quinta-feira, 23 de julho de 2009

Dario Vellozo (1869 – 1937)


Dario Persiano de Castro Vellozo, escritor nascido no estado do Rio de Janeiro, em seu entitulado Retiro Saudoso, no bairro de São Cristóvão, em 26 de Novembro de 1869 , estudou no Liceu de São Cristóvão (de 1880 a 1883), tendo se tornado aprendiz de encadernador (1883) e, posteriormente, compositor tipográfico no primeiro jornal paranaense: O Dezenove de Dezembro (fundado em 1853), que tinha como editor Cândido Lopes.

Sua vida até a mudança para Curitiba é registrada em seu livro Retiro Saudoso, de 1915 , narrando sua infância no Rio de Janeiro.

De 1886 a 1889 estudou no Pathernon Paranaense (onde conheceu Eusébio Mota - apesar de não ter sido seu aluno -, um professor que estimulou muitos dos seus à Arte Literária) e, depois, no Instituto Paranaense. Neste último, fora companheiro de turma dos novíssimos de sua geração: Silveira Netto, Nestor Victor, Emílio de Menezes, Emiliano Pernetta, etc, etc.

Em 1889 lança seu primeiro livro intitulado Primeiros Ensaios, editorado nas oficinas do Dezenove de Dezembro. Este livro teve como principais influências ao jovem Dario Vellozo os neo-românticos Lord Byron, Lamartine e Musset.

De 1889 a 1893 trabalhou em cargos burocráticos da repartição de polícia e na secretaria de Fazenda do estado do Paraná.

Em 1890 , com a fundação da Revista do Club Curitybano, que tinha como Diretor seu pai Cyro Vellozo, temos o desabrochar de uma tendência literária de Dario Vellozo, tendo seus poemas e crônicas publicados desde o segundo número deste periódico (de 01 de Fevereiro de 1890), com Êxtase Divino.

Em 1892 , com seu espírito de liderança e sociabilidade, funda nas oficinas do Club Curitybano (juntamente com Augusto Stresser e Brasílio Costa) o Grêmio Ensaios Literários. Neste ano, as influências do recém chegado da Europa poeta Jean (João) Itiberê da Cunha sobre sua leitura ficam evidenciadas.

Descobre neste ano Poe, Flaubert e Huysmanns e, no ano seguinte: Verlaine, Rimbaud, Mellarmé, L'Islle Adam, além de Péladan, Stanislas de Guaita, Maurice Maeterlinck, Eliphas Levi e Papus (sendo esses cinco últimos pela influência direta de João Itiberê).

Em 1893 também vê-se envolvido na fundação de uma nova revista, Azul, que fora uma primeira tentativa do grupo do Cenáculo (periódico simbolista inaugurado em 1895). A Revista Azul tem interrompida sua sequência em razão da Revolução Federalista, na qual Dario Vellozo, juntamente com os outros participantes da Revista, lutam ao lado dos legalistas.

De 1894 a 1898 era o redator dos debates ocorridos no congresso legislativo do estado paranaense.

Em 1894 torna-se o Diretor Literário da Revista do Club Curitybano, mudando a grafia deste último para Coritibano. Irá permanecer na Direção desta revista até 1900

Em 1895 funda a Revista O Cenáculo, na qual temos caracterizada toda a veia simbolista não só dos autores curitibanos, como de todo o Brasil. Essa revista terá uma curta duração de dois anos, mas o suficiente para deixar suas marcas.

Em 1896 lança a obra em prosa Esquifes. Neste mesmo ano intensifica seus estudos de Ciência Oculta, com traduções de autores ocultistas europeus publicados na página do Club Curitybano. Também envolve-se em polêmica neste ano ao publicar nas folhas d'O Cenáculo o texto Pelos Índios! que é apoiado pela Maçonaria de seu estado.

Em 1897 publica dois fabulosos livros (parte de uma trilogia junto com Atlântida, de 1938): Alma Penitente e Althäir, além de colaborar no periódico A Pena.

Em 02 de Março de 1898 é nomeado professor interino e, depois, efetivado (após concurso) como professor de História Universal e do Brasil (19 de Abril de 1899 ) no Ginásio Paranaense antigo Instituto paranaense, no qual estudou. Neste ano também funda o Jornal Jeruzalém, que irá intensificar seus polêmicos (para a época) discursos anti-clericais, também colaborando em Pallium.

Em 1899 funda A Esphynge Jornal, e mantém contatos com os grupos de Papus e de Jollivet-Castelot (Groupe Independente de Études Esoteriques e Association Alchimique de France, respectivamente), promovendo a idéia da constituição de suas escolas em terras brasileiras. Não a toa, fora contemporâneo do efervescente final de século ocultista europeu, fazendo-o também presente no Brasil.

Seus discursos anti-clericais e republicano-socialistas, além das questões pedagógicas (visto que era professor de História no Ginásio Paranaense) irão margear suas teses lançadas de 1902 a 1908 como: Lições de História (1902 ), Escola Moderna (1903 ), Da Instrução Pública (1904 ), No Sólio do Amanhã (1905 ), Derrocada Ultramontana (1905 ), Voltaire (1905 ), Pátria Republicana (1905 ), Compêndio de Pedagogia (1907 ), Moral dos Jesuítas (1908 ).

Em 1908 publica o livro de poesias Hélicon e inicia a publicação do periódico Myrto e Acácia.

Era extremamente bem querido por seus alunos, onde sua oratória, desprovida de retóricas, era apaixonante.

Funda o Instituto Neo-Pitagórico em 1909 , onde constrói um fabuloso e helenístico "Templo das Musas" (1918 ), procurando reviver a magna Grécia, tendo publicado no ano anterior os estatutos da Sociedade Neo-Pitagórica. Suas Celebrações Místicas se deram entre as Colunas do mesmo, atraindo inúmeros Iniciados e admiradores.

Ali funda sua Tipografia (em 1911 , de nome Tipografia Crótona Vellozo & Filhos), na qual edita seus livros e anais de estudos dos alunos de seu Instituto. Este ano é fundamental como divisor de águas para Dario Vellozo. Além da coroação de Emiliano Pernetta como o mais célebre poeta de Curitiba, inicia-se a Celebração do Equinócio (juntamente com seus alunos do Ginásio Paranaense) com a festa de Clóris e a festa de Ceres: Delfos e Elêusis erguendo cânticos à Fraternidade.

Inicia numerosos intelectuais (não só brasileiros) em sua Sociedade. João Itiberê da Cunha (autor Simbolista, que iniciou inúmeros autores de Curitiba nesta veia literária, tendo feito parte do movimento original francês, amigo de Maurice Maeterlinck - Simbolista belga - e que lança seu début em francês, o ótimo Préludes), que o inicia verdadeiramente nos estudos simbólicos no último decênio do século XIX, deu origem à um apaixonado discípulo.

Em 1919 funda um ramo da Sociedade Teosófica em Curitiba, de Blavatsky, chamado Loja Teosófica Nova Crótona.

Em 1920 publica os livros O Habitat e a Integridade Nacional e, em homenagem à morte de seu filho menor, O Livro de Alir.

Em 1921 , Tasso da Silveira (seu ex-aluno no Ginásio Paranaense e filho de Silveira Netto, um dos fundadores do grupo do Cenáculo) irá publicar um livro em sua homenagem intitulado: Dario Vellozo: Perfil Espiritual.

Em 1922, com o centenário da Independência, temos a publicação (por Dario Vellozo) das obras: Horto de Lisis, Símbolos e Miragens, Missão Social do Brasil, O Brasil e o Ideal Pitagórico.

Em 1923 ele e seus alunos passam a editar uma coluna no Jornal Gazeta do Povo, de nome Coluna Dórica. Neste mesmo ano tem publicado seu livro No Limiar da Paz.

Em 1929 reúne poesias suas publicadas entre 1892 e 1929 (fase Simbolista) e publica o ótimo Cinerário.

Em 1931 é inaugurado o periódico A Lâmpada, de seu Instituto.

Em 1932 afasta-se do magistério. Daí trata de escrever Atlântida, finalizada em 1933 mas somente publicada (post -mortem) em 1938

Sua última obra publicada em vida chamava-se Jesus Pitagórico e fora publicada em 1936 , quando já se encontrava enfermo.

Postumamente, foram publicadas as obras inéditas (além de Atlântida): Fogo Sagrado (1941 ), Psiquê e Flauta Rústica e, numa reunião do Instituto Neo Pitagórico (em três volumes): Obra Completa (1979 ), com um quarto volume lançado em 1975

Cabe salientar aqui que, até sua morte em 28 de Setembro de 1937 , Dario Vellozo permaneceu um eterno e admirável Simbolista, tornou-se um pagão de primeira linha ao tentar reviver entre seus convíveres a inigualável Grécia e seus cultos.

Tão admirável persona teve seu enterro seguido de grandioso cortejo que, passando pelos bairros pobres da cidade de Curitiba, teve uma multidão a seguir e a celebrar a morte do mais formidável poeta, professor e visionário aparecido por terras curitibanas...

Fontes:
– MURICY, Andrade. Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro, vol. 01. SP: Perspectiva, 1987.
O Caminho da Serpente (Rubens Malcher Pinho)

Benjamin Silva (Caldeirão Literário do Espírito Santo)

ESCADA DA VIDA

Julguei da vida haver galgado a escada,
essa escada de mármore polido,
que nos conduz à estância desejada
de um grande bem, raríssimo atingido.

Hoje vejo, porém, que quase nada
consegui, afinal, haver subido:
—ficou-me longe o termo da jornada
em que eu exausto me quedei vencido.

Pelos desvãos da escada mal me erguendo,
já sem noção e sem fé que anima,
nem sei se vou subindo ou vou descendo...

Por isso os seus extremos jamais acho:
—vejo degraus, olhando para cima,
vejo degraus — olhando para baixo!

(Escada da Vida, 1938)

CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM

Prisioneira feliz mas condenada
por leis irredutíveis e absolutas
a viveres assim encarceirada
nesta cadeia de montanhas brutas.

Mas que importa se é esplêndida a morada!
Pois daqui tudo vês e tudo escutas;

E o Itabira te guarda e te vigia,
como se fosse eterna sentinela
—carcereiro que vela noite e dia.

Tudo, afinal, te rende um justo preito,
Enquanto um claro rio tagarela
Rola, cantando, dentro de teu peito.

(Escada da Vida, 1938)
–––––––––––––-
Benjamin Silva (1886-1954)

Nasceu na Fazenda de São Quirino, distrito de Castelo, no então município de Cachoeiro de Itapemirim, a 20 de julho de 1886. Faleceu no Rio de janeiro, a 10 de junho de 1954. Poeta e comerciário. Foi diretor dos Armazéns Gerais da Empresa Guanabara, no Rio de Janeiro. Desde cedo dedicou-se à poesia. Colaborou em vários periódicos e desfrutou de prestígio nos meios literários de Cachoeiro de Itapemirim. Figura em várias antologias de poetas nacionais, com o soneto "O Frade e a Freira", que se tornou um dos mais conhecidos da poesia espírito-santense.

OBRAS: "Escada da Vida", 1938 (poesia), prefácio de Atílio Vivacqua e ilustrações de Santa Rosa.

Fonte:
BRASIL, Assis (organizador). A Poesia Espírito-Santense no Século XX. RJ: Imago; Vitória, ES: Secretaria de Estado de Cultura e Esportes, 1998.

X Seminário de Estudos Literários (UNESP – São José do Rio Preto/SP)

Poéticas do Contemporâneo: diálogos e escrituras

Edição Comemorativa dos 30 Anos do Programa

13,14 e 15 de outubro de 2009.

O X SEMINÁRIO DE ESTUDOS LITERÁRIOS é uma realização já tradicional do Programa de Pós-Graduação em Letras do IBILCE/UNESP e tem como objetivo fomentar a discussão dos aspectos críticos e metodológicos dos projetos em desenvolvimento em nível de Mestrado e Doutorado, colaborando para a reflexão, por parte dos pós-graduandos, dos caminhos de pesquisa e dos diálogos pertinentes entre seus projetos e dos demais colegas.

O evento dirige-se a docentes, mestres, doutores, pós-graduandos e demais interessados que desenvolvem pesquisa em literatura, independente das linhas em que atuam em seus programas de origem.

A décima edição do evento, que ocorrerá nas dependências do IBILCE/UNESP, prevê em sua programação cinco conferências, sete mesas debatedoras, oito sessões de comunicação e uma sessão de painéis.

As conferências serão ministradas por pesquisadores e poetas com significativa produção artística e intelectual, que privilegiarão, como objeto de suas conferências, as várias manifestações da literatura contemporânea.

As sessões de comunicação, divididas nas Linhas de Pesquisa do Programa destinam-se aos trabalhos de Pós-Graduação – mestrado e doutorado – em estágio avançado de pesquisa, com conclusões parciais ou definitivas.

As mesas debatedoras formadas por docentes convidados compreendem a análise e o debate dos projetos de pesquisa de alunos de Pós-Graduação em Letras, níveis de mestrado e doutorado, em estágio inicial de desenvolvimento.

A sessão de painéis configura-se em espaço reservado a alunos de Graduação, para apresentação de trabalhos provenientes de Iniciação Científica.

PROGRAMAÇÃO

Dia 13 de outubro de 2009

08h00 Entrega de material e últimas inscrições

09h00 Abertura Oficial

09h30 Café

10h00 CONFERÊNCIA 1: Possibilidades e impasses da ficção brasileira contemporânea - Profa. Dra. Beatriz Resende (UFRJ)

14h00 MESAS DEBATEDORAS 1 e 2

16h00 Café

16h30 CONFERÊNCIA 2: Literatura e ética: o foco na alteridade - Profa. Dra. Lilian Jacoto (USP)

18h30 PAINÉIS

Dia 14 de outubro de 2009

8h00 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO

9h30 Café

10h00 CONFERÊNCIA 3: Da teoria como vanguarda tardia Prof. Dr. Fábio Akcelrud Durão (UNICAMP)

14h00 MESAS DEBATEDORAS 3 e 4

16h00 CAFÉ

16h30 CONFERÊNCIA 4: A multiplicidade da poesia brasileira no contexto pós-utópico Poeta e Prof. Marcelo Tápia Fernandes (Diretor da Casa Guilherme de Almeida - SP)

18h30 Coquetel e Lançamento de livros

Dia 15 de outubro de 2009

8h00 SESSÕES DE COMUNICAÇÃO

9h30 Café

10h CONFERÊNCIA 5: Corpo e memória na lírica contemporânea: a poesia de Fabrício Corsaletti - Profa. Dra. Elaine Cintra (UFU)

14h00 MESAS DEBATEDORAS 5 e 6

16h Café

16h30 Assembléia geral


DATAS IMPORTANTES

De 07/07/09 a 14/08/09
Submissão de projetos para mesas debatedoras e resumos para comunicações e painéis.

Em 01/09/09
Divulgação de aceite das propostas.

De 01/09 a 19/09/09
Período de inscrições (com apresentação de trabalho).

Modalidades de participação:
Para qualquer modalidade de participação a taxa de inscrição é de R$20,00.

apresentação de projeto em mesa debatedora
(exclusiva para ingressantes do Programa de Pós-Graduação em Letras)

apresentação em sessão de comunicação
(exclusiva para alunos de pós-graduação, com pesquisa em andamento)

apresentação de painel
(exclusiva para alunos de graduação)

De 01/09 a 13/10/09

Período inscrições para ouvintes.

Para qualquer modalidade de participação a taxa de inscrição é de R$20,00.

Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas – IBILCE/UNESP
Rua Cristóvão Colombo, 2265
São José do Rio Preto – SP
15054-000

Informações: www.eventos.ibilce.unesp.br/sel

REALIZAÇÃO:
Programa de Pós-Graduação em Letras
IBILCE/UNESP
Fonte:
Comissão Organizadora

Expressões Redundantes



Ocorre redundância quando, numa frase, repete-se uma idéia já contida num termo anteriormente expresso. Assim, as construções redundantes são aquelas que trazem informações desnecessárias, que nada acrescentam à compreensão das mensagens. No dia-a-dia, muitas pessoas utilizam tais expressões sem perceber que, na verdade, são inadequadas. Veja a seguir frases com expressões redundantes freqüentemente utilizadas:

"Eu e minha irmã repartimos o chocolate em METADES IGUAIS."
Ao dividir algo pela metade, as duas partes só podem ser "iguais"!

"O casal ENCAROU DE FRENTE todas as acusações."
Seria possível que eles encarassem "de trás"?

"A modelo ESTREOU seu vestido NOVO."
Seria possível que ela estreasse um vestido "velho"?

"Adoro tomar CANJA DE GALINHA."
Se é canja que você toma, só pode ser "de galinha"!

"O estado EXPORTOU PARA FORA menos calçados este ano."
E como ele poderia fazer para exportar para "dentro"?

"Quando AMANHECEU O DIA, o sol brilhava forte."
Você já viu amanhecer a "noite"?

"Tiradentes teve sua CABEÇA DECAPITADA."
Alguém já viu um "pé" ser decapitado? Decapitação só existe da cabeça mesmo!

"A criança sofreu uma HEMORRAGIA DE SANGUE e foi parar no hospital."
Todas as hemorragias são "de sangue"!

"HÁ muito tempo ATRÁS fui à Portugal."
A forma verbal há já indica que o tempo é no passado.

"Ela é LOUCA DA CABEÇA!"
Você já viu algum louco do "pé"?

"O rapaz se INFILTROU DENTRO da festa sem ser convidado."
O verbo infiltrar já indica "para dentro".

"Pessoal, não vamos ADIAR PARA DEPOIS esta reunião!"
O verbo adiar já indica que é "para depois".

"Será que tenho OUTRA ALTERNATIVA?"
A palavra alternativa significa "outra opção". A forma correta seria: "Será que tenho alternativa?"

"Eu e meu marido CONVIVEMOS JUNTOS durante dois anos."
O verbo conviver já expressa a idéia de "viver com", "junto". "A professora ACRESCENTOU

MAIS UMA idéia ao projeto."
Será que ela poderia acrescentar "menos" uma idéia?

Fonte:So Portugues

Reforma Ortográfica III (Guia Prático)



2 - ACENTO DIFERENCIAL

O acento diferencial é utilizado para auxiliar na identificação de palavras homófonas (que possuem a mesma pronúncia). Com o acordo ortográfico, ele deixará de existir nos seguintes casos: pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Observe os exemplos:
Ela não pára de dançar.
Ela não para de dançar.

A mãe péla o bebê para dar-lhe banho.
A mãe pela o bebê para dar-lhe banho.

Este é o pólo norte.
Este é o polo norte.

Os garotos gostam de jogar pólo.
Os garotos gostam de jogar polo.

Meu gato tem pêlos brancos.
Meu gato tem pelos brancos.

A menina trouxe pêra de lanche.
A menina trouxe pera de lanche.

Atenção: existem duas palavras que continuarão recebendo acento diferencial:

pôr (verbo) -> para não ser confundido com a preposição por.

pôde (verbo poder conjugado no passado) -> para que não seja confundido com pode (forma conjugada no presente).

3 - ACENTO CIRCUNFLEXO

O acento circunflexo deixará de ser utilizado nos seguintes casos:
a) Em palavras com terminação ôo. Veja:
enjôo -> enjoo
vôo -> voo
magôo -> magoo

Mais exemplos: abençoo (abençoar) , coo (coar), coroo (coroar), doo (doar), moo (moer), perdoo (perdoar), povoo (povoar), voos (plural de voo), zoo (zoar).

b) Nas terminações êem, que ocorrem nas formas conjugadas da terceira pessoa do plural dos verbos ler, dar, ver, crer e seus derivados. Veja o exemplo abaixo:

Eles lêem. -> Eles leem.

Mais exemplos:
creem, deem, veem, descreem, releem, reveem.

Atenção: os verbos ter e vir (e seus derivados) continuam sendo acentuados na terceira pessoa do plural.

Eles têm três filhos.
Eles detêm o poder.
Eles vêm para a festa de sábado.
Eles intervêm na economia.
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continua... na próxima, Trema, Alfabeto e Hífen
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Fonte:
So Portugues

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Trova XLIX

Reforma Ortográfica II (Guia Prático)



1 - ACENTO AGUDO

O acento agudo desaparecerá em três casos:

a) Nos ditongos (encontros de duas vogais proferidas em uma só sílaba) abertos ei e oi das palavras paroxítonas (aquelas cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima).

Exemplos:
idéia -> ideia geléia -> geleia bóia -> boia jibóia -> jiboia

Mais exemplos:
alcateia, assembleia, asteroide, celuloide, colmeia, Coreia, epopeia, estreia, heroico, joia, odisseia, paranoia, plateia, etc.

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam sendo acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis.
Exemplos:
papéis, herói, heróis, troféu, troféus, chapéu, chapéus, anéis, dói, céu, ilhéu.

Exemplos:
Papéis chapéus troféu

b) Nas palavras paroxítonas com i e u tônicos formando hiato (sequência de duas vogais que pertencem a sílabas diferentes), quando vierem após um ditongo. Veja:
baiúca -> baiuca
bocaiúva -> bocaiuva
feiúra -> feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou
seguidos de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, Piauí.

c) Nas formas verbais que possuem o u tônico precedido das letras g ou q e seguido de e ou i. Esses casos ocorrem apenas nas formas verbais de arguir e redarguir. Observe:

argúis -> arguis
argúem -> arguem
redargúis -> redarguis
redargúem -> redarguem
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continua...Acento diferencial e acento circunflexo
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Fonte:
So Portugues

terça-feira, 21 de julho de 2009

Trova XLVIII

Desenho do Submundo Mamão

Basílio da Gama (trecho de O Uraguai)


(Trecho do Canto IV, onde é narrada a morte de Lindóia. A índia, angustiada com a morte de Cacambo, “entrar no jardim triste e chorosa”, “cansada de viver”, é encontrada por seu irmão, Caitutu, adormecida, tendo enrolada em seu corpo uma verde serpente venenosa.)
--

“........ Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim, sobressaltados,
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e quem apresse no fugir a mortes
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes
Soltar o tiro, e vacilou três vezes
Entre a ira e o temor. Enfim sacode
O arco faz voar a aguda seta,
Que toca o peito da Lindóia, e fere
A serpente na testa, e a boca e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo côa ligeira cauda
O irado monstro, e em tortuosos giros
Se enrosca no cipreste, e verte envolto
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia
O desgraçado irmão, que ao despertá-la
Conhece, com que dor! No frio rosto
Os sinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que amor reinava, um dia,
Cheios de morte, e muda aquela língua
Que ao surdo vento e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história dos seus males.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado e triste,
Que aos corações mais duros enternece.
Tanto era bela, no seu rosto a morte!”
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Fonte:
Gama, Basílio da. O Uraguai. 2ª ed. Rio de janeiro, Agir, 1972.

Basílio da Gama (1741 – 1795)



José Basílio da Gama nasceu em São José do Rio das Mortes (hoje Tiradentes), em 1741, e morreu em Lisboa, em 1795. Foi um bom poeta, admirado, principalmente, pelos autores românticos que viriam depois dele. Sua vida ilustra bem as relações que podem existir entre poesia e o poder. Basílio da Gama estudou no Brasil com os jesuítas até 1759, quando os jesuítas foram expulsos. Em 1768, em Lisboa, foi preso e condenado ao degredo em Angola por jesuitismo. Na prisão, mudou de idéia e passou para o lado do Marquês de Pombal. Livra-se da prisão e do degredo, dedicando seu poema O Uraguai ao Marquês de Pombal. Em O Uraguai, Basílio da Gama critica os jesuítas e defende a política de Pombal – tornando-se seu secretário. Apesar de ser considerado um bom poeta, é difícil escrever uma obra-prima quando se tem, como grande preocupação, propagandear idéias e levando bandeiras. As obras-primas podem até ser construídas em cima de uma ideologia, mas isto se limita a ser apenas um pano de fundo, não a preocupação primeira, como é o caso d’O Uraguai, de Basílio da Gama.

O Uraguai é um poema épico em que se percebeu algumas inovações, quebrando, assim, a estrutura camoniana. Essa, aliás, pode ser considerada, também, uma qualidade do poeta, que, exercendo sua liberdade criadora, conseguiu escrever uma obra de fôlego e com elegância poética.

As inovações praticadas por Basílio da Gama foram:

1. Escolha de um tema não adequado ao gênero épico por ser pouco grandioso e contemporâneo do autor. O tema histórico narra parte das guerras entre portugueses e espanhóis contra os índios guaranis dos Sete Povos das Missões, instigados pelos jesuítas. A responsabilidade da guerra coube toda aos jesuítas.

O motivo da guerra foi a determinação do Tratado de Madre (1750) para que os Sete Povos das Missões, liderados por jesuítas espanhóis, deixassem as terras do Rio Grande do Sul (pertencentes aos portugueses) e fossem para o Uruguai (terras pertencentes aos espanhóis), onde estavam instalados índios liderados por jesuítas portugueses. Em outras palavras: o tratado ordenava que fizessem uma troca, ficando os jesuítas espanhóis em terras dos espanhóis e os portugueses em terras dos portugueses. Como é natural, a ordem não agradou nem aos jesuítas nem aos índios, que, assim, iniciaram uma guerra em que as tropas dos portugueses e espanhóis liquidaram os povos indígenas no primeiro banho de sangue da América Latina.

2. A construção do poema em versos decassílabos brancos, isto é, sem rimas.

3. A substituição das estrofes por cantos. O poema apresenta cinco cantos, os mesmos da divisão tradicional: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo. O poeta, no entanto, inicia o poema pela narração:

“Fumam ainda nas desertas praias
lagos de sangue tépidos, e impuros,
Em que ondeiam cadáveres despidos,
Pasto de corvos.”

“O Uraguai” é árcade apenas na forma escolhida (poesia épica) e na defesa dos ideais iluministas do Marquês de Pombal. São personagens do poema: Gomes Freire Andrada, herói português; Balda, o vilão, jesuíta caricaturizado; e os indígenas: Lindóia; Sepé; Tatu-Guaçu; Caitutu e Tanajura, a vidente.

Fonte:
MOURA, Josana e SANTOS, Eberth. Filosofia & Literatura. 2. ed. Uberlândia, MG: Claranto, 2004.(série Palavra em Ação)