segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Vânia M. S. Ennes (Chuva de Trovas)

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Mais trovas de Vânia podem ser obtidas em seu e-book Chuva de Trovas, no Portal CEN , http://www.caestamosnos.org

Fonte:
ENNES, Vânia Maria de Souza. Chuva de Trovas. Portal CEN, 2008.

Tatiane Leite da Silva (Fábula)

A Lebre e a Tartaruga (Ilustração de Emerson Fialho)
O leão e o camundongo, a lebre e a tartaruga, a raposa e a cegonha, a cigarra e a formiga são algumas das duplas que protagonizam fábulas muito conhecidas. Há também o homem que matou a galinha dos ovos de ouro, fábula de La Fontaine da qual se extrai a lição: "Quem tudo quer tudo perde."

Fábula é uma narrativa alegórica em prosa ou verso, cujos personagens são geralmente animais, que conclui com uma lição moral. Sua peculiaridade reside fundamentalmente na apresentação direta das virtudes e defeitos do caráter humano, ilustrados pelo comportamento antropomórfico dos animais. O espírito é realista e irônico e a temática é variada: a vitória da bondade sobre a astúcia e da inteligência sobre a força, a derrota dos presunçosos, sabichões e orgulhosos etc. A fábula comporta duas partes: a narrativa e a moralidade. A primeira trabalha as imagens, que constituem a forma sensível, o corpo dinâmico e figurativo da ação. A outra opera com conceitos ou noções gerais, que pretendem ser a verdade "falando" aos homens.

Cabe salientar que o elemento dominante, para o gosto moderno, costuma ser a narrativa. A moralidade ou significação alegórica, ainda que anime o todo, jaz de preferência nas entrelinhas, de maneira velada. Os antigos tinham ponto de vista diferente. Para eles, a parte filosófica era essencial. Para atingirem de modo mais direto o alvo moral, sacrificavam a ação, a vivacidade das imagens e o drama. Assim, a evolução da fábula pode ser cifrada na inversão do papel desses dois elementos: quanto mais se avança na história, mais se vê decrescer o tom sentencioso, em proveito da ação. A presença da moral, no entanto, nunca desapareceu de todo da fábula. Explicitada no começo ou no fim, ou implícita no corpo da narrativa, é a moralidade que diferencia a fábula das formas narrativas próximas, como o mito, a lenda e o canto popular. Situada por alguns entre o poema e o provérbio, a fábula estaria a meio caminho na viagem do concreto para o abstrato.

A afinidade com o provérbio encontra-se no nível mediano - lugares-comuns proverbiais - a que geralmente se reduz a lição extraída da narrativa. Sob esse aspecto, a fábula também se distingue da parábola, que procura maior elevação no plano ético, além de lidar com situações humanas mais reais.

Fábula oriental e Esopo.

Na evolução do gênero, o primeiro dos três períodos da fábula, aquele em que a moralidade constitui a parte fundamental, é o das fábulas orientais, que passaram da Índia para a China, o Tibet, a Pérsia, e terminaram na Grécia com Esopo. No Oriente, a fábula foi usada desde cedo como veículo de doutrinação budista. O Pantchatantra, escrito em sânscrito, chegou ao Ocidente por meio de uma tradução árabe do século VIII, conhecida pelo título de Fábulas de Bidpay, depois retraduzida do árabe para várias línguas.

Esopo, fabulista grego de existência duvidosa a quem se atribuem as fábulas reunidas por Demétrio de Falero no século IV a.C., teria sido uma espécie de orador popular que conta histórias para convencer os ouvintes a agir de acordo com o bom-senso e na defesa de seus próprios interesses. De acordo com Aristóteles, a fábula esópica é uma das formas da arte de persuadir e não poesia.

Fedro e a fábula medieval.

O segundo período da fábula se inicia com as inovações formais de Fedro. Ao fabulista latino é atribuído o mérito de ter fixado a forma literária do gênero, o que garante para ele um lugar na poesia. Escritas em versos, as histórias de Fedro são sátiras amargas, bem ao sabor do gosto latino, contra costumes e pessoas de seu tempo. Mas tanto Fedro quanto Bábrio (século III da era cristã) partiram dos modelos de Esopo, que reinventaram poeticamente.

A Idade Média cultivou com insistência a tradição esópica. Entre as muitas versões da época, divulgadas sob o nome de Ysopets (Esopetes), a mais famosa ficou sendo a de Marie de France, do século XII. Os fabliaux (fabuletas) medievais, embora não sejam propriamente fábulas, guardam com elas algumas analogias. Por meio dos personagens animais, os poetas fazem críticas e pretendem instruir divertindo.

La Fontaine e seus seguidores.

O terceiro período inclui todos os fabulistas modernos, dos quais Jean de La Fontaine é considerado o mestre. Suas Fables choisies (Fábulas escolhidas), em 12 volumes, apareceram entre 1668 e 1694. A grande contribuição original do fabulista francês foi ter feito da fábula um pequeno teatro: "uma comédia em cem atos" e "uma pintura em que cada um de nós pode encontrar seu retrato", segundo suas próprias palavras.

No século XVIII, La Fontaine encontrou muitos seguidores, como Jean Pierre de Florian, na França, e Tomás de Iriarte, na Espanha. Em Portugal, Bocage escreveu fábulas originais, além de traduzir La Fontaine em versos. Na Inglaterra, a fábula tomou fisionomia de sátira política. Nas Fables, de John Gay, a formiga representa o Lord do Tesouro. The Fable of the Bees (A fábula das abelhas), de Bernard Mandeville, é uma extensa alegoria política, enquanto as coleções Fables for the Female Sex (1744; Fábulas para o sexo feminino) e Fables for Youth (1777; Fábulas para os jovens) descem ao nível da sátira panfletária.

Na Alemanha, Gotthold Ephraim Lessing reagiu contra o que julgava ser uma excessiva literarização dos imitadores de La Fontaine. Em Fabeln (1759; Fábulas), apresenta importante monografia introdutória em que rejeita como perversões do gênero as elaborações literárias adotadas a partir de Fedro. No entanto, o fabulista mais popular na Alemanha foi seu contemporâneo Christian Gellert, que usou a fábula como veículo de motejo. A glória de melhor fabulista do século XIX pertence ao russo Ivan Krilov, que soube adaptar o gênero a seu gênio de poeta original. O homem rústico é seu herói favorito. Krilov usou da fábula como meio de protesto contra a rigidez das coerções do estado.

Em língua portuguesa, a prática do gênero foi esporádica e não há nomes de grandes fabulistas. Depois de Bocage, Garrett publicou um volume de Fábulas e contos (1853), e, no século XX, surgiram as Fábulas (1955) de Cabral do Nascimento. No Brasil, as melhores realizações inspiraram-se no folclore e na literatura oral. Como exemplos, há as Fábulas de Luís de Vasconcelos, as Fábulas e alegorias de Catulo da Paixão Cearense e as Fábulas brasileiras de Antônio Sales. Cabe mencionar também Monteiro Lobato, José Oiticica e o marquês de Maricá.

Fontes:
http://www.coladaweb.com
Ilustração = http://www.emersonfialho.wordpress.com

Domingos do Nascimento (Meu Lar!)



“Domingos do Nascimento tinha um grande amor pela sua terra natal de que ele cantou belezas em ver­sos simples, mas de muita espontaneidade como: "Meu Lar” - uma canção sem metro, entre o monossílabo e o decassílabo, livres na sua harmonia. Versos em que há muita alma, uma explosão de senti­mentos que se não uniformizam, rebentando o coração do poeta como à trova singela entre dolências enternecedoras de uma viola na “porfia”. De Domingos diremos que era poeta da prosa, como foram Peletan e Michelet.
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MEU LAR!
Eu sou da terra dos lírios bravos
Que pendem a haste por sobre o mar.
Por entre lírios vermelham cravos...
Branco e vermelho... fico a cismar!
Fico a cismar nos lírios e nos cravos
Que pendem a haste por sobre o mar.

Minha casita branca de neve,
Com telhas rubras, era um primor.
Minha casita que encantos teve...
Hoje tapera, sem riso ou flor!
Fico a cismar na graça que já teve...
Com telhas rubras, era um primor!

Olha as moçoilas subindo os montes,
Chapéu de palha, saiote curto!
Belas morenas descendo as fontes,
Bilhas à coifa, pezinho a furto...
Fico a cismar nas moças lá dos montes,
Chapéu de palha, saiote curto.

E a minha dama era alva de neve,
De lábios rubros, botão de flor.
A minha dama que olhos já teve,
Escrava agora de outro senhor!
Fico a cismar nos olhos que já teve,
De lábios rubros, botão de flor.

Eu sou da terra dos brancos lírios,
Dos lindos mares, bravos, chorosos...
No céu escuro crepitam círios,
E os ventos gemem, tristes, saudosos!
Fico a cismar que velam tantos círios
Os lindos mares, bravos, chorosos...

A dor eterna seja contigo,
Coração fiel, mar tormentoso!
Meu companheiro, meu velho amigo!
Quando te sinto soberbo e iroso,
Fico a cismar em ti, que estás comigo.
Coração fiel, mar tormentoso!

Eu sou da terra dos liriais...
...Branca de neve... seios de amora...
— Que lindo rastro nos areais!
A noite foge, resplende a aurora...
Fico a cismar por sobre os areais:
— Branca de neve... seios de amora...

0 mar soluça beijando a praia...
— Não mais te beijo, botão de flor,
A onda ruge, a onda desmaia...
Gemo... Saudades de tanto amor!
Fico a cismar se aquela flor desmaia...
...Não mais te beijo, botão de flor!
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Murici divisa nesta canção influência pastoril portuguesa, embora "temperada por fresca e delicada cor local".
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Domingos do Nascimento (Hino do Paraná)


Música de Bento Mossurunga
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Estribilho
Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!

I
O teu fulgor de mocidade,
Terra! Tem brilhos de alvorada
Rumores de felicidade!
Canções e flores pela estrada.

II
Outrora apenas panorama
De campos ermos e florestas
Vibra agora a tua fama
Pelos clarins das grandes festas!

III
A glória... A glória... Santuário!
Que o povo aspire e que idolatre-a
E brilharás com brilho vário,
Estrela rútila da Pátria!

IV
Pela vitória do mais forte,
Lutar! Lutar! Chegada é a hora.
Para o Zenith! Eis o teu norte!
Terra! Já vem rompendo a aurora!

Domingos do Nascimento (1863 – 1915)


Domingos Virgílio do Nascimento, filho de Francisco Luís do Nascimento e Antônia Luiza do Nascimento, nasceu em 31 de maio de 1862 no Cerco Grande, em Guaraqueçaba.

Teve suas primeiras letras em Paranaguá, depois matriculado no Instituto Paranaense em Curitiba, na área de Humanidades.

Estudou na Escola Militar de Praia Vermelha – RJ e depois em Porto Alegre RS, onde aprofundou-se nos estudos militares, assentando-se praça em 21 de fevereiro de 1881, casou-se e morou lá até 1894, quando completou os estudos como artilheiro no Rio de Janeiro.

Quando estudante em Porto Alegre, pertenceu ao grupo Republicano, juntamente com Júlio de Castilhos, Barros Cassal, Assis Brasil, Demétrio Ribeiro e outros, pregando as idéias que viriam a ser vencedoras em 1889.

Depois da Proclamação da República, pelos anos de 1890 foi promovido a Segundo-Tenente e veio servir na guarnição de sua terra, alistando-se nas fileiras políticas do partido Republicano Paranaense, sob a chefia de Vicente Machado.

Promovido a Primero-Tenente em 1892, Capitão em 1896 e Major em 1911, quando foi reformado. Certa ocasião foi injustamente punido pelo General da Companhia do Distrito Militar, sendo aprisionado, assim ficando por algum tempo.

Porém em 1893, por ocasião da Revolta Armada em 06 de setembro de 1893, comandou no posto de Tenente-Coronel, o Batalhão Patriótico “23 de Novembro” e com ele combateu as forças inimigas, lançadas contra a Baía de Paranaguá, defendendo a área do Rocio quando a esquerda revoltada do Vice-Almirante Custódio José de Mello tentava desembarcar a tropa.

Na vida política, foi Deputado no Congresso Legislativo do Paraná em 1895, atuando na área de Constituição e Justiça.

Também um dos fundadores da extinta Academia de Letras do Paraná onde ocupava a cadeira Nº 09, mais tarde patrono da cadeira Nº 21 (1938), depois Centro de Letras do Paraná e da atual Academia Paranaense de Letras, onde é patrono da cadeira nº 27.

Considerado um dos três precursores do Simbolismo no Brasil, foi com Euclides Bandeira, um incansável fundador de jornais e revistas literárias que fizeram fulgurar o Paraná no horizonte de literatura do inicio do século, usando os Pseudôminos de “Leo Lino” e “Gastão de Luc”, tendo fundado alguns jornais de notícias periódicas: Folha Nova (1893), A Tarde (1897), A Avenida (1903), A Notícia (1905).

Ainda publicou os livros: Revoadas (de versos) em 1883, no Rio de Janeiro, com a 2ª edição em 1884, Trenos e Arruidos (de versos) em Porto Alegre em 1887, Pelo Dever (1902), Dr. Vicente Machado (com outros autores. S/ data), O Sul (de crítica política), em 1887.

Faleceu em Curitiba, em 30 de agosto de 1915.

Entre os precursores do simbolismo, Andrade Murici concede um lugar a Domingos do Nascimento, asseverando que em Trenos e ArruÍdos (1887) mostrava tendências para o novo estilo. Silveira Neto, citado por Murici, toma a poesia de Domingos do Nascimento como "típica desta linha de transição".

Pré-simbolista ou não, o fato é que Domingos do Nascimento colaborou nas revistas do simbolismo, participando do movimento; mas não publicou livros posteriormente a Trenos e Arruídos, ficando esparsa a sua produção.

Principais obras:

Flora Têxtil do Paraná (1908):

Inicia em Guaraqueçaba, um estudo sobre o aproveitamento das fibras vegetais abundantes na região do litoral, com primeiramente a descrição fisiográfica de Guaraqueçaba, tratando da bananeira desde a raiz até a industrialização da farinha de banana, continua com a Imbauba, Imbira Branca e Vermelha, Corimdiba, Gravatá, Ananazes, Tucum, Piteira, a Sansevieira, Phormium Tenox e Lírio do Brejo, o uso integral para papel ou amido em gomas para doces e mingaus, assim como o uso do perfume das flores.

Homem Forte (1905):

Um manual para ginástica doméstica, abrangendo exercícios calistênicos bem explicitados, com auxílio de gravuras, para natação, esgrima e tiro ao alvo. Detalha desde os primeiros exercícios de movimentação de cabeça ao estudo aprofundado do fuzil Enfield, com fotografias e suas partes, funcionamento, tipo de alvo e tiro.

Hulha Branca do Paraná (1914):

Um álbum tamanho grande (32x25cm) em papel lustro, edição do Centro de Letras do Paraná, com fotos das maiores cachoeiras e cascatas do Paraná, preconizada a utilização na geração de energia elétrica.

Em Caserna (1901):

São contos e crônicas da vida militar. Contista fino, pintando a natureza com minuciosos detalhes, usando um vocabulário específico regionalista, empregando termos do exército do sul. Além da novela “Guerreiro Antigo”, que tem seu livro, apresenta 04 grandes partes: 1ª - “Vivandeiras”: ambientado na Guerra Civil Federalista apresentando 04 contos, demonstrando a abnegação das mulheres que acompanhavam o exército naquele tempo e que se denominavam “Vivandeiras”, cuidavam dos soldados e oficiais, providenciando alimentação e lavagem de roupas. Destes 04 contos: A tenda, Gaúcho, Campineira, Na Jagúncia. 2ª - “Vida Acadêmica”: reporta-se a Academia Militar de Praia Vermelha, mais humorística como a “Bedel”, estudo psicológico daquele auxiliar de ensino que ao ser-lhe pedido uma tábua de logarítmos foi buscar o fundo de um barco. 3ª - “Recrutas”: retoma a temática da guerra civil, iniciando com texto de 1894, que talvez tenha sido publicado em folha diária, pelo seu tom de crônica panfletária. 4ª - “Escola de Heróis”: um anedotário heróico de Osório, Benjamin Constant, Deodoro, Gomes Carneiro e Floriano.

Pela Fronteira (1903):

Um diário de uma viagem em companhia do General Bormam e de Coronel Lino Ramos, quando viajaram por 103 dias, por vales, matas, rios, iniciando em Curitiba pela estrada de ferro, primeiro em direção ao sul. O livro contém anotações sobre os aspectos fisiográficos, humanos e históricos, assim como as vicissitudes da viagem.

Aprovaram sua poesia, como Hino oficial de Paranaguá (música de João Gomes Raposo) e também de sua composição, o Hino Oficial do Paraná (música de Bento Mussurunga),

Era ele um apaixonado por música, uma bondade infinita, recebendo infinitas vezes necessitados em sua casa e ajudando-os. Antes de sua morte ainda disse: “eu sei que morro mas protesto contra esta morte”, falecendo em 30 de agosto de 1915, em Curitiba – onde há um busto em sua homenagem na Praça Osório (erguido em 12 de outubro de 1922) e também uma rua com seu nome.

Romário Martins em “Almanach do Paraná” em 1899, sobre Domingos Nascimento diz:
Poeta ? Sim. Dos mais altivos, Ho! Dos mais raros, diamante de primeira água; os seus versos fulgiram sempre...”.

Fontes::

– CAROLLO, Cassiana Lacerda. Texto publicado no Dicionário Histórico-Biográfico do Estado do Paraná, Curitiba – PR. Disponível em http://www.turismo.pr.gov.br/
– MUNIZ, José Carlos. Guaraqueçaba um pequeno mundo dentro do mundo. obra do autor. Guaraqueçaba.
– KARAM, Paulo Roberto. Domingos Virgílio do Nascimento: antologia e biografia. Biblioteca Pública do Paraná, Curitiba, 2003.
- http://informativo-nossopixirum.blogspot.com/
http://www.antoniomiranda.com.br/

Carlos Borges Lima



Natural do distrito de Cruzeiro do Norte, município Uraí – PR, radicado em Curitiba desde janeiro de 1978.

Profissional das Letras e Artes

Artes Literárias – Teatro e dramaturgia – Música

Atuação primeiro ciclo de leituras dramáticas do Teatro Guaíra – Peça teatral “A Passagem da Rainha” (Antonio Bivar). – Direção: Antonio Carlos Kraide.

Produção do musical “Barragem” com lançamento da dupla Zezé e Simões – Curitiba – PR.

Assistente de Produção Musical “Rock Horror Show” – Direção: Antonio Carlos Kraide.

Assistente de produção da peça teatral “Corpo a Corpo” – Direção: Antonio Carlos Kraide (autor: Oduvaldo Viana Filho).

Produção do 1º Encontro Centrado na Pessoa do Sul do Brasil – UNAP – Curitiba- PR.

Coordenação Musical “Pessoa” – Morgana Pessoa. Com grupo Olho Mágico – Curitiba – Pr. (Teatro Paiol, TUC, Teatro de Bolso e Guaíra).

Produção e Coordenação do evento musical “Pira Musical Show Quara Som” pela Secretaria Estadual de Cultura e Prefeitura de Piraquara – Pr.

Produção da exposição itinerante “Vestígios Latinos” – Jacob Silveira – Curitiba e Florianópolis.
Produção e Coordenação do jogral em movimento de teatro e dança “Alviverde Arte” com Grupo de Teatro Oficina de Pimenta Bueno – RO

Fundador e diretor da “Casa de Arte de Cacoal” – Rondônia.

Produção diversas exposições em artes plásticas (Sílvio Rocha, I. Catucci, Jacob Silveira, Plínio Verani e Francis Bernard).

Produção junto à obra de literatura “A Des(construção) da Música na Cultura Paranaense” autor: Manoel Neto, 2005 – Curitiba – PR.

Produção diversa dos livros próprios de ordem independente.

Projeto FERA (Festival Rede Estudantil) e Educação Com Ciência – Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

Produção e pesquisa projeto “Fragmentos Xetá” com Sílvio Rocha – Lei Roaunet - (montagem pré-produção) para realização 2008/2009.

Curso de Inspiração e Texto Teatral pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.

Arte terapia no 1º Ciclo de Corpo na PUC-SP.

Laboratório psicodrama congresso de fisioterapia – terapia ocupacional e ortótica – Universidade de Campinas – SP.

Facilitador humanista em diversos encontros e grupos de corpo no Brasil.

Curso de Inspiração Criativa na Biblioteca Pública do Paraná.

OBRAS:

Título em Prosa e Poesia:

“Aponta”, 1984 – “Andes, em ti, pensamentos”, 1987 – “Portal dos Mistérios”, 1990 – “Inefável Ser”, 1994 – “Alviverde Arte”, 1996 – “Sobressaltados”, 1999 – “Idiossincrática Sorte”, 2000 – “Arquifeiticeiro Rei”, 2002 – “Flor Mestiça”, 2004 – “Cântara Livre”, 2006.

Dramas

Autoria da peça teatral “Zé do Ingá”
Criação do “Musical Pessoa”
Criação do “Musical Alviverde Arte”

Publicações Coletivas

Coletâneas Bife Sujo
O Teatro de Laerte Ortega
A (Des)construção da Música na Cultura Paranaense

Premiações

1º Lugar Festival de Música de Corvilha – Minas Gerais “Pagodeiros da Chuva”. Parceria com Yassir Chediack
Músicas do disco “Barragem”

1º Lugar Festival de Araruana – RJ “Ser poeta”. Parceria com Morgana Pessoa
Diversas inéditas

Fonte:
Secretaria de Estado da Cultura do Paraná

Antonio Carlos Menezes (Teia de Poesias)


POR UM LOUCO AMOR

Posso sonhar, sou poeta!
Posso viver o amor mais perfeito,
mais ousado, sem limite...

És tu, minha flor, a fonte...
a razão de meu contentamento.
E assim ao mundo grito!...

- O meu amor por ti é infinito!

Não fiques assustada,
por conta da minha loucura.
Sou poeta!... Posso sonhar nas alturas!
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AMAR... AMAR... AMAR...

às vezes não me sinto que sou
alguém que vive e que ama...
porque cá estou tão esquecido por ti.

ah não entendo outro jeito de amar,
a não ser o que está
hoje, amanhã e sempre, eternamente!...
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À AMIGA - INSPIRAÇÃO

O que seria de mim
Sem a tua claridade
Sem a tua amizade...

Não haveria beleza
Não haveria jardim...
Nem o toque de clarim.

Eu não faria poesia
E não ficaria no mar
À espera de ti.

O que seria de mim?...
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TEU RISO

O teu riso...
É algo tão divino, o teu riso!
Eu viajo nos pensamentos
de teu riso...

E nem sei para onde irei.
Não me importa. Basta-me
a tua felicidade...

Ver o teu riso... eu quero sempre!

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NOS MEUS SONHOS

É só nos meus sonhos
que tu me trazes a luz e a poesia.
Porque fico querendo o teu sorriso de flor
e a tua mão que me aquece a alma.

É só nos meus sonhos
que muito te desejo e te espero
na plenitude da fantasia.

É só nos meus sonhos
que chego a ti e confesso o meu amor,
e sigo assim sombrio pela noite adentro
sem a tua alegria.

É só no meus sonhos
que amanheço na tua cama,
no teu espaço... e sinto o teu cheiro de maçã.

É só nos meus sonhos!...
É só na minha humilde e silenciosa poesia!
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PERGUNTO-ME

Como é que tu ficas
quando estás a pensar em mim?
Será que desejas que eu esteja
mas próximo de ti?

Ah, minha diva!...
Cá fico a imaginar essas coisas,
Porque em mim é tão forte
o sentimento de amor por ti...

Abre-me as portas,
que já estou chegando,
adentrando nos teus sonhos...
Que hoje sou o sol no teu jardim!
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SEDUÇÃO

poesia… és tu
raio de sol que brilha no amanhecer
de palavras e versos.

flor que se abre
antes da primavera… és bela,
menina dourada de lua e mar.

e pelo caminho me perco
e me atrevo a seguir na claridade
de teus olhos trêfegos.

ainda danças comigo a valsa
da vida que a brisa sopra
nos nossos ouvidos.
–––––––––––
Fontes:
http://blig.ig.com.br/acmpalavrasversos/
http://www.teiadepoesias.com.br/
ORSIOLLI, S.M.G.; FERNANDES, D.C.; SCARPA, M.A.C.; JULIO, S.M. ia. Coletânea Teia dos Amigos. Itu,SP: Ottoni, 2008.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Jean-Pierre Bayard (História das Lendas) Parte XII


CAPÍTULO IV

O CICLO ARTURIANO

O ciclo arturiano, apresenta-se como um conjunto vasto e fértil que prossegue os Romances corteses. E também denominado Matéria da Bretanha. A figura central continua a ser a de Artur, rei lendário de origem céltica; pretendeu-se ver nesse rei o mantenedor da luta contra os saxônios e que, para salvaguardar sua ilha, deixou-se matar em 542; esse rei liberal teria nascido em Tintagel, na Cornualha.

Artur — ou Artus — triunfa com suas armas maravilhosas, mas também pela amizade do mágico Merlin que é considerado algumas vezes como sendo um personagem real.

A rainha Guenièvre, filha do rei Léodagan, figura ideal da dama da corte, toma emprestado alguns traços a Isolda, outro personagem do ciclo. Guenièvre reina sobre os seus cavaleiros que se reúnem em volta da Távola Redonda; o casal real comanda empresas nobres e temerárias; o “geis” que é ao mesmo tempo um pedido piedoso e uma injunção de defesa, cria um obstáculo que é a base de perigosas aventuras. A fim de levar a bom termo a conquista de objetos-talismã e de taças com virtudes mágicas que embelezarão os tesouros do rei, as fadas ajudam os cavaleiros. Esses combates sobre naturais, esses próprios objetos, vêm de uma tradição pagã muito divulgada.

Quando o poderoso Artur vai penetrar em Roma, a revolta de seu sobrinho Mordret — que talvez seja também filho do adultério e do incesto entre Artur e a esposa do rei Loth — obriga-o a reconquistar seu reinado. Nessa campanha sangrenta, seus leais servidores morrem. Os saxônios aproveitam-se do sucedido para invadir o país e, no último episódio da carnificina, Artur e Mordret se ferem de morte.

É a ruína da cavalaria bretã, mas a sua esperança sobrevive. Artur teria sido levado vivo para o reino das fadas e um dia voltaria para restituir ao seu povo a independência e o poderio.

O ciclo arturiano contém a extraordinária Demanda do Santo Graal que se inicia com um romance de cavalaria e termina como uma narrativa mística.

Essas demandas permitiram a cada narrador de compor uma narrativa de acordo com seu temperamento; os episódios de combate se alternam com cenas sentimentais; atos de bravura sucedem às imagens voluptuosas e ordens breves de estratégia guerreira, às palestras galantes. Os progressos sucessivos afastam pouco a pouco o tema da deixa primitiva e depois os romances em prosa efetuam a fusão entre as lendas arturianas e as narrativas do Graal.

Essa mitologia céltica ter-se-ia formado por ocasião da invasão saxônia (450-510) e ter-se-ia enriquecido posteriormente com a inspiração vinda do continente. A história Britonum, atribuída a Nênio, foi retomada no século XII na História Regum Brittaniac de Geoffroi de Monmouth (1137). Wace menciona a Távola Redonda no seu Roman de Brut. A origem é talvez gaulesa a partir de Kuchwch e 0lwen ou irlandesa como diz Jean Marx baseado no texto dos Mafinogion.

Chrétien de Troyes nos legou esse conjunto extraordinário e sobrenatural. Hábil narrador, aproveitou a tendência do povo pelo fabuloso e criou romances de aventuras e de episódios palpitantes. Ao descrever Lancelote à procura da, rainha (Le chevalier à la charrette), imaginou um herói que tendo merecido o amor de sua amante arrisca-se a adormecer numa vida ociosa. Mas Yvain (ou Le chevalier au lion), voltará ao manejo das armas. Erec, o “cavaleiro do falcão”, depois das censuras de sua dama Enide, encontra novamente sua força.

Não podendo citar todos os trabalhos relativos a esse ciclo (remetemos o leitor à Histoire littéraire de la France, t. XXX e XXXI, de Gaston Paris e aos Romans de la Table Ronde, de Paulin Paris), observaremos que o assunto continua a ser o de um jovem cavaleiro desconhecido que, da corte de Artur, levará a bom termo uma aventura tida como impraticável; graças às suas qualidades, desposa a jovem que se acha envolvida e que lhe dá, como dote, um reinado.

Todas essas lendas comportam elementos míticos, pagãos, druídicos nos quais se envergará uma concepção mística cristã. Histórias humanas mescladas de história sagrada, conjunto que forma a tragédia da fraqueza humana cobiçando os poderes do espírito (o Graal). Este tema se assemelha ao de Fausto; Lancelote ficou sendo o valete de nossas cartas e o uso da torta de reis veio até nós. Estudaremos sucessivamente: A demanda do Santo Graal, Merlin, Tristão e Isolda.
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continua...
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Fonte:
BAYARD, Jean-Pierre. História das Lendas. (Tradução: Jeanne Marillier). Ed. Ridendo Castigat Mores

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Folclore de Portugal – Distrito de Leiria (S. Jorge e o Dragão)



O culto de S. Jorge foi introduzido em Portugal nos primórdios da nacionalidade, através dos cruzados ingleses que participaram na Reconquista. Entre alguns dos devotos deste Santo, que nasceu de uma ilustre família cristã de Capadócia (actual Turquia), estão D. João I e o Condestável Nuno Alvares Pereira.

Mestre-de-campo do imperador Diocleciano com apenas vinte anos, o valente S. Jorge insurgiu-se contra a injustiça da perseguição dos cristãos. Por esta razão, o imperador romano mandou-o torturar mas este escapou ileso à roda de pontas cortantes que lhe deveria dilacerar o corpo. Mas S. Jorge acabou por morrer decapitado nos finais do século III.

A história mais conhecida de S. Jorge tem a ver com a morte de um dragão terrível que existia em Silene, na Líbia. Os habitantes desta cidade ofereciam-lhe duas ovelhas por dia, para acalmar a sua fúria. Um dia, porém, o dragão tornou-se mais exigente e reclamou um sacrifício humano, cuja escolha aleatória recaiu sobre a filha única do rei da Líbia. Foi então que S. Jorge apareceu e se ofereceu para lutar com o dragão, libertando a cidade daquele terrível jugo. Montando a cavalo com a sua lança, feriu o dragão e, ordenando à princesa que tirasse o seu cinto e com ele amarrasse o pescoço do dragão, trouxe-o preso para a cidade. Aí chegados matou o dragão perante todos os habitantes, depois de exigir em troca a sua conversão ao cristianismo.

Mas os habitantes de S. Jorge, perto de Aljubarrota, reclamam uma outra versão da história do dragão passada na sua terra. Era então S. Jorge um oficial romano que estava aquartelado naquela região e tinha por costume mandar os seus soldados dar de beber aos cavalos na "Fonte dos Vales", no ribeiro da mata. Mas, no momento em que os cavalos bebiam surgia da fonte um dragão que os devorava. Os soldados, com medo de serem também mortos, recusavam-se a voltar à fonte. S. Jorge dirigiu-se à fonte, deu de beber ao seu cavalo e quando o dragão surgiu, matou-o com a sua lança. Por esta razão, foi construída uma capelinha naquele local onde foi colocada a imagem de S. Jorge a cavalo, dominando o temível dragão.

Fonte:
http://lendasdeportugal.no.sapo.pt/

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Nilto Manoel (Palavra)



Antes era o verbo!
hoje a verba.
antes eram os desenhos
hoje as palavras.
palavra:
idéias e significados de dicionário.
A palavra
lavra
a folha do papel
e cria céus e infernos
animando o social.
Ah! Palavra falada e cantada
na gama dos conhecimentos.
A palavra-ônibus é a seqüência de idéias
na categoria das coisas;
pa
la
vra,
lavra
os saberes
na cartilha da vida:
A pata nada,
nada, na;
na silabação a versificação
tamborilada do poeta,
no lavor da literatura
à luz da gramática.
do mundo moderno
anda bem quando há homens de palavra:
verbo –palavra ação
palavrão - falta de educação.
palavreado –astúcia
palavra – fonemas com significação
palavra é tudo;
sonho nas primeiras letras
e movimento no correr da vida
Palavra é poder:
tempestade e calmaria
é pesadelo e sonho
é luz que faz a poesia
pintada em estrelas de sonho.
Ah! Palavra falada e cantada
sonho nas primeiras letras
e luz no correr da vida
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Fonte:
Colaboração do autor