quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A. A. de Assis (Revista Virtual de Trovas "Trovia" n. 187 - nov. 2015)




Redimindo os pecadores,
conduzindo-os para a luz,
o maior dos sonhadores
morreu pregado na cruz.
Aparício Fernandes
* *
Cada palavra relida
da carta que alguém nos fez
é um pedacinho da vida
que a gente vive outra vez.
Augusta Campos
* *
Meu lenço, na despedida,
tu não viste, em movimento:
lenço molhado, querida,
não pode agitar-se ao vento.
Carlos Guimarães
* *

Passei a crer nos amigos,
e em bondade ainda creio,
depois que vi dois mendigos
repartindo um pão ao meio.
Colbert Rangel Coelho
* *

Gostar de ti, quem não há de?
Inspiras tal simpatia,
que a gente sente saudade
se deixa de ver-te um dia.
Colombina
* *

Ao beijar a tua mão,
que o destino não me deu,
tenho a estranha sensação
de estar roubando o que é meu...
Durval Mendonça
* *
Em que infinito se esconde
esse Deus tão grande assim?
E minha fé me responde:
– Não se esconde. Mora em mim.
Élton Carvalho
* *

Ele amava o que ela era,
ela amava o que ele tinha.
Durou pouco a primavera
e ela ao fim ficou sozinha...
Justo de Sá
* *
Minhas netas, sempre rindo,
são meu alegre evangelho:
– musgo verde revestindo
de esperança um muro velho.
Lilinha Fernandes
* *

Às vezes, o mar bravio
dá-nos lição engenhosa:
afunda um grande navio,
deixa boiar uma rosa.
Luiz Otávio
* *

Só te peço amor sincero,
e o céu será todo nosso.
Se sou tua – que mais quero?
Se sou mulher –  que mais posso?
Magdalena Léa
* *

Seria a vida enfadonha
sem as dúvidas que tive.
Quem tem certeza não sonha,
e quem não sonha não vive...
Orlando Brito
* *

 
Não botem fogo na cana,
peço ecologicamente –,
que a cana boa e bacana
é que põe fogo na gente...
Héron Patrício – SP
* *
Quando a brisa fez carícia
no seu corpo, ela tremeu.
Mas... brisa não tem malícia...
o malicioso sou eu!
José Ouverney – SP
* *
Posuda, passa a madame...
Luxa  muito, passa bem.
E ainda passa vexame
quando passa do que tem...
Maria Nascimento – RJ
* *
Diz o cinquentão vaidoso:
– “Eu sou madeira de lei!”
E a mulher, em tom jocoso:
– “Então deu cupim…que eu sei!”
Marta Paes de Barros – SP
* *
Eta que apuro arretado...
O povão chega a dar dó...
Com seu salário minguado,
“investe” em dívida... e só!
Osvaldo Reis – PR
* *
Palpite não é dinheiro,
mas se fosse eu estava bem...
Pois o que há de palpiteiro,
só me enchendo, como tem!
Roberto Acruche – RJ
* *

À pergunta: - Qual andar?
Responde o pinguço, a esmo:
– Onde quiser me levar;
já errei de prédio mesmo!
Therezinha Brisolla – SP
---------------------------------------------


A  palavra acalma e instiga;
a palavra adoça e inflama.
– Com ela é que a gente briga;
com ela é que a gente ama!
A. A. de Assis – PR
* *

Costumo dizer que a trova
é diminuta poesia,
mas que sempre põe à prova
a nossa sabedoria.
Agostinho Rodrigues – RJ
* *

Deus se desdobra no amor
e deixa o ventre bem farto
quando a mãe dá com fulgor
mais de uma luz num só parto.
Aílto Rodrigues – RJ
* *
Ah, que bonito escarcéu...
Gralha Azul... Panapaná...
A certeza está no céu:
– Deus mora no Paraná!
André Ricardo Rogério – PR
* *
Se houver alguém precisando
de que você faça um bem,
não se importe com o “quando”,
nem o “como”, nem “a quem”.
Antonio Colavite Filho – SP
* *
Areias soltas no chão
rolam pra lá e pra cá...
Eu sou apenas um grão
que só vive ao Deus dará.
Ari Santos de Campos – SC
* *
A praia é sempre pisada,
mas nos dá grande lição,
pois, mesmo sendo humilhada,
massageia o coração.
Arlene Lima – PR
* *
Adeus, filho, segue a vida...
volta um dia, sem promessa...
que a primeira despedida
no ventre da mãe começa!
Carolina Ramos – SP
* *
Julguei-o frio, entretanto
um soluço o denunciou;
abracei aquele pranto
que o homem forte chorou.
Cida Vilhena – PB
* *

Tudo o que é criado passa,
porque tudo é contingente.
Deus sempre, com sua graça,
renova a vida da gente.
Cônego Telles – PR
* *
Era un niño silencioso...
Con la mirada me amaba,
y con un beso amoroso
¡sin tocarme me besaba!
Cristina O. Chávez – USA
* *
Entre beijos e carícias,
afogados no prazer,
conhecemos as delícias
do amor e do bem-querer
Cristóvão Spalla – RJ
* *
Quem leva a vida no amor,
dos sonhos nunca se cansa,
que o mundo só perde a cor
quando se perde a esperança.
Dáguima Verônica – MG
* *

Lua, que vagas, serena,
na amplidão do azul celeste,
traz consolo à minha pena,
leva a dor que me trouxeste!
Diamantino Ferreira – RJ
* *
Quem deixa o lar, doce ninho,
por impulsos da revolta,
deve marcar o caminho
pra não se perder na volta.
Djalma Mota – RN
* *
No jardim ali da praça,
por entre as flores de lis,
a minha saudade passa
brincando de ser feliz.
Domitilla Borges Beltrame – SP
* *
Paixão, fina taça cheia
de champanhe borbulhante;
fascínio que nos tonteia
e se esvai no mesmo instante.
Dorothy Jansson Moretti – SP
* *
Dispenso festas, mantenho
com elas pouca amizade,
pois quem tem o amor que eu tenho
só pensa em privacidade.
Élbea Priscila – SP
* *
Quantas bênçãos recebidas
quando se caminha aos pares:
um ideal, duas vidas,
dois corações similares.
Eliana Jimenez – SC
* *
Miados, suspiros, gritos,
fungadas, ais ou arrulhos...
– São tantos os sons bonitos
do amor fazendo barulhos!
Eliana Palma – PR
* *
Este orgulho que carregas,
insano, dentro do peito,
foge, tão logo te entregas
de corpo e alma em meu leito.
Ester Figueiredo – RJ
* *
O adeus assina a sentença...
e eu vejo, em meu padecer,
quando a tua indiferença
vira a página...sem ler!
Eulinda Barreto – SP
* *
Sê feliz na caminhada,
esquece o bem que te fiz...
Nem sempre o fim de uma estrada
é o fim de quem foi feliz!!!
Francisco Garcia – RN
* *
É nos grandes desafios,
quando penso estar sozinho,
que Deus faz luz nos pavios
pra clarear meu caminho.
Francisco Pessoa – CE
* *
No tronco de uma mangueira
escrevi: “Felicidade”...
Mas alguém, por brincadeira,
riscou e escreveu: “Saudade”.
Gasparini Filho – SP
* *
O espelho mau me mostrou
algo que eu nem suspeitava...
Agora, eu sou como estou,
e nunca como eu sonhava!
Gislaine Canalles – SC
* *
Com voz meiga de mulher,
quanta ternura ela espalha...
Do amado faz o que quer;
tendo o amor, nada atrapalha.
Hulda Ramos – PR
* *
Mistério não tem audácia
e o seu domínio requer
o poder da perspicácia
do semblante da mulher.
Ieda Lima – RN
* *
Na clausura da existência
das prisões que nos impomos,
um devaneio é a essência
do que pensamos que somos!
J. B. Xavier – SP
* *
Povo sofre, fica inerte
– ah que triste decepção! -,
quando um líder se perverte,
envergonhando a nação.
Jeanette De Cnop – PR
* *
Corre travesso o menino,
ao vento, a pipa... alegria;
em seu mundo pequenino,
brinca e a inocência irradia.
Jessé Nascimento – RJ
* *
Doce é a ventura vivida
ao teu lado, meu amor.
Contigo, a viagem da vida
é um passeio encantador!
João Costa – RJ
* *
Mesmo se é pobre a mobília
e às vezes falta alimento,
é na casa da família
que a esperança encontra alento.
Jorge Fregadolli – PR
* *

Viver é como viajar
num coletivo qualquer.
Nem sempre se acha lugar
ao lado de quem se quer...
José Fabiano – MG
* *
Na luta do dia a dia,
para esta vida levar,
chega a ser muita ousadia
a gente querer sonhar...
José Feldman – PR
* *
Como é belo ver a planta
que abre flores nos caminhos,
nas horas em que Deus canta
pela voz dos passarinhos.
José Lucas de Barros – RN
* *
Aquela alegre canção,
que, outrora, era de nós dois,
traz, hoje, triste emoção
na solidão de um depois...
Lucília Trindade Decarli – PR
* *
E no princípio era o verso...
mas Deus, que tudo renova,
iluminou o universo,
formando a estrofe da trova!
Luiz Antônio Cardoso – SP
* *
O tempo passa depressa
e tão rápido ele flui
que nunca mais recomeça:
– sou a sombra do que fui.
Luiz Carlos Abritta – MG
* *
O desespero na vida
não deve se sobrepor,
nem fazer da dor sentida
a queda do lutador.
Luiz Damo – RS
* *

Se as trilhas estão nevadas,
maior risco a gente assume,
mas, se estamos de mãos dadas,
chegamos sem medo ao cume.
Maria Luiza Walendowsky – SC
* *

Ponho os olhos no infinito
e me recordo da infância:
do passado escuto um grito
no silêncio da distância...
Maria Thereza Cavalheiro – SP
* *
Na imensidão do meu sonho,
canto, rio, sou feliz...
E estes versos que componho
são o que minha alma diz.
Maurício Friedrich – PR
* *
Vi na árvore fendida,
morta em meio à tempestade,
que um raio de luz na vida
nem sempre é felicidade...
Messias da Rocha – MG
* *
De meu pai, boa lembrança,
guardada está na memória:
presente, desde criança,
esteio de minha história.
Mifori – SP
* *
A maior das orações,
neste mundo em que vivemos,
são as realizações
com as obras que fazemos!
Nei Garcez – PR
* *
Sonhando de trova em trova
pela estrada da poesia,
minha vida se renova
no correr de cada dia.
Nilton Manoel – SP
* *
Seja o pão da comunhão,
a água a jorrar da fonte;
e, pra salvar um irmão,
sobre o abismo, seja a ponte.
Olga Agulhon – PR
* *
Perdi-te, mas, na saudade,
eu só peço ao Criador
que a tua felicidade
seja igual à minha dor.
Olympio Coutinho – MG
* *
Minha avó, que já está morta,
queria tudo perfeito...
Até fazendo uma torta,
fazia torta direito!
Orlando Woczicosky – PR
* *
Ao que canta, basta o canto,
para carpir sua dor;
para derramar seu pranto,
basta a trova ao trovador.
Raymundo de Salles Brasil – BA
* *
De meu pai herdei o nome,
de minha mãe, a doçura...
Da pobreza herdei a fome,
a minha herança mais dura!
Renato Alves – RJ
* *
Com as chaves da alvorada,
Deus, que é poder e magia,
deixa a noite enclausurada
e abre as portas para o dia.
Rita Mourão – SP
* *

Seja de frente ou perfil,
jamais consegue o pintor
mostrar o quanto é sutil
a beleza interior.
Ruth Farah – RJ
* *
Das estrelas não esperes
mais que palavras ao vento;
as estrelas são mulheres
que piscam sem sentimento.
Selma Patti Spinelli – SP
* *
Entre as pedras do caminho,
deixei um sonho disperso,
que morreu longe, sozinho,
nas rimas tristes de um verso!
Sônia Sobreira – RJ
* *
Surgem da simplicidade
aprendizagens da vida.
Não é com celebridade
que a lição se consolida.
Talita Batista – RJ
* *
Ao lento passar das horas,
aumentam as agonias...
Quanto mais tempo demoras,
mais sinto as noites vazias.
Vanda Alves – PR
* *
Ao olhar a mão ferida,
eu vejo a compensação:
– Por uma rosa colhida,
valeu ter ferido a mão!
Vanda Fagundes Queiroz – PR
* *
Numa transfusão de afeto,
basta só abrir os braços,
que o coração, indiscreto,
se entrega sem embaraços!
Vânia Ennes – PR
* *
Tua partida me fala
do teu desprezo... um açoite!
E a saudade não se cala
nem na calada da noite...
Wanda Mourthé – MG
===========================

terça-feira, 3 de novembro de 2015

José Feldman (1954)



            José Feldman nasce na cidade de São Paulo, no dia 27 de setembro de 1954, filho de Moisés e Mina Feldman. Aos 6 anos de idade aprendeu a jogar xadrez com seu pai.
            Desde os 10 anos mostra aptidão para a escrita, ao escrever pequenos contos baseados em personagens de história em quadrinhos. Nesta época, trabalha com seu pai para ajudar na casa. Com cerca de 13 anos de idade, escreve as suas primeiras poesias. Na época já lia muitos livros e revistas. Primeiros livros foram a coleção de Monteiro Lobato dada por seu pai. Com cerca de 15 anos de idade participou de concursos de poesia sem sucesso.            
Em 1975, concluiu o curso Técnico de Laboratórios Médicos, ingressando no mesmo ano de sua formatura no Hospital das Clínicas da FMUSP, em São Paulo, onde trabalhou por cerca de 15 anos .
            Desde 1973, com uma fome enorme de conhecimento, realizou vários cursos, como Filosofia no Instituto Palas Athena, Italiano na Associação de Cultura Afro-Brasileira, Inglês no Instituto Roosevelt e Instituto Norte Americano, Leitura Dinâmica e Desinibição e Criatividade, no Instituto Dynamics Cymel, Arte Dramática no Instituto Macunaíma, Filosofia no Centro de Estudos Filosóficos Pró-Vida, além de participar de diversas palestras e encontros de literatura.
            Em 1975, devido a enfermidade de seu pai (que faleceu em 1980, com 65 anos de idade), auxilia-o na direção de clube de xadrez no Instituto Cultural Israelita Brasileiro (ICIB), assumindo definitivamente a diretoria em 1978, até o ano de 1996. Neste período, foi auxiliar de diretoria, arbitro e professor de xadrez no Xadrez Clube Sorocaba e no Clube de Regatas Tietê.
            Também, no ICIB, pertence a diretoria cultural, promovendo diversos eventos musicais, além da Oficina de Trovas, ministrada pelo grande trovador Izo Goldman.
            Neste período começa a dar maior ênfase também à literatura, ao fazer, na Casa Mário de Andrade (Oficina da Palavra) o curso de Poesia Viva, com a poetisa Eunice Arruda, curso de literatura com Mario Amato, Ficção Cientifica na literatura e no cinema com o escritor de renome internacional já falecido, André G. Carneiro com quem manteve amizade desde então, além da Oficina de Trovas com Izo Goldman.
            Cursou a Faculdade de Psicologia, nas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), mas tendo de abandonar devido a falta de recursos financeiros para se manter.
            Na literatura continuou tentando ainda concursos de poesia na Livraria Freitas Bastos e Scortecci, mas ainda sem sucesso. Com as trovas, obteve pela primeira vez uma menção honrosa no Concurso de Cruz Alta(RS). Tornou-se membro da Casa do Poeta Lampião de Gaz, a convite do presidente desta Casa, Walter Rossi.
            Casou-se em 1995 com a poetisa, escritora e tradutora paranaense Alba Krishna Topan. Em 1999 mudam-se para Curitiba, e em 2001 para a cidade de Ubiratã, a cerca de 70 km de Cascavel (PR).
            Em Ubiratã, foi eleito em 2001 vice presidente da diretoria provisória, da Associação dos Literatos de Ubiratã (ALIUBI), tendo contato com poetas da região. Assumiu a Delegacia de Ubiratã, pela União Brasileira de Trovadores, auxiliando na elaboração do Boletim Paraná em Trovas com a presidente da UBT Paraná Vânia Ennes, o secretário Nei Garcez e o grande trovador A. A. de Assis. Foi um dos fundadores, em 2006, da Companhia Ubiratanense Independente de Cinema Amador.
            Participou de concursos de contos em Portugal e França. Também participou de torneios de xadrez regionais, sendo vencedor e vice em alguns torneios.
            Percebendo o pouco acesso das pessoas à literatura, e mesmo o baixo nível de leitura, começou a ler muito e se dedicar a literatura, criando deste modo um boletim, de nome Singrando Horizontes, que era feito principalmente em dados obtidos na internet e revistas, que abrangia tudo de literatura (contos, crônicas, artigos, biografias, poesias, curiosidades da lingua, noticias do mundo, estudos de livros, etc.), e começou a distribuir por e-mail para inicialmente amigos, trovadores e associações. Com o tempo foi descobrindo novos endereços e distribuiu em escolas, universidades, academias do Brasil Inteiro, além de Estados Unidos e Portugal.
            O Boletim foi indicado para ser inserido nos anais da Casa Legislativa Maçonica, que segundo as palavras do magistrado , Mestre Maçom e Deputado da Loja "Os Templários", de Curitiba, PR, Valter Martins de Toledo (falecido): "Existem alguns samaritanos da cultura/educação espalhados aqui e acolá, preocupados, sempre, com essa lamentável situação cultural da população brasileira. Eis que, vez por outra, surge em longínquos rincões pátrios, cidadãos de paciência franciscana e de porte intelectual incomum, verdadeiros abnegados, apresentando projetos de primeira qualidade, como é o caso do "Boletim Singrando Horizontes", editado pelo Professor José Feldman, no Paraná, recente, pois veio à lume em 2007 mas já fez publicar, via internet mais de 400 artigos de excelente qualidade literária e bom gosto temático, conforme bem o demonstra o Boletim n. 8, de 2008, nele realçando-se a excelente abordagem sobre Machado de Assis, em comemoração do seu centenário de nascimento. Iniciativa como esta, nos oferta esperança e merece aplausos, não podendo ficar desconhecida ou ser enviada para as prateleiras da história. Merece nosso apoio e gratidão, com votos parabenizatórios, e com a sua inserção nos anais desta casa legislativa maçonica".
      Criou o Blog Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes (http://singrandohorizontes.blogspot.com/) seguindo os mesmos moldes do boletim, com muito mais conteúdo, postados diariamente, iniciado ao final de dezembro de 2007, contando atualmente com mais de 1.500.000 visitas, além de cerca de 300 assinantes.
       Torna-se membro da Unión Hispanomundial de Escritores (UHE).
             Em novembro de 2008, a convite do escritor Sorocabano, o jornalista Douglas Lara, passou a ser membro da ONE (Ordem Nacional dos Escritores), recebendo o medalhão das mãos do presidente da ONE, José Verdasca, em 19 de dezembro de 2008, no Gabinete de Leitura, em Sorocaba.
        Nas palavras de Vãnia Maria Souza Ennes, presidente da UBT Estadual do Paraná: É com grata emoção que a diretoria da UBT Estadual do Paraná vem acompanhando seu magnífico trabalho, há mais de 1 ano. Dia após dia, Feldman, você se supera na arte de produzir, criar e disseminar a cultura poética e literária no âmbito nacional e internacional. Cada vez mais, podemos observar a sua sensibilidade que está exposta, claramente, no Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes, desde dezembro de 2007 a março de 2009 e que muito orgulha o nosso Paraná.É um belíssimo desempenho cultural !!! A oportunidade de poder apreciar seu site, ler, reler, participar, aprender com ele, são atitudes que nos induzem seguir adiante e, nos fazem muito bem. Portanto, receba nossos mais calorosos aplausos com as saudações trovadorescas.
           
              Em 2011 radica-se na cidade de Maringá/PR, onde ingressa na Seção Maringá da UBT.
            Desde então, torna-se a convite dos presidentes das Academia de Letras de Teófilo Otoni/MG e Academia Formiguense de Letras/MG, acadêmico correspondente. Membro da Sociedade Mundial de Poetas; Associação Internacional de Escritores e Artistas, Associação Poetas Del Mundo e Confraria Brasileira de Letras.
            Participa de concursos de trovas, e na qualidade de Novo Trovador consegue obter algumas premiações, o que lhe eleva à categoria de Veterano.
            Segundo o Presidente Nacional da UBT, Luiz Carlos Abritta: Pessoas como você elevam a trova a patamares cada vez maiores. Sua atividade intelectual é impressionante e os beneficiados somos todos nós. Parabéns, José Feldman, incansável batalhador cultural !
            Em 2015, a convite do presidente do Movimento União Cultural, Luiz Antonio Cardoso, nomeado Conselheiro Estadual do Paraná. Neste mesmo ano, a convite do Conde Carlos Venttura, presidente da Academia de Letras do Brasil/ Seção Suiça, localizada em Berna, torna-se Acadêmico Correspondente, recebendo ainda uma comenda, a Medalha de Mérito Litero-Cultural Euclides da Cunha, a mais alta honraria cedida por esta Casa.
            Em 2015, recebe em Curitiba, das mãos do Presidente Estadual da UBT no Paraná, Dr. Maurício Friedrich, a Medalha de Mérito Cultural “Heitor Stockler de França”.
            Possui participação na apresentação dos livros em papel:
Isabel Furini. Passageiros do Espelho. (Apresentação do livro); Isabel Furini. Quero ser escritor: Livro 1 – Cronicas.(Cronica: Filas, filas e mais filas, ou Por que não fiquei dormindo em minha cama?); Isabel Furini. Os Corvos de Van Gogh. (Apresentação do pintor: “Van Gogh, o gênio atormentado”), Vânia Maria Souza Ennes. Paraná em Trovas. (com uma trova); Vânia Maria Souza Ennes (com trova e a apresentação do livro “Paraná em trovas”)

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Trovadora Homenageada : Maria Thereza Cavalheiro


1
A luz do dia esmorece...
O amarelo perde a cor...
A Deus se eleva uma prece
dos lábios de cada flor.
 2
A nossa vida é fugaz...
É bom partir sem revolta...
Quem vem ao mundo já traz
uma passagem de volta!
 3
A saudade é uma semente
de lágrimas orvalhada;
brota na noite do ausente
e floresce na alvorada.
 4
As estrelas infinitas
que o céu misterioso encerra,
são olhos de mães aflitas
velando os filhos na terra.
 5
Às vezes, por caridade,
para evitar um tormento,
escondemos a verdade
na concha do pensamento.
 6
Bem pior do que a certeza
é a dúvida que nos mata:
- uma, só traz a tristeza;
outra, os fantasmas desata!
 7
Cabeça revolta, inquieta,
que se volta para o céu...
Esse coqueiro é um poeta,
fazendo versos ao léu!
 8
Corre o pranto redobrado
dos olhos da mãe aflita
pelo filho amargurado
e pela própria desdita.
 9
Esconde o pranto depressa
e finge que estás contente,
que aos outros não interessa
saber as mágoas da gente.
 10
Existe muita tristeza
que ao rosto jamais aflora,
guardada na profundeza
dos olhos de quem não chora.
 11
Mamãe: tuas mãos pequenas
que souberam trabalhar,
parecem aves serenas,
já cansadas de voar!
 12
Minha mãe era uma santa
que entre nós veio passear,
mas foi de humildade tanta
que precisou regressar...
 13
 Minha mãe: teus olhos santos,
de um infinito perdão,
a ninguém dizem dos prantos
que guardas no coração!
14
Não há palavra mais linda
do que "Mãe", que tudo encerra!
E mãe é presença infinda,
mesmo ao deixar esta terra...
 15
Não haveria fronteira
neste mundo se a amizade
fosse a união verdadeira
entre toda a humanidade.
 16
Naquele dia tristonho
puseste os olhos nos meus;
vivi na tarde do sonho,
morri na noite do adeus!
 17
Na vida, nem todos temos
lenitivo para o estresse...
É como um barco sem remos
em rio que avança e cresce!
 18
Nos bons tempos de menina,
pula-se corda a valer.
Mais tarde – que triste sina! –
a corda nos vem bater.
 19
O choro de uma criança
à luz do primeiro dia,
é uma canção de esperança,
é a mais linda melodia!
 20
O luar, lascivo e amante,
abre o vestido da mata,
e em seu corpo exuberante
passeia os dedos de prata…
 21
O mar inquieto é um menino.
Tempestuoso, é um rapaz.
Calmo, reflete o destino
do velho que encontra a paz.
 22
Passarinhos, em sonata,
fazem festa no arrebol,
quando despertam a mata
para os afagos do sol!
 23
Poder praticar o Bem
e fugir à ocasião,
perante Deus, é também
um delito de omissão!
 24
Por mais que intimide o mundo
e a vida acarrete o medo,
sempre se guarda no fundo
uma esperança em segredo.
 25
Quando a dúvida se instala
dentro de um peito infeliz,
não importa o que ela fala,
já se sabe o que ela diz!
 26
Quando a lua abre seu cofre
de moedas pelo chão,
o sonhador que ama e sofre,
quer todas em sua mão.
 27
Quando a noite se faz dia
e os sonhos fogem velozes,
há uma luz que se irradia
no eco de muitas vozes.
 28
Quando em teus braços me vejo
esqueço o tempo voraz...
Na tormenta do teu beijo
quero encontrar minha paz!
 29
Quando ocupamos as raias,
uma certeza é sabida:
- por entre vivas e vaias,
atravessamos a vida!
 30
Quem faz o bem tem a paga,
quem é bom nunca está só;
o tempo jamais apaga
o que fica além do pó.
 31
 Quem perde a oportunidade
por medo de ser feliz,
não colhe nem a saudade,
que arrancou pela raiz!
32
Reticências... uma frase
que alguém pensa mas não diz...
Justamente aquele "quase"
que nos faria feliz!
 33
Se anoitece no teu dia,
pega um facho de luar,
laça uma estrela vadia,
vai outro amor procurar!
 34
Sem vitória, nem torcida,
na grande quadra do céu,
a lua é bola perdida
que ficou jogada ao léu.
 35
Ser mãe é ter o olhar cheio
de amor, ternura e bondade...
É dividir tudo ao meio,
também a própria metade.
 36
Têm as mães uma ternura
que ninguém mais tem por nós;
sabem sorrir na amargura
e nunca nos deixam sós...
 37
 Um anjo, de madrugada,
levou minha mãe...E havia
muita luz em sua estrada,
porém sombra no meu dia.
38
Vem o mar jogar-se aos pés
da penedia arrogante;
ela desdenha as marés
e namora o céu distante.

Maria Thereza Cavalheiro (1929)

Maria Thereza Cavalheiro nasceu em 1929, em São Paulo/SP. Escritora, jornalista, advogada, tradutora e ecologista. Aos seis anos, já gostava de poesia, graças à sua mãe que a fazia decorar algumas quadras populares. Assim que aprendeu a ler e escrever, passou a copiar poesias e trovas em álbuns, que conserva até hoje. Escrever, para ela, tornou-se uma necessidade premente. Segundo ela, todos que escrevem, fazem-no por necessidade íntima de transmitir alguma coisa, de não guardar para si aquilo que em seu interior
            Passou parte da infância em Itapetininga/SP, onde fez seus primeiros estudos. Em São Paulo/SP, diplomou-se em Direito pela Universidade Mackenzie, em 1972, sendo advogada e jornalista. Tradutora, conferencista, ecologista e escritora, que é sua verdadeira paixão.
            Obteve muitos prêmios avulsos, com vários primeiros lugares, em concursos de Poesia, Trova, Haicai, Conto, Crônica e Slogan, no Brasil e em Portugal. Numerosas inclusões em livro como prêmio.
            Por sua atuação jornalística, fez jus a duas Moções de Aplausos, em 1959 e 1966, aprovadas pela Câmara Municipal de São Paulo, por proposição, respectivamente, dos Vereadores Jayme Rodrigues e Dulce Salles Cunha Braga.
            Como ecologista, recebeu diversas honrarias, como a Medalha "Comemorativa da Campanha de Educação Florestal", concedida em 1956 pelo Serviço Florestal do Ministério da Agricultura.
            Em 11 de setembro de 1969, fundou junto com Amaryllis Schloenbach, a Seção Municipal de São Paulo da União Brasileira dos Trovadores - UBT, à qual presidiu até 1976. Estiveram presentes à reunião de fundação, entre outros, o governador Laudo Natel e a cantora Inezita Barroso.
            Desde 1973, realiza a coluna "Trovas", em vários jornais e revistas da Capital Paulista, e, em 2007, registrou 30 anos dessa publicação em O Radar, de Apucarana/ PR.
            Desde 2004, a coluna é estampada também em BALI - Boletim Acadêmico Letras Itaocarenses, de Itaocara - RJ, editado por Kleber Leite.
            Seu primeiro livro foi “Antologia Brasileira da Árvore”, publicado em 1960 com apresentação de Guilherme de Almeida, o “Príncipe dos Poetas Brasileiros”.
            Quase todos os seus livros encontram-se esgotados, restando apenas alguns exemplares com a autora dos dois últimos livros editados.
            Além de exercitar com maestria a poesia clássica, o verso livre, a crônica e o conto, Maria Thereza Cavalheiro, sobrinha-neta de Colombina (fundadora e presidente perpétua da "Casa do Poeta "Lampião de Gás" de São Paulo), mostrou-se apaixonada pela Trova, tornando-se exímia trovadora, premiada internacionalmente. São incontáveis seus prêmios. Colabora em jornais e revistas, divulgando trovadores e poetas que não têm vez nem voz, através de suas colunas literárias pelo Brasil afora.
Livros:
            Antologia Brasileira da Árvore; Poema da Cidade - Sinfonia de Brasília, 1963; Nova Antologia Brasileira da Árvore (paradidático, em verso e prosa), 1974; Colombina e sua Poesia Romântica e Erótica (biografia e antologia), 1987; Estrelas e Vaga-Lumes (trovas), 1988; Segredos do Bom Trovar (Como fazer trova - Exemplos práticos - Antologia), 1989; Relâmpagos (poemetos), 1990; Encontros e Desencontros (poesia), 1992; Cabeça de Mulher (Menção Honrosa no Prêmio Eça de Queiroz/Categoria Conto, para livros publicados em 1998); Trovas para Refletir, 2009.