sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

José de Alencar (Ao Correr da Pena) Rio, 15 de abril: O Tipo Larmoyeur


Nestor Roqueplan, o espirituoso escritor que tão exatamente descreveu o tipo do larmoyeur, esqueceu-se de classificar uma das espécies mais interessantes deste gênero de bípede implume: o larmoyeur jornalista.

É verdade que esta importante descoberta estava reservada para nossos dias. Conheciam-se diversas classes de larmoyeurs, como políticos, os parlamentares, os pretendentes, os conquistadores; mas o larmoyeur jornalista só apareceu pela primeira vez no sábado da aleluia, no dia de Judas.

Apareceu declarando que estava triste, muito triste, e queixando-se, e pedindo que o consolassem! Que pena! Que pena!...

Lastimava-se por causa do dia? Não creio; é mais natural que se ressentisse de alguma injustiça grave, que estivesse possuído de algum despeito violento.

Que pena! Consolai-o, leitores, porque do contrário ficareis privados do vosso divertimento das quintas, da graça e do espírito de tão belos artigos. Napoleão quer abdicar; César recusa o império; Talma retira-se do teatro! Oh! desgraça! 

Acho escusado dizer-vos a folha a que devemos essa tão curiosa invenção do larmoyeur, assim como o nome do seu abençoado autor.

Qual o jornal desta corte que se distingue pela brilhante iniciativa que tem tomado nos melhoramentos da imprensa?

O Jornal do Comércio.

O que é que exprimem as lágrimas com a sua eloqüência sublime, com a sua expressão irresistível? Tudo e nada.

Só vos peço, por bem de todos, que não deixeis de consolar o nosso larmoyeur, pelas razões que já vos disse. Escrevi algumas correspondências elogiando o seu estilo, o chiste dos seus artigos, e sobretudo que não vos esqueçam os lindos pós-escritos, dignos de rivalizar com as cenas de uma comédia espanhola!

É preciso também chamá-lo algumas vezes, a propósito, de sábio. De gênio, de portento. Gato ruivo do que usa, disso cuida, diz um provérbio nosso.

Demais, o homem é amigo de todo o mundo. Conselheiros de Estado, marqueses, viscondes, ministros, pertencem ao círculo dos íntimos. “Meu amigo Bellegarde, meu amigo Pedreira, meus amigos marqueses”, são frases que lhe v~em a todo o momento ao bico da pena.

E não cuidem que é por vangloriar-se; não, é simples força de amizade, é o poder da simpatia. O nosso escritor é o Pollux de todos os Castores, é o fidus Achates da humanidade ministerial.

Ora, um homem que se acha nesta posição, e que não é justamente apreciado, tem direito a ficar triste, a mostrar-se despeitado e a esmagar os outros com a sua ironia tranchante, chamando-os de sábios e de gênios; isto é: atirando-se em corpo e alma, em palavras e obras, sobre a cabeça daqueles que ainda o não reconheceram como tal!

E, a falar a verdade, o público tem sido injusto e o Jornal do Comércio ingrato. Já lá vão não sei quantos artigos, e nem sequer ainda fizeram sair a mais pequena publicação a pedido elogiando o luzeiro da imprensa, que tudo sabe e nada ignora, o amigo de todo o mundo.

Voltando, porém, ao meu autor, a aparição do Larmoyeur jornalista faz-me lembrar uma página sua que li há tempos, e que recomendo aos meus leitores.

Na opinião do espirituoso escritor, a arte de chorar a propósito é a primeira das artes, assim como as lágrimas são a única língua universal que existe na terra, e que provavelmente foi falada antes da Torre de Babel.

Quereis a prova?

Abri a boca e chorai... todo o mundo entenderá que tendes fome.

Chorai e bebei as lágrimas; e logo se conhecerá que estais morrendo de sede.

Levai a mão ao coração e chorai olhando uma mulher; e ela compreenderá que a amais.

Erguei ao céu os olhos rasos de prantos, juntai as mãos; e ninguém deixará de entender a prece muda de uma alma infeliz.

Voltai as algibeiras e deixai correr algumas lágrimas; e logo se verá que não tendes dinheiro nem crédito.

Uma lágrima isolada, que pende da pálpebra, e corre lentamente por um rosto pálido e triste, exprime uma dor silenciosa e concentrada; é como uma gota de fel que verte o coração.

Duas lágrimas límpidas que empanam às vezes o brilho dos olhos, e se desfilam docemente pelas faces, dizem uma saudade, uma suave recordação.

O pranto e os soluços são a expressão do desespero, assim como uns olhos rasos de lágrimas e um sorriso revelam o momento da suprema felicidade deste mundo.

E entretanto, apesar do poder irresistível desta linguagem universal, todo o mundo trata de rir, e ninguém sabe chorar. As lágrimas vão caindo em desuso; e apenas nas despedidas e nos enterros ainda se usa, bem que raras vezes, deste meio persuasivo.

O Sr. Ministro do Império na sua reforma da instrução pública esqueceu-se de criar uma aula especial desta arte, ou desta língua, como quiserem. Num tempo em que o ensino se multiplica, em que há escolas para tudo, é imperdoável que não exista uma escola onde se aprenda a chorar a propósito.

O choro, segundo o nosso autor, é um flux à deux robinets; é um jorro que inunda num instante, penetra pelos poros da vossa sensibilidade, e vos faz transbordas o coração.

É preciso, portanto, que cada homem tenha à sua disposição uma fonte lacrimal abundante, e sempre pronta a soltar o repuxo. É preciso também que saiba usar dela conforme as regras darte.

Assim, às vezes é mais conveniente uma dessas lágrimas silenciosas de que já vos falei; outras, é preferível uma chuvinha, uma garoa; e alguns casos haverá que seja necessário uma inundação, um verdadeiro dilúvio lacrimal, do qual nem o mesmo Noé escaparia.

Só os mestres podem ensinar esses segredos darte, e adestrar os seus discípulos nestes rasgos, neste tropos, nestas figuras da eloqüência lacrimal; por conseguinte: uma escola do choro é indispensável.

Aberta a aula, os primeiros que se matriculam são os namorados de ambos os sexos; em segundo lugar os pretendentes, os candidatos à eleição; depois os oradores, os ministros e os jornalistas que aspiram à popularidade.

Finalmente se formará uma sociedade importante, uma ordem notável, uma corporação distinta, cujos membros terão o título de – chevaliers de la larme à l’oeil.

Não esqueçam, porém, uma coisa, e é que não sou eu que digo essas coisas; se não lhes agradam, queixem-se de Nestor Roqueplan, que foi quem as inventou. Eu o que fiz, apenas como bom tradutor, foi presumir alguns pensamentos que decerto lhe escaparam, e que ele naturalmente teria, se escrevesse nesta cidade, e não em Paris.

Isto posto, estou às vossas disposições; podemos conversar sobre o que nos parecer, sobre o D. Pascoal no Teatro Lírico, sobre as notícias do Paraguai, sobre o frio e sobre os divertimentos da semana.

Fostes sexta-feira à noite a Botafogo?

Vistes como estava brilhante a linda praia, com a sua bela iluminação, com as suas alegres serenatas, e com os bandos de passeadores que circulavam em frente do palácio?

Havia uma expansão de contentamento e de júbilo em todas estas demonstrações com que era acolhida e festejada a vida de Sua Majestade. O arrabalde aristocrático se desvanecia por ser durante algum tempo a residência da corte.

Uma banda de música desfilava ao longo da praia, soltando às brisas da noite e aos ecos harmoniosos daquela baía alguns temas favoritos do Trovador. Os grupos de mocinhas travessas e risonhas se encontravam e se confundiam um momento numa nuvem de beijos e abraços.

Aquelas areias felizes eram pisadas por muito pezinho mimoso, habituado a roçar com o seu sapatinho de cetim os macios tapetes e o lustroso soalho dos ricos salões; e por isso, se observásseis bem, havíeis de ver entre os passeadores perdidos na multidão muito Romeu, muito Ossian, muito Goethe improvisado.

As auras da noite, que agitavam aqueles cabelos aveludados, que roçavam por aqueles lábios maliciosos, que passavam carregados de ruído, de músicas, de perfumes, trouxeram-me no meio dos rumores da festa ao lugar onde estavam uma palavras soltas que pareciam a continuação de uma conversa interrompida.

A primeira voz que me chegou ao ouvido era doce e melodiosa, era de moça, e pelo timbre devia ser de uma boquinha bonita.

- Está tudo muito lindo, dizia a voz; mas acho que falta uma coisa.

- O quê? perguntou o cavalheiro, que naturalmente dava o braço, não à voz, mas à dona da voz.

- Devia haver um fogo de artifício.

- E o há com efeito.

- Mas onde? Não vejo.

- Nem o pode ver, porque está nos seus olhos.

- Engraçado!...

A brisa escasseou neste momento, e não me trouxe o fim da conversa; mas eu fiquei compreendendo a razão por que hoje não se usam como antigamente em todas as festas, as girândolas, as rodas de fogo, etc. foram substituídas por outra espécie de fogo de artifício.

O que se usava outrora tinha o inconveniente de queimar a gente; mas esta queimadura curava-se aí com qualquer remédio de boitica. O que está em moda presentemente é pior, porque em vez de queimar, abrasa, e dizem que por muito tempo.

O que eu sei é que é esta uma arte capaz de fazer concorrência do larmoyeur, e digna de sério estudo, não só para se poder bem usar dela, como para se evitarem os enganos e as ciladas em que pode cair quem não tiver perfeito conhecimento desses segredos da coquetterie.

Os homens que falam de tudo e nada dizem, têm aí um belo tema para dissertarem; podem mostrar a influência útil que deve ter aquele estudo sobre desenvolvimento da nossa arte dramática, tão desprezada e tão desmerecida entre nós.

E isto vem a propósito, agora que a nova empresa do Ginásio Dramático se organizou, e promete fazer alguma coisa a bem do nosso teatro.

Assistimos, quinta-feira à primeira representação da nova companhia no Teatro de São Francisco: foi à cena um pequeno drama de Scribe, e a comédia do Dr. Macedo.

Embora fosse um primeiro ensaio, contudo deu-nos as melhores esperanças; a representação correu bem em geral, e em algumas ocasiões excelentes.

O que resta, pois, é que os esforços do Sr. Emílio Doux sejam animados, que a sua empresa alcance a proteção do que carece para poder prestar no futuro alguns serviços.

Cumpre que as pessoas que se acham em uma posição elevada dêem o exemplo de uma proteção generosa à nossa arte dramática. Se elas a encorajarem com a sua presença, se a guiarem com os seus conselhos, estou certo que em pouco tempo a pequena empresa que hoje estréia se tornará um teatro interessante, no qual se poderão ouvir alguns dramas originais e passar-se uma noite bem agradável.

Que vale entre tantas despesas de luxo a mesquinha assinatura de um pequeno teatro? Que importa que se sacrifique uma ou duas noites para dar um impulso à nossa arte dramática, e ganhar para o futuro um passatempo útil e agradável?

No momento em que se soubesse que algumas das nossas notabilidades, citadas pelo seu gosto e pelo seu amor à arte,eram assinantes do Ginásio, que as senhoras distintas prontas a aplaudir um belo lance dramático, não haveria mais pena que julgasse se desmerecia escrevendo para o teatro.

Assim, pois a essas pessoas compete dar o exemplo; quanto aos autores, estes estão prontos, e um dos mais distintos já tomou a iniciativa dando uma composição sua para a abertura do teatro.

Não é este o lugar próprio para uma crítica literária, e por isso nos abstemos de falar da espirituosa comédia do Dr. Macedo, a qual foi muito bem acolhida.

Tivemos esta semana boas notícias do Paraguai. A perspectiva de guerra desapareceu; e assim era de esperar, visto que aquela República não era de força para lutar conosco. Tem, é verdade, as suas Três-bocas, mas cada um dos nossos vapores tem muito maior número de bocas; e não são bocas d’água, ou de rio, são bocas de fogo.

Nas altas regiões da política trata-se da vaga de senador pela província da Bahia.

Não faltam candidatos; mas há um que é recomendado pelo seu merecimento e pelos seus serviços, lembrado pelos homens mais ilustrados, e que será muito bem aceito pela província; falamos do Sr. Wanderley.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 753)



Uma Trova de Ademar  

Traz alentos, novas vidas, 
muda a cor da plantação; 
a chuva sara as feridas 
que a seca faz no sertão. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Eu não fecho minha porta
para o filho que é culpado;
a flecha não voa torta,
é o arco que atira errado. 
–Izo Goldman/SP–

Uma Trova Potiguar  

No meu viver, diariamente,
a náusea que me angustia
é a fetidez graveolente
que exala da hipocrisia. 
–Pedro Grilo/RN– 

Uma Trova Premiada  

1991   -  Ribeirão Preto/SP 
Tema   -  CULPA   -  6º Lugar. 

Quem tem coração de paz 
vive de culpa liberto, 
porque faz do bem que faz 
um céu de sol mais aberto! 
–Nilton Manoel/SP– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Pela bondade que tens,
por tudo, Senhor, que vales,
é tua a Glória dos bens,
e é nossa a culpa dos males… 
–Elton Carvalho/RJ– 

Uma  Poesia  

A Saudade é mais antiga
do que a invenção da roda,
ao mesmo tempo é moderna
porque nunca sai de moda...
Saudade é bicho danado
não mata, mas incomoda!
–Iponax Vila Nova/PE– 

Soneto do Dia  

VIA CRUCIS. 
–Maria Nascimento/RJ– 

Foste embora e eu, sedenta de carinhos, 
tentando alimentar minha ilusão, 
fingia encontrar rosas nos espinhos 
com que marcaste a minha solidão... 

Depois, tentei seguir outros caminhos, 
mas, sem achar a tua direção, 
na “VIA CRUCIS” longas dos sozinhos 
deixei pedaços de alma e coração... 

E, nessa andança inútil, sem destino, 
provei a dor cruel do desatino 
e todo o dissabor dos desenganos... 

Não te encontrei. Por isso, em poucos meses, 
meu coração parou milhões de vezes, 
minha alma envelheceu mais de cem anos... 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

José de Alencar (Ao Correr da Pena) Rio, 1º de abril: Questão das Costas


Descobriu-se afinal! A questão das custas é uma querelle d’allemand! O regimento foi o pretexto, e a causa verdadeira não se pode conhecer.

Quem sabe! Talvez os que censuram o regimento sejam empregados da Secretaria da Justiça, ou  eminentes jurisconsultos incumbidos da fatura de códigos civis!

Os defensores, estes, são homens independentes, que nunca solicitaram coisa alguma do Ministério da Justiça, que podem ter aceito uma comissão científica, sem por isso haverem transigido com a sua consciência, ou desistido da mais ampla liberdade de pensamento.

O que, porém, há de notável nisto é que a censura não procura disfarçar-se com a capa do anônimo, ao passo que o elogio tem pejo, tem vergonha de aparecer em público com o seu verdadeiro nome. Como é bela e louvável essa modéstia dos grandes talentos!

Mas qual será essa verdadeira causa que não se pode conhecer? Será alguma das anedotas que se contam por aí a respeito da maneira por que vai a nossa repartição da justiça? Será um desses muitos mistérios de secretaria que já começam a divulgar-se, e a tomar as proporções de um grande escândalo?

Não estamos agora para investigar este ponto; mas, se os defensores do regimento desejam muito, estamos prontos a tentar com eles uma pesquisa, que talvez se torne interessante. A exemplo de Xavier de Maistre, de  A. Karr e de Garrett, escreveremos a nossa viagem Autour du Palais de Justice.

Esta obra há de ser um monumento de glória para muita gente, um livro precioso, digno de ser estudado pelos pretendentes, profissão esta que ainda não tem um roteiro certo pelo qual se guiem aqueles que a seguem!

Mas, por falar nisto, ia-me esquecendo dizer o quanto me tem incomodado ver a causa do Sr. Ministro da Justiça – uma tão bela causa – comprometida sem dó por um dos P.P. do ministério, pelo P. do Jornal do Comércio.

Depois de ter falado (a propósito de custas) em fivelas de calção, em oráculos de Tênis e esfinges do Egito, nas histórias da vovó, nos iconoclastas, no Ministro Roland, e na abóbada celeste, acabou por chamar a justiça barata!

E então! Que me diz a isto o Sr. Ministro da Justiça? Vê como se desrespeita a S. Ex.ª, como se ridiculariza uma instituição de tanta gravidade sobre a nossa magistratura, e sobre todos os empregados dessa repartição?

Se a justiça é barata, segundo diz o P. do Jornal do Comércio, a conseqüência é fácil de tirar; razão por que o autor da lembrança tem o cuidado de declarar que é inteiramente alheio a essas coisas judiciárias e forenses.

Mais um título, por conseguinte, para bem tratar de questões desta natureza!

Quanto aos negócios das custas, já não tenho nada que dizer em semelhante discussão, visto que os defensores do regimento estão fazendo sabatina e destruindo mutuamente as objeções e argumentos que cada um apresenta.

O P. do Jornal do Comércio elogia as custas, a ciência de vovô, a razão dos séculos passados, as coisas velhas e carunchosas; o P. do Correio Mercantil aceita a idéia civilizadora da revogadora das custas, e condena o sistema emolumentário como usança obsoleta dos nossos antepassados. Um diz que temos justiça barata e gratuita, o outro que urge fazer os tribunais acessíveis ao rico e o pobre.

Assim, pois, lá se avenham os dois, que nós lavamos as mãos neste negócio: podem discutir livremente, podem brigar à sua vontade. Só peço a Deus, para bem do Sr. Ministro da Justiça, que não se realize o antigo anexim: Brigam as comadres, descobrem-se as verdades. 

Com efeito, a questão está o mais interessante possível. As estrelinhas do Jornal do Comércio, depois de uma luminosa definição de imposto, declaram magistralmente que as custas não podem ser classificadas como uma contribuição daquela natureza. Ontem apareceu o P. da mesma folha, dizendo “que as custas se devem considerar como um imposto, que afinal recai integralmente sobre o demandista de má fé para punir a sua avidez”.

Parece mesmo uma coisa de propósito e caso pensado; um diz uma coisa, o outro contraria imediatamente, e, o que é mais engraçado, contradiz-se a si mesmo. Assim o Sr. P. do Jornal, que “pouco sabe de estilo forense e de fórmulas sacramentais”, declara dogmaticamente que não se devem prescrever essas palavras que ele nem compreende.

Mas o correspondente tem medo que, “condenando aquelas fórmulas como inúteis, se sacrifique uma garantia de precedência (não entendo) para com os direitos da parte”; e como o Sr. P. tem medo, está acabado, não se deve fazer a reforma.

Na verdade, que fortes garantias não existem nesses aranzéis dos termos antigos, nesses erros gramaticais que formam uma gíria, a que infelizmente se chama estilo forense!

Quando no começo de uma escritura se diz: “Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil oitocentos e cinqüenta e cinco, aos tantos de tal mês, etc.”, a parte tem mais garantia do que se escrevesse simplesmente a data do ano e do mês.

Se o advogado no libelo se esquecer de traçar meia dúzia de letras maiúsculas, que traduzidas formam um palavreado de rábula, a causa está perdida, as leis da justiça ficam desrespeitadas!

E, portanto, conservamos essas frases ocas, que nada exprimem, que só servem de fazer da linguagem da justiça uma espécie de algaravia, uma gíria incompreensível que ainda mais auxilia a dependência em que vivem as partes a respeito dos homens de justiça.

Olhe, Sr. P., quem o obriga a falar dessas coisas comete uma impiedade, porque está comprometendo a sua reputação de anônimo, que já ia tão bom caminho com aqueles seus primeiros devaneios jurídicos, com aquelas glosas feitas à reforma judiciária.

Dizem que os motes vinham da Secretaria da Justiça, mas eu não creio em semelhante aleive. São coisas que espalham adrede os invejosos, que têm ciúme do seu gênio, da ciência infusa, capaz de tratar profundamente de questões de que pouco entende.

E o erro de imprensa? Não é interessante essa omissão em que falam todos os defensores do regimento, mas que nenhum deles sabe qual ela é? Não é tão regular que o regimento esteja em execução, que os porteiros vão recebendo o meio por cento, e que o ministro ativo e laborioso nem sequer se dê ao trabalho de expedir uma circular retificando a omissão do regulamento?

Todos os dias aparece um novo achado. O primeiro foi o erro de imprensa, depois os erros de cópia. Pobres compositores, pobres copistas, que carregais com as culpas de vossos ilustres colegas! quando digo vossos ilustres colegas, refiro-me aos que compõem códigos, e aos que copiam regulamentos e reformas dos livros franceses e das revistas de legislação.

Semelhante lembrança do erro de imprensa foi desgraçada; todos viram nisto uma confissão dos defeitos e das irregularidades do regimento de custas – confissão desairosa – porque nem ao menos tiveram a coragem de a fazer como uma declaração formal, como uma satisfação às justas e comedidas censuras que apareceram.

Mas entenderam que ficava mal aos mestres, aos decanos da ciência, aos novos Papinianos, dizem claramente que tinham errado, sobretudo quando discutiam com uns ignorantes, que não sabem coisa alguma, e que sem a menor modéstia ousam falar em jurisprudência, quando homens como o Sr. P., sacudindo a sua cabeleira empoada, deixam cair o polme sucoso da ciência.

Esta última frase é augusta; servimo-nos dela, mas não sabemos o que quer dizer. Não faz mal: seguimos o exemplo do correspondente do Jornal do Comércio.

Concluindo, porém, este artigo, não podemos deixar de felicitar-mo-nos por ver que alguns dos mais distintos e extremos defensores do regimento de custas confirmam com o seu talento e os seus conhecimentos a necessidade de acabar com as custas que percebem os juízes, e de livrar a magistratura desse cancro, embora se conserve o regimento antigo para os ofícios de justiça.

Nunca desejamos reformas precipitadas. Quando atacamos em geral a instituição das custas, foi sempre na idéia de que, reconhecida ela como defeituosa, devia ser pouco a pouco substituída por um sistema mais perfeito.

Por isso, se o Sr. Ministro da Justiça pretende realizar semelhante melhoramento, poderá contar da nossa parte com aquela mesma pequena e pouco valiosa adesão que temos mostrado sempre que S. Ex.ª tem iniciado uma medida útil para a nossa legislação.

A pena que sem interesse nem considerações defendeu a sua reforma judiciária, e censurou o seu regimento de custas, desejaria poder fazer alguma coisa para a adoção de uma idéia cujo grande alcance todos compreendem.

Isto, porém, não quer dizer que voltamos da nossa maneira de pensar a respeito do regimento. Não: temos a este respeito uma opinião firme; mas, desde que atingimos o fim desejado, guarde cada um a sua convicção e unamo-nos para fazer um serviço à justiça do nosso país.

Quando a questão que presentemente se agita nos levar à extinção das custas que percebem os juízes, todos nós teremos motivos de nos felicitarmos.

Se a razão está da parte dos defensores do regimento, que sustentam a necessidade de uma autorização do corpo legislativo, cabe-nos a nós a iniciativa de uma idéia útil e conveniente.

Se, ao contrário, nós temos a justiça pelo nosso lado, os defensores do regimento terão prestado um relevante serviço à causa pública, dando o exemplo de uma discussão leal, aceitando a verdade de onde quer que ela venha, e auxiliando com as suas luzes uma reforma de grande interesse.

Agora, meu amável leitor, podemos conversar mais familiarmente sobre outras coisas da semana.

Esqueci que hoje é o 1.º de abril. O que vos tenho a dizer é muito sério. Pretendia escrever-vos um folhetim apropriado ao dia; mas neste tempo de custas tudo custa, e por isso resignai-vos à sensaboria da quadra.

Demais, os poissons do 1.º de abril começaram este ano tão cedo, que já perderam a graça.

O tudo e nada do Jornal do Comércio, que escreve sempre a segunda parte do seu artigo e nunca chega à primeira, descobriu que o regimento de custas era uma pulha.

No Maranhão os visionários espalharam que o Dr. Olímpio Machado fora demitido da presidência justamente no momento em que aquele digno funcionário merece toda a confiança do governo pela sua excelente administração.

Nesta corte o Teatro Lírico também nos pregou um formidável logro com o seu baile alcunhado de Remorso. Se alguma coisa há nesta farsa que se pareça com o título, é o sentimento do autor por tê-la composto, e o da diretoria por se ter animado a fazer representar uma coisa tão grotesca.

O outro logro foi a récita de quinta-feira, que se transferiu a pretexto de moléstia. Se esse foi o verdadeiro motivo, não sei; a diretoria soberana não dá satisfações ao público; mas diziam por aí que naquele dia, por volta do meio-dia, ainda não se tinha vendido um só bilhete de geral. Naturalmente os apaixonados da Zecchini estavam todos aflitos com a moléstia da terza-donna.

Ainda uma vez insistimos para que se acabe com esse monopólio lírico, tão prejudicial aos interesses do público. Não sei que razão, ou antes que escrúpulo pode fazer continuar semelhante estado, e recear uma concorrência cujas vantagens são geralmente reconhecidas.      

Temos uma nova empresa lírica, que sem nenhuma subvenção se propõe dar espetáculos no Teatro São Pedro de Alcântara. O governo devia não só autorizar semelhante empresa, como facilitar-lhe todos os meios de levar a efeito o seu projeto; porque assim conseguimos ter excelentes representações, melhores artistas, e faríamos dentro de alguns anos uma grande economia, reconhecendo que podem existir empresas líricas não subvencionadas.

Outra grande vantagem desta empresa é a edificação de um grande teatro lírico com as proporções necessárias para facilitar a entrada a todas as classes da sociedade; para isto pede a empresa durante dez anos uma subvenção anual de 120 contos, ficando o teatro pertencendo ao governo no fim do prazo da duração da companhia, que é de quinze anos.

Ora, se atendermos a que o governo teria de despender mais de mil contos na edificação de um teatro daquelas proporções, se considerarmos na economia da subvenção, é evidente que muito ganhamos em auxiliar a nova empresa, e fazer com que ela realize o seu plano o mais breve possível.

E basta de idéias profanas; estamos na Semana Santa, no tempo da Sagrada Paixão, dos santos e poéticos mistérios da nossa religião; aí vêm os dias de prece e recolhimento, e as romarias pelas igrejas.

Este ano a Rua do Ouvidor deve estar brilhante. Além das belas casas que por este tempo costumam apresentar-se com todo o luzimento, teremos um novo estabelecimento preparado com o maior luxo e bom gosto.

A Notre-Dame de Paris abre amanhã o seu magnífico salão. A respeito de elegância e riqueza é delicadamente o primeiro estabelecimento deste gênero que existe na corte.

Que felicidade para os maridos e pais de família! Hão de pagar caro os vestidos e as modas; porém ao menos terão o consolo de reverem-se em magníficos espelhos, de pisarem macios tapetes, e recostarem-se em cômodas poltronas.

O que  é verdade é que de amanhã em diante as mocinhas do tom terão um lindo palácio de fadas, e os homens casados um verdadeiro purgatório em vida.

Íamos fechar este artigo, quando nos contaram que a relação desta corte tinha absolvido ao procurador de causas Antônio Manuel Cordeiro. No lugar competente examinaremos este processo, e apreciaremos a justiça dessa absolvição, dada a favor de um homem sobre o qual pesava tão grave acusação.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 752)



Uma Trova de Ademar  

Sinto ciúme, é verdade, 
quase morro de ciúme 
quando passas na cidade 
exalando o seu perfume!... 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Cada poeta que em nós 
vive e busca a poesia, 
faz transcender uma voz 
que se esparge de alegria.!!! 
–Josias Alcântara/PR– 

Uma Trova Potiguar  

Nos lupanares serenos,
onde o amor é um espúrio,
uma noitada com vênus
custa anos com mercúrio.
–Luiz Dutra Borges/RN– 

Uma Trova Premiada  

2010   -  Rio de Janeiro/RJ 
Tema   -  CONVITE   -  M/E 

O convite amarelado, 
que o envelope resguardou, 
traz lembranças do passado 
que nem o tempo apagou. 
–Sônia Maria Sobreira/RJ– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Tenho culpas e, realmente
muitas delas me consomem.
Cometo-as porque sou gente,
confesso-as porque sou homem. 
–José Maria M. de Araújo/RJ–

Uma  Poesia  

A vida não vale nada 
se a gente nada produz... 
E eu disse uma vez, em trova 
com a fé que me conduz: 
tanto a enxada quanto a pena 
abrem veredas de luz! 
–Thalma Tavares/SP– 

Soneto do Dia  

SONETO DA DEVOÇÃO.
–Vinícius de Morais/RJ– 

Essa mulher que se arremessa, fria
e lúbrica em meus braços, e nos seios
me arrebata e me beija e balbucia
versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia 
que se ri dos meus pálidos receios
a única entre todas a quem dei
os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
a miséria e a grandeza de quem ama
e guarda a marca dos meus dentes nela;

essa mulher é um mundo! - uma cadela
talvez... - mas na moldura de uma cama
nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Teatro de Ontem e de Hoje (Assim É...(Se Lhe Parece))


Espetáculo comandado por Adolfo Celi, baseado em texto de Luigi Pirandello, considerado uma das melhores realizações do Teatro Brasileiro de Comédia.

Na montagem dirigida por Adolfo Celi, o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, alcança grande sucesso de crítica e público. Toda a tarimba do encenador é aqui mobilizada, transformando a densa e fascinante rede de intrigas criada por Luigi Pirandello em oportunidade para uma soberba demonstração de talento nas interpretações.

A ação passa-se na casa do conselheiro Agazzi, para onde afluem os vizinhos, intrigados com o estranho comportamento do casal Ponza, cuja mulher nunca é vista. Após muitas conjecturas e declarações, que adensam o mistério em vez de elucidar o caso, a própria sra. Ponza surge em cena sem esclarecer a situação lançando, ao contrário, novas dúvidas. Ao público, assim como às estupefatas personagens, resta o relativismo da óptica mais conveniente de cada um.

A encenação conta com uma eficiente cenografia de Mauro Francini que, segundo Miroel Silveira, "desprezando os efeitos pirotécnicos, reduz-se (...) ao gabinete clássico, com três portas, uma ao fundo e duas outras, uma de cada lado, simetricamente dispostas".1

Os figurinos são de Rina Fogliotti, reconhecida pela competência de sua execução. O trabalho de caracterização, importante por criar com nuances grande número de velhos, fica a cargo de Leontij Timoszczenko.

Premiado por seu desempenho como o Sr. Ponza, Paulo Autran brilha e capitaneia um elenco que destaca ainda Waldemar Wey, igualmente premiado como coadjuvante; Cleyde Yáconis, Dina Lisboa, Monah Delacy, Fredi Kleemann, Luiz Linhares, Renato Consorte, entre outros.

Para o crítico Décio de Almeida Prado, a produção é simplesmente "o melhor espetáculo que o Teatro Brasileiro de Comédia apresentou até hoje. Um dos melhores, como peça, certamente o melhor como homogeneidade, como interpretação individual dos atores e, particularmente, como direção".2

Para o crítico Miroel Silveira, "pode-se dizer que Celi traduziu Pirandello para nós, não do idioma italiano ou do dialeto siciliano, mas da linguagem particular do autor para nosso sentido atual de vida. Sua direção, de tão límpida e despojada, chega às vezes a roçar pelo didatismo. Servindo-se de elementos formais rigorosamente dentro da velha tradição teatral, ele como que nos iluminou o texto até a transparência, mostrando em cada personagem não um autor polemizando, mas seres humanos vivendo em profundidade".3

Adolfo Celi e Cleyde Yáconis recebem em suas categorias o Prêmio Governador do Estado de São Paulo. 

Notas 

1. SILVEIRA, Miroel. Folha da Manhã, São Paulo, 7 out. 1953. Coletado por DIONYSOS. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro, n. 25, set. 1980. Número especial sobre o TBC. p.95.

2. PRADO, Décio de Almeida. 'Assim É...(Se lhe Parece)'. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 20 set. 1953. 

3. SILVEIRA, Miroel. 'Assim É... (Se lhe Parece). In: ______. A outra crítica. São Paulo: Símbolo, 1976. p. 86.

Fonte:

Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (Resultado Final)


A Secretaria de Estado de Cultura, por meio da Superintendência do Suplemento Literário, divulgou, o resultado do processo de seleção do Prêmio Governo Minas Gerais de Literatura, que tem o propósito de incentivar a produção literária mineira e brasileira. 

Na categoria ‘Ficção’, que contemplou o gênero de contos, 

o vencedor foi Francisco Maciel, com 'Não adianta morrer'; 

Em ‘Poesia’, Otto Leopoldo Winck, com a obra 'Desacordes', foi o ganhador; 

O ‘Jovem Escritor Mineiro’ desse ano foi Alex Sens Fuziy com 'O frágil toque dos mutilados'. 

O escritor José Rui Guimarães Mourão foi o escolhido na categoria ‘Conjunto da Obra’

A Comissão que analisou e julgou as propostas de obras literárias foi composta por: Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, Amilcar Vianna Martins Filho e Ivan Ângelo para a categoria ‘Conjunto da Obra’; 
Antônio Cezar Drumond Amorim, José Eduardo Silva Gonçalves e Júlio César de Assis avaliaram ‘Ficção (Conto)’; 
Antonio Libério Neves, Fabrício Marques de Oliveira e Murilo Marcondes de Moura julgaram a ‘Poesia’ e 
Carlos Herculano de Oliveira Lopes, Márcia Angelita Tiburi e Noemi Jaffe Cartum analisaram o ‘Jovem Escritor Mineiro’. 

O escritor Rui Mourão 

Nascido na cidade de Bambuí, localizada no Oeste de Minas Gerais, em 18 de novembro de 1929, o escritor José Rui Guimarães Mourão, escolhido para receber o Prêmio na categoria ‘Conjunto da Obra’, dirige há mais de 30 anos um importante espaço cultural do país: o Museu da Inconfidência, em Ouro Preto. 

Rui escreve ensaios e romances e imprime em suas obras valores de preservação da memória de Minas e do Brasil. Em sua carreira de notável dedicação às letras, pode-se destacar: a fundação da revista ‘Tendência’, em 1957, junto com Affonso Ávila e Fábio Lucas; a atuação no Suplemento Literário de Minas Gerais como editor; o lançamento da revista ‘Vocação’; além de diversas premiações e medalhas - como a Medalha Rodrigo Mello Franco de Andrade - que serviram para legitimar a sua contribuição cultural para o país. 

Nomes como o já citado Affonso Ávila (2011), Silviano Santiago (2010), Luís Fernando Veríssimo (2009), Sérgio Sant`Anna (2008) e Antonio Candido (2007) também já venceram o ‘Conjunto da Obra’, categoria essa que foi a razão de existir do prêmio, em 2007. Apenas no ano de 2008 as outras modalidades integraram o edital. 

Sobre o Prêmio 

O Prêmio Governo Minas Gerais de Literatura foi lançado em dezembro de 2007 e desde então é realizado anualmente, com o objetivo de promover e divulgar a literatura brasileira, reconhecendo grandes nomes nacionais e abrindo espaço para os jovens escritores mineiros. O prêmio é dividido em quatro categorias: I - Conjunto da Obra (homenagem a um escritor brasileiro em atividade), II - Poesia, III - Ficção e IV - Jovem Escritor Mineiro. Nas categorias Poesia e Ficção, o Prêmio é aberto a escritores iniciantes e/ou profissionais, maiores de 18 anos, nascidos e residentes em território nacional. Já a categoria Jovem Escritor Mineiro é restrita a pessoas com idade entre 18 e 25 anos, nascidas em Minas Gerais ou residentes no Estado há pelo menos cinco anos. 

Em todas as categorias, as obras não podem ter sido publicadas anteriormente, seja de forma impressa ou virtual. 

Nessas cinco edições, o Prêmio já recebeu mais de quatro mil inscrições, vindas de todo o Brasil, em especial de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Distrito Federal.

Fonte:
http://concursos-literarios.blogspot.com 

II Concurso de Contos “Cidade de Lins” (Resultado Final)


1º - Sob a Lente do Coração
Maria da Dores Oliveira
Ipatinga/MG

2º - A Mão Invisível
Gerson Augusto Gastaldi
São Paulo/SP

3º - A Casa de Banho
Andre Telucazu Kondo
Caraguatatuba/SP

4º - O Vagalume
Emir Rossini
Porto Alegre/RS

5º - Existência
Rodrigo Zafra Toffolo
Santos/SP

Fonte:
http://concursos-literarios.blogspot.com  

8ª Olimpíada de Redação de Jundiaí (Resultado Final)


CATEGORIA PRÉ MIRIM: 

1º lugar
NICOLY LIRA FERNANDES – título: Beijo na bochecha.

2º lugar
DAVI AQUILES SPINELLI FERRAZ – título: Pai espere por mim

3º lugar
BEATRIZ OMETTO CARDOSO – título: Na sala de aula

4º Prêmio – medalha de ouro
GIOVANE MENDES MUNHOZ – título: O medo da escola nova

5º prêmio – medalha de prata
KAIKE SOUSA SILVA – título: Meu primeiro dia na escola

6º prêmio – medalha de bronze
BEATRIZ POMPONIO COSTA – título: Meu primeiro dia de aula

7º prêmio – menção honrosa
SAMUEL VIEIRA MARTINELLI – título: Lembranças jamais esquecidas

8º prêmio – menção honrosa
BRENDA DA SILVA – título: Uma banguela na escola

9º prêmio – menção honrosa
GUILHERME GERONIMO SANTANA – título: Meu primeiro dia de aula

10º prêmio – menção honrosa
MARIA EDUARDA MOURA SCARELLI – título: Quando eu cheguei na nova escola

11º prêmio – menção honrosa
STEFANY CRISTINE L FLAUSINO – título: Meu primeiro dia de aula

12º prêmio – menção honrosa
MARIA EDUARDA DA COSTA – título: O amor conduz

PREMIADOS DA CATEGORIA JUVENIL: 

1º lugar
ANA FLÁVIA CARRARA BONAMIGO – título: Persistir e acreditar

2º lugar
CLARICE THOMAZ – título: “Jovens globalizados”

3º lugar
GABRIEL BONASSI ZULPO – título: Sementes

4º - Medalha de Ouro
THAÍS PACHECO DELDUCO – título: “Do mundo encantado para o mundo real: uma transição necessária”

5º - Medalha de Prata
MATHEUS FERREIRA – título: Sou jovem, sou vida

6º - Medalha de Bronze
TAYNÁ SILVA ARAÚJO – título: Lutar e persistir

7º prêmio – menção honrosa
TAÍS FERNANDA DE ARAÚJO – título: Geração “y”

8º prêmio – menção honrosa
JÉSSICA MILENA DA SILVA – título: Não há futuro se não houver perseverança

9º prêmio – menção honrosa
MAYARA DE MELO – título: A persistência e os jovens

10º prêmio – menção honrosa
MAINÃ MARQUES BELÉM VEIGA – título: A juventude e suas provas de perseverança

11º prêmio – menção honrosa
DANIELA CRISTINA ZAMBOLI – título: Persistência

12º prêmio – menção honrosa
PEDRO SILVA MINGOTTI – título: De mãos no futuro

PREMIAÇÃO DA CATEGORIA MIRIM: 

1º lugar
KAUÊ RIGOLO – título: Hora para tudo... dentro de casa.

2º lugar
LEONARDO MARQUES DA SILVA – título: Amor da minha vida

3º lugar
PEDRO DONADON PETRECHEN – título: Superação para a inscrição

4º lugar – medalha de ouro
LAURA DE SOUZA BOATO – título: Aprendendo com os erros

5º lugar – medalha de prata
LEONARDO OLIVEIRA FRANCO – título: A separação

6º lugar – medalha de bronze
PEDRO HENRIQUE SILVA FONSECA – título: É gooooool

7º prêmio – menção honrosa
LEVY RIBEIRO MATOS – título: Querido diário

8º prêmio – menção honrosa
GUILHERME Y KOYAMA – título: Querido diário

9º prêmio – menção honrosa
MARLON ISAQUE DAMAZO RODRIGUES – título: Obstáculos da vida

10º prêmio – menção honrosa
MARINA BRUNELLI FERREIRA BUENO – título: Meu diário imaginativo

11º prêmio – menção honrosa
JÚLIA GRAÇÃO SAITO – título: Diário: Meu sonho

12º prêmio – menção honrosa
IRIS CÉSAR SILVEIRA – título: Vencendo o meu maior inimigo

PREMIAÇÃO DA CATEGORIA INFANTIL 

1º lugar
GUILHERME JACOB KOZENEVSKAS – título: Dia “D” para nunca mais esquecer

2º lugar
LÍVIA TECK BALBINO – título: Espantalho, meu amigo dislexo

3º lugar
NATÁLIA SIQUEIRA – título: O eu de Oz

4º prêmio – medalha de ouro
DANIEL ROVERI BALESTRIN – título: Meu carrinho de rolemã

5º prêmio – medalha de prata
REBECA FRANZONI MATHEUS – título: Rindo muito alto

6º prêmio – medalha de bronze
GUILHERME EIJI ISHIDA – título: A estrada de Tijolos Amarelos

7º prêmio – menção honrosa
ESTHER MIDORI YABUUTI – título: Linha do tempo e a terra do Oz

8º prêmio – menção honrosa
AUGUSTO ALVES VIEIRA – título: O mundo do silêncio

9º prêmio – menção honrosa
GIOVANNA ALENCAR DE OLIVEIRA – título: Os sonhos se realizam

10º prêmio – menção honrosa
ANDRÉ BARBOSA DE ARAÚJO – título: Desistir? Nunca...

11º prêmio – menção honrosa
VICTOR CASTRO VASQUES - título: Quatro craques

12º prêmio – menção honrosa
ISABELA BEATRIZ FRANCO – título: Bob, um amigo fiel

CATEGORIA ADULTO 

1º lugar
PAMMELA DI NONATO – título: João e o barro

2º lugar
LUCILENE APARECIDA GODOY DE LAZARI – título: Para o meu avô negro

3º lugar
EDIVANI DA ROCHA PRADO – título: Pedras no caminho

4º - Medalha de Ouro
CARMEN ALINE ALVARES NOGUEIRA – título: Superare

5º - Medalha de Prata
ERIKA RITA MOSCATO – título: Janaína fumaça

6º - Medalha de Bronze
DANILO RODRIGUES DE CASTRO – título: Nos trilhos do trem

7º prêmio – menção honrosa
ISABEL CRISTINA F ACCIERI – título: A esperança do porvir

8º prêmio – menção honrosa
MARIA CRISTINA M DURANTE – título: Desafios da vida

9º prêmio – menção honrosa
JANETE LÚCIA DE ASSIS – título: Pedras no caminho?

10º prêmio – menção honrosa
JOÃO CIRILO – título: Superações

11º prêmio – menção honrosa
TOBIAS HENRIQUE TÂMEGA – título: A rocha forte

12º prêmio – menção honrosa
FLÁVIA MARIA CARVALHO – título: Nem pfs, nem travesseiros de penas

Fonte: 
http://www2.jundiai.sp.gov.br/?p=46589

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 751)



Uma Trova de Ademar  

Se o livre-arbítrio é uma escolha, 
e, não vendo outra saída, 
arranquei folha por folha 
do livro da minha vida... 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

A saudade, na insistência
em devolver-me o passado,
faz a dor de tua ausência
tomar forma... do meu lado!
–Ivone Prado/MG– 

Uma Trova Potiguar  

Pode ir embora, querida...
Que eu guardo a dor compulsória
de ter que arrancar da vida
quem tatuei na memória...
–Manoel Cavalcante/RN– 

Uma Trova Premiada  

1985   -  Porto Alegre/RS 
Tema   -  UNIÃO   -  2º Lugar 

Nossa união foi, somente,
simples prefácio bonito
de um livro que, infelizmente,
não chegou a ser escrito. 
–Arlindo Tadeu Hagen/MG– 

...E Suas Trovas Ficaram  

O drama da despedida 
foi termos ambos notado: 
tua lágrima fingida 
e o meu sorriso forçado.
–Hegel Pontes/MG– 

Uma  Poesia  

O improviso, que é sempre uma surpresa,
é o momento supremo da emoção
de quem logra ter grande inspiração
para encher a poesia de beleza;
uma estrela distante, com certeza,
manda um sonho de ouro pra o poeta,
que se sente tocado de uma seta
no recinto da lógica e da mente;
brilha logo a faísca do repente
e um poema, em segundos, se completa.
–José Lucas de Barros/RN– 

Soneto do Dia

Bom Dia, Amigo Sol ! 
- J. G. de Araujo Jorge/AC - 
         
Bom dia, amigo Sol! A casa é tua!
As bandas da janela abre e escancara,
- deixa que entre a manhã sonora e clara
que anda lá fora alegre pela rua!

Entre! Vem surpreendê-la quase nua,
doura-lhe as formas de beleza rara...
Na intimidade em que a deixei, repara
Que a sua carne é branca como a Lua!

Bom dia, amigo Sol! É esse o meu ninho...
Que não repares no seu desalinho
nem no ar cheio de sombras, de cansaços...

Entra! Só tu possuis esse direito,
- de surpreendê-la, quente dos meus braços,
no aconchego feliz do nosso leito!...

Revista Literária “O Estilingue” em Itajaí/SC (Lançamento em 14 de Dezembro)


O Coletivo de Escritores Periféricos de Itajaí, promove no dia 14 de dezembro às 19 horas, o lançamento da Revista Literária ‘’O Estilingue’’, na sua décima primeira edição, pela editora Alternativa de Itajaí. 

Nas palavras da diretora da revista, Rute Margarida Rita: Dando vazão as vozes dissonantes da sociedade, viemos expressar com todo o rigor e vigor, na eterna luta de se fazer presente e visíveis. Nessa edição referenciamos nossos locais de origem, nossa africanidade e brasilidade, nossa cidade, país, nossa infância e, sobretudo os nossos mais profundos descobrisses. Ainda na palavra da promotora cultural: Nessa edição em especial, para além dos escritores periféricos da cidade de Itajaí, damos voz e vez para nossos amigos do movimento indígena, na fala da jornalista e ativista baiana Ana Paula Kalantã, da etnia Indígena Pataxó. O mesmo na fala dos nossos amigos poetas, contistas e cronistas de Moçambique. 

Fone:(047)91264134-Samuel da Costa. .e-mail: contatorevistaoestilingue@gmail.com

Apoio: Tatoo Open Bar

O que: lançamento da Revista Literária ‘’O Estilingue’’ edição nº11.

Onde: Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Jr, Rua: Heitor Liberato, nº 1100- Bairro Vila Operária, Itajaí-SC. Fone(047) 3348.3322- 33.480038.

Data: sexta-feira dia 14 de dezembro às 19 horas.

Quanto custa: R$10 a revista.

Fonte:
Samuel da Costa

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 750)


Uma Trova de Ademar


Uma Trova Nacional 

Vendo a sogra na cozinha, 
o genro sente o transtorno: 
dá dois beijos na galinha 
e põe a sogra no forno! 
–Alcyr Souto Maior/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

Esta velha de ar absorto, 
que quer ser adolescente; 
debutou quando o mar morto, 
ainda estava doente. 
–Aparício Fernades/RN– 

Uma Trova Premiada  

2010   -  Ribeirão Preto/SP 
Tema   -  TURISTA   -  M/E 

Meu marido é um “veranista”... 
Adora uma “temporada”... 
“Comparece”.. igual turista... 
uma vez por ano e...”nada”! 
–Jaime Pina da Silveira/SP– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Barulho na copa. A moça 
com modos nada serenos: 
– Que foi Maria? Mais louça? 
– Qual o quê, patroa. Menos! 
–Eno Teodoro Wanke/PR– 

Uma  Poesia  

Ensinei meu avô tomar Viagra, 
minha avó me pediu também tomou, 
com uma hora o velho se animou 
e disse ele vem cá velhinha magra; 
venha ver como o homem se consagra 
dos mais fortes de todos os animais, 
e a velhinha ali, caiu pra trás, 
era dentro do quarto o velho veio, 
fiz a cama dos dois torar no meio 
e o que é que me falta fazer mais? 
–Pedro Bandeira/PB– 

Soneto do Dia  

SOCIOLOGIA. 
–Lisindo Coppoli/SP– 

Resolvido a lutar contra a indigência, 
Hoje, cheio de nobres intenções, 
Cuida o governo das populações 
Com a sociologia, a nova ciência. 

SESC, SENAI, seguro, previdência 
E muitas outras boas instituições 
São, em nosso país, inovações 
Que ao povo suavizam a existência. 

Nada disso existia antigamente; 
O pobre era animal desprotegido: 
Trabalhava e comia, unicamente. 

Hoje em dia é outra coisa! Não se come. 
Mas existe o sociólogo incumbido 
De estudar e medir a nossa fome. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Carlos Lúcio Gontijo (Minha BH interior)


(Aos 115 anos de Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 2012)

Pampulha, Praça 7, Afonso Pena e Pirulito
Tudo ali é rito de cativante fonte de prosa
Horizonte embebido em aragem de luz
Soa o sino da Igreja da Boa Viagem
Abraço floresce tal qual sina de semente
Cultivada no regaço do Parque Municipal
O bate-papo termina no chope de um bar
Balcão de boteco se transforma em beira-mar
Toda Belo Horizonte cheira a Mercado Central
Mineiro é sinônimo de encontro marcado
Ressabiado como se meeiro de algum ouro fosse
Nunca se perde nem anda a esmo
Tem a si mesmo como provinciana capital
Tece arte e canta no ?clube da esquina? do amor
Por isso percebe em BH o seu próprio interior!

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 749)




Uma Trova de Ademar  

Sem ter culpabilidade, 
eu vivo ainda os lampejos 
que você, nesta saudade 
faz brotar dos meus desejos. 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Potiguar  

Quando a luz do sol clareia, 
do sono, meu corpo acorda; 
e em noite de lua cheia 
minha inspiração transborda. 
–Tarcício Fernandes/RN– 

Uma Trova Premiada  

2012   -  Clube Trov. Capixabas/ES 
Tema   -  PESCADORES   -  3º Lugar 

Quando os Pescadores poetas, 
Nas águas vão se inspirar, 
Jogam as redes inquietas 
E puxam versos do mar 
–Roberto Tchepelentyky/SP– 

..E Suas Trovas Ficaram  

Janela, a bem da verdade, 
teu ranger, esse chiado, 
são gemidos de saudade 
na voz rouca do passado. 
–Ernesto Tavares de Souza/SP– 

Uma  Poesia  

Eu também nunca mais tive a virtude 
de voltar à casinha onde nasci 
de correr no terreiro onde corri 
nos arroubos de minha juventude. 
Os meus sonhos de infância na verdade 
guardo todos nas páginas da memória, 
se os meus sonhos fizeram minha história 
vão fazendo o meu livro de saudade! 
–Prof. Garcia/RN– 

Soneto do Dia  

D E S E J O. 
–Diniz Vitorino/PB– 

No meu último instante, quero acesas 
as estrelas banhadas de neblinas, 
e, ao sussurro de orquestra montanhesas, 
dançar valsas com rosas bailarinas. 

Satisfeito soltar as lágrimas presas, 
da alcova luminosa das retinas. 
derramar todas elas, sem tristezas, 
no gramados das chãs esmeraldinas. 

Beber gotas do pólen fecundado, 
sobre o colo do galho esverdeado, 
onde a flor engravida sem sentir! 

Deleitar-me na paz que envolve a fonte 
morrer bêbado fitando o horizonte, 
vendo a lua deitar-se pra dormir!...

Mil Poemas para Gonçalves Dias (Participe!!!)


Dilercy Adler, psicóloga e poeta, está organizando, com o Instituto Histórico e Geográfico de São Luiz , Maranhão, onde mora a antologia Mil Poemas a Gonçalves Dias.Leia no meu post imediatamente anterior.

A participação é sem ônus para os poetas.

Tendo participado da antologia a Neruda, de Alfred Asís, ela agora, está nesse trabalho brasileiro-e convida a todos que escrevem Poesia a essa inclusão.Como aplaudimos, Alfed Asís, já faz escola, com seu exemplo.

Segundo a poetamiga Dilercy, ainda não foi alcançado o número de mil autores.Então, corram com seus poemas ao grande poeta que, fora do País, lembrava "Minha terra tem palmeiras/onde canta o sabiá/as aves que aqui gorjeiam/não gorjeiam como lá"

A antologia terá lançamento em 2013.

Clevane Pessoa
hana.haruko2@gmail.com

"Lembro a todos a importância da participação na Antologia em homenagem a Gonçalves Dias, ainda não completamos a meta dos 1000 poemas. Gostaria de contar com a participação dos queridos confrades e confreiras e fazer saber a todos que a nossa querida confreira Ilda Costa Brasil prestou uma inestimável contribuição à nossa homenagem a gonçalves Dias mediando os seus alunos na construção de poesias desse seu trablho reultou quantitativo razoável de jovens participantes!!! 

Saudações Gonçalvinas,
Dilercy Adler"
(dilercy@hotmail.com)

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 748)




Uma Trova de Ademar  

Só seu regresso conforta, 
mas já estou delirando... 
Sempre que alguém bata à porta 
penso que é você voltando! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Em sonhos ouço teus passos, 
e numa ilusão só minha, 
eu sinto até teu abraço, 
acordo e choro sozinha. 
–Neoly Vargas/RS– 

Uma Trova Potiguar  

Quem deixa a vida pacata,
pra se prender a tormentos,
tem nó, que nunca desata,
no cordão dos sentimentos.
–Marcos Medeiros/RN– 

Uma Trova Premiada  

2007   -  Nova Friburgo/RJ 
Tema   -  MENSAGEM   -  2º Lugar 

Nos momentos de incerteza, 
a mensagem de afeição 
pode estar na sutileza 
de um simples toque de mão. 
–Adilson Maia/RJ– 

...E Suas Trovas Ficaram  

O devaneio profundo
pelos caminhos da mente,
liberta a gente do mundo
que oprime o mundo da gente! 
Aloísio Alves da Costa/CE– 

Uma  Poesia  

Eu não sei em que lugar 
ouvi e guardo comigo, 
que ter fortuna e ser só, 
faz do ricaço um mendigo, 
aliás, muito pior, 
pois nem no Céu tem abrigo! 
–José Ouverney/SP– 

Soneto do Dia  

COVA 
–Antônio Roberto Fernandes/RJ– 

Cova é palavra que, naturalmente, 
lembra morte, mistério e nos espanta 
pois cova tanto é o lar de uma serpente 
como, na Iria, foi o altar da santa. 

Na cova o lavrador deita a semente 
pra que ela morra e gere nova planta. 
Sempre uma cova espera pela gente 
e quem se deita lá não se levanta. 

Mas na lavoura da felicidade 
somos a terra, o fruto e a semente 
– mistério da humaníssima trindade – 

pois se louco de amor seu corpo enlaço 
penetro em sua cova e, de repente, 
deliro... e morro... e me sepulto... e nasço!

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 747)



Uma Trova de Ademar  

Tive amores - não sei quantos - 
Saudades tive, é verdade. 
Mas sei... derramando prantos, 
ninguém mata uma saudade! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Nossas almas em pedaços 
se uniram por desatinos, 
pois são também de fracassos 
Que se lapidam destinos! 
–João Batista X. Oliveira/SP– 

Uma Trova Potiguar  

A tímida luz da lua, 
que me inebria de encanto.. 
veio iluminar a rua, 
acalentando o meu pranto! 
–Eva Yanni Garcia/RN– 

Uma Trova Premiada  

1965   -  Bandeirantes/PR 
Tema   -  SOLIDÃO   -  3º Lugar 

A mais cruel solidão
é a do cego (sina triste),
vivendo na escuridão,
sabendo que a luz existe.
–Gilvan Carneiro da silva/RJ– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Morre Cristo, o palestino 
e, na vida transitória, 
a história do seu destino 
muda o destino da história.
–Hegel Pontes/MG– 

Uma  Poesia  

Não revelo meu segredo, 
se temo ventos ao léu... 
Relâmpago é luz que acende; 
se um trovão faz escarcéu, 
eu penso: é festa de arromba 
dos anjinhos, lá no céu! 
Vanda Fagundes Queiroz/PR– 

Soneto do Dia  

FIM DE JORNADA. 
–José Antonio Jacob/MG–

Enquanto minha pena versifica 
Versos de amor em minha caderneta 
Vejo passar o tempo na ampulheta, 
- Mas na ampulheta o tempo sempre fica!

Tanta saudade sua não se explica... 
Desenho um coração com a caneta 
E dentro dele um nome clarifica... 
Arranco a folha e a guardo na gaveta.

Finda a jornada vou ao bar ao lado, 
Para esquecer o amor da minha vida 
Tranquei lá no escritório o nome amado...

E, ainda, cansado dessa solidão, 
Eu peço uma caneta e uma bebida 
E escrevo o nome dela no balcão.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 746)



Uma Trova de Ademar  

O tempo, já quase em fuga, 
para aumentar meu desgosto, 
fez nascer mais uma ruga 
entre as rugas do meu rosto! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Um desejo singular 
me ocorre, claro e preciso: 
devararinho beijar 
ternamente o teu sorriso. 
–Jeanette De Cnop/PR– 

Uma Trova Potiguar  

Em sinal de advertência, 
pela a agressão à floresta... 
a flora pede clemência: 
- Preserve o que ainda resta! 
–Djalma Mota/RN– 

Uma Trova Premiada  

2011   -  ATRN-Natal/RN 
Tema   -  VERTENTE   -  10º Lugar 

Quando a tristeza malvada
mareja os olhos da gente,
forma-se, então, a enxurrada
que desce feito vertente...
–Antonio Colavite Filho/SP–

...E Suas Trovas Ficaram  

Chega a noite...aumenta o frio... 
e esta revolta em meu peito, 
se faz maior que o vazio, 
que tu deixaste em meu leito!... 
–Aloísio Alves da Costa/CE– 

Uma  Poesia  

Penso o céu como o esplendor 
do grande encontro fraterno, 
e a vida aqui como a trilha 
de retorno ao Lar Paterno, 
onde de braços abertos 
nos espera o Amor eterno. 
–A. A de Assis/PR– 

Soneto do Dia  

DESPEJADAS.
–Haroldo Lyra/CE–

Trocou su’alma santa e o mais sutil
traço de vida calma e intemerata,
pelo vesgo contágio da ribalta 
que lhe acena com brilho mercantil.

Na luxúria, no beijo que arrebata
das entranhas da carne o gozo vil,
paga o preço que a fama discutiu
nas premissas que o vero não retrata. 

E colhe entre os abraços repentinos,
os laivos dos amores clandestinos,
em cavilosas juras gotejadas,

que tão cedo lhe explodem em desenganos,
martírio desses tratos levianos:
o alto custo das ninfas despejadas. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Uma Pequena Pausa

Amanhã estarei viajando para São Paulo para realizar um tratamento de saúde, e deverei me ausentar por alguns dias, até dia 12, onde será dificil o acesso a internet. Este período não haverá postagens, salvo consiga alguma lan house proxima de onde estarei.

Espero que compreendam, e enfatizo que podem continuar enviando seus textos para pavilhaoliterario@gmail.com, que ao retornar irei colocando-os no blog.

Obrigado
José Feldman

Francisco Pessoa (O que é que Ele falta fazer mais!)