Os sem-terra não quiseram resistir; a situação parecia tensa demais.
Vermelho é o sinal para parar; amarelo, para aguardar; verde, para seguir adiante.
O voto é obrigatório; os eleitores, portanto, deverão exercer esse direito com consciência.

PONTUAÇÃO.

Uma pontuação errada pode comprometer toda a assimilação do conteúdo textual.

A pontuação existe para facilitar a leitura do texto. O seu texto está bem pontuado?

Distribua harmoniosa e adequadamente as pausas ao longo da frase, pontuando-a devidamente.

Empregue a pontuação corretamente, pois uma simples vírgula, fora do lugar adequado, pode mudar profundamente o sentido da frase.

A pontuação deve obedecer às paradas respiratórias e, também, à entonação que queiramos dar a cada frase. Uma parada breve na respiração significa a colocação de uma vírgula, enquanto uma respiração longa pedirá a colocação de um ponto na frase.

EXEMPLOS DE TEXTOS CONFUSOS, POR FALTA DE PONTUAÇÃO
Maria toma banho e sua mãe diz ela traga-me uma toalha.
Voar dez mil metros sem beber água uma andorinha só não faz verão.
Um lavrador tinha um bezerro e a mãe do lavrador era também o pai do bezerro.

CORRIJA-OS PARA
Maria toma banho e sua; mãe, diz ela, traga-me uma toalha.
Voar dez mil metros sem beber água? Uma andorinha só não faz: verão!
Um lavrador tinha um bezerro e a mãe. Do lavrador era, também, o pai do bezerro.

POSITIVO.

Coloque as sentenças na forma positiva. Diga o que é, nunca o que não é. Em vez de escrever “ele não assiste regularmente às aulas”, escreva “ele falta com freqüência às aulas”.

PRECIOSISMO.

Consiste no uso de palavras ou expressões antigas (arcaísmos) de construções rebuscadas das frases.

Baixar a inflação? Isso é colóquio flácido para acalentar bovino.

Na pretérita centúria, meu progenitor presenciou o acasalamento do astro-rei com a rainha da noite.

FRASES COM PRECIOSISMOS
O exame fora deveras difícil.
O mancebo deu-me a honra de uma contradança.
Destarte, não devemos ser assaz exigentes com os alunos.

PREFIRA
O exame fora realmente difícil.
O rapaz tirou-me para dançar.
Assim, não devemos ser muito exigentes com os alunos.

PRECISÃO.

Use vocábulos ou expressões adequadas, ou seja, termos próprios definindo clara e eficientemente a idéia, para não cair na pobreza de vocabulário. É preciso pesar as palavras e aprender todo o seu significado, sob pena de usá-las indevidamente na frase.

Certifique-se do significado correto das palavras que vai utilizar em determinado período e verifique se existe adequação desse significado com as idéias expostas. A vulgaridade de termos ou impropriedade de sentido empobrecem bastante o texto.

ALGUNS EXEMPLOS DEPLORÁVEIS
Estou convincente de que...
Era um tapete de alta valorização...
Urgem campanhas no sentido de exterminar os analfabetos.
É impossível conhecer os antepassados dos candidatos...

CORREÇÃO
Estou convencido de que...
Era um tapete de alto valor...
Urgem campanhas no sentido de exterminar o analfabetismo.
É impossível conhecer os antecedentes dos candidatos...

PRECONCEITO.

Não termos que tenham conotação preconceituosa.

PREGUIÇA.

Lembre-se: as piores inimigas da redação são a preguiça mental e a falta de leitura.

PRIMEIRA PESSOA.

A redação deve ter o caráter impessoal (3ª pessoa), evitando-se a 1ª pessoa, principalmente a do singular, salvo em citações.

Não utilize a primeira pessoa em sua redação, principalmente quando for determinado texto objetivo. Alguns vestibulares tiram pontos caso a use. Sua opinião deverá ser dada por um sujeito indeterminado.

Evite expressões do tipo: “Na minha opinião”, “Ao meu ver”, etc.

Em vez de: “Eu acho que a privatização deveria acontecer...”, escreva: “A privatização deveria acontecer...”

PRIMEIRO LUGAR.

Não se coloque em primeiro lugar, ao citar-se juntamente com outras pessoas.
ESCREVA, CORRETAMENTE

Roberto, Paula e eu gostamos da festa.
Meu pai e eu somos bons amigos.


Fonte:
http://www.sitenotadez.net

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XIV


PARÁGRAFOS.

Use parágrafos diferentes para idéias (assuntos) diferentes. Uma redação sobre o carnaval atual, por exemplo, você poderá subdividi-la em três parágrafos, a saber:

PRIMEIRO PARÁGRAFO

Carnaval de clube, mencionando a grande beleza na sua decoração, a presença de dois conjuntos tocando, quando for o caso, para que o folião pule o tempo todo, sem parar, com mais conforto, pelo fato de o ambiente ser fechado, etc.

SEGUNDO PARÁGRAFO

Carnaval de rua, dando especial destaque ao desfile dos blocos, das escolas de samba e aos trios elétricos.

TERCEIRO PARÁGRAFO

Conclusão, citando a ressaca (o cansaço), o dinheiro gasto, as noites sem dormir, etc.

O texto deve ter parágrafos bem distribuídos, articulados e interligados um ao outro coerentemente.

Não construa parágrafos longos, constituídos de um só período composto, recheado de orações e de relações sintáticas.

Não faça parágrafos muito curtos nem muito longos. O ideal seria que contivessem, no mínimo, 4 linhas e, no máximo, 7 linhas.

Não deixe parágrafos soltos. Faça uma ligação entre eles, pois a ausência de elementos coesivos entre orações, períodos e parágrafos é erro grave.

Obedeça ao parágrafo ao iniciar a redação, isto é, não comece a escrever logo no início da linha. O parágrafo é marcado por um ligeiro afastamento com relação à margem esquerda da folha (três centímetros aproximadamente). E sempre que houver outros parágrafos no decorrer da redação, siga o alinhamento do parágrafo inicial.

PARÊNTESES, TRAVESSÃO DUPLO.

Sempre que quiser fazer dentro da narração ou da descrição, um comentário à parte, empregue os parênteses ou o travessão duplo.

PARÓDIA.

É a imitação engraçada ou ridícula de outro texto.

PERÍFRASE OU AUTONOMÁSIA.

É uma expressão que designa um ser através de alguma de suas características ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.

Visitou a cidade do forró.
Pelé, o Rei do Futebol, fez muitíssimo pelo esporte.
O Príncipe dos Poetas também teve outras atividades que o tornaram famoso.

PERÍODO.

Construa períodos com duas ou três linhas no máximo.

PLANEJAMENTO.

Toda redação tem: Introdução (princípio), desenvolvimento (meio) e conclusão (fim).

O planejamento do texto que escreve não deve ser visto como algo contra sua liberdade de expressão, mas como um guia para aumentar suas chances de sucesso.

Planeje o texto.
Delimite o tema, defina o objetivo, selecione as idéias capazes de sustentar sua tese.
Depois, faça um plano com o assunto geral do texto, o aspecto do tema que vai ser tratado, aonde quer chegar e, finalmente, os argumentos, exemplos, comparações, confrontos e tudo que ajudar na sustentação do ponto de vista que quer defender.

PLANO.

Faça sempre, antes de escrever, um plano escrito de sua redação, para orientar-se e observar melhor a seqüência das idéias apresentadas.

PLEONASMO OU REDUNDÂNCIA.

É a repetição desnecessária de palavras, expressões ou idéias.

FRASES COM PLEONASMOS__________CORRIJA-AS PARA
Subir para cima______________________Subir
Entrar para dentro____________________Entrar
Voltar para trás______________________Voltar
A brisa matinal da manhã enchia-o de alegria.___A brisa matinal enchia-o de alegria.
Ele teve uma hemorragia de sangue. _______Ele teve uma hemorragia.

No entanto, pode ser usado como figura de construção, com função estilística, para enfatizar uma idéia e tornar a mensagem mais expressiva.

A mim, ensinou-me tudo.
A música exige ouvidos de ouvir!
As flores, dou-as a você, com carinho.

PLURAL.

Cuidado com a formação do plural de algumas palavras, sobretudo as compostas — primeiro-ministro, abaixo-assinado, lusobrasileiro, etc.

POLISSEMIA.

Tire proveito da polissemia das palavras, para criar situações de mal-entendidos e de humor.

Os políticos fazem na vida pública o que os outros fazem na privada.

A máquina de ferro resfolegava à distância, seu apito chegando até os passageiros que esperavam pelo embarque. Quando o trem parou, a movimentação tomou conta da plataforma da estação.

POLISSÍNDETO.

É a repetição de conjunções para conseguir determinado efeito na frase. Use-o nas enumerações para sugerir o excesso e a reação da personagem ou do narrador a esse exagero.

FRASES COM POLISSÍNDETOS

Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira.
Falei, e falei, e pedi, e supliquei, tudo em vão.
Foi então que chorei e chorei até que ele me ouvisse.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XIII


ORDENAÇÃO.

A falta de ordenação das idéias é um erro comum e indica, segundo os organizadores de vestibulares, que o candidato não tem o hábito de escrever. O texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma idéia para outra sem critério, sem ligação.

ORGANIZAÇÃO.

É avaliada a capacidade do aluno de organizar os argumentos que fundamentarão a conclusão do texto.

Seu texto está bem organizado? Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão?

Tem frases curtas e claras, ausência de termos repetidos, seqüência dos fatos e criatividade?

ORIGINALIDADE.

Seja o mais original possível, porque a transcrição de frases implica perda de pontos preciosos quando da correção da redação.

Ser original não é criar algo novo para a literatura, é sermos nós mesmos. Escreva à sua maneira, imprima sua marca pessoal ao SEU estilo, evitando os lugares-comuns e os chavões.

Como ser original ao se fazer uma redação? É simples, ouse. Se você se limita a repetir o que todo mundo diz, como um papagaio, com medo de errar, provavelmente cairá no lugar-comum e na mediocridade. Tenha a preocupação de inovar, com coragem. Seja atrevido. A segurança virá aos poucos e com a satisfação de perceber que fez algo seu, com seu próprio padrão de qualidade.

O uso excessivo de certas figuras de linguagem ou de alguns provérbios acarreta o empobrecimento da redação. Como tudo que existe, as palavras também se desgastam. É preciso criar novas figuras para expor suas idéias. Escrever que a namorada é uma flor, ou que filho de peixe, peixinho é, não realça a redação de ninguém. Use a imaginação para não precisar desses chavões antigos e pobres.

PALAVRAS.

Use as palavras certas nos lugares certos.

Não exagere no uso de palavras do tipo: problema, coisa, negócio, principalmente, etc.

Entre duas palavras, escolha, sempre, a mais simples; entre duas palavras simples, escolha a mais curta.

Quando for revisar sua redação, corte vocábulos desnecessários, use sinônimos ou, se for o caso, mude a frase.

NO LUGAR DE___________ESCREVA
Empreender______________Fazer
Regressar ou retornar _______Voltar
Pleito__________________Eleição
Usuário_________________Passageiro
Óbito__________________Morte
Matrimônio_____________Casamento

PALAVRAS ADEQUADAS.

Use palavras que estejam em perfeita concordância com o que está escrevendo.

ERRADO
O gosto do dinheiro.
…grande sono, por causa das noites sem dormir.
Tomei banho de piscina.
A canoa quase virou e, por isso, tomei um grande choque.

CERTO
O gosto pelo dinheiro.
…muito sono, por causa das noites sem dormir.
Tomei banho na piscina. (Pode-se tomar banho de água, não de piscina).
A canoa quase virou e, por isso, tomei um grande susto. (Tomar choque é receber uma descarga elétrica. O mais correto, no caso, é tomar um susto.)

PALAVRAS CURTAS.

Prefira palavras curtas e simples. Os vocábulos longos e pomposos criam uma barreira entre leitor e autor. Fuja deles. Seja simples. Entre duas palavras, prefira a mais curta. Entre duas curtas, a mais expressiva.

Casa, residência ou domicílio? Casa, é claro!

PALAVRAS ESTRANGEIRAS.

Evite usar palavras estrangeiras. Quando empregá-las, coloque-as entre aspas.

PALAVRAS OU EXPRESSÕES GASTAS.

Evite escrever palavras ou expressões que, depois de entrarem na moda, tornam-se gastas, como:

desmistificar, contexto, sofisticado, inacreditável, principalmente, devido a, através de, em nível de, tendo em vista, etc.

...é aos dezoito anos que se começa a procurar o caminho do amanhã e encontrar as perspectivas que nos acompanharão para sempre na estrada da vida.

Não se utilize de expressões parecidas com as grifadas no texto, porque são consideradas gastas e vulgarizadas pelo uso contínuo e irão comprometer a boa qualidade do texto.

PALAVRAS REPETIDAS.

Evite as repetições de palavras. Troque-as por sinônimos. Se já usou linda, por exemplo, use bela (ou bonita), a depender da ênfase que queira dar à frase. Após ter usado professor, use educador ou docente. Para não repetir o adjetivo doente, use enfermo.

Portanto, nunca repita várias vezes a mesma palavra. Um dos erros que mais prejudica a expressão adequada de suas idéias é a insistente repetição de um mesmo vocábulo. Isso causa uma impressão desagradável a quem lê ou corrige sua redação, além de sugerir pobreza de vocabulário.

FRASE COM PALAVAS REPETIDAS
Ela estava que era uma vaidade só, exibia seus vaidosos colares, sua vaidosa fala, seu vaidoso jeito de andar.

MELHOR
Ela estava muito vaidosa aquele dia, exibia colares caros, fala pedante, andava com pompa.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XII


LONGO.

Evite escrever palavras ou frases longas.

Construa frases que tenham, no máximo, três orações.

Períodos excessivamente longos tornam o estilo monótono e cansativo.

MEDO DO ERRO.

Muita gente não gosta de ser corrigida, fica constrangida. Em geral, esse sentimento acaba provocando uma aversão por escrever. Mas redigir não pode ser causa de sofrimento, principalmente em função da correção gramatical. Errar faz parte de qualquer atividade criativa, mas é preciso trabalhar – prestar atenção no que se lê e no que se escreve, procurar tirar as dúvidas, quando elas aparecem, ou estudar gramática para valer.

METÁFORA.

É o emprego de uma palavra fora de seu sentido normal, por efeito de analogia (comparação subentendida).

A Amazônia é o pulmão do mundo.

Esse homem é perigoso como uma fera!

As chamas eram centenas de línguas gigantescas.

MISTÉRIO.

Use a interrogação e a negativa quando quiser criar mistério e curiosidade em torno dos fatos.

Quem seria aquele homem que nos visitava todas as semanas e que ficava por horas conversando com meu pai? O que os dois tanto discutiam? Por que nunca podíamos estar presentes quando ele conversava com meu pai?

Se quiser criar expectativa e dúvidas, envolva sua personagem em mistério, falando dela sem a identificar no início da narrativa.

O homem do capote bateu na porta, foi atendido por meu pai, e passou umas duas horas no escritório trancado com ele. Voltou à minha casa durante anos e sempre que chegava meu pai mandava que eu fosse para o quarto. Mamãe ficava na cozinha.

MONÓLOGO.

É um tipo de texto em que alguém expressa sua maneira de ser, seu interior, suas emoções, seu pensamento. É uma conversa consigo mesmo.

Se não tem ninguém para conversar e fala sozinho (“com seus próprios botões”) ou com alguém (ou algo) que não pode responder, está, então, monologando.

Deveria falar-lhe, dizer-lhe o que sentia por ela? Talvez não pudesse conter as emoções toda vez que a visse. E então diria a ela tudo o que sempre quisera. Que a amara desde a primeira vez que a vira, que aguardava ansiosamente o momento em que a veria de novo. Que não hesitaria em fugir com ela, se essa fosse a condição para ficarmos juntos. Largaria tudo: casa, emprego, posição social, amigos...

NÃO USE.

Palavras ou frases ridículas, contraditórias, desnecessárias, que não se ajustem ao tema proposto.

Expressões vulgares, pobres, como:

Em primeiro lugar, em segundo lugar, essas mal traçadas linhas, etc.

NARRAÇÃO.

É o relato de um fato, de um acontecimento. Há personagens atuando e um narrador que relata a ação.

Tente fazer com que os diálogos escritos, em caso de narração, pareçam uma conversa.

A narração está vinculada à nossa vida, pois sempre temos algo a contar. Narrar é relatar fatos e acontecimentos, reais ou fictícios, vividos por indivíduos, envolvendo ação e movimento.

NATURALIDADE.

Seja natural. Evite o uso de palavras de efeito apenas para impressionar a banca corretora.

Imagine o leitor à sua frente ou ao telefone conversando com você.
Fique à vontade.
Espaceje suas frases com pausas.
Sempre que couber, introduza uma pergunta direta.
Confira a seu texto um toque humano. Está redigindo para pessoas. Gente de carne e osso.

NEOLOGISMOS.

O candidato a uma vaga nas universidades precisa usar a língua portuguesa de maneira adequada e se utilizar de termos semanticamente precisos e corretos. Jamais escreva uma palavra cujo sentido real não conhece.

Norma culta não quer dizer termos sofisticados, mas palavras simples e precisas no contexto da redação. Preciosismos (palavras complicadas)? Nem pensar!

Portanto, nunca use os neologismos incultos do tipo “imexível”, “windsurfar”, “inconstitucionalizável”, etc.

NOTÍCIA.

É a expressão de um fato novo, que desperta o interesse do público a que o jornal se destina. Caracteriza-se por ter uma linguagem clara, impessoal, concisa e adequada ao veículo que a transmite.

NÚMERO.

Escreva o número por extenso, como: dois, três, oito, quinze, vinte... antes de substantivo funcionando como adjunto adnominal.

OBJETIVIDADE.

Seja objetivo e imparcial. Não use de forma exagerada e nem abuse de verbos no imperativo.

Como 20 (vinte) a 30 (trinta) linhas proporcionam um espaço muito pequeno para você discorrer sobre qualquer assunto, procure ser objetivo, abordando, somente, os fatos principais, evitando entrar em detalhes que não interessam muito.

Você tem que expressar o máximo de conteúdo com o menor número de palavras possíveis.

Portanto, não repita idéias nem use palavras demais que só aumentem as linhas desnecessariamente.

Concentre-se no que é realmente indispensável para o texto.

A pesquisa prévia ajuda a selecionar melhor o que se deve usar.

OBSCURIDADE.

Significa falta de clareza, em razão de frases excessivamente longas (prolixas) ou exageradamente curtas (lacônicas), linguagem rebuscada, má pontuação ou pontuação defeituosa, impropriedade dos termos.

Tenho uma prima que trabalha num circo como mágica e uma das mágicas mais engraçadas era uma caneta com tinta invisível que em vez de tinta havia saído suco de lima.

Observe aí a incapacidade de se organizar sintaticamente o período. Selecionar as frases e organizar as idéias é imprescindível. Escrever com clareza é de fundamental importância.

EXEMPLO DE TEXTO OBSCURO:
A exegese de textos religiosos não pode prescindir do conhecimento filológico que o diletante não deve hesitar em considerar como propedêutica para qualquer trabalho heurístico com textos arcaicos.

O MESMO TEXTO, MAS COM ESTRUTURA MAIS CLARA E DIRETA:
Para interpretar textos religiosos é preciso ter conhecimento da história da evolução das línguas. Aquele que se inicia nesse estudo deve preparar-se, então, começando pela análise de textos antigos.

ÓBVIO.

Pleonasmo vicioso. É aquilo que “tá na cara”! Evite escrever, por exemplo: O homem é um ser que vive. Todo homem é mortal.

NUNCA ESCREVA
Viu o que tinha que ver e saiu.
Machado de Assis é um grande escritor, pois escreve muito bem.
O avião é o meio de transporte mais seguro, pois com ele ocorrem menos acidentes.

DEIXE O ÓBVIO DE LADO
Viu tudo a que se propôs anteriormente, em seguida saiu.
Machado de Assis é um grande escritor.
O avião é o meio de transporte mais seguro.

ONDE.

Não empregue ONDE como sinônimo de EM QUE, NO QUAL, ou até mesmo DE QUE. O ONDE só pode ser empregado nessa função quando substitui uma palavra que indica lugar.

OPINIÃO PESSOAL.

Não coloque sua opinião pessoal no texto. Analise um assunto proposto emitindo opiniões gerais. Pode até se posicionar sobre determinados temas, mas disserte de uma maneira mais imparcial, ou seja, sem exageros ou manifestações emocionais.

Eu acho que pessoas que assassinam inocentes criancinhas deveriam ser postas em cadeiras elétricas.

A Justiça no Brasil vai de mal a pior. Além dos contraventores usuais, agora também homens da lei imergem no crime, e a escala desses marginais oficiais já atingiu a Magistratura. O país precisa de novas e urgentes leis.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

sábado, 10 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XI

Justificar
INÍCIO.

Evite iniciar sua redação com digressões. O início deve ser curto, sem evasivas.

INSPIRAÇÃO.

No momento da criação – inspiração – não iniba o que vem à mente, seja o que for. Portanto, rascunhe o que for aparecendo. Pode ser que surja algo muito bom em meio às idéias aparentemente desordenadas.

INTERJEIÇÃO, EXCLAMAÇÃO.

Não abuse do uso das interjeições e exclamações. Tire proveito delas, no entanto, para destacar as emoções e as explosões de sentimentos das personagens.

Arre! Precisava gritar desse jeito e assustar todo mundo?

— Dobre a língua! — gritou vermelha de cólera. — Você é tão arrogante que ninguém mais aguenta a sua presença.

INTERNET.

Na rede mundial de computadores há dezenas de cursos “on-line” de redação, muitos dos quais de altíssima qualidade, sendo alguns gratuitos.

INTRODUÇÃO.

É o início da redação e deve conter um resumo, em poucas pinceladas, daquilo que abordaremos no restante do texto.

A introdução precisa ser rápida. Evidentemente, nunca terá tamanho igual ao do desenvolvimento. Numa redação de 20 linhas, por exemplo, não deve exceder 4 ou 5 linhas.

A Introdução apresenta a idéia que será discutida no desenvolvimento. É nessa parte que se dá ao leitor uma informação sobre o assunto que será tratado. Deve ser pequena, porque, se a alongarmos demais, correremos o risco de esgotarmos o assunto no primeiro parágrafo.

PROCURE EVITAR, NA INTRODUÇÃO, FRASES COMO:

Meu caro leitor,...
Bem, atualmente, no mundo em que vivemos...
Não tenho palavras para exprimir o que sinto, mas...
Vou tentar falar sobre o tema, embora não seja fácil abordar este assunto.
Sei que não sou a pessoa mais indicada para falar sobre esse assunto. Entretanto...
Embora sabendo que a minha opinião é uma gota d’água no oceano, tentarei externá-la.

DIGRESSÃO

Evite iniciar sua redação com digressões (o início deve ser curto). Digressão é não ter ordenação de idéias, é ficar indo e voltando, o que confunde o leitor.

EXEMPLOS DE DIGRESSÕES
Devemos, aqui, propor um parêntese breve...
Evite isso, porque demonstra que a ordem das idéias ainda está confusa.

Por falar nisso, lembro-me de uma situação vivida algum tempo atrás...
Poderia ter sido falado antes, se tivesse havido planejamento da redação.

Antes de falar nisso, voltemos no tempo,...
Gera o processo de sair momentaneamente do tema e pode provocar problemas de entendimento.

IRONIA.

Quando quiser criticar determinado acontecimento ou pessoa, de forma humorística, depreciativa ou sarcástica, e sem apresentar posição às claras para o leitor, use o expediente da ironia.

Menina, você é um primor; não arruma nem sua própria cama!
...o velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica.
Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor.

LEITURA.

Quem lê adquire desenvoltura para criar seu próprio texto.

A leitura completa o homem, enriquece-o; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.

Quando lemos, nosso cérebro forma uma imagem de cada palavra. É dessa maneira que sabemos como os vocábulos são escritos.

LER é ampliar horizontes; armazenar informações; compreender o mundo; comunicar-se melhor; desenvolver-se; escrever com desenvoltura; relacionar-se melhor com todas as pessoas.

Leia muito, tudo o que encontrar pela frente, inclusive revistas informativas e técnicas (Veja, Isto É, Carta Capital, Superinteressante), jornais (Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil) e, principalmente, boas obras literárias, como romances, dentro de seu nível de estudo e de sua faixa etária. O ato de escrever está muito ligado ao ato de ler.

UM BRADO DE ALERTA: Quem pouco lê vai se dar muito mal em redação quando for prestar vestibular!

A leitura permanente e intensa faz milagre, já que, por meio dela, se aprende muita coisa sem se perceber, especialmente na parte gramatical relativa à acentuação, ortografia e pontuação. Se a pessoa nada lê, será inútil decorar uma infinidade de regras gramaticais.

Uma sugestão bem intencionada para os que querem crescer: estude para assimilar, fixar, enfim, aprender. Só assim será capaz de manipular seu conhecimento com criatividade.

Não cultivar a leitura é um desastre para quem deseja expressar-se bem. Ela é condição essencial para melhorar a linguagem oral e escrita. Quem lê interioriza as regras gramaticais básicas e aprende a organizar o pensamento.

Uma boa sugestão de leitura? A coletânea, atualmente com trinta e um livros, PARA GOSTAR DE LER. A maioria absoluta dos textos é formada por centenas de crônicas dos melhores cronistas brasileiros. Serve para toda a família, inclusive para os filhos em idade escolar a partir dos dez anos. São textos curtos, simples e deliciosos.

LETRAS FLOREADAS.

Evite fazer letras floreadas, enfeitadas, com perninhas e rabinhos porque, às vezes, confundem-se umas com as outras e ficam até deformadas (o “r” minúsculo, estando floreado, parece “s”), o que dificulta sobremaneira o perfeito entendimento do que está escrito. O “o”, por exemplo, é redondo e não tem perninha.

Portanto, NÃO FAÇA:

palavras descendo morro;
última letra do vocábulo com prolongamento exagerado para baixo;
linha ou traços que cortem a palavra;
a letra “c” com traços enrolados sobre ela;
palavra com letras separadas;
“n” parecido com “r”;
“m” com cara de “n”;
“t” se confundindo com “f”;
“rr” parecido com “m” ou vice-versa.

LIMPEZA.

Faça a redação limpa, sem borrões ou garranchos, e bem legível.

A limpeza contribui muito para deixar a redação bem apresentável.

O que dizer das redações cheias de borrões e sujeiras? Uma prova limpa, sem rasuras e legível, causará boa impressão ao professor.

Não risque as palavras nem faça qualquer tipo de rasura na redação, pois esse tipo de detalhe deixará uma impressão muito ruim de você.

Procure manter uma letra razoável, e nada de emporcalhar a folha. É o mínimo que se deve fazer para que o conteúdo e a qualidade do texto não desapareçam no meio de rabiscos.

LINGUAGEM COLOQUIAL.

Evite o uso da linguagem popular (coloquial) ou extravagante, bem como as que atribuem referências grandiosas sem que possam ser aceitas ou cientificamente comprovadas.

LINHAS.

Não exceda o número de linhas pedidas como limites máximos e mínimos. A tolerância máxima é de aproximadamente cinco linhas aquém ou além dos limites.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte X


GRAMÁTICA.

Nunca, mas nunca mesmo, entregue o seu trabalho sem uma boa revisão gramatical e ortográfica.

Evite erros gramaticais primários e básicos. Use só termos que você conhece. Respeite a gramática e as regras de grafia.

Capriche na parte gramatical de sua redação, ou seja, não se esqueça de fazer, com toda a clareza possível, as devidas pontuações e acentuar as palavras que tiverem acento. Não adianta fazer uma redação espetacular quanto ao conteúdo e estilo mas cometer dezenas de erros de português.

O primeiro passo para aceitar a gramática positivamente é imaginá-la como algo dinâmico que movimenta a nossa linguagem e cria nossa identidade cultural. Tenha sempre ao alcance um livro de gramática, acompanhado de um dicionário.

Uma pessoa que redige bem tem mais clareza de suas idéias e mais segurança em suas afirmações. As falhas gramaticais podem ser um entrave para isso.

GROSSERIA.

“Ele deu um pum fedido pacas. Foi aquele auê!”

Gostou dessa frase ridícula? O examinador iria aprová-la? Com certeza que não! Cuidado para não entrar na linguagem do “liberou geral”, do vale-tudo! É um território muito perigoso. Deixe a “franqueza” vocabular de lado e evite grosserias na sua redação. Não é só você que tem mãe, irmã, etc. Os examinadores também têm e nem todos são apaixonados pelo “exótico”.

HARMONIA.

O aluno deve usar a musicalidade, o ritmo resultante da adequada escolha das palavras, da combinação dos sons na oração e do equilíbrio das orações no período. A linguagem não pode ser áspera, dura. A redação deve ser agradável ao ouvido.

HIATO.

É a seqüência desagradável de vogais ou sílabas idênticas. Evite-o.

FRASES COM HIATO
Andréia irá ainda hoje ao oculista.
Traga a água à aula.

MELHOR
Andréia terá consulta com seu oculista, hoje.
Queira trazer o recipiente com água para a sala.

HIPÉRBATO.

É inversão da ordem natural dos termos ou orações da frase com o fim de lhes dar maior destaque.

FRASES COM HIPÉRBATOS

ORDEM INVERSA
Na roda do mundo, mãos dadas aos homens, lá vai o menino…
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante...

ORDEM NATURAL
O menino vai lá na roda do mundo, mãos dadas aos homens...
As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico...

HIPÉRBOLE.

É a figura que através do exagero procura tornar mais expressiva e emocionante uma idéia.

Ele chorou rios de lágrimas.
Falei trezentas vezes para você!
Possuo um mar de sonhos e aspirações.

IDÉIA.

Não exponha idéias vulgares (impropérios, palavrões).

Separe as diferentes idéias em parágrafos distintos, guardando-lhes a devida conexão.

Elimine idéias ridículas, infantis, contraditórias, desnecessárias, que não se ajustem ao tema proposto.

Não inicie uma redação com uma idéia genial mas que não se relaciona com a segunda parte da composição.

Evite idéias artificiais, o nacionalismo piegas e o exagero nas expressões de modéstia, como:

Futuramente, quando o Brasil atingir o ápice do desenvolvimento, todas as nações se curvarão ante a capacidade empreendedora do homem brasileiro. Não entendo muito do assunto, mas tentarei, apesar dos meus parcos conhecimentos, dissertar sobre o tema escolhido.

IMPRECISÃO.

Evite escrever e/ou, por ser incompleto e impreciso e, também, porque denota pobreza vocabular.

EM VEZ DE
O jovem e/ou seu pai poderiam ir ao banco ver o saldo da conta.
Poderíamos ir ao clube e/ou ao teatro, porque o tempo seria suficiente.

ESCREVA
O pai poderia ir ao banco ver o saldo da conta, sozinho ou acompanhado do filho.
Poderíamos ir a um dos dois locais, ou a ambos – ao teatro e ao clube –, pois o tempo seria suficiente.

IMPROPRIEDADES SEMÂNTICAS E OUTROS VÍCIOS.

Evite o tal de “através de”, que é uma expressão largamente utilizada, mas de maneira errada! Não é, em absoluto, sinônimo de “por intermédio de”.

Consegui aprender redação através do meu professor.

Caso escreva isso, o sentido literal é que conseguiu aprender redação atravessando seu professor de um lado para outro, o que seria uma pena! Substitua, nesse caso, a expressão por “com o auxílio de”.

INADEQUADO.

Hoje, ao receber alguns presentes no qual completo vinte anos, tenho muitas novidades para contar.

Eis um exemplo de uso inadequado do pronome relativo. Provoca falta de coesão, pois não consegue mostrar a que antecedente ele se refere e, portanto, nada conecta e produz uma relação absurda.

INCOERÊNCIA.

Não faça afirmações incoerentes, que demonstram falta de conhecimento e, às vezes, até ignorância, como:

“Ninguém gosta de ler...”

Exemplo de incoerência numa dissertação:

O verdadeiro amigo não comenta sobre o próprio sucesso quando o outro está deprimido. Para distraí-lo, conta-lhe sobre seu prestígio profissional, conquistas amorosas e capacidade de sair-se bem das situações. Isso, com certeza, vai melhorar o estado de espírito do infeliz.

Exemplo de incoerência numa narração:

O quarto espelha as características de seu dono: um esportista, que adorava a vida ao ar livre e não tinha o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda a parte, havia sinais disso: raquetes de tênis, prancha de “surf”, equipamento de alpinismo, “skate”, um tabuleiro de xadrez com as peças arrumadas sobre uma mesinha, as obras completas de Shakespeare.

INFORMATIVO.

Num texto informativo, não tema usar todos os recursos que possam torná-lo claro, como numerações, orações explicativas numerosas e parênteses.

Os pesquisadores realizaram um censo em 2001 e registraram que, das 690 espécies que visitam a reserva, 200 freqüentam o jardim das borboletas.

Em uma matéria, o leitor recebe vinte informações diferentes. Dezenove, que ele ignorava, estão certas. Uma, que ele já conhecia, está errada. A tendência desse leitor é duvidar da exatidão de todas as vinte.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte IX


FIGURAS DE LINGUAGEM.

À procura de melhor expressar seus sentimentos, emoções e pensamentos, a fim de procurar uma linguagem que seja mais expressiva, original ou criativa, os trabalhadores da palavra valem-se de figuras estilísticas.

FINALIZAR.

Evite finalizar sua redação (é o principal defeito), principalmente com as expressões: em resumo, enfim, finalmente, por fim. Termine-a naturalmente, sem se utilizar de chavões.

FORMA.

Sempre que possível, ao usar a mesma relação ou idéia num texto, varie a forma de expressá-la.

Como aperfeiçoar a forma? Pelo exercício constante e cuidadoso! Exercitar-se quer dizer escrever e ler bons autores.

Cada estudante tem sua maneira de escrever. Não possui um sentido definido. Porém, é inegável que já tem um jeito próprio.

Por forma, entende-se o desembaraço de expressão, a procura de imagens e comparações, a busca da palavra apropriada, a utilização, enfim, dos recursos mais eficientes e belos na transmissão das idéias. Forma é harmonia e sonoridade da frase.

Há palavras que ninguém emprega. Às vezes uma que outra se escapa e vem luzir-se desdentadamente, em público, nalguma oração de paraninfo. Pobres velhinhas... Pobre velhinho!

A guerra sempre traz destruição e morte. No entanto, depois dessa cruel forma de demonstrar a superioridade do vencedor, os vencidos levantam a cabeça, enchem-se de um patriotismo vibrante e se empenham em levantar seu país.

FRASES ADEQUADAS.


ERRADO……………………………………………….CERTO
…grande número de mortos…_____________muitos mortos…
Todo mundo gostou.___________________Todos gostaram.
…causou desastre na agricultura.__________…causou prejuízos à agricultura.

FRASES COMPLETAS.

Escreva as frases com sentido completo.

FRASES COM SENTIDOS INCOMPLETOS
Chegando lá, fomos para o apartamento. (Apartamento de quem?).
Fui à capital. (Que capital?).

CORRIJA-AS PARA
Chegando lá, fomos para o apartamento de uma amiga.
Fui a Salvador, ao Rio de Janeiro, etc.

FRASES CURTAS.

Use frases curtas e inteligentes. Com elas, tropeçará menos nas vírgulas, nos pontos ou nas reticências. “Uma frase longa”, ensinou Vinícius de Moraes, “não é nada mais que duas curtas.”

Só em discursos é que se usam períodos longos.

FRASES FRAGMENTADAS.

Evite as frases fragmentadas, que separam indevidamente o sujeito do predicado.

TEXTOS COM FRASES FRAGMENTADAS
Comi o doce e gostei.
Disse que faria e fez.
Tentei convencê-lo. Ele estava com a razão.
Entrou em pânico. O elevador trancara. Havia faltado luz.
O Amazonas possui recursos inesgotáveis. O maior estado do Brasil.

CORRIJA-OS PARA
Comi o doce e gostei dele.
Disse que faria o serviço e realizou-o a contento.
Tentei convencê-lo de que estava certo.
Entrou em pânico porque o elevador trancara com a falta de luz.
O Amazonas, que é o maior Estado do Brasil, possui recursos inesgotáveis.

FRASES INTRINCADAS E DESCONEXAS.

O estudante deve ser orientado a escrever com clareza. Não há lugar numa redação para períodos confusos, de difícil entendimento. Nem para a repetição de palavras, frases, idéias e períodos demasiadamente longos. São eles os maiores inimigos da clareza.

FRASES REPETIDAS.

Evite usar frases desnecessárias ou repeti-las.

FRASES REPETIDAS
Um mundo de sonhos era o mundo em que ela vivia.
Depois de todos esses dias que passei lá, que foram uns dias maravilhosos…
Os policiais, que são agentes da polícia, entraram no banco armados com armas pesadas.

CORRIJA-AS PARA
Ela vivia num mundo de sonhos.
Depois de todos esses dias que passei lá, que me foram maravilhosos…
Os policiais entraram no banco com armas pesadas.

FRASES. ESTRUTURA.

Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separando sujeito de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nas redações. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto.

GENERALIZAR.

Evite empregar os seguintes vocábulos genéricos: coisa, dar, fazer, ninguém, nunca, sempre, ser, ter, todo mundo, etc.

Em se tratando de dissertação, é sempre pecado mortal generalizar conceitos, pois acabam soando como preconceitos. Idéias muito ampliadas nada significam.

Não generalize. Seja específico, utilize argumentos concretos, fatos importantes. Uma redação cheia de generalizações demonstra falta de cultura e de conhecimentos gerais de seu autor. Uma maneira prática para solucionar o problema é a leitura de qualquer gênero, como jornais, revistas e livros. Assista a programas de reportagens, a filmes, a documentários. Interesse-se pela cultura. Alimente sua inteligência.

GENERALIZAÇÕES QUE PECAM PELA IMPRECISÃO:

As crianças são inocentes.
Os homens batem nas mulheres com freqüência.
Os homossexuais são desavergonhados.
Todo político é ladrão.
Os velhos são sábios.

GERÚNDIO.

Evite a predominância do uso do gerúndio, pois este empobrece o texto. Prefira orações desenvolvidas ou o verbo na forma infinitiva mais conjunção.

Use o verbo no gerúndio somente quando quiser caracterizar os seres enfatizando suas ações.

GÍRIA.

As gírias são um meio de expressão perfeitamente aceitável em certos momentos de textos narrativos, em especial nos diálogos travados por alguns personagens. Tornam-se, entretanto, completamente inadequadas quando usadas em uma dissertação.

Jamais use gírias ou qualquer outra variação lingüística que limite o entendimento do texto.

Somente use gírias se o assunto e suas personagens exigirem na situação apresentada. Com isso, poderá aumentar o realismo da narração.

FRASES COM GÍRIAS
O marmanjo bolou um jeito maneiro de se pirulitar.
O cara deve procurar sacar se a lei está com ele ou não.
Fiquei gamado naquele broto porque ela é bacana pra chuchu.
O deputado pisou na bola e deu a maior bandeira no seu depoimento.

PREFIRA
O homem criou uma forma inteligente de fugir da situação.
O cidadão deve procurar certificar-se de que está agindo dentro da lei.
Fiquei apaixonado por aquela garota, porque ela é muito simpática e atraente.
O deputado cometeu um erro e acabou se comprometendo no seu depoimento.

GRAFIA.

Prefira as palavras de grafias fáceis (mais fáceis de serem escritas). Lembre-se de que a língua portuguesa é muito rica em sinônimos.

Tome cuidado com a grafia de palavras que não conheça. Quando tiver dúvidas, consulte o dicionário. Se não for possível, substitua a palavra por outra cuja grafia você conheça bem. Portanto, descarte palavras de grafia duvidosa.

EM VEZ DE_______________PREFIRA
Escassa________ __________Rara
Neném ___________________Criança
Sucinto___________________Breve
Exíguo ___________________Pequeno
Expor____________________Mostrar
Parcimoniosa_____ _________Econômica
Submissa________ _________Obediente
Nódoa____________________Mancha

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte VIII


ESPAÇOS ENTRE LINHAS.

O cabeçalho da redação deve começar na primeira linha do papel. O título, uma ou duas linhas após a última linha do cabeçalho. A redação, uma ou duas linhas depois do título.

ESPAÇOS ENTRE PALAVRAS.

Use espaços normais entre as palavras, devendo estas ficar nem muito distanciadas nem muito próximas umas das outras.

ESQUEMA.

Antes de iniciar a redação (antes mesmo do rascunho), faça um esquema de um roteiro de idéias.

O esquema é um mapa e um guia, que evitará desvios ou retrocessos quando da elaboração do texto.

Esquematizar é planejar. É caminhar com os olhos abertos. É saber o terreno onde pisa. É dar à redação um destino, um sentido, um fim.

ESTÁTICA.

Sempre que quiser apresentar uma cena estática, evite a repetição dos verbos ser e estar e empregue frases nominais.

Papéis por toda a parte. Memorandos, relatórios, ofícios, anotações.

Roberto, paralisado, no meio da rua. Sentado. Olhar ao longe. Tristeza.

ESTÉTICA.

Capriche na parte estética de sua redação, ou seja, faça letras bonitas e bem legíveis, margens regulares, espaço uniforme no início do parágrafo, tudo isso sem qualquer tipo de rasura.

ESTICAR.

Expedientes muito usados para “esticar” uma redação, mas que não enganam ninguém, muito menos uma banca corretora: Letra muito grande ou espichada, nova margem, enormes margens de parágrafo, paragrafação excessiva, citações falsas ou impertinentes, etc.

ESTILO.

Você já ouviu alguém dizer que cada pessoa tem uma maneira diferente (estilo) de escrever? Paulo Mendes Campos, já falecido, que foi um dos maiores cronistas brasileiros, era um grande estilista.

Veja, a seguir, alguns textos deliciosos e imperdíveis!

ESTILO NÉLSON RODRIGUES.
Usava gravata cor de bolinhas azuis e morreu!

ESTILO INTERJETIVO.
Um cadáver! Encontrado em plena madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que morreu quando a cidade acordava! Que pena!

ESTILO COLORIDO.
Na hora cor-de-rosa da aurora, à margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de Freitas, quem via de cor preta encontrou o cadáver de um homem branco, cabelos louros, olhos azuis, trajando calça amarela, casaco pardo, sapato marrom, gravata branca com bolinhas azuis. Para este o destino foi negro.

ESTILO PRECIOSISTA.
No crepúsculo matutino de hoje, quando fulgia solitária e longínqua a Estrela-d´Alva, o atalaia de uma construção civil, que perambulava insone pela orla sinuosa e murmurante de uma lagoa serena, deparou com a lúrida visão de um ignoto e gélido ser humano, já eternamente sem o hausto que vivifica.

ESTILO SEM JEITO.
Eu queria ter o dom da palavra, o gênio de Rui e o estro de um Castro Alves, para descrever o que se passou na manhã de hoje. Mas não sei escrever, porque nem todas as pessoas que têm sentimentos são capazes de expressá-los. Mas eu gostaria de deixar, ainda que sem brilho literário, tudo aquilo que senti. Não sei se cabe aqui a palavra sensibilidade. Provavelmente não. Talvez seja uma tragédia. Não sei escrever, mas o leitor poderá perfeitamente imaginar o que aconteceu. Triste, muito triste. Ah, se eu soubesse escrever.

ETC.

Evite escrever o termo “etc”, por ser incompleto, a não ser em casos especiais, para determinadas sugestões.

EUFEMISMO.

É o mesmo que suavização ou abrandamento. Trata-se do uso de uma expressão menos áspera, rude e chocante com relação a uma realidade.

Ele deu seu último suspiro.

Você faltou com a verdade a um homem.

José desviou recursos dos cofres públicos.

EVITE.

Termos e expressões supérfluas (desnecessárias), excesso de adjetivos, intercalações desnecessárias, digressões inúteis (“enche lingüiça”), períodos extensos e confusos. Tudo isso leva à prolixidade, que deve ser evitada.

EXCLAMAÇÃO.

Não exclame a todo momento. Procure palavras fortes e convincentes.

EXEMPLOS.

Evite mau uso de exemplos, ilustrações, citações.

Aqui, os aposentados recebem vinte salários mínimos por mês. Dado incorreto, porque, na verdade, apenas alguns aposentados recebem a referida quantia.

Obedecer uma ordem cronológica é um maneira de se acertar sempre.
Parta do geral para o particular, do objetivo para o subjetivo, do concreto para o abstrato.
Use figuras de linguagem para que o texto fique interessante.
As metáforas também enriquecem a redação.

EXPERIÊNCIA.

Use sua experiência de vida para produzir textos. Ouse, incorpore personagens, envolva-se na trama, sinta, julgue, denuncie, critique, manifeste-se, viva o tema. Evite chavões e clichês.

EXPRESSÃO.

Nunca escreva uma expressão que desconheça, pois os erros de ortografia e acentuação tiram pontos preciosos de uma redação.

Não exagere no uso das expressões: a nível de, através de, devido a, face a, frente a, tendo em vista, etc.

EXPRESSÕES GASTAS.

Você pode ter conhecimento do vocabulário e das regras gramaticais e, assim, construir um texto sem erros. Entretanto, se reproduz sem nenhuma crítica ou reflexão expressões gastas, vulgarizadas pelo uso contínuo, a boa qualidade do texto fica comprometida.

EXPRESSÕES POPULARES.

Não use expressões populares e cristalizadas pela população, mormente na dissertação, que é um trabalho muito técnico.

EXTENSÃO.

Num exame vestibular, ou numa redação de colégio, o professor corrigirá ou avaliará, em curto espaço de tempo, centenas de redações. Por este motivo, pede-se que os candidatos ou alunos escrevam um número limitado de linhas.

Qualquer exagero representa um fator grandemente desfavorável ao estudante. Mais importante do que escrever muito é o candidato ou aluno ter tempo para rever a sua redação.

FÁBULA.

É uma pequena história (uma narrativa inverossímil), com fundo didático, que tem como objetivo transmitir uma lição de moral.

A VIÚVA.

Quando a amiga lhe apresentou o garotinho lindo dizendo que era seu filho mais novo, ela não resistiu e exclamou:

— Mas, como, seu marido não morreu há cinco anos?

— Sim, é verdade — respondeu a outra, cheia de compreensão, sabedoria e calor que fazem os seres humanos — mas eu não!

MORAL: NÃO MORRE A PASSARADA QUANDO MORRE UM PÁSSARO.

FANTASIA.

Para criar o tema de fantasia, dê preferência ao emprego do verbo no pretérito imperfeito.

Fazia tempo que não se encontravam, mas a memória continuava clara e, a qualquer momento, haveriam de estar novamente juntos, rememorando o feliz passado.

Era uma tarde de tempo feio e frio no norte da Virgínia, há muitos anos. A barba do velho estava coberta de gelo e ele esperava alguém para ajudá-lo a atravessar o rio. A espera parecia não ter fim.

FICÇÃO.

Quando sua redação for uma ficção, ou quando quiser fazer alusão a determinados tipos, aproveite os nomes próprios para auxiliar nas sugestões pretendidas.

Sempre se metia nas questões alheias, tentando encontrar uma solução. Era praticamente um dom-quixote de saias, tamanha ingenuidade.

Jonathan era um pequeno mirrado, pardinho, filho da catadora de papel. Mas a mãe lhe escolhera esse nome elegante, pois adorava assistir na sua TV em preto e branco, o Casal 20, série de sucesso dos anos 80.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte VII


ÊNFASE.

Chame a atenção para o assunto com palavras fortes, cheias de significado, principalmente no início da narrativa.
Use o mesmo recurso para destacar trechos importantes.
Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido.
Remeter o leitor à idéia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.

ENTREVISTA.

É o encontro de duas pessoas em que uma interroga (entrevistador) a outra (entrevistado) sobre suas ações ou idéias. Um conjunto, portanto, de declarações de uma determinada pessoa, que autoriza, implícita ou formalmente, sua publicação.

ENUMERAÇÃO.

Use a enumeração quando quiser reforçar determinada sugestão ou quando quiser sugerir variedade, multiplicidade, coisas intermináveis. Em frases separadas, os membros da enumeração ficam mais realçados ainda.

Muitas virtudes deve ter o político: honestidade, iniciativa, inteligência, ponderação.

A história ia longe: era um festival de exageros, um esmiuçamento de detalhes fúteis, um conjunto longo de fofocas, mais as ofensas e a grosseria de falar de quem não estava presente para defender-se. O homem desatinava. Pensava um verbo, corrigia-se ou pedia a alguém para lembrar-lhe a palavra injuriosa que queria dizer. Soltava mais uns três impropérios. Desandava a emendar e emendar. No final, a platéia estava atônita, angustiada de aflição e agradecendo a despedida do sujeito.

ERROS.

Anote os erros mais freqüentes para servir-lhe de apoio para no futuro não cometê-los mais. Já ouviu aquela máxima que diz: Errar é humano, mas permanecer no erro é diabólico?

ERUDIÇÃO. PEDANTISMO.

É escrever usando palavras difíceis e desconhecidas, para tentar impressionar os outros. Não seja pretensioso nem erudito.

Lembre-se de que escrever bem é redigir com simplicidade, clareza, concisão, correção e elegância.

Adianta alguma coisa escrever um monte de palavras difíceis, complicadas, que ninguém vai entender? Comunicar-se é fundamental.

TEXTOS ERUDITOS
Inobstante o exposto, deve-se buscar o contraditório.
A nível de personalidade, os brasileiros são muito cordiais.

TEXTO EXTREMAMENTE PEDANTE
Os homens se contendem pelas protuberâncias conexas das excentricidades congêneres da apologética, silontrando a insipidez patológica das homogeneidades mórbidas, farpantes em que o ostracismo melancólico de um traumatismo espontaneamente uniforme e retilíneo, engavela os insignes caracóides mentores das obrividências, nos epídotos escalenos de filisteus e trogloditas, enviperando genetrises macropétalas de um púlcaro desnalgado e exaurível, bacorejando páramos tripétalos de lucidez sem nexo.

ESCREVER.

Não existem fórmulas mágicas para se redigir bem. O exercício contínuo, aliado à constante leitura de bons autores e à reflexão, é indispensável para a criação de bons textos.

Enganam-se aqueles que pensam que é fácil escrever. Todos os grandes escritores desmentem o mito da inspiração. Uma das frases mais famosas sobre o assunto afirma o seguinte: "O ato de redigir requer 1% de inspiração e 99% de transpiração".

Se você se limitar a repetir o que todo mundo escreve, com medo de errar, provavelmente cairá no lugar-comum e na mediocridade. Inove sempre, sem medo. Seja atrevido! A segurança virá aos poucos e com a satisfação de perceber que fez algo seu, com seu próprio padrão de qualidade.

Quer escrever bem? Leia, então, muito e sempre. É atividade que requer treino, perseverança e até uma boa dose de teimosia. Ninguém nasce sabendo redigir bem.

Escreva na ordem direta, dispense os detalhes irrelevantes e vá diretamente ao que interessa, sem rodeios.

Redigir bem é uma questão de prática, como qualquer outra atividade. Ninguém vai ensiná-lo a pintar segurando os pincéis para você.

Se quiser escrever bem, leia muito e sempre.

Uma redação bem escrita é vaga garantida para o ingresso à universidade.

Escreva diários, cartas, e-mails, crônicas, poesias, redações, qualquer texto. Só se aprende a escrever, escrevendo.

Escrever é falar no papel, e sem rascunho é impossível. Escreva sem medo e sem preguiça, fazendo vários rascunhos, lendo em voz alta o texto escrito para descobrir as falhas.

Muitas vezes a impropriedade vocabular se transforma claramente em erro, às vezes grosseiro. O relâmpago atingiu o ônibus. O que atingiu o ônibus foi o raio. Havia cem pessoas no féretro. O féretro é o caixão, e não o enterro.

Redigir bem depende de bastante leitura (jornais, livros, revistas), que lhe fornecem informações novas e atuais, e de muita prática. Todos os dias, antes de dormir, sente-se num local adequado e confortável em seu quarto e escreva em uma folha de papel como foi o seu dia. Eis um bom começo.

Adquira o hábito de escrever, exercitando-se, principalmente, com os temas que têm caído nos vestibulares mais recentes. Meça bem as palavras, usando as mais simples, não se esquecendo de acentuá-las e pontuá-las com precisão. Jamais se desvie do tema. Seja o mais claro possível. Mostre raciocínio lógico, agudeza mental, inteligência e conhecimentos. Texto bom e legível é aquele no qual as palavras estão adequadamente dispostas na frase, com elegância, precisão, clareza e objetividade.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

domingo, 4 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte VI


CURRÍCULO.

É um documento que reúne as informações profissionais para alguém que se candidata a um emprego. Contém objetivo, formação escolar, idiomas que domina, experiência profissional, pretensão salarial, etc.

DESCRIÇÃO.

Descrever é fazer um retrato com palavras, isto é, apresentar, detalhadamente, características de pessoas, animais, objetos, lugares, etc.

Quando quiser estabelecer uma ordem cronológica na sua descrição, mostrando as mudanças sucessivas da paisagem, use termos que indicam sucessão (sobretudo adjuntos adverbiais de tempo).

DESENVOLVIMENTO.

É a redação propriamente dita. No desenvolvimento, o aluno deverá discutir os argumentos apresentados na introdução. Em cada parágrafo, escreve-se sobre um argumento.

Tenha sempre em mente que o examinador de sua dissertação provavelmente seja uma pessoa culta, que lê bons jornais e revistas e tem bastante conhecimento geral, portanto não generalize.

É a parte mais importante em qualquer texto. É quando podemos nos aprofundar nas idéias que, por enquanto, foram apenas mencionadas na introdução. Os argumentos devem ser apresentados em função da idéia e organizados com clareza para não confundir o leitor.

Devemos ser cuidadosos para que o texto não se torne inconsistente e imaturo por falta de informação de nossa parte. Para isso, é preciso que nos ilustremos, lendo revistas, jornais e livros; assistindo a noticiários na televisão; freqüentando o maior número possível de produções culturais a que tivermos acesso - teatro, “shows”, exposições, etc. Em qualquer uma dessas atividades, assuma uma posição crítica questionadora que resultará em análises objetivas e, conseqüentemente, em julgamentos coerentes. Evite radicalismos, ofensas pessoais, nacionalismos piegas e “achismos” (eu acho, eu penso)

DIÁLOGO.

É a conversa entre duas ou mais pessoas. A fala de cada personagem é indicada, na escrita, por um travessão.

Ao apresentar um diálogo, ou a personagem pensando, use o presente do indicativo para sugerir a proximidade do fato futuro.

DIÁRIO.

É uma das formas do registro do mundo interior, ou seja, das confissões, dos segredos, etc, de uma pessoa.

DICAS.

Ao escrever uma redação, faça, primeiramente, uma lista de tudo o que lhe vier à memória.

Quanto mais idéias, melhor.

Não se preocupe em saber se as idéias são boas ou más. Escreva-as, simplesmente.

Anote tudo, sem ordem, sem critério, sem censura.

Use palavras simples e frases curtas.

Selecione as idéias e estruture o seu texto.

DICIONÁRIO.

Em vez de sair por aí “chutando” palavras cujos significados você não conhece bem, utilize-se de um bom dicionário, em livro ou software, para aumentar o vocabulário.

DIMINUTIVO.

Use o diminutivo com muito cuidado, e sempre quando for importante marcar a dimensão dos seres, ou a afetividade (carinho, desprezo) da personagem com relação a esses seres.

Pegou o banquinho para apoiar o pé enquanto tocaria violão.

Disse para a avozinha que lhe traria o doce de goiaba de que tanto gostava.

DISCUSSÃO.

Falar e ouvir são meios de desenvolvimento do espírito humano. O debate de idéias pode levar a um resultado enriquecedor.

DISSERTAÇÃO.

Nunca se inclua em sua dissertação, principalmente para contar fatos de sua vida particular.

É uma redação que, através do raciocínio, expõe idéias, doutrinas, impressões, pontos de vista.

Utilize sempre, em suas dissertações, a terceira pessoa do singular.

A dissertação é a forma mais comum de redação. É a mais solicitada nos exames vestibulares e provas de colégio.

Dissertar é defender uma opinião a respeito de determinada questão. Para isto, precisamos conhecer o assunto e refletir sobre ele.

É analisar um assunto proposto, emitindo opiniões gerais. Deve ser feito de modo impessoal e com total objetividade. Essa visão imparcial perde-se quando o autor confunde a problemática que está analisando com os problemas particulares que possa ter.

DIVAGAR.

Estou sem inspiração para fazer uma redação. Escrever sobre a situação dos sem-terra? Bem que o professor poderia propor outro tema.

Não fale de sua redação dentro do próprio texto, porque isso demonstra insegurança e vazio de idéias. Ademais, sua nota ficará seriamente comprometida quando da avaliação do conteúdo.

DOIS PONTOS.

As citações vêm sempre após dois pontos.

Lá, fiz diversas coisas: tomei banho de piscina, na sauna, montei cavalo e charrete, comi cacau, etc.

Use dois pontos, antes de uma enumeração, se quiser valorizar os termos que a constituem.

Descobri a grande razão da minha vida: você.

Já dizia o poeta: Deus dá o frio conforme o cobertor.

ECO OU ASSONÂNCIA.

É a repetição desnecessária de palavras terminadas pelo mesmo som, provocando rimas desagradáveis, com um ritmo batido e monótono.

FRASES COM ECO
Neste momento eu tive um aumento de vencimento.
ESCREVA-AS ASSIM
Tive aumento de salário.

FRASES COM ECO
Clemente, certamente, está descontente com o parente.
ESCREVA-AS ASSIM
Clemente, com certeza, está aborrecido com o primo dele (como poderia ser irmão, etc).

EDITORIAL.

É um artigo que exprime a opinião do órgão jornalístico. É o jornalismo opinativo.

ELEGÂNCIA.

A leitura de um texto elegante, que deve ser criativo e original, torna-se agradável ao leitor.

Fuja de gírias e palavrões. Mantenha uma certa elegância no seu texto, sem cair em pedantismos exagerados.

A elegância começa pela própria apresentação do texto, ou seja, limpo, sem borrões ou rasuras, e com letra bem legível. Importantíssimo atentar, também, para a correção gramatical, a clareza, a concisão e para o conteúdo da redação, que deve ser original e criativo.

ELIPSE.

É a omissão de um termo previsível, subentendido, que deixa de ser expresso por ser óbvio, mas também confere elegância à frase.

Vida interessante, a dele...

Na rua, um malvado; em casa, um santo.

A casa era pobre. Os moradores, humildes.

EM, NO, AO, NA, À.

ERRADO…………………..........………………..CERTO
Fui em Jequié, na fazenda, no jogo…….Fui a Jequié, à fazenda, ao jogo.

A regência do verbo ir exige preposição “a” e não “em”. (Quem vai, vai a algum lugar, e não em algum lugar).

EMBROMAÇÃO.

É o famoso enche linguiça. Fica-se dando voltas no mesmo lugar, usando-se palavras vazias e embromatórias.

A vida, única e exclusivamente, é tão complexa que, apesar de tudo, não obstante o que possam dizer, torna-se altamente problemática.

EMOÇÃO OU LINGUAGEM EMOCIONAL.

Não analise os temas propostos movido por emoções exageradas. Mantenha-se imparcial em quaisquer circunstâncias.

Não transforme seu texto em desabafo nem em panfleto, com linguagem apaixonada. A emoção deve ficar no rascunho, enquanto que no texto definitivo você deve chamar a razão para auxiliá-lo.

Quando nos exaltamos a respeito de determinado assunto ou sobre a pessoa de quem estamos falando, infringimos a boa norma da escrita padrão, por fazermos uso de juízos de valor sobre os fatos. A objetividade é imprescindível, a fim de que o texto se mantenha imparcial e claro.

Existem alguns temas dissertativos que envolvem a análise de assuntos dramáticos, que causam revolta e indignação pela própria gravidade de sua natureza. Porém, por mais revoltante que se mostre o assunto tratado, ele deve ser abordado de modo comedido e, se possível, imparcial. Não devemos deixar nossas emoções interferirem demasiadamente na análise equilibrada e objetiva que precisa transparecer em nossas redações, porque elas impedem que ponderemos outros ângulos da questão. Só assim, com a predominância da argumentação lógica, ela se mostrará convincente.

Os noticiários apresentam-nos todos os dias crimes bárbaros cometidos por verdadeiros animais, que deveriam ser exterminados, um a um, pela sua perversidade sem fim.

Muitos menores que perambulam pelas ruas e se tornam delinqüentes são vítimas indefesas de um governo ineficiente, que não se preocupa e não respeita o direito que eles têm à educação.

ENCHE LINGUIÇA.

Não espiche o assunto, isto é, não diga com 8 (oito) palavras o que pode dizer com 5 (cinco). Seja objetivo e direto.

Encher linguiça é, também, repetir idéias, a saber, tornar a abordar um assunto com palavras diferentes sobre o qual já tinha escrito anteriormente.

Exemplos de expressões muito usadas por quem gosta de encher linguiça: Antes de mais nada, muito pelo contrário, por outro lado, por sua vez, etc.

ERRADO
Em um dos domingos que passaram, eu tinha ido a Itabuna…
CERTO
Num domingo, fui a Itabuna…

ERRADO
Durante esses dias de minhas férias, brinquei de diversas brincadeiras…
CERTO
Em minhas férias, brinquei muito…

Fonte:
http://www.sitenotadez.net