sábado, 10 de fevereiro de 2018

Jardim de Trovas n. 5




1
Amigo/amiga, reparto
este espanto com você:
– o parto não é mais parto;
é download de bebê...
A. A. de Assis
(Maringá/PR)
2
Findando minha jornada
na mata do meu sertão,
o cantar da passarada
suaviza meu coração.
Alda Lopes de Oliveira Rezende
(Taubaté/SP)
3
O próprio termo consorte
já diz tudo e está provado
que o casado tem mais sorte
do que o que está separado!
Amilton Maciel Monteiro
(São José dos Campos/SP)
4
Oh, que bonito escarcéu...
Gralha Azul... Panapaná...
A certeza está no céu:
Deus mora no Paraná!
André Ricardo Rogério
(Arapongas/PR)
5
Com tudo desmoronando
na batalha pela vida,
só a Fé fica amparando
a coragem combalida.
Angélica Vilella Santos
(Taubaté/SP)
6
Se as maravilhas são sete
 eu, agora, vou mais fundo
 pois ao meu amor compete
 ser mesmo a "oitava do mundo" !
Antonio Colavite Filho
(Santos/SP)
7
Neste mundo de conflitos
o Poder faz e desfaz...
E os povos seguem aflitos
com a esperança de paz.
Ari Santos de Campos
(Balneário Camboriú/SC)
8
Escrevi teu doce nome
na areia que o mar deixou:
e a onda, que tudo consome,
esse teu nome levou...
Astério Barbosa Gomes de Campos
(Amargosa/BA, 1891 - 1968, Rio de Janeiro/RJ)
9
Ao teu lado, estou seguro;
longe de ti, desgraçado.
Tu és todo o meu futuro,
meu presente e meu passado.
Athayr Cagnin
(Cachoeiro de Itapemirim/ES, 1918 - 2012)
10
Quando acaso sinto, crede,
vontade de trabalhar,
deito-me logo na rede
até a vontade passar...
Augusto Linhares
(Baturité/CE, 1879 -  1963, Rio de Janeiro/RJ)
11
Nossa casa é pequenina,
mas tem a graça de Deus.
De dia o sol a ilumina,
e de noite - os olhos teus.
Augusto V. Rubião
(Campos Gerais/MG, 1905 -    Machado/MG)
12
Como dois botões pequenos,
duas flores orvalhadas,
teus olhos dormem serenos
sob as pálpebras cansadas.
Auta de Souza
(Macaíba/RN, 1876 - 1901, Natal/RN)
13
O tempo - mestre perfeito,
nos vive sempre a ensinar...
Mas tem o grande defeito
de seus alunos matar...
Benedito Camargo Madeira
(Pouso Alegre/MG)
14
Saudade - sombra fagueira
dos tempos que já passaram,
nasceu de ausência primeira
dos que primeiro se amaram.
Benedito Tavares de Cunha Melo
(Goiana/PE, 1911 - 1981, Jaboatão dos Guararapes/PE)
15
É provérbio muito antigo
que todos devem saber:
Quem não evita o perigo
há de nele perecer.
Benedito Lopes de Oliveira
(Pouso Alegre/MG)
16
Quando angústias me consomem
esta crença em mim revive:
Nem só de pão vive o homem,
- de ilusões também se vive.
Benedito Rodrigues Aranha
(Pirassununga/SP, 1892 -   ,São Paulo/SP)
17
Eu venho de longes bandas
e trago em chagas os pés,
mas digas tu com quem andas
que eu te direi quem tu és...
Bernardo Guimarães Filho
(Belo Horizonte/MG)
18
A grande, a maior vitória
que até hoje consegui,
foi remover da memória
as batalhas que perdi.
Carolina Ramos
(Santos/SP)
19
Lobato deu às crianças,
para os seus dias tristonhos,
todo um mundo de esperanças,
dentro de um mundo de sonhos…
Cesídio Ambrogi
(Taubaté/SP)
20
Contra o perigo atual
já não há quem se previna
porque, do gênio do mal,
há um clone em cada esquina!
Clarindo Batista
(Natal/RN)
21
O rio, que é minha vida,
corre em sentido perfeito:
transforma em pedra polida
os tropeços do seu leito.
Conceição Parreiras Abritta
(Belo Horizonte/MG)
22
A mamãe cura o dodói,
afaga, põe a atadura...
e o rosto do seu herói
se lambuza de ternura!
Domitila Borges Beltrame
(São Paulo/SP)
23
Roça: – mata, fogo, chão,
força, braço, homem,  dor;
plantas, flores, frutos, pão,
terra, vida, infância, amor!!!…
Domingos Freire Cardoso
(Ilhavo/Portugal)
24
Na taça de cada dia,
a transbordar de amargura,
cai um pingo de alegria,
e o fel se torna doçura.
Dorothy Jansson Moretti
(Três Barras/SC, 1926 – 2017, Sorocaba/SP)
25
Não temo o mar traiçoeiro
e as ondas em desatino,
porque Deus é o timoneiro
do barco do meu destino!
Eduardo A. O. Toledo
(Pouso Alegre/MG)
26
"Só se ama uma vez na vida..."
Ilusão! Ingenuidade!
Para amar não há medida,
nem limite, nem idade.
Eduardo Borges da Cruz
(Lisboa/Portugal, 1896 -  ,Rio de Janeiro/RJ)
27
Sorte, aleatório caminho
que cada destino traça:
para alguns, tão farto vinho;
a outros, vazia taça.
Eliana Ruiz Jimenez
(Balneário Camboriú/SC)
28
Na minha vida pacata
que levo desde menino,
tenho sido um acrobata
no circo do meu destino.
Filemon F. Martins
(Itanhaém/SP)
29
Deus, garimpeiro maior,
vai, no seu mister profundo,
salvando o que há de melhor
pelo garimpos do mundo...
Flávio Roberto Stefani
(Porto Alegre/RS)
30
Esta vida é uma pomada
da maciez do veludo...
- Eu já não sofro de nada,
de tanto sofrer de tudo!
Francisco de Assis Garrido
(São Luis/MA, 1899 - 1969)
31
Reguei de pranto e mais pranto
a terra, o mundo sem fim.
Chorei, chorei, e entretanto
os homens riram de mim...
Francisco Eugênio Brant Horta
(Juiz de Fora/MG, 1876 - 1959, Rio de Janeiro/RJ)
32
Quem não quer vencer a estrada
como faz o peregrino,
dobra sempre a esquina errada
na contramão do destino.
Francisco José Pessoa
(Fortaleza/CE)
33
Foi fugindo de mim mesmo,
que consegui me encontrar,
numa eterna fuga, a esmo,
num constante procurar!
Gislaine Canales
(Porto Alegre/RS)
34
Sou poeta! O meu destino
é manter enclausurado
um coração de menino
num corpo velho e cansado!
Héron Patrício
(São Paulo/SP)
35
Quando no ocaso da vida,
notamos anoitecer,
se a missão já foi cumprida,
nós não devemos temer...
Ialmar Pio Schneider
(Porto Alegre/RS)
36
A fuga não leva a nada,
meu caminho eu sigo em frente.
Em toda e qualquer estrada,
há um anjo guardando a gente...
Jaqueline Machado
(Cachoeiro do Sul/RS)
37
Cenário sombrio, esboço
da miséria...que tristeza:
- Ver famílias sem almoço
E sem jantar sobre a mesa!
Joamir Medeiros
(Natal/RN)
38
Estou aqui de passagem
sob o véu de fortalezas
que me valem de coragem
para enfrentar incertezas.
João Batista Xavier Oliveira
(Bauru/SP)
39
Vou brincar com pirilampos
e beijar as flores nuas
pra ver se encontro nos campos
a paz que fugiu das ruas!
José Lucas de Barros
(Natal/RN)
40
Chega o inverno como açoite,
tingindo as tardes de gris,
pichando de breu a noite,
caiando a aurora de giz!
Lisete Johnson
(Porto Alegre/RS)
41
Toda a tristeza eu transpasso,
com meu viver rumo à lida.
Se da luta advém cansaço:
- transformo o cansaço em vida!
Luiz Antonio Cardoso
(Taubaté/SP)
42
Nem o sofista profundo
essa verdade falseia:
quem se julga rei do mundo
é um pequeno grão de areia.
Luiz Carlos Abritta
(Belo Horizonte/MG)
43
Se não se pinta uma rosa,
porque beleza já tem,
em uma face mimosa
não se põe tinta também.
Manuel Bezerra da Cunha
(São José dos Bezerros/PE, 1899 -  1976, São Paulo/SP)
44
Eu vi o amor eclodindo
na mensagem de um chamado:
o mar, despido, sorrindo...
o sol se pondo, apressado.
Mara Melinni
(Caicó/RN)
45
A justiça e o bom senso
caminhando de mãos dadas,
mostram num caminho imenso
as verdades reveladas!
Maria Luiza Walendowsky
(Brusque/SC)
46
Nas asas da liberdade
firmei meu corpo a voar,
pois ser livre é ter vontade
de não parar de sonhar.
Messody Benoliel
(Rio de Janeiro/RJ)
47
Esta minha alma indecisa
não consegue se aquietar:
mal um sonho realiza,
outro sonho quer buscar...
Milton Souza
(Porto Alegre/RS)
48
Céu azul, jangada a vela
mar que espuma de emoção
ondas rendilhando a tela
do meu Brasil – meu rincão.
Myrthes Mazza Masiero
(São José dos Campos/SP)
49
Amizades que são boas,
e atitudes tão singelas,
é gostarmos das pessoas,
mesmo assim como são elas!
Nei Garcez
(Curitiba/PR)
50
Morre a tarde!... E, ao fim do dia,
na imagem do sol poente,
há tintas de nostalgia
do fim da tarde da gente.
Prof. Garcia
(Caicó/RN)
51
Depois de muitas andanças,
e tanta ilusão perdida,
vejo lindas esperanças
orvalhando minha vida.
Reinaldo Moreira de Aguiar
(Natal/RN)
52
Sob chuva, ou sol que abrasa,
como nos tempos antigos,
o portão da minha casa
não se fecha aos meus amigos!
Renato Alves
(Rio de Janeiro/RJ)
53
Se o seu viver é um deserto
sem água  e está por falir,
chuvas de trovas, por certo,
farão  sua alma florir!
Roza  de  Oliveira
(Curitiba/PR)
54
Bravura é viver sorrindo,
embora seja evidente
que a vida é dor insistindo
em ser mais forte que a gente.
Thalma Tavares
(São Simão/SP)
55
Um laço azul no cabelo,
meu vestido de organdi...
Mamãe... seu amor... seu zelo...
- Por que, meu Deus, eu cresci?
Vanda Fagundes Queiroz
(Curitiba/PR)
56
Transcendo o sonho e refaço
minhas rotas do passado,
para ter de novo o abraço
do ventre em que fui gerado.
Wandira Fagundes Queiroz
(Curitiba/PR)

Érico Veríssimo (Sinopse: As Aventuras de Tibicuera)

As Aventuras de Tibicuera, romance infanto-juvenil de Erico Verissimo traz, de maneira leve e agradável, a história do Brasil para as crianças. Assim como fez em “O Tempo e o Vento”, Erico Verissimo baseou-se no que de melhor existia em pesquisa histórica, arqueológica e antropológica em sua época. Publicado pela primeira vez em 1937, o romance não envelheceu e ainda hoje é um bom lazer e uma forma agradável de estudar.

As aventuras de Tibicuera, contadas por ele próprio. O próprio protagonista, Tibicuera, um índio tupinambá da Bahia, nascido anos antes da chegada dos portugueses ao litoral brasileiro, narra sua fabulosa viagem através do tempo, que começou numa taba tupinambá, antes de 1500, e terminou num arranha-céu de Copacabana em 1942. Assim Erico Verissimo apresenta sua versão da história nacional, publicada em 1937 com o objetivo de fazer frente ao nacionalismo ufanista do Estado Novo. Logo no início, o herói recebe dois presentes do pajé de sua tribo: o apelido Tibicuera, que significa "cemitério" em sua língua, e o segredo da eterna mocidade.

Participa de episódios marcantes da história do Brasil, O índio está no litoral da Bahia quando Cabral aporta, em 1500. Participa da luta contra os franceses e os holandeses no Rio de Janeiro e em Pernambuco, e da defesa do Quilombo dos Palmares. As expedições dos bandeirantes ao interior do continente, as missões catequizadoras dos jesuítas, a escravidão, a chegada da família Imperial, a proclamação da Independência, a Guerra do Paraguai, a proclamação da república e seus sucessivos governos são contados de maneira sedutora às crianças. Talvez seu principal atrativo seja a empatia que gera em seu público alvo, já que há uma identificação com seu protagonista, o qual os pequenos leitores acompanham desde o dia de seu nascimento. Erico Verissimo, conhecido por sua maestria no trado com as palavras, não descuidou de detalhes enriquecedores da cativante narrativa, que emocionam e deixam, ao final de cada capítulo, a vontade de continuar até o fim.

Trata-se de uma mistura de fato e ficção que ensina, além de divertir, ao possibilitar que a história se desenrole - conforme diz Tibicuera - como "um romance de aventuras que se passa na Terra e tem como personagem principal a Humanidade.


ATENÇÃO
O livro será postado a partir de amanhã, são 67 capítulos em 17 dias.












Fontes:
http://resumos.netsaber.com.br/resumo-4063/as-aventuras-de-tibuicuera
https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12049