sábado, 5 de julho de 2008

Vãnia Souza Ennes (Os trovadores passam, as Trovas ficam)

A palavra, matéria prima e vital do trovador, manifesta-se diante da capacidade de escrever construtivamente e desponta para escancarar os mistérios que nascem no fundo de um coração poetizado. O poder mágico do trovador é inventar, pensar coisas belas, abrir a porta dos sonhos, eternizar momentos, filosofar, demonstrar humor, aproximar o tempo, chorar num ombro amigo, interagir com a espiritualidade; é ser forte na capacidade de atuar em assuntos do passado, do presente e do futuro. Assim sendo, a mente do trovador reveste-se de especial colorido quando põe seus neurônios para agir e, imediatamente, transferir os sentimentos para o papel. A Trova é força indiscutível da sensibilidade interior de cada poeta e exterioriza-se em valiosas mensagens no momento em que se torna pública, no intuito de suavizar as adversidades da vida, amenizar as durezas da existência e melhorar os caminhos da humanidade. O ato de escrever Trovas é algo fascinante e, seguramente, não vai acabar em inércia capaz de fazer cães e gatos roncarem de tanto sono, porque ela é clara, transmite bons fluídos, renova e reinventa sentimentos! Descobrir as táticas de escrever trovas é um ato de conhecimento, que significa perceber as forças das relações entre o mundo da natureza e o mundo dos homens, o mundo real e o imaginário. E, ato de sabedoria, ao conduzir o homem a uma abertura de horizontes mentais que se dá pela criatividade do conjunto de palavras que seleciona, para formar seu acervo trovadoresco. Enfim, a trova quando rica em sabedoria, nobre na mensagem e estética na beleza, é capaz de emocionar pela magia e continua viva, mesmo após a partida do trovador para o mundo celeste!

Portanto, a Trova eterna eterniza o trovador!

Fonte:
Vânia Souza Ennes – Presidente Estadual da UBT do Paraná
Boletim Nacional da União Brasileira de Trovadores, julho 2008. n. 480.

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