sexta-feira, 15 de abril de 2016

Concursos de Trovas (Inscrições até Abril)



Concurso Orlando Woczikosky
(50 Anos da Fundação da UBT Seção Curitiba)

Prazo: 30 de abril de 2016.

Âmbito Nacional/Internacional
Tema: Plantio (trovas líricas ou filosóficas)

Âmbito Estadual (Estado do Paraná)
Tema: Colheita (trovas líricas ou filosóficas)

Âmbito Regional Estudantil
Tema: Semente (trovas líricas ou filosóficas)

1.1. A palavra tema não precisa constar do corpo da trova.

1.2. Nos âmbitos Nacional/internacional e Estadual, serão contemplados trovadores das categorias Novo Trovador e Veterano.

1.2.1.- Será considerado Novo Trovador aquele trovador que não obteve até a divulgação deste regulamento 03 (três) classificações em concursos de trova oficiais da UBT em nível nacional.

2. Modo de Envio:
As trovas deverão ser no máximo 03 (três) por tema, inéditas, de autoria do próprio remetente e, enviadas por sistema de envelopes ou por e-mail.

2.1. Pelo sistema de envelope, deverá constar no envelope pequeno a categoria pela qual concorre o trovador. As trovas deverão ser digitadas ou datilografadas. Não serão aceitas trovas manuscritas, mesmo que sejam em letra de forma, tampouco envelopes coloridos.

2.2. Por e-mail, serão encaminhadas aos cuidados da Fiel depositária do presente Concurso, a trovadora Eliana Jimenez (Delegada da UBT/Itapema/SC). As trovas, bem como, a categoria pela qual concorre o trovador deverão constar no corpo do e-mail.

3. - Endereço para remessa:

3.1. Todos os âmbitos e categorias - Sistema de envelopes:
Concurso de Trovas Orlando Woczikosky
A/C Centro de Letras do Paraná
Rua Fernando Moreira, 370 – Centro
CEP 80410-120 – Curitiba/PR

3.1.1. Para todas as categorias âmbito nacional/internacional/estadual e estudantil, deverá constar no envelope como remetente Luiz Otávio, e o mesmo endereço do destinatário.

3.2. Todos os âmbitos e categorias Por E-mail
As trovas deverão ser encaminhadas para: poesiaemtrovas@gmail.com 

4. Prazo:
Serão consideradas as trovas que chegarem até 30/04/2016.

5. Premiação
A premiação acontecerá no mês de setembro de 2016, em local e dia a ser definidos.

5.1.  Será concedida – a Medalha Orlando Woczikosky; e Diploma para os classificados.

5.2. A premiação será remetida via postal para o classificado que não puder comparecer na data aprazada para seu recebimento.

5.3. A UBT-Curitiba não se responsabilizará por quaisquer despesas de locomoção e/ou hospedagem dos classificados para o recebimento dos prêmios. Sendo, contudo de responsabilidade da UBT-Curitiba despesas referentes à remessa pelo correio dos prêmios, na hipótese do não comparecimento para recebimento do mesmo.

6. Comissão Organizadora

6.1. A Comissão Organizadora resolverá os casos e suas decisões serão definitivas e irrecorríveis.

6.2. As trovas remetidas em desacordo com qualquer item, serão eliminadas automaticamente do concurso.

6.3. A simples remessa das trovas significa total conhecimento e completa aceitação deste Regulamento.
Maiores informações pelo e-mail: ubtctba@gmail.com  ou pelo telefone (41) 9964-7377

                       XXV Concurso de Trovas “Cidade de Belo Horizonte”- 2016
Prazo para remessa: 30 de abril de 2016

REGULAMENTO

Âmbito Nacional / Internacional
Troféu  “Thereza Costa Val”

Tema: Nada (Lírica/Filosófica)

Constar Palavra – Tema no corpo da Trova.
Sistema de envelopes.

Mesmo tema para Veteranos e Novos Trovadores. (Novo Trovador, registrar sua categoria abaixo da trova).

Máximo de duas trovas

-Enviar para:
XXV Concurso de Trovas “Cidade de Belo Horizonte”- 2016
A/C Dodora Galinari
Rua Gonçalves Dias, 916 - apto. 401 – Bairro Savassi
CEP 30140-091 – Belo Horizonte/ MG

Remetente: Luiz Otávio, com o mesmo endereço do destinatário.

Âmbito MUNICIPAL (Belo Horizonte)
Troféu “Conceição Parreiras Abritta”

Tema: Tudo (Lírica/Filosófica)
Constar Palavra – Tema no corpo da Trova.

Sistema de envelopes.

Mesmo tema para Veteranos e Novos Trovadores. (Novo Trovador, registrar sua categoria abaixo da trova).
Máximo de duas trovas
Prazo para remessa: 30/04/2016

-Enviar para:
XXV Concurso de Trovas “Cidade de Belo Horizonte”- 2016
A/C Dodora Galinari
Rua Gonçalves Dias, 916 - apto 401 – Bairro Savassi
CEP 30140-091 - Belo Horizonte/ MG

Remetente: Luiz Otávio, com o mesmo endereço do destinatário.

V Concurso Estudantil de Trovas da UBT- seção BH

JUVENTROVA- Âmbito Estadual (MG)
Tema: Sol (Lírica/Filosófica)
Constar Palavra – Tema no corpo da Trova.
Sistema de envelopes.

Abaixo da trova, registrar o n” do Grupo: Gr 1 (Ensino Fundamental) ou Gr 2 (Ensino Médio).

Obs- No interior do envelope pequeno, registrar: nome, endereço, telefone, email. Idade, série, nome da Escola e/ ou professor(a).

Máximo de três trovas
Prazo para remessa: 30/04/2016

Enviar para:
V Concurso Estudantil de Trovas “Cidade de Belo Horizonte”- 2016
A/C Maria Lúcia de Godoy Pereira
Rua Rio de Janeiro, 909 - apto 206 – Centro         
CEP 30160-041 – Belo Horizonte/ MG

Remetente: Luiz Otávio, com o mesmo endereço do destinatário.

PARA AS TRÊS MODALIDADES DE CONCURSO: LÍNGUA PORTUGUESA

Premiação:
Troféu e Diploma para os Vencedores,
Medalha e Diploma para Menções Honrosas e Especiais.

Festividades, dias 09 e 10/07/2016, em Belo Horizonte.

Possíveis dúvidas, fazer contato com a Presidente da UBT- seção BH.

Email:  dodora.galinari@gmail.com
Fones: Após meio-dia.    (0xx)(31) 3146 3564
                                      (0xx)(31) 99239 3564
                        
Casos omissos, serão tratados pela Diretoria da UBT- seção BH.
 

XXVI Concurso de Trovas de Pindamonhangaba
Prazo: até 30 de abril de 2016 (recebidas)
 Temas:

Âmbito Nacional/Internacional:
Partida

Âmbito Regional (Vale do Paraiba, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira):
Chegada

XXII Juventrova (Estudantes Locais)
Respeito

Máximo de três trovas por concorrente

Sistema de Envelopes

Enviar para
Biblioteca Pública Municipal "Ver. Rômulo Campos D'Arace"
Ladeira Barão de Pindamonhangaba, S/N - Bosque da Princesa
CEP. 12401-320 - Pindamonhangaba/SP

XXIX Jogos Florais de Ribeirão Preto
XVII Jogos Florais Estudantis de Ribeirão Preto
Prazo: 30 de abril de 2016

Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, Secretaria Municipal da Cultura, Secretaria Municipal da Educação, Fundação Feira do Livro, Fundação Instituto do Livro, União Brasileira de Trovadores

REGULAMENTO:

Os 29º Jogos Florais de Ribeirão Preto e 17º Jogos Florais Estudantis de Ribeirão Preto, promovidos pelas entidades acima, integram as festividades da 16ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, SP. Brasil..

São temas dos concursos de Trovas:

a) Nacional/: Veterano e Novo Trovador (*)

Forja (lírica/filosófica)
Alfinete (Humorística)
Sistema envelope 8/11 (meio comercial)

(*) Novo Trovador (para a UBT-N) é o trovador que ainda não obteve três (3) classificações em concursos nacionais. O concorrente deverá colocar no cabeçalho da trova, o tema a que concorre. No rodapé escrever Novo Trovador.

Neste âmbito nacional, apenas uma trova por tema.

Quaisquer informações: Instituto do Livro: 016-39316004.

Endereço de remessa:
Nilton Manoel Teixeira,
Caixa Postal 448 
CEP. 14001-970 – Ribeirão Preto/SP

b) Municipal (somente para trovadores de Ribeirão Preto).

Nobreza (lírica/filosófica)
Sarjeta (humorística)

Endereço de remessa:
Gislaine Canales
Rua: Duque de Caxias-707/203
Centro
CEP: 90010-282 – Porto Alegre/RS
 
c) XVI Jogos Florais Estudantis de Ribeirão Preto:

Leitura (lírica/filosófica)
Cartum (Humorística)

Endereço de remessa:
José Feldman
Rua Vereador Arlindo Planas, 901, casa A
Zona 6,
CEP. 87080-330 – Maringá/PR

Cada concorrente (municipal ou estudantil) poderá enviar até três (3) trovas por tema. Os veteranos e os novos trovadores, enviarão apenas uma (1) por tema, até 30 de abril de 2016. A comissão divulgará as trovas vencedoras até meados de maio.

As festividades ocorrerão em programação compartilhada e específica com a XVI Feira Nacional do Livro, nos dias 17,18 e 19 de junho de 2.016.

A premiação para cada tema municipal e estudantil será:
5 vencedores ( troféu e diploma)
5 Menções honrosas (medalha dourada e diploma)
5 Menções honrosas (medalha prateada e diploma)

Obs.(Em âmbito nacional: VETERANO (1º a 5º), troféus e 5 (cinco) Menções Honrosas (6º a 10º) com medalhas douradas; o NOVO TROVADOR: 1º lugar, vencedor com troféu; e os demais (4), Menções Honrosas com medalhas douradas.

As trovas premiadas serão editadas em livro que serão ofertados aos concorrentes, escolas e imprensa.

As três escolas com maior número de vencedores receberão na ordinal, o troféu Escola de Trovadores.

Os três vencedores em cada tema (nacional e novo) terão direito (base em todos os Jogos Florais) a estadas pagas (pernoite e refeições) em hotel indicado pela organização durante os dias do evento.

Todos os concorrentes e simpatizantes estão convidados a participar da pauta programada. As trovas já publicadas ou com semelhanças a outras, mesmo autor, ou plagiadas, serão excluídas reservando a comissão o direito de não completar as premiações ordinais previstas. Na exclusão de alguma trova, todas as demais subirão na listagem de classificação.

A decisão da comissão literária é irrecorrível.

As trovas não premiadas serão queimadas. Quaisquer casos omissos serão resolvidos pela comissão organizadora.

Modelo de trova literária:
“ O livro é um alimento,
pois sempre, no ato de ler,
quem bebe conhecimento,
mata a fome do saber...”
(Wilson Montemor, 4º jogos florais de Ribeirão Preto-SP.

Pede-se divulgar.

Ribeirão Preto, 2 de fevereiro de 2016.
A/ comissão.
 

Filemon F. Martins (Poemas Avulsos)

ELOGIO AO AMOR

Neste caminho eu sigo contemplando
a Natureza exuberante e bela,
passarinhos nos ramos saltitando
entoando canções em aquarela.

Aonde quer que eu vá, eu vou cantando
a pureza do amor, pintado em tela,
que Deus o produziu, por certo amando,
para mostrar ao mundo, em passarela...

O amor? Triste de quem não tem amor,
nem sentiu nesta vida alguma dor,
nem teve uma saudade a recordar?

Pois o amor é um sublime sentimento
que ferve, vibra e invade o pensamento,
e  nos leva ao delírio para amar!

SEGREDO    
(VERSOS DA JUVENTUDE)

Esse amor que desejo, essa querida
que o pensamento meu jamais esquece,
há de ser, para sempre, a pretendida
que só meu coração a reconhece!

Ela é parte da minha própria vida,
meu segredo, meu sonho e minha prece
que me dá Paz na dor mais dolorida
e Esperança a minha alma que padece.

Talvez ela não pense nem em mim,
mas um desejo eu tenho até o fim:
- é vê-la sorridente no meu lar...

Depois... quando estes versos sem beleza
forem parar nas mãos desta princesa,
ela, ao lê-los, não vai acreditar!

O LAVRADOR

Sou lavrador do campo e planto certo,
mantenho a crença de quem é cristão:
- a minha vida é como um livro aberto
plantando paz, amor, compreensão...

Mas, se o terreno é seco, fico esperto,
nada vale investir na plantação,
que a semente caindo no deserto
se perde e não germina nenhum grão.

É preciso primeiro arar a terra,
tirando a praga que produz a guerra,
que o Mundo terá nova diretriz.

Quando o respeito se fizer presente,
nosso Planeta será mais decente
e o Ser Humano será mais feliz!

LEMBRANDO O LAVRADOR

Eu me levanto cedo e abro a janela
para ver o romper da madrugada,
a Natureza em festa se revela
numa canção de amor bem orquestrada.

O Universo, de luz, parece tela
por um pintor supremo, executada,
tornando-se elegante passarela
onde faz coro a alegre passarada.

O sol desponta, quero uma caneta,
mas a enxada é que vem para a retreta
e quer dançar  comigo no roçado...

A enxada tine e estronda pelo eito,
vou capinar a terra do meu jeito
só amanhã, que agora estou cansado!

NOITE E VERSOS
Vai alta a noite. A madrugada é fria,
a insônia chega, fica e me namora.
Levanto-me à procura da poesia,
mas ela, impaciente, vai embora.

Percorro o céu do amor, da fantasia,
fico em vigília e vejo a luz da aurora:
- que paz a humanidade alcançaria,
se o amor reinasse pelo mundo afora.

Ouço, distante, o farfalhar do vento,
e por que minha voz não tem alento,
- se o dia vai nascer como criança?

Surge, então, o cantar da passarada
e outros versos virão, na madrugada,
talvez mais coloridos de esperança!

UTOPIA
Uma ternura infinda estou sentindo
já no ocaso do meu viver tristonho.
Meu coração se abriu, feliz, sorrindo,
pois a esperança renasceu num sonho.

Meu desejo é cantar um hino lindo
para falar de Paz, tudo transponho,
que toda Humanidade siga ouvindo
os acordes do Amor que já componho.

Eu quero ver o povo trabalhando,
construindo, vivendo e se educando
para que todos sejam mais felizes...

Que os políticos sejam mais honestos
e possam nas ações e nos seus gestos
construir um País livre das crises!

Fonte:

sexta-feira, 1 de abril de 2016

José Lucas de Barros (Caderno Poético I)

A Criança e as Estrelas

Dormitava a criança com febre
junto às margens de doce regato…
Um cicio de folhas do mato
levantava as orelhas da lebre.

Para que na parede não quebre
a corrente da rede, em recato
a mãe reza ao Senhor, e, de fato,
dorme em paz o silente casebre.

Apesar do inocente martírio,
corre o dia sem febre e delírio…
Cai a noite risonha nas telhas,

e as estrelas, em hora tão bela,
entram pela pequena janela
como enxame de louras abelhas!
-
Um Lar

Nessa casa modesta e pequenina,
linda prole acomoda-se à vontade
e, seguindo as lições que a vida ensina,
dá prova de gentil fraternidade.

Como bênção feliz da mão divina,
fortes laços de amor e lealdade
dão mais vida à família, em que domina
o traço indestrutível da unidade.

No trabalho febril do dia a dia,
os irmãos se unem cheios de alegria
para, em casa, jamais o pão faltar.

Firme, o casal, no antigo compromisso,
dá segurança a todos e, por isso,
todos têm a beleza e a paz de um lar.
-
O Amor da Velhice

Bem sei que o peso da velhice
a pouco e pouco nos domina,
mas vale a pena (alguém já disse)
pelas lições que a vida ensina.

Se já está longe a meninice
e a fronte agora já declina,
é previsão da lei divina,
não é o fim nem a sandice.

A cada passo em novo dia,
ganha-se mais sabedoria
e a vida assim, será mais rica.

Mais fé, mais luz, dentro do lar;
vai-se a paixão que faz pecar
e cresce o amor que santifica!
-
A Poesia de Meu Bairro

Toda tardinha, o sol, ao se deitar,
escreve um poema de ouro no “Penedo”
e, com tinta barrenta, no lajedo,
o “Seridó” faz trovas ao luar.

As carnaúbas, lenços verdes no ar,
são mil acenos de esperança; cedo,
acordamos a ouvir o passaredo
trinando o amor sonhado em cada lar.

O açude, em suas águas tagarelas,
faz ressoar as modinhas das donzelas
que se enfeitam com bolhas de sabão.

E, completando o quadro que enternece,
ao lado este convite para a prece:
a capela de São Sebastião.

Fonte:
BARROS, José Lucas de. Pelas trilhas do meu chão. Natal/RN: CJA, 2014.

Olivaldo Júnior (O Livro de Ouro)

O menino não sabia mais onde havia posto seu livro de ouro. Aliás, nem sequer sabia que história contava o tal livro, mas, como era de ouro, tinha-lhe guardado o sentido, a essência, do escrito e sorria, feliz, quando se lembrava dele.

Revirou a casa inteira, foi atrás do cachorro, que tinha aquela mania canina de levar e de trazer coisas, como se, por isso, ganhasse uns gramas a mais de ração ao fim de seu incansável dia de trabalhador. Nada, nem um osso encontrara...

"Pelo menos, fica longe do computador enquanto isso...", falou a mãe à comadre, ao telefone, sobre a busca incessante do filho ao livro de ouro que tanto queria. A comadre quis saber se era mesmo de ouro, mas a mamãe não sabia.

Cansado, sem saber o que fazer, tomou de um caderno novo, em branco, limpinho, resolvido a recriar seu livro de ouro, tal como se lembrava dele. Por onde começar? Não se lembrava direito da história... Pois bem, começou a escrever.

O pobre menino jamais saberia que o livro de ouro estava dentro da mente de cada um, que jamais tinha existido realmente e que, além disso, todos os escritos eram apenas uma tentativa de, mais uma vez, encontrá-lo. Era uma vez...

Fonte:
O Autor
Imagem = http://planetadmcom.blogspot.com/2008/10/livro-de-ouro.html

Contos Populares Portugueses (O Coelhinho Branco)

Era uma vez uma princesa que costumava pentear-se sempre à janela do seu palácio, que deitava para o jardim. Todos os dias ia um coelhinho branco muito bonito passear debaixo da janela. Um dia, estando a princesa a pentear-se, vai o coelhinho e levou-lhe o pente.

Passados dias, estando outra vez a princesa a pentear-se, veio o mesmo coelho e levou-lhe o laço, e, passados mais uns dias, tendo a princesa tirado um anel e posto na janela, o coelho tornou a aparecer e levou-o.

Passaram-se uns poucos de dias e o coelho nunca mais voltou.

A princesa, com muitas saudades por ele não aparecer, adoeceu.

Vieram os médicos e não atinaram com a moléstia. O rei, muito aflito por ver que a filha não podia resistir à doença, não fazia senão chorar.

A princesa tinha uma aia que era muito sua amiga e que sabia a razão de tudo aquilo. A doente sonhou uma noite que bebendo um copo de água duma fonte que havia no meio de um bosque distante do palácio lhe daria saúde. Pediu à aia que lha fosse buscar, porque só da sua mão a queria beber, pois só nela confiava.

A aia foi, chegou à fonte e, quando ia a encher o copo, abriu-se o chão e saiu um negro com um burro carregado de barris.

Ela escondeu-se e o preto encheu os barris, carregou o burro e foi-se embora. A aia foi atrás dele e o preto, chegando ao sítio por onde tinha aparecido, disse:

- Abre-te, chão!

Imediatamente o chão se abriu e apareceu um palácio muito rico. A aia entrou e escondeu-se, muito admirada por ver semelhante riqueza.

O negro veio, trouxe uma bacia e um jarro de ouro, deitando os barris de água dentro da bacia. Depois foi-se embora. Daí a pouco viu ela vir o coelhinho branco, que costumava ir ao jardim da princesa. O coelho meteu-se na bacia de água e fez-se logo um formoso príncipe. Depois abriu uma gaveta e, tirando um pente, um laço e um anel, começou a dizer:

- Pente, laço, anel de minha senhora! Vejo a ti e não vejo a ela! Ai, que morro por ela, ai de mim!

Depois arrecadou tudo, voltou a banhar-se, tornou-se logo em coelho e fugiu. A aia, quando se viu só, chegou ao sítio por onde tinha entrado e disse:

- Abre-te, chão!

O chão imediatamente se abriu, saiu ela e chegou ao palácio muito contente, com um copo de água da fonte.

A princesa bebeu-a e começou a achar-se melhor. A aia, então, contou-lhe o que tinha visto e a princesa ainda mais contente ficou. Depressa se achou boa e foi um dia passear com a aia ao mesmo sítio e esconderam-se. Daí a pouco tempo abriu-se o chão e apareceu o negro. Encheu os barris, carregou-os no burro e foi-se embora. Chegou ao tal sítio e fez que o chão se abrisse. E logo apareceu o tal rico palácio.

Entraram a princesa e a aia e foram seguindo o preto sem que ele as visse. Depois esconderam-se no mesmo sítio onde estivera a aia da outra vez. O preto foi buscar a bacia e o jarro de ouro, despejou a água dentro e depois retirou-se.

Daí por um bocado, veio o coelhinho branco, banhou-se dentro da bacia e tornou-se no tal príncipe. Abriu a gaveta e repetiu as mesmas palavras diante do pente, do laço e do anel.

Só que dessa vez apareceu a princesa, que lhe disse:

- Se morres por mim, meu amor, aqui me tens! Acabou-se imediatamente o encanto do príncipe, que ficou muito contente por tornar a ver a princesa.

Ajustou-se o casamento, casaram e o pai dela ficou muito satisfeito.

Fonte:
Viale Moutinho (org.) . Contos Populares Portugueses. 2.ed. Portugal: Publicações Europa-América.