quinta-feira, 6 de maio de 2010

José Feldman (Quero tirar meu livro da gaveta e publica-lo. Que fazer?)


Este é o novo artigo publicado na coluna de José Feldman no site http://www.escritoresdosul.com.br/

Os artigos anteriores são:

* Curiosidades sobre o Trovadorismo no Brasil - (Parte II)

* O Trovadorismo no Brasil e no mundo (origens)

* A menina e o general

* Afinal o que é uma Academia de Letras e para que serve?
.
* A História Viva de Nossa Literatura Esquecida em Curitiba

Visite o site do escritor Leandro Rodrigues.
Colunistas, biografias, entrevistas, resenhas, etc.
http://www.escritoresdosul.com.br/

Rita Maria Félix da Silva (O Menino no Lago)


O Lago Sombrio

Algumas histórias sobreviveram à memória dos dias antigos – carregadas de um lado para o outro pela brisa que, vez por outra, toca o espírito de mulheres e homens, relembrando uma época de feitos assombrosos, eventos estranhos, magia, maravilhas e horrores. Esta é uma delas:

Dizem que havia um menino de quem os pais foram levados muito cedo, por uma das mais estúpidas guerras que os adultos já fizeram. De algum modo, ele sobreviveu e vagou por uma vida solitária até que encontrou um homem chamado Orlando.

Os outros adultos desprezavam Orlando, que tinha uma índole ruim e não merecia confiança, porém – embora aquele homem alega-se detestar crianças e maltrate-se o menino sempre que estava irritado ou entediado –- eles se tornaram companheiros de viagem nesse mundo, afinal nada tinham, exceto a companhia um do outro, e a solidão costuma permitir as alianças mais improváveis. E o tempo foi vagarosamente passando, enquanto tudo era exatamente assim.

Todavia, no começo de uma manhã, coberta de neblina –- enquanto o dia avançava junto com as reclamações e grosserias de Orlando -– eles chegaram a um lago sombrio, um lugar assombrado pelas memórias de horrores antigos.

Sentada em uma das margens, havia uma mulher perto de uma fogueira quase apagada, na qual as poucas brasas que ainda persistiam lançavam mais fumaça do que calor na carne assada de algum pássaro. Ela vestia trapos, seus cabelos eram de um amarelo muito suave, a brancura da pele imitava a palidez, o corpo era magro e, embora parecesse jovem, ninguém poderia, com certeza, determinar sua idade. Com a mão, ela remexia nas águas escuras do lago enquanto cantarolava uma música estranha.

Ao vê-los chegar, a mulher parou sua canção, afastou-se da água e os convidou para que se sentassem e comessem. Orlando, em seu orgulho de adulto, não admitiu, mas havia algo de assustador nela, o bastante para que alguns ossos daquele homem começassem a doer.

O menino – pois as crianças são mais sinceras – ficou assustado e quis recusar o convite. O homem recriminou seu companheiro de viagem, afinal estavam ambos com fome, e arrastou-o para compartilharem o café da manhã com aquela estranha.

A mulher – após os três comerem – se apresentou como Safira e perguntou-lhes seus nomes. Orlando indagou como ela havia conseguido capturar a refeição –- afinal os deuses daquela terra pareciam não ter piedade dos famintos, pois os animais dali eram difíceis demais de ser pegos.

Ela riu – o som era seco e estranho – e apenas disse:

– Magia.
– Magia? – ele questionou, pois nunca havia encontrado qualquer coisa mágica em sua vida.
– Sim, – ela respondeu – eu sou uma bruxa.

O menino, tomado por aquela sabedoria que é própria das crianças, quis fugir e implorou que eles fossem embora. Orlando gritou com ele, criticou-lhe por ser tão covarde e explicou:

– Ora, ela pode ser uma bruxa, mas tem comida para nos dar.

A bruxa sorriu da tolice do homem e os três ficaram juntos.

Os dias se passaram. Orlando e Safira apreciavam a companhia um do outro - afinal ela fora solitária por toda uma longa vida e ele recebia dela todo o alimento de que precisava. O homem, porém, não gostava que o menino ficasse por perto, por isso exigia que este se afastasse o tempo todo ("Vá brincar em algum canto, mas nos deixe em paz!" – gritava ele) e a criança, meio por tristeza por não receber qualquer atenção, meio por temer a fúria do adulto, ia para longe e ficava caminhando e inventando brincadeiras até a hora da próxima refeição.

Para Orlando também era agradável está com Safira, pois nunca uma mulher tão bonita havia lhe dado atenção. Em certo momento, ele questionou sobre a beleza dela e a feiticeira respondeu:

– Você ouviu sobre as bruxas serem más e feias, mas os contadores de histórias não sabem tanto quanto imaginam e somente uma bruxa muito tola seria feia.

Ele meditou por um instante, tentando forçar sua mente a abrigar aquele novo conceito, e depois perguntou: – Mas e sobre vocês serem más?

Ela sorriu novamente –- um sorriso de profunda malícia e que pareceu belo para aquele homem:
– Ora, meu querido, as histórias não estão inteiramente erradas, embora fiquem muito longe da verdade... E, seja sincero, quem é você para falar de maldade?

Pelo resto daquele dia e também por toda a noite que se seguiu, Orlando evitou falar com os outros, ponderando sobre as estranhas palavras de Safira, porém, quando o sol nasceu novamente, ele despertou e esqueceu-se desta questão.

Naquela manhã, Safira fez a proposta a ele.

Ela lhe explicou que já era uma bruxa por mais tempo do que ele poderia imaginar e disse que desejava se tornar apenas uma mulher humana, como todas as outras.

Orlando pensou em como a magia facilitava a vida e questionou por que Safira pensava em abrir mão de algo assim. Ela gargalhou, – com um tom de zombaria que quase fez o homem atirasse furioso sobre ela – recriminou-o por ele ser tolo o bastante para julgar coisas que não seria capaz de entender e acrescentou:

– Antes de abandonar a magia, eu providenciarei uma grande fortuna, o bastante para uma vida confortável até o meu último fôlego... Mas não só para mim: eu gostei de você, Orlando. Há uns cinco dias de viagem fica uma vila, por trás daquelas montanhas, uma terra de gente simples, tola e interesseira, que existe à sombra das ruínas de um grande e antigo castelo -– onde, quando teu tataravô ainda não tinha nascido, eu transformei em pedra a princesa daquele lugar e me diverti observando o príncipe vagar pelo mundo, inutilmente procurando uma forma de curá-la, até que o frio, a fome, a loucura e a velhice tomaram a vida dele... Quero que venha comigo e que fiquemos juntos até que a morte escolha levar um de nós -– e ela contemplou-o com o sorriso mais encantador que aquele homem já vira.

Orlando ficou exultante, pois Safira era bela e a perspectiva de uma vida próspera, longe da miséria e da fome, ia além do que seus sonhos lhe permitiam ver.

A bruxa estava satisfeita com a resposta dele, porém o riso sumiu da face da mulher quando ela disse:

– Há, porém, uma última coisa que preciso realizar, um feito de extrema malignidade, antes de deixar de ser uma bruxa: um ato que devo induzir alguém a fazer. E será você, Orlando.

Ela tirou de suas coisas uma bolsa feita do couro de algum animal já extinto, dentro da qual estavam uma corda não maior que o braço de um adulto, tecida nas fibras de um arbusto que não mais existe neste mundo, e uma adaga de fabricação rude, na qual estavam gravados símbolos esquecidos pela humanidade. Safira pôs os objetos no chão e falou – num tom que parecia tão sombrio quanto o lago... Não, mais ainda sombrio – o que Orlando teria de fazer...

O homem teve vontade de gritar, mas não conseguiu. Tremia e colocou as mãos sobre a face, escondendo seu choro. Safira continuava falando – sobre a riqueza que teriam, sobre a vida ao lado dela – ele desejou que ela se calasse, mas a ambição e o desejo fizeram-no continuar escutando... Antes de aquela manhã chegar ao fim, Orlando enxugou as lágrimas e disse que faria como a bruxa lhe tinha dito.

– Ótimo - disse Safira, e seu rosto pareceu-lhe demoníaco – Então, chame o menino.
A bruxa guardou aqueles objetos terríveis e Orlando obedeceu-a.

O menino voltou para perto do homem, tão inocente quanto qualquer criança, e estranhou a mudança em Orlando: nunca antes aquele adulto havia sido tão gentil, nunca tinha lhe dado tanta atenção quanto naquele momento. Como é próprio dos pequenos, o menino ignorou suas estranhezas e aproveitou aqueles instantes, os mais felizes que já tivera. Contudo, por mais que ele se esforçasse, não podia deixar de prestar atenção no fato de Orlando tremer em meio aos sorrisos e na forma severa com a qual Safira olhava para o homem, como se estivesse cobrando algo... E isso fazia Orlando tremer ainda mais, até que havia lágrimas escorrendo pelo rosto dele.

O menino perguntou o que estava acontecendo, mas o homem escolheu mentir e disse que não havia nada. A tarde se aproximava do final, quando Safira disse algo para Orlando, que pareceu a coisa mais estranha que o menino já escutara:

– Meu querido, logo a noite chegará, você terá falhado... E eu precisarei procurar um outro homem que possa me ajudar e que mereça minhas dádivas.

Ao escutar isto, Orlando estremeceu mais uma vez, parou de fingir e começou a chorar de uma forma que o menino nunca vira. O garoto abraçou-o tentando consolá-lo. Com a visão quase encoberta pelas lágrimas, Orlando olhou para a bruxa, que estava segurando aqueles dois objetos sangrentos, oferecendo-os a ele.

Como havia prometido a Safira, ele usou a corda para estrangular o menino e, quando não havia mais vida no corpo da criança, Orlando cortou-o em vários pedaços e atirou todos no lago.

Então, suas roupas cobertas por uma mistura de lágrimas e sangue, o homem murmurou uma maldição para si mesmo e olhou para Safira. Ela havia mudado. Ainda era bonita, porém aquela beleza mágica, que tanto o havia encantado, fora embora para sempre, deixando no lugar uma mulher como qualquer outra.

Ela apontou para um saco, feito de um tecido velho e sujo, que parecia ter acabado de surgir naquele lugar. Cheio de cobiça, Orlando abriu-o e enfiou as mãos, apenas para puxá-las de volta com moedas se derramando entre os dedos... Ouro, mais ouro do que ele poderia sonhar.

Ele esqueceu-se do menino e olhou satisfeito para a mulher. Com selvageria, rasgou as roupas dela e depois as suas próprias. Eles fizeram amor na margem daquele lago, por todo aquele tenebroso crepúsculo e por toda a maligna noite que se seguiu.

Pela manhã, felizes com sua cumplicidade, eles partiram para a vila próxima, deixando o lago sozinho, meditando sobre mais um de seus segredos sombrios.

Fonte:
Revista João do Rio. Ano 7 - Número 42. Abril / Maio de 2010

Abílio Pacheco (Aquarela de Poesias)


NO PRELO

Se a minha palavra é a minha busca
de uma vida inteira, em todo mundo
e ela dorme encantada à sombra
de um livro raro, quiçá
encontrá-la-ei num alfarrábio,
num sebo, numa biblioteca pública...
Quem sabe minha resposta ainda
esteja no prelo.

ESCRITURA

A Eliton Moreira e Ademir Braz

Tecer versos é, por força, fazer sulcos em penedos,
Singrar as pedras todas do mar de si ao avesso,
Derramar suores em gotas no fero vigor do remo.

É ferir, à quilha da fragata, as artérias espumosas
Das altas internas vagas. É navegar por entre as rochas
E extrair exangues lascas — vergões por dentro e por fora.

É talhar a cerrados pulsos as pedras finas, mas duras.
E lapidar relevos pulcros em fendas pouco profundas.
É um árduo trabalho infruto, que só lega palmas sujas.

Mas é preciso fazê-lo! Alguém deve abrir as ostras
Abismadas em seu peito para juntá-las a outras
Iguais na casca e no meio, mesmo que estejam ocas.

Por fim: crer que vale a pena mineralizar as lavras
Como fulcros ao poema e inertes todas deixá-las
Inativas pelas fendas — palavras amortalhadas.

Para que tu, só tu possas sugar o cerne dos versos
Acumulados em poças pelos teus olhares tétricos
Que desmineram as horas e se desmentem eternos.

TESSITURA NOTURNA
A João Cabral de Melo Neto

Um latido apenas
não protege a rua
ele precisará sempre
que os cães o apanhem
e o lancem a outros cães
e a outros latidos
tal que somados todos
(latidos e cães) na noite
formem (no arca-
bouço da matilha)
uma redoma protetora
em torno da rua.

RETRATO II
A Cecília Meireles

Eu também não tinha este rosto
assim tenso, assim denso, assim calvo,
nem olheiras e rugas
nem cabelos alvos.

Eu não tinha estes olhos de agora
tão rubros, tão turvos, tão vagos,
nem esta mão incerta,
nem dedos fracos.

Mal venho notando esta mudança
que lenta, constante e suave
do espelho vem desbotando
a minha face.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
(ou Pinóquio pós-moderno)

Minha fada cor de céu,
Por mil pares de anos
Repito-te o mesmo pedido:
Faze comigo o que fizeste
com o filho de Gepeto.

Mas, acima de nossas cabeças
Toda nova era glacial passou
E com ela os filhos de Japeto.

Por mil pares de anos te peço...
Para que me transformes no que sempre fui,
Sem que nunca tenha sido de verdade.

LUZES DA CIDADE
A Charles Chaplin

Deambulo em trapos pelas ruas...
E vejo você, serena e cega, alva e bela,
com uma cesta plena de flores claras.

Súbito amo-te! como uma criança a outra.
Simples como a rosa branca
que recebo e ponho na lapela.

Faço de tudo para que
— mesmo vendo-me trapalhão —
você contemple as luzes da cidade.

Fonte:
Revista João do Rio. Ano 7 - Número 42. Abril / Maio de 2010

Abilio Pacheco



Cursou Licenciatura Plena em Letras na UFPA-Marabá (durante a qual foi bolsista de Monitoria e de Iniciação Científica), duas especializações na área e Mestrado em Estudos Literários pela UFPA-Belém (Dissertação: Por pesar de você a manhã se tornou outro dia: cidade, utopia e distopia em Benjamim, de Chico Buarque). Lecionou na ETRB e no CEFET-PA (hoje IFPa), onde atuou ajudou a implantar o curso de Letras e atuou no Ensino a Distância e na Especialização em Educação para as Relações Étnico Raciais. Atualmente é professor da UFPA-Bragança e líder do Grupo de Pesquisa Narrativas de Resistência - Narrares.

Abilio Pacheco, nasceu em Juazeiro (BA), viveu a primeira infância em Coroatá (MA), dos 07 aos 27 morou em Marabá, e hoje reside em Belém (PA).

Aos 17 anos obteve o primeiro destaque em certames literários com o poema “Elegia de Maria”. Publicou Poemia (poesia – semiartesanal) em 1998; Mosaico Primevo (poesia) em 2008; e Riscos no Barro: ensaios literários (2009).

É membro correspondente da Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense (com sede em Marabá) e um dos organizadores da Antologia Literária Cidade.

Lecionou por cinco anos no CEFET-PA (hoje IFPa). Atualmente é professor da UFPA - Bragança.

É um dos organizadores da Antologia Literária Cidade.

Fonte:
Revista João do Rio. Ano 7 - Número 42. Abril / Maio de 2010

Espaço Cultural Casimiro de Abreu inaugurado em Santo André



O evento que marcou a inauguração do Espaço Cultural Casimiro de Abreu aconteceu nos dias 01 e 02 de maio (sábado e domingo) das 10h às 22h (em ambas as datas). Reuniu cerca de 20 grupos envolvendo mais de 150 artistas.

A Cia Lírica de Teatro em parceria com a produtora TdT Artes & Eventos ltda. e com o apoio do Colégio Central Casa Branca inauguraram em maio, na região central da cidade de Santo André o Espaço Cultural Casimiro de Abreu.

Em um galpão de 110m2, reformado e adaptado (com a instalação de equipamento de luz, som e tratamento termo-acústico), esse coletivo de artistas passa a oferecer à comunidade uma nova opção de lazer cultura e entretenimento; aos demais artistas da região, um espaço para desenvolverem suas pesquisas; e as empresas parceiras a oportunidade de investir em “produtos” artísticos locais de alta qualidade.

Após a inauguração, o espaço promoveu um festival teatral de cenas curtas (com duração de um mês) e na sequência uma mostra de espetáculos de grupos locais (durando mais um mês).

Além de se apresentarem no espaço, de forma totalmente gratuita, diversos espetáculos teatrais, de música, dança e circo, a programação também contará com exposições de artes visuais, fotografia, vídeo, e atividades na rua, nas imediações do prédio. A idéia geral é: além de trazer o público para dentro do espaço, também levar os artistas para a rua e interagir com as pessoas.

Todos os grupos convidados são compostos por artistas locais, com pesquisas extremamente bem estruturadas e com ótima qualidade artística e técnica. Confira a programação:

Sábado (01/05)

A máscara da liberdade- (espetáculo cênico-musical) Com a Trupe do Trapo, Grupo Cênico- Musical de inclusão social. Espetáculo com música ao vivo, ambientado no universo circense.

15h – Será que foi assim? – (teatro infanto-juvenil) Com o grupo Clã de Clowns de São Caetano do Sul. O espetáculo traz ao palco a linguagem do Clown (palhaço de teatro).

18h – Clube das Solteironas - (teatro adulto - comédia). Com o elenco do TdT artes. Espetáculo montado em São Bernardo do Campo, está em cartaz a 8 anos, sucesso de público e crítica por onde passa. (Classificação 12 anos)

Domingo (02/05)

Projeto Intervenção Urbana – As atividades do segundo dia do evento se iniciam na rua, em frente ao Espaço Cultural Casimiro de Abreu

Este projeto vem oferecer à sociedade uma visão diferente da vida na cidade, e buscar alternativas e uma nova maneira de interagir com este meio. Apontar opções de lazer e formas de vivenciar a cidade, abrir as portas e sair de casa. Conhecer a cidade, suas ruas e avenidas, de perto, e não com o olhar passageiro da moldura do vidro do carro. Chamar a atenção das pessoas e mostrar que não somos turistas, e sim moradores e como tais, devemos nos envolver, conhecer e agir. Ao sair de casa, nos tornamos pessoas ativas. Podemos exercitar nosso físico e nossa mente, além de podermos nos relacionar com outras pessoas e conhecer coisas novas. Os objetivos principais desse evento são:
Levar a arte para mais perto da sociedade, e oferecer um espaço para a vivência da mesma;
Apresentar a população um novo olhar para a cidade onde moramos;
Apontar responsabilidades, e divulgar novos hábitos para podermos desfrutar nosso espaço;
Suscitar o debate sobre a legitimidade da arte e intervenção urbana, visto que muitos vêem essa forma de expressão como puro vandalismo;

Roda de Capoeira – (cultura regional) – Apresentação de Roda de Capoeira seguida de vivência com a participação do público realizada pelo grupo Origens Brasil, com o Mestre Nenê;

Yan Ran – (teatro infantil) – Com o Cia do Nó. Grupo tradicional de Santo André, com mais de 10 anos existência;

A queda – (teatro) – Espetáculo conceitual de pesquisa do grupo Teatro de Asfalto, criado na Escola Livre de Teatro (Classificação 14 anos);

Micro Mostra de Cinema – (Cinema) – Exibição de produções de cineastas locais com curadoria de Sérgio Pires e Alex Moletta.

Fonte:
Colaboração da Maestrina Karen Feldman

Projeto "Sarau ACElerado", em Canoas/ES



Segundo Wikipédia, a enciclopédia livre da Internet: “Sarau (do latim seranus, através do galego serao) é um evento cultural ou musical realizado em um local agradável onde as pessoas se encontram para se expressarem ou se manifestarem artisticamente e pode envolver dança, poesia, leitura de livros, música acústica e também outras formas de arte como pintura e teatro."

A ASSOCIAÇÃO CANOENSE DE ESCRITORES (ACE) oferece uma parceria com Beiruth, para a realização de um evento lítero-musical mensal, na última terça-feira do mês, com a proposta de levar cultura contemporânea à cidade, através de um happy hour, com a presença de Escritores, Músicos e Convidados.
Neida Rocha - (Secretária ACE - 9942-3898)

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PROJETO: “SARAU ACE LERADO”

MÚSICA: Tarcísio Casanova Selbach

DATA: 25/05/2010 às 20 horas

LOCAL: Casa de Sanduíche Beiruth
(Dr. Barcellos, 950 - Centro - Canoas/RS)

Fonte:
Colaboração da ACE

Palestra em Maringá (Vida e Obra de Monteiro Lobato)



Queremos convidar a todos para uma palestra com o pesquisador Léo Pires sobre a vida e obra de Monteiro Lobato. A palestra será amanhã, dia 7/5, das 9h às 12h, na sala Joubert de Carvalho, Biblioteca Municipal Professor Bento Munhoz da Rocha Neto.

Não haverá custos para inscrição, mas a capacidade máxima da sala é de 130 lugares, restam apenas 60 lugares disponíveis. Interessados confirmar presença até às 16h de hoje pelo e-mail: marciasantamaria@maringa.pr.gov.br .

Maiores informações pelos telefones: 3901-1111/3901-1901.
Márcia Santa Maria
Gerente de Promoção da Leitura
Secretaria Municipal de Cultura

Fonte:
Mestrado de Literatura 2004.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Sinclair Pozza Casemiro (Campo Mourão Turístico em Trovas)

Estamos iniciando um passeio turístico em trovas pelo estado do Paraná. Os trovadores de cada cidade estarão enviando um roteiro turístico de suas respectivas cidades, em trovas. Museus, praças, ruas, fontes, teatros, eventos, estatuas, enfim, tudo que seria interessante mostrar aos internautas que farão turismo pelo Paraná.
Já recebi algumas colaborações, outras estão para chegar, e outros trovadores de outras cidades que não consegui contatar, por favor, enviem suas colaborações para pavilhaoliterario@gmail.com .

Obrigado
José Feldman
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CAMPO MOURÃO

ANEL VIÁRIO
Arco-íris de concreto
torna mais fácil o partir
levando o corpo e o afeto
pra onde o sonho quer ir.

TRECHO DE PEABIRU
Marco do velho Caminho
por Peabiru conhecido
resiste ao tempo e sozinho
exibe o laurel esquecido.

RIO 119
Corre o Cento e Dezenove
banha os sonhos, a memória
e a indiferença demove
ao tornar viva a história.

GRUTA DA SANTA CRUZ
De pedra em pedra se fez
a Gruta da Santa Cruz
num misto de dor e altivez,
por promessas ao Jesus

CATEDRAL SÃO JOSÉ
A Catedral São José
em plena Praça erguida
é marco de amor e fé
desta cidade querida!

Padroeiro São José
que deu nome à Catedral
conduz seu povo à fé
e a mui sublime fanal.

SANTUÁRIO DE APARECIDA
Santuário de Aparecida,
aqui eu vim adorar
a Santa da minha vida
e muitas graças buscar.

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO CERRADO
Este Cerrado ostenta
riquezas que não têm preço
nele o passado apresenta
do futuro , um seu começo.

AEROPORTO
Pelos céus do meu Brasil
e aqui marcando compasso
muita gente já partiu:
-Adeus e um forte abraço!

PARQUE DE EXPOSIÇÃO
No Parque de Exposição
o povo faz sua festa
de ano em ano a emoção
ao sonho e encanto se presta.

PARQUE DO LAGO
Bem vindo ao Parque do Lago
e viva nele a beleza
que esbanja com tanto afago
a nossa mãe natureza.

PARQUE LAGO AZUL
“Parque Lago Azul” se veste
De mui ricas fauna e flora
Entre as águas e o celeste
luzir da cândida aurora!

TEATRO MUNICIPAL
Teatro Municipal
de dançarinas, artistas,
de sonhos, rico cristal
do povo, jóias bem-quistas!

FECILCAM
Faculdade portentosa
Do saber a guardiã
és rebelde flor mimosa
e a mais nobre anfitriã.

MERCADO MUNICIPAL
Mercado Municipal
para o povão, Mercadão
foi peça fundamental
hoje é só recordação.

ANTIGA RODOVIÁRIA
Antiga Rodoviária
de tantas idas e vindas
à minha’lma solitária
é que, silente, tu brindas?

ESTAÇÃO DA LUZ
Estação da Luz - vigia,
de partidas, de amores,
tão intensos,já, um dia.
cuida: se ouvem clamores!

BIBLIOTECA PÚBLICA
O destino é a viagem
deste prédio monumento
ontem, em terra, ancoragem,
hoje, em livre pensamento.

MUSEU DEOLINDO PEREIRA
O ontem tem guarda segura
no presente que prepara
a nossa vida futura
para uma rica seara.

CAPITÃO ÍNDIO BANDEIRA E A AVENIDA
Entre a patente e a bandeira
Empenhou a própria vida
A voz, de sagas, herdeira
Vai muito além da Avenida.

BANDEIRA E GEMBRÉ
Dizem que em Campo Mourão
Dois índios eram rivais
Um se tornou capitão
O outro se foi, nunca mais...

IGREJINHA DOS CAROLLO
Igrejinha dos Carollo,
Que bom é nela chegar,
Buscando paz e consolo
De distante caminhar!

CEFET
CEFET, universidade
Que orgulha de coração
Esta grandiosa cidade
Chamada Campo Mourão.

Fonte:
Colaboração da Trovadora.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Trova 143 - Clevane Pessoa (MG)

São Fidélis em Poesia


Antonio Manoel Abreu Sardenberg (São Fidélis/RJ)
A VILA DE MINHA CIDADE

São Fidélis “Cidade Poema”
Minha velha Vila Nova,
Hoje estou aqui de novo
Para rever nesse encontro
Meus amigos e meu povo.

Matar saudade da terra,
Percorrendo os casarios
Da Rua Faria Serra,
Que vai da linha do trem
Até a margem do rio.

Paraíba majestoso,
Dos enormes areais,
Daquele banho gostoso,
Peladas fenomenais,
Ah! Se o tempo, de novo,
Pudesse voltar atrás...

Percorrer toda a cidade
Recordando o meu passado:
Alamedas de oitis,
A Vila dos Coroados,
A Ipuca dos Puris...

A Serra do Sapateiro,
Suas histórias e lendas,
Quermesse com lindas prendas
Ladainha e procissão;
Na Festa do Padroeiro
São Fidélis, altaneiro,
Bem do alto da matriz,
Acolhe de braços abertos
No encontro tão feliz!

Amigos se abraçando,
O sino marcando a hora,
Do lado de nossa Matriz,
Na gruta fiéis rezando
Dão graças à Nossa Senhora.

Oh! minha “Cidade Poema”,
Tira o nó desta garganta!
Meu coração não se cansa
De tanto te exaltar,
Pois quem nasceu nesta terra
Sabe bem o que é amar!
Todos os direitos reservados ao autor
================
Edmar Japiassú Maia (Rio de Janeiro/RJ)
MEU BERÇO

Pesa-me o tempo… mas, com galhardia
prossigo a caminhada e não me abato,
que um fidelense não se abate ao fato
de ter que exercitar a valentia…

Pesa-me o tempo… e cada vez mais grato
à Cidade Poema e à poesia,
unindo as duas numa simetria,
descrevo São Fidélis num retrato:

O Paraíba acolhes no teu seio,
e o carinho dos filhos é o esteio
que alavanca o progresso em teu avanço…

Pesa-me o tempo… e aguento os meus cansaços,
por saber que, na estafa dos meus passos,
São Fidélis é o berço em que descanso!
Todos os direitos reservados ao autor
===============
Hegel Pontes (Juiz de Fora/MG)
SÃO FIDÉLIS

De São Fidélis guardo a ressonância
De pássaros cantando nas capoeiras;
No olhar conservo as flores das primeiras
Primaveras perdidas na distância…

Toucou-me um dia a incontrolável ânsia
De procurar caminho e abrir porteiras,
Deixando para trás velhas mangueiras
Que encheram de doçura a minha infância.

Comércio, indústria, o campo verde, o açude…
Cidade Poema, te esquecer não pude,
Porque, mesmo partindo da cidade,

Como carro-de-boi que geme e chora,
Eu vou levando pela vida afora
A colheita indelével da saudade!
Todos os direitos reservados ao autor

Wanda de Paula Mourthé (Belo Horizonte/MG)
ENCANTOS DA MATRIZ

Homens de fé, ao mesmo tempo artistas,
trazendo na alma o gênio italiano,
Frei Victório e Frei Ângelo, idealistas,
edificaram, em labor insano,

num mutirão de crenças sincretistas
de índios, escravos, brancos - mano a mano-
uma igreja, com traços vanguardistas,
por influência do padrão romano.

A seu redor, nasce a "Cidade Poema";
hoje é Matriz e da cidade emblema,
onde inspirados poetas tecem rima.

E em São Fidélis, plena de beleza,
completando as doações da natureza,
nasceu do gênio humano a obra-prima.

Fonte:
Colaboração de Antonio Manuel Abreu Sardenberg