quarta-feira, 23 de junho de 2010

Paraná Poético I

Apollo Taborda França
UM "FLASH" SERTANEJO

Pelos confins do sertão,
vive lá ZÉ SERESTEIRO...
Sempre com viola na mão:
- Perto um riacho e um pinheiro.
Seu rancho feito de palha,
o chão de terra batida...
Nele ZÉ bem se agasalha:
- No roçado a sua lida.

Beldades da Redondeza
faziam coro com ZÉ...
Ambiente de singeleza:
no terreiro um garnisé.
E do grupo a mais catita
que do ZÉ tinha atenção...
A lindeza da ZURITA:
- lábios da cor do tição.

Faces lisas, cor-de-rosa,
os olhos verdes dos campos...
ZURITA, a mais formosa:
- Lua cheia, pirilampos.
Se passarem muitas tardes,
ZÉ casou com a ZURITA...
Petizada, seus alardes:
- Choupana toda de fita.

ZURITA E ZÉ SERESTEIRO
levam a vida dourada...
Horta, feijão no celeiro:
- Cada noite nova toada.
Pelos ermos, pela mata,
o chilrear dos passarinhos...
Um sussurro se desata:
- Nas veredas, nos caminhos.

Tem coruja na vivência,
pica-pau e saracura...
João-de-barro, eficiência:
Quero-quero, com fartura.
Essa a vida sertaneja,
nos rincões do Paraná...
Tamanha beleza enseja:
- Se há outra, qual será?

ZURITA E ZÉ SERESTEIRO,
um casal bem ajustado...
Juntinhos o dia inteiro:
- Ó que amor tão sublimado!

Ceres de Ferrante
CREDO AO HOMEM

Segue,
não há razão
para parar.
Há mais caminhos
a percorrer.
Indômita é a vontade
dos que acreditam
no hoje e no amanhã.
Segue,
há uma força maior
guiando teus passos,
por isso vencerás o espaço
e encontrarás novos mundos
em outras galáxias
ou dentro de ti mesmo.

Horácio Ferreira Portella
RISONHO NASCIMENTO

Dourado, o sol desponta no horizonte,
a dissipar das brumas a cortina.
Ouve-se o manso murmurar da fonte,
que desce pela encosta da colina.

disseminando seu poder planctonte
na verdejante mata e na campina,
para ensejar que a Vida assim desponte
em plenitude mágica, Divina.

As borboletas colorindo a festa,
As flores espargindo seu perfume.
Os pássaros em mística seresta,

após o parto, que a Natureza espera
por nove meses para dar a lume
a deslumbrante filha: Primavera!

Ivo de Angelis
TRÊS QUADRAS

De lânguida flor, que murchasse
o suave perfume, dolente,
é qual a saudade que nasce,
quando morre o sonho na gente.

Nada transpassa a ferida
de um coração que padece,
como a lembrança perdida,
que cai de dentro da prece.

Mostra teu brilho e fulgor,
ao mundo que te fascina,
e nutre o teu esplendor,
na mágoa que me domina.

Janske Niemann Schelenker
UM PEQUENO TÚMULO

Lá na campina, queria ser flor
para que tua mão me colhesse,

ou ser o capim,
para que pudesses descansar em mim,

ou ser o caminho
por onde voltasses a ser meu,

our ser um pequeno túmulo
- sem nome e sem data -
á beira da tuda estrada
... e só tu saberias onde estou...

Orlando Woczikosky
ÁGUA

Quem se afunda na bebida,
para afogar sua mágoa,
descobre, no fim da vida,
que a melhor bebida é água.

Beba água mineral
e viva despreocupado,
porque água só faz mal
para quem morre afogado.

Fonte:
Revista do Centro de Letras do Paraná - n.53 - agosto 2009.

Artur de Azevedo (O Ingrato)


Vieira havia levado a vida inteira remando contra a maré. Por fim conseguiu reunir algum dinheiro, não se sabe como, e abriu uma modestíssima loja de cigarros na Rua dos Ourives. Dava para viver, mas, como se sabe, não se precisa de muita coisa para viver. Morava com a mulher num quartinho ao lado da modesta loja, e Dona Maricota cozinhava, lavava e passava a roupa do marido e de alguns conhecidos, pois não tinham filhos.

Pensando na vida e esperando os clientes, Vieira estava certo dia encostado no balcão da loja enquanto a mulher preparava o almoço, como de costume, quando entrou apressadamente um velho, meio congestionado, quase sem poder falar. Sentou-se num banquinho que ali havia, queixando-se silenciosamente e apenas murmurando algumas palavras. O traje do recém-chegado indicava pessoa de boa posição social. Solícito, Vieira indagou:

— Que tem o senhor, cavalheiro? O que aconteceu?

O velho levantou os olhos e só conseguiu dizer, com voz apagada:

— Água!

Vieira foi imediatamente buscar um copo d’água, que o velho bebeu, reanimando-se um pouco. E perguntou de novo:

— O que aconteceu?

— Não sei... Uma coisa que me deu de repente... Mas felizmente não foi nada, como o Sr. pode ver. Bastou esse copo d’água para sentir-me bem.

— Não quer alguma outra coisa? Talvez um pouco de água com limão...

— Não, nada. Muito obrigado.

O velho permaneceu ainda ali uns vinte minutos, conversando amistosamente com Vieira, perguntando-lhe sobre seus negócios, sua família, sua vida. Quando saiu, apertou-lhe com vigor a mão, renovando seus agradecimentos.

Dois dias depois apareceu novamente, sentou-se no banquinho e fez novas demonstrações de agradecimento, conversando amigavelmente durante meia hora.

Voltou no dia seguinte, e Vieira lhe apresentou Dona Maricota, com quem simpatizou bastante. Inteiraram-se então de que o assíduo visitante era o Comendador Matos, negociante aposentado, solteiro e sem filhos, que vivia de rendas, sem outra ocupação além da cobrança dos aluguéis e da renda dos altos negócios. Quando o Comendador saiu, Vieira disse à esposa:

— Parece que esse sujeito está disposto a vir aqui todos os dias, para entreter-se em conversa.

— É uma amizade que não devemos desprezar — respondeu a mulher, de espírito prático.

— Por quê?

— Que pergunta! Pode ser que encontremos nesse homem um protetor...

— Que protetor coisíssima nenhuma! Um passatempo aborrecidíssimo, é o que você deve dizer. Não percebeu que ele nem sequer fuma? Não comprou até agora nem uma caixa de fósforos...

Entretanto, quando o Comendador voltou no dia seguinte, encontrou uma cadeira, no lugar do banquinho. Precisamente nesse dia ficaram estabelecidas definitivamente as relações de amizade. A partir desse momento o velho foi infalível, sempre chegava na mesma hora. Não se passou muito tempo, e começou a ser-lhe oferecida durante a visita uma xícara de café, que se tornou um hábito durante os seguintes cinco anos.

Quando não aparecia na hora de costume, Dona Maricota se inquietava:

— O Comendador não veio. Estará doente? Por que não vais à casa dele? Pode ser que esteja doente, não acha?

Afinal o velho entrava, e Vieira avisava à mulher:

— Já está aqui o Comendador, Maricota. Traga já o cafezinho...

As relações chegaram a ser tão estreitas, que uma vez Vieira queixou-se da falta de freguesia. O velho lhe disse:

— É natural, pois você tem uma casa que não inspira confiança. Isto aqui não é uma verdadeira loja, é apenas um cubículo.

— Mas muitos começaram como eu, e acabaram ficando ricos.

— Isso foi antigamente. Hoje em dia as lojas de cigarros têm que estar bem instaladas, com pelo menos duas portas, boas estantes, tudo bem ordenado e bem sortido.

— É bem verdade, mas tudo isso custa dinheiro, e não vejo como possa consegui-lo.

— Não se preocupe por questões de dinheiro. Procure uma casa melhor, em pleno centro, e deixe o resto por minha conta.

Com efeito, Vieira não demorou a encontrar um local apropriado. Alugou-o, tendo o próprio Comendador como fiador. Um mês depois o novo estabelecimento estava funcionando. Não faltava nada, havia até um acendedor de cigarros constantemente ligado, que os clientes podiam usar.

O casal mudou-se para o segundo andar do mesmo imóvel, e o Comendador emprestou o dinheiro para a compra dos móveis. Quando foi assinar os papéis, Vieira perguntou se o Comendador tinha interesse em ser seu sócio.

— Nada disso! Eu me aposentei por completo dos negócios, e não tenho o menor desejo de voltar a eles. Serei simplesmente seu credor. Basta você assinar umas quinze promissórias, com juros muito reduzidos e prazos folgados.

Assim foi. Vieira resgatou as letras uma por uma, nos prazos estipulados. Sem esforço, pois a loja prosperava de maneira satisfatória. Dona Maricota já se entregava aos afazeres domésticos com mais parcimônia. Um dia notou que ia ser mãe, portanto uma nova felicidade em perspectiva.

— Quero ser o padrinho! — indicou o Comendador quando foi informado.

O excelente homem já era considerado pessoa da casa, seguindo sempre o seu próprio ritmo, tomando o cafezinho sentado no mesmo local, já agora numa cadeira estofada, para mais comodidade.

A pontualidade com que foram pagas as quinze promissórias fez aumentar a amizade do velho, pois colocava acima de tudo a probidade comercial, a honra da firma. Quando o menino foi batizado, o padrinho deu-lhe um bonito enxoval e fez para ele um seguro de vida. Desde então era raro a criança não receber todos os dias um presente ou um agrado. De vez em quando, Vieira e Maricota também eram obsequiados.

— Comendador, por que tantos cuidados? O senhor não deve incomodar-se tanto conosco.

— Não me incomodo, absolutamente. Vocês são minha única família. Não tenho ninguém mais no mundo, a não ser vocês.

— Bendito aquele copo de água! — dizia Dona Maricota, sempre que o velho tinha algum rasgo de generosidade.

— Graças àquele copo d’água mudou nossa sorte — acentuava o marido, — e espero que com o tempo ainda viremos a ser ricos.

Não sabendo como manifestar seu reconhecimento por tão inverossímil proteção, Vieira mandou pintar a óleo um retrato do Comendador, que colocou na sala de visitas.

Mas tudo se acaba. Um dia o comendador deixou de aparecer na loja, que tão assiduamente visitava durante tantos anos. Vieira correu imediatamente à casa onde morava, e o encontrou seriamente doente. Quis levá-lo para sua casa, onde seria tratado com desvelo familiar, mas o comendador resistiu. Era seu propósito recolher-se a um asilo para idosos, e foi necessário respeitá-lo. A doença se agravou. Embora não lhe faltasse nenhum dos recursos da medicina, morreu depois de quinze dias.

Vieira e Dona Maricota imaginavam — era natural — que ambos e o pimpolho seriam os únicos herdeiros, já que o velho não tinha família. Enganaram-se. O testamento, o único que apareceu entre os papéis do velho, e que foi divulgado depois do enterro, só contemplava no benefício o afilhado, com dez contos de réis. O resto era dividido entre hospitais e asilos. Nem o próprio Vieira tinha um único centavo no testamento.

— Estranho! — bramiu Dona Maricota. — Nunca imaginei que aquele homem não nos deixasse ricos. Por que nos dizia então que éramos os únicos membros de sua família? Que mal empregados os oitenta mil réis da coroa que lhe mandamos!

— Tenho intenção de não aceitar os dez contos que deixou ao nosso filho — confessou Vieira —. Dez contos! Que miséria!

— Seria melhor não haver deixado nada! Nosso filho não precisa de esmolas!

— Tenho até vontade de destruir o retrato — disse indignado o marido.

— Não! Não vale a pena. Esse retrato pode ser comprado por alguma das instituições que herdarão o dinheiro desse velho tacanho.

Lançou um olhar severo sobre o retrato do Comendador, que sorria compassivamente, enquanto exclamava decepcionada:

— Este mundo está cheio de ingratos!...

Fontes:
http://contosbemcontados.blogspot.com/

terça-feira, 22 de junho de 2010

Apollo Taborda França (O Nosso Alfabeto)


A na ordem é a primeira
Do ALFABETO, original;
Tem presença costumeira,
Vai num texto sem igual.

B se mostra importante,
Dentre as letras principais;
BRASIL a leva confiante,
É o país dos mananciais.

C tem ritmo completo,
Colorindo o seu CÉU;
Se sublima, som dileto,
Vale mais do que um troféu.

D é letra favorita,
DECISIVA e dá apogeu;
Valoriza toda escrita,
Replicando: estou no meu.

E é letra da ESPERANÇA,
Enriquece o fraseado;
E o sentido, de antemão,
Fica firme e bem postado.

F é uma letra mágica,
Que impressiona de saída;
FORTALECE a trova sáfica
E as demais, a toda brida.

G está em geralmente,
Tem GRANDEZA, é muito usada;
É importante integralmente
Sua presença numa toada.

H mostra ter talento,
Vem no nome de HEITOR;
O seu som é de acalento,
Sustentando o seu valor.

I é aquela letra base,
Que INSPIRA muito afeto;
Se impõe em qualquer frase,
É destaque no alfabeto.

J brilha em toda linha,
Joga o JOGO na jogada,
Tem sua verve, sempre tinha,
No alfabeto é a bem bolada.

K é letra motivada
É de uso bem correto;
Em KARDEC é badalada,
Mas sacaram do alfabeto.

L vai em LIBERDADE,
É o que todo mundo quer;
Sendo letra sem vaidade,
O servir é seu mister.

M tem a sua marca,
De letra sublimação;
Em MARIA bem abarca
O sentido da oração.

N nunca desfalece,
Lembrando a NATIVIDADE,
Calorosa como a prece,
É uma letra de verdade.

O é letra sintonia,
OPULENTA como o Sol;
Muito pura, sem mania,
Se repete em rouxinol.

P dispensa comentário,
Letra forte do PERDÃO;
Se mantém no itinerário
Do alfabeto, é bridão.

Q garante o rijo som,
É QUERIDA em qualquer texto,
Na poesia dá seu tom,
Na palavra é cabresto.

R é letra principal,
Ao ROSÁRIO dá estesia;
Tem um som monumental,
Flui no texto e na poesia.

S é um tanto sibilante,
SILVA a torto e a direito;
Mas, mantem-se firme e estuante:
É uma letra de respeito.

T é uma letra ponderável.
Que TEMPERA nossa língua;
Seu emprego é inumerável
E o pensar não fica à míngua.

U vogal maravilhosa
É de UNIÃO e de argumento;
Se diz muito caudalosa,
Na palavra é um sustento.

V tem som inimitável,
Ajuda muito no verso;
Em VITÓRIA é bem notável
Nos idiomas do universo.

W tem a sua saga,
É rejeitada por muitos;
Em WESTPHALEN afaga,
Da tradição, os seus mitos.

X é a base do problema
No mundo da Matemática;
Em XANGÔ é um emblema
De influência carismática.

Y era antiga
Letra assim convencional;
Na YOGA é muito amiga,
Com seu talhe bem sensual.

Z é a letra derradeira,
De nosso falar gentil;
ZODIACAL, é uma bandeira
No idioma do Brasil!...

Fonte:
Apollo Taborda França. O Nosso Alfabeto. Curitiba: Gráfica Vitória, 1982.

Literatura Brasileira (Parte 1 = Origens)

A pedidos, inicio um apanhado sobre a Literatura Brasileira, em várias partes.
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O estudo sobre as origens da literatura brasileira deve ser feito levando-se em conta duas vertentes: a histórica e a estética. O ponto de vista histórico orienta no sentido de que a literatura brasileira é uma expressão de cultura gerada no seio da literatura portuguesa. Como até bem pouco tempo eram muito pequenas as diferenças entre a literatura dos dois países, os historiadores acabaram enaltecendo o processo da formação literária brasileira, a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e temáticas.

A outra vertente (aquela que salienta a estética como pressuposto para a análise literária brasileira) ressalta as divergências que desde o primeiro instante se acumularam no comportamento (como nativo e colonizado) do homem americano, influindo na composição da obra literária. Em outras palavras, considerando que a situação do colono tinha de resultar numa nova concepção da vida e das relações humanas, com uma visão própria da realidade, a corrente estética valoriza o esforço pelo desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em busca de uma expressão própria, tanto quanto possível original.

Em resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os momentos em que as formas e artifícios literários se prestam a fixar a nova visão estética da nova realidade. Assim, a literatura, ao invés de períodos cronológicos, deverá ser dividida, desde o seu nascedouro, de acordo com os estilos correspondentes às suas diversas fases, do Quinhentismo ao Modernismo, até a fase da contemporaneidade.

Duas eras - A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas escolas literárias ou estilos de época.

A Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do descobrimento, a 1601), o Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), o Setecentismo (de 1768 a 1808) e o período de Transição (de 1808 a 1836). A Era Nacional, por sua vez, envolve o Romantismo (de 1836 a 1881), o Realismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893 a 1922) e o Modernismo (de 1922 a 1945). A partir daí, o que está em estudo é a contemporaneidade da literatura brasileira.

Fonte:
http://www.vestibular1.com.br/

Fomento e Incentivo à Cultura em Minas Gerais



A Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais é um instrumento que tem possibilitado a realização de importantes projetos culturais no Estado.

Por meio de seus mecanismos, a lei tem mediado a interlocução entre o empreendedor e o incentivador, aproximando produtores, artistas, investidores e público e contribuído para dinamizar e consolidar o mercado cultural em Minas Gerais.

Os projetos são analisados pela Comissão Técnica de Análise de Projetos (CTAP), que considera desde os critérios técnicos – pré-requisitos quanto ao empreendedor e enquadramento de seu projeto, viabilidade técnica e exeqüibilidade, detalhamento orçamentário, efeito multiplicador e benefício social – até o fato de possuírem caráter estritamente artístico-cultural e interesse público.

Empresas contribuintes do ICMS, que estejam em situação regular, podem patrocinar projetos culturais por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Empresas inscritas em Divida Ativa, até 31 de outubro de 2007, também podem ser patrocinadoras.

É muito fácil Investir em Cultura

O processo é muito simples, a maior parte das providências é tomada pelo responsável pelo projeto, a empresa patrocinadora só fica encarregada de preencher a Declaração de Incentivo-DI, documento que oficializa o patrocínio junto à Secretaria de Estado de Fazenda e que, depois de homologado, possibilita o repasse dos recursos para a conta bancária, específica, do projeto incentivado. Esse repasse pode ser parcelado em até 12 vezes.

Investir é lucro

A empresa patrocinadora pode deduzir 80% do valor total investido no projeto, na forma de desconto do imposto devido de ICMS, mês a mês. Os 20% restantes são repassados, sem dedução, a título de contrapartida.

O investimento é, acima de tudo, um compromisso com a sociedade. Ao incentivar um projeto cultural a empresa está escolhendo uma nova forma de se comunicar, de ampliar e agregar valor à sua marca, de contribuir para o desenvolvimento da comunidade na qual está inserida e, ainda, de reforçar o seu compromisso com a cultura e o bem estar social.

Escolha o projeto

O patrocinador pode escolher um ou mais projetos, a lista dos aprovados para captação de recursos em 2010 pode ser consultada. Para isso é só entrar em contato com a diretora da Lei de Incentivo, Sônia Valadares, por telefone (31)3269-1128 ou e-mail: leiestadual@cultura.mg.gov.br

Fonte:
Colaboração da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais.

Silviah Carvalho (O Dia Perfeito)


Para mim será quando acordar
De manhã e te ver ao meu lado,
Poder te preparar um café,
Voltar e te ver ainda deitado,

Poder segurar sua mão e,
Andar livremente pelas ruas da cidade,
Saber que és totalmente meu e,
Que nunca mais sofrerei a saudade.

O dia perfeito
Para mim será lembrar que fiz uma oração
Te pedindo como milagre,
E poder tocar em ti, e ver na viração do dia
Este milagre em sua totalidade,

Pode um construtor, não amar
A obra que construiu com tanta dificuldade,
Olhar e não sentir-se feliz vendo que o
Que era sonho tornou-se realidade?

Pois eu tenho medo que isto um dia aconteça,
Que o dia perfeito chegue e eu, talvez não mereça,
Que diante de ti, eu fique extasiada,
E ao invés de amar, para sempre adormeça,

Que não suportes meu tremor,
A força do meu amor e
Em meus braços, desfaleça.

O dia perfeito
Para mim será tê-lo ao meu lado
Sem que haja para isso juramento,
Que tudo aconteça livremente,
Que tudo se revele e que seja lindo,

E para o que não foi dito,
Que haja perdão e caia no esquecimento.

O dia perfeito
Para mim será quando o amor esconder nossos defeitos
E nos deixar viver o momento,

Pois para mim este amor vem sendo construído
Através de tempos... Eternidade até,

O dia perfeito
Para mim será ver concretizado
Aquilo que um dia era apenas fé.

Fonte:
Colaboração de Silviah Carvalho.

André Czarnobai no Projeto Autores & Idéias, do SESC Paraná




O Sesc Paraná promove o Projeto Autores & Ideias, evento que discutirá os mais variados temas da literatura, tendo como ponto de partida suas relações com o ciberespaço. Ao longo de 2010, o Autores & Ideias percorrerá cinco cidades paranaenses com atividades que pretendem ampliar o debate em torno da literatura, leitura e letramento na sociedade digital.

De maio a novembro, a cibercultura será a temática principal de mesas-redondas, workshops e oficinas, oferecidas nas unidades do Sesc em Curitiba, Londrina, Maringá, Pato Branco e Cascavel. Uma oportunidade única de trazer para o mundo real um bate-papo essencialmente virtual.

Neste ciclo de Autores & Ideias, que acontece em junho de 2010, serão abordados alguns veículos de comunicação com foco em literatura e artes em geral surgidos exclusivamente na internet, sua viabilidade em comparação com os meios impressos e algumas vantagens da publicação virtual, como maior interatividade com o leitor, baixo custo de implementação, versatilidade de formatos e a garantia de factualidade.

MESA REDONDA

Tema: Arte e informação na Rede

Autores Convidados:

André Czarnobai – Rio Grande do Sul (escritor e fundador do Cardoso Online, o mais famoso fanzine digital distribuído no Brasil)

Julio Daio Borges- Digestivo Cultural -São Paulo

Mediação : Jornalista - Marcelo Bulgarelli

DATA - 24/06/2010
HORÁRIO- 20:00
LOCAL - SESC

Público: estudantes de jornalismo, letras, artes, artistas, jornalistas, escritores.

Quem é CARDOSO? . Ficcionista e não-ficcionista, jornalista, roteirista, consultor criativo, webdesigner autodidata, desenhista, tradutor, intérprete, produtor musical, DJ, MC, demonstrador e vendedor de aparelhos de monitorização vital, pior fotógrafo do mundo, bon-vivant e modelo.

André Felipe Pontes Czarnobai nasceu no dia 27 de maio de 1979 em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

Autor de Cavernas & Concubinas (2005, coleção Risco:Ruído, DBA Editora).

Participou das coletâneas Oficina 32 (2004, Org. Luis Antonio de Assis Brasil), Troco (2005, Type), Dentro de um Livro, (2005, Casa da Palavra), Contos de bolso (2005, Casa Verde), Contos do Novo Milênio - Os melhores contistas gaúchos dos últimos 25 anos (Org. Charles Kiefer, Instituto Estadual do Livro, 2006), Ficção de Polpa 3 (Não Editora, 2009) e Desacordo Ortográfico (Não Editora, 2009)

Publicou contos na Revista Ficções (2003, 7Letras), no site da Revista Trip; no especial Feira do Livro do ClicRBS; nos jornais Zero Hora e Brasil Econômico; e nas revistas Aplauso, F, Bravo! e Gloss.

Participou da segunda edição do projeto Na Tábua, de Paulo Scott e Fábio Zimbres, ao lado de Marçal Aquino.
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Quem é Julio Daio Borges?

Julio Daio Borges é, por extenso, Julio Dário Revollo Porfírio Borges. Nasceu em São Paulo Capital, no dia 29 de janeiro de 1974. Formou-se em Engenharia de Computação, pela Escola Politécnica da USP, em dezembro de 1997. Foi "redação nota dez" da Fuvest, em 1992. Escreve diariamente desde então.

Quais os "antecedentes" do Digestivo Cultural?

Em dezembro de 1997, Julio Daio Borges, assinando "J.D. Borges", compõe "A Poli como Ela é...", uma crítica à Politécnica da USP, que vai parar na Folha de S. Paulo, na coluna de Luís Nassif. Começa uma atividade de "colunista independente" a partir de 1998 (por e-mail) e, em 1999, funda seu próprio site. Em 2000, esboça a newsletter que se tornará, de 2001 em diante, a revista eletrônica Digestivo Cultural.

Quais as suas atribuições no Digestivo Cultural?

Redação de Digestivos e esporadicamente Colunas e Entrevistas (perguntas). Supervisão dos Colunistas, Ensaios e Comentários. Elaboração dos Releases e Editoriais. Concepção dos Especiais. Postagem diária no Blog. Veiculação dos Anúncios. Programação do site. Administração da JDB Editora e Participações LTDA. (empresa que abriga o Digestivo, desde 2003Com que outros projetos se ocupa Julio Daio Borges?

Organização de eventos culturais a partir do Digestivo Cultural, especialmente em conjunto com a Casa Mário de Andrade, onde aconteceram três séries Palavra na Tela (2007, 2008 e 2009) e uma nova série denominada Encontros de Literatura, sempre com curadoria, planejamento e realização do Digestivo Cultural. Com intenção, ainda, de formar um arquivo em áudio desses eventos (Podcast). Além disso, otimização da arquitetura do site para entregar, mensalmente, mais de 1 milhão de páginas.

O que mais além de textos?

Em novembro de 2009, Julio Daio Borges participou do evento Oxigênio, ao lado de Ana Paula Sousa da "Ilustrada" da Folha. Em setembro de 2009, participou do "III Seminário Tendências Conectadas nas Mídias Sociais" da Faculdade Cásper Líbero (Palestra/Perguntas). Em maio de 2008, deu uma aula sobre Web 2.0 no curso de "Jornalismo na Internet" do Espaço Cult. Em dezembro de 2007, participou de uma mesa com outros "editores de publicações independentes", nos Encontros de Interrogação do Itaú Cultural, em Buenos Aires. Em outubro de 2007, participou ainda da mesa sobre "Literatura Digital" na Flip de Porto de Galinhas; e, no mesmo mês, proferiu uma palestra sobre "Jornalismo Cultural na Internet", no II Encontro de Comunicação e Letras, da Universidade Mackenzie.


A PROGRAMAÇÃO É GRATUÍTA, VAGAS LIMITADAS.

PARA SE INSCREVER ENCAMINHE E-MAIL COM NOME E TELEFONE E OU DIRETAMENTE NO SESC.

O SESC FORNECERÁ CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO.

maringa@sescpr.com.br
laidesousa@sescpr.com.br

Fonte:
Laíde Cecilia de Sousa
Assistente de Atividades
SESC- Maringá

6a. Semana do Escritor e do Livro de Sorocaba

XVI Jogos Florais de Curitiba (Classificação Final - Âmbito Internacional)


Âmbito Internacional
Países de Língua Hispânica

Tema : MADRUGADA

GANADORES (por ordem alfabética)

Una estrella matutina
siempre duerme esperanzada,
ver que todo se ilumina
¡ después de la madrugada !
CRISTINA OLIVEIRA CHAVEZ – USA

Mi madrugada es desvelo
si es tu ausência mi pensar,
pero se convierte em cielo
si en ti me pongo a somar.
ELENA GUEDE ALONSO – Peru

Recuerdo esa madrugada
que en un tálamo de rosas,
me amabas em la alborada,
com carícias primorosas.
ELIZABETH LEVYA RIVERA – México

En mi pasado y presente
por ti me siento adorada,
eres luz que intensamente
alumbra mi madrugada.
ELIZABETH LEVYA RIVERA – México

Al llegar la madrugada
mi pecho triste te nombra,
pues tu amor es alborada
y el mio, es ocaso y sombra.
IRMA GUADALUPE HERNÁNDEZ VÁLDEZ (Pentrova) – México

Sobre suaves almohadas
sueño contigo mi amor
y en oscuras madrugadas...
mi piel busca tu calor.
LIZ CASTRO RIVERA – México

Quiero dormir en tu lecho
una tíbia madrugada
y al cobijarme en tu pecho,
sentirme por siempre amada.
LIZ CASTRO RIVERA – México

Madrugada eres mi sino
un faro de luz brillante
y por siempre en mi destino
serás recuerdo constante.
LIZBETH RIVERA ANDREW – México

Anhelo la madrugada
porque es anuncio de aurora
y es espacio en que mi amada
demostra cuánto me adora.
MANUEL SALVADOR LEYVA MARTÍNEZ – México

Te amo por la madrugada,
por la noche y por el día,
que temo ser castigada
por amarte en demasía.
MARÍA ELENA ESPINOSA MATA – México

Mi madrugada es rezar
para esperarte despierta,
por si quieres regresar
te dejo la puerta abierta.
MARTHA ALICIA QUI DE ZAMORANO – México

No me niegues tu mirada
que me haces morir de pena,
te espero esta madrugada
que hay noche de luna llena.
RENE B. ARRIAGA DEL CASTILLO – México

MENCIÓN HONORÍFICA

Después de una bella noche
la madrugada es preciosa
porque nos llena el derroche
de la vivencia amorosa.
CARLOS RODRIGUES SÁNCHEZ – Venezuela

Después de una noche triste
con llanto tu alma mojada,
olvida todo y se viste
¡ con la hermosa madrugada!
CRISTINA OLIVEIRA CHAVEZ – USA

Se suma otra madrugada
a las que tantas viví,
con tu ausencia como espada
y todo mi amor por ti.
ELENA GUEDE ALONSO – Peru

La madrugada es amiga
de los males y el pecado,
y también es mi enemiga
si no te tengo a mi lado.
ELENA GUEDE ALONSO – Peru

La noche tiende la cama
como lógico remanso,
en madrugada que llama,
al cuerpo para el descanso.
HILDEBRANDO RODRÍGUEZ – Venezuela

Fría está mi madrugada
ya vuelve cariño mío,
quiero pronto tu llegada
para no morir de frío.
LIZ CASTRO RIVERA – México

Con la luz de madrugada
se enciende en el alma sueños.
De pincelada azulada
se tiñen soles risueños.
MARIA CRISTINA FERVIER – Argentina

No se como será amarte
pero se que dicha siento.
De madrugada al pensarte
El amor es mi sustento.
MARIA CRISTINA FERVIER – Argentina

Madrugada...¿volverás?
a mí no me pertences,
¿o tal vez me olvidarás?
si en otra cama amaneces.
MARTHA ALICIA QUI DE ZAMORANO – México

No habrá sufrimiento y llanto...
Ni sombras alucinadas,
Porque Dios que te ama tanto,
Cuidará tus madrugadas!!
MIGUEL ÁNGEL MUÑOZ CORTÉS – España

Los paraísos hermosos,
de tu bella alma iluminas,
se aparecen impetuosos,
¡en madrugadas divinas!
MIGUEL ÁNGEL MUÑOZ CORTÉS – España

Dame nueva madrugada
repleta de inmensidad
y en tus manos sujetada
alcanzar la eternidad.
NATIVIDAD PADILHA – República Dominicana

MENCIÓN ESPECIAL

Madrugada tempranera
Blasón del madrugador,
siempre serás la primera
¡ en gozar del trovador!
CARLOS IMAZ ALCAIDE – Francia

Son mis tristes madrugadas
como gotas de rocio
siempre de pena empapadas
y congeladas de frío.
CARMEM PATIÑO FERNÁNDEZ (Carmiña) – España

La luna está enamorada
del sol que se ha retirado
y al llegar la madrugada
con sus rayos le ha besado.
CARMEM PATIÑO FERNÁNDEZ (Carmiña) - España

Llegaste de madrugada
a entregarme tu calor
me hiciste sentir amada
al darme todo tu amor.
GLORIA RIVERA ANDREU – México

El que ve de madrugada
la lumbre del gran lucero
tendrá la suerte marcada
para triunfar de primero.
HÉCTOR JOSÉ CORREDOR CUERVO – Colombia

El sueño sin ajetreo
en su acción más pronunciada
lo brinda siempre Morfeo
en la fría madrugada.
HILDEBRANDO RODRÍGUEZ – Venezuela

Madrugadas de desvelo
contando estrellas de a una,
tu abandono es un flagelo
me acompaña triste luna.
IRMA GUADALUPE HERNÁNDEZ VALDEZ – México

Recuerdo las MADRUGADAS
de mi tierra campesina,
jugaba malas pasadas,
con formas en la neblina.
JOSÉ TRINO CAMPOS – Colombia

Te busco en el mismo cielo.
Te llamo de madrugada.
Solo tenerte yo anhelo.
Para dormirme abrazada.
LIBIA BEATRIZ CARCIOFETTI – Argentina

Yo fui feliz en tus brazos
esa bella madrugada
y unidos en dulces lazos
me sentí tu prenda amada.
LIZBETH RIVERA ANDREW – México

Que divina es la aventura
de amor, en la madrugada,
por todo el tiempo perdura
esa pasión añorada.
MANUEL SALVADOR LEYVA MARTÍNEZ – México

Las inquietas madrugadas,
bajan en mi despertar,
en bellos sussurros de hadas.
¡ Dulce ambrosía a cantar!
MIGUEL ÁNGEL MUÑOZ – España

En el mar quiero esperar
que llegue la madrugada,
bajo este cielo estelar
con la luna plateada.
SUSANA STEFANIA CERUTTI – Argentina

Fonte:
- Livreto dos XVI Jogos Florais – Troféu Gledis Tissot – Curitiba 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

XVI Jogos Florais de Curitiba (Classificação Final )


Neste fim de semana,a convite da Presidente da UBT/Curitiba, estive presente nas festividades dos Jogos Florais de Curitiba, como Delegado Municipal de Ubiratã da UBT/PR.

Num ambiente de descontração e confraternização, estiveram presentes trovadores do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Ceará, Argentina, entre outros, além de representantes literários, havendo a abertura na Câmara Municipal na sexta feira à noite, quando foram entregues os prêmios aos vencedores estudantis, e no sábado após um passeio turistico pela capital paranaense, no Paraná Suite Hotel, onde estavam hospedados os convidados, a entrega dos premios na Categoria Estadual, Nacional e Internacional nos países de língua hispânica, que obteve a participação de Argentina, Colômbia, Espanha, França, México, Peru, República Dominicana, USA, Venezuela e outros.

Segundo as palavras de João Cláudio Derosso, Presidente da Câmara Municipal de Curitiba: "A cidade de Curitiba está mais uma vez em festa, ao sabor da poesia vestida de trova! (...) A poesia é o cantar da alma...e a trova é, das modalidades poéticas, a mais popular, acessível e apreciada. Felizes os que possuem este dom!"

Nas palavras de Lygia Lopes dos Santos, presidente da Academia Feminina de Letras do Paraná: "O trovador vive num mundo especial, cheio de beleza, no encanto das florestas, na magia dos cumes das montanhas, na sedução do amor puro, na fantasia do palhaço, na alegria do alvorecer.

Trovando, ele transmite todas as suas belas inspirações aos leitores, a trova agrada a todos, pois é alegre, romântica, abordando vários temas, ela abrange todas as raças, tornando-se universal.

A trova encanta, comove, perturba, porque em uma quadra apenas, apresenta vigorosa mensagem poética, emotiva, benfazeja, que preenche a nossa carência emocional
"

Segundo Vânia Maria Souza Ennes, presidente estadual da UBT/Paraná, em seu livro "Paraná em trovas", nos diz: "Penso que a trova na vida do ser humano está agregada, intimamente, naquilo que ele tem de melhor. Suas viagens mentais são inerentes aos seus desejos, princípios e personalidade. Quando transcritas para o apel podem tornar-se eternas, muitas vezes, verdadeiras jóias poéticas: líricas, filosóficas, educativas, ou humorísticas.

Costumo dizer que saber viver é saber quebrar as durezas normais da existência, ao conseguir enxerga-las com os olhos da alma e da serenidade do espírito. É ter a habilidade de, além de adquirir, saber declarar belos e profundos sentimentos, revelados através do coração"

Com alma verde e amarela
o meu coração febril,
com muito orgulho revela,
o Trovador do Brasil.
Vânia Maria Souza Ennes (Curitiba/PR)
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Âmbito Nacional
(Brasil, exceto estado do Paraná)

Trovas Líricas/Filosóficas

Tema “MADRUGADA”

VENCEDORAS:

Em teus traços eu diviso
a natureza espelhada:
a alvorada em teu sorriso,
e em teus olhos... madrugada!
ARLINDO TADEU HAGEN – Belo Horizonte/MG

Foi tão triste a despedida,
na madrugada chuvosa,
que a roseira, entristecida,
chorou pétalas de rosa...
CAMPOS SALES - São Paulo/SP

Madrugada. A lua sonda
minha rede e, sem vacilo,
entregue à exaustão da ronda,
se deita, para um cochilo...
DARLY OLIVEIRA BARROS – São Paulo/SP

Nos braços da Madrugada,
eu deito anseios tristonhos...
e ela preenche, calada,
minha insônia... com mil sonhos!
GILVAN CARNEIRO DA SILVA – São Gonçalo/RJ

Pelas noites desoladas,
minha saudade, sem sono,
vai contando, em madrugadas,
os meus dias de abandono...
MARINA BRUNA – São Paulo/SP

MENÇÃO HONROSA

Deslumbrando a natureza,
a lua, cristalizada,
veste de prata e riqueza
a nudez da madrugada.
AILSON CARDOSO DE OLIVEIRA – Magé/RJ

Madrugada... e me consome
a insônia a me perseguir.
Saudade grita o teu nome...
como é que eu posso dormir?!
CAROLINA RAMOS – Santos/SP

Dos insones, confidente,
a Madrugada, arredia,
vai saindo, lentamente,
e não conta nada ao dia.
GILVAN CARNEIRO DA SILVA – São Gonçalo/RJ

Madrugada... e tens no olhar
estrelas a refulgir.
- Fecha os olhos, devagar...
que elas precisam dormir.
HEGEL PONTES – Juiz de Fora/MG

Suavizando a escuridão
de uma fria madrugada,
foste na vida o clarão
a iluminar minha estrada.
IEDA MARINI SOUZA OLIVEIRA – B. Horizonte/MG

A madrugada é o instante
em que o sol, com ousadia,
induz a noite – gestante –
a dar à luz... novo dia!
JAIME PINA DA SILVEIRA – São Paulo/SP

- DEUS PAI: Protege os meus filhos!
Meu medo é tal – que nem sei! –
de que se percam nos trilhos
das madrugadas sem lei!...
MARIA MADALENA FERREIRA – Magé/RJ

Madrugada... No infinito,
estrelas a cintilar...
Mas meu céu é mais bonito:
ele brilha em teu olhar!
MILTON SOUZA – Porto Alegre/RS

Madrugada, por que insistes
- na solidão que apavora –
em arrastar horas tristes...
se eu anseio pela aurora?
THEREZA COSTA VAL – Belo Horizonte/MG

Não vens... te espero... e, sem queixa,
minha esperança resiste!
Mas vem a saudade... e deixa
a madrugada... mais triste!
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA – São Paulo/SP

MENÇÃO ESPECIAL

Eu me lembro com saudade
das madrugadas de outrora...
Mamãe, na extrema bondade:
- “Filha, acorda, está na hora”.
DÁGUIMA VERÔNICA DE OLIVEIRA – Sta. Juliana/MG

Na incerteza da jornada
que a vida me faz seguir,
nem mesmo de madrugada
vejo a saudade dormir!
ELEN DE NOVAIS FELIX – Niterói/RJ

Meus cabelos cor de prata,
que o luar pintou em mim,
são marcas de serenata
nas madrugadas sem fim.
FRANCISCO JOSÉ PESSOA – Fortaleza/CE

Quando sai de madrugada,
sabe o filho a direção,
se o pai deixou pela estrada
suas pegadas, no chão.
HEGEL PONTES – Juiz de Fora/MG

Ouve-se o último acorde
da seresta... E a madrugada,
com a cortesia de um lorde,
cede seu posto à alvorada.
JAIME PINA DA SILVEIRA – São Paulo/SP

Sinto uma falta sofrida,
nas madrugadas vazias:
É tua ausência... estendida
no lado em que tu dormias...
LUIZ MACHADO STABILE – Uruguaina/RS

Só vejo em Deus as respostas
às providências cobradas,
ante as crianças expostas
ao frio das madrugadas!...
MARIA MADALENA FERREIRA – Magé/RJ

Temendo teu abandono,
meu coração - velho avaro –
soma horas mortas de sono
a madrugadas em claro!...
MARIA MADALENA FERREIRA – Magé/RJ

Nas madrugadas compridas,
em que a solidão me invade,
eu vivo milhões de vidas...
movidas pela saudade!
MARIA NASCIMENTO S. CARVALHO – Rio de Janeiro/RJ

Minha esperança é chamada,
sempre que a vida escurece.
Ela espanta a madrugada...
e o sol brilhante aparece!
MARILÚCIA REZENDE – São Paulo, SP

TROVAS HUMORÍSTICAS –

Tema “PIJAMA”

VENCEDORAS

Ele diz, ressabiado:
- Eu vi um fantasma falante!
E ela, em humor refinado:
- Era um pijama ambulante!
DILVA MARIA DE MORAES – Nova Friburgo/RJ

Da nova mulher reclama,
gritando, com voz já rouca:
- Eu não durmo de pijama!...
E ela: - Mas dorme “de touca”...
EDMAR JAPIASSU MAIA – Rio de Janeiro/RJ

Do soldado o sangue ferve,
por saber que, em seu plantão,
seu pijama, em casa, serve
de sargento a capitão!
EDMAR JAPIASSU MAIA – Rio de Janeiro/RJ

É “Almirante de Pijama”,
mas no amor tem vida ativa:
No alto-mar de sua cama,
não deixa o barco “à deriva”...
HERMOCLYDES S. FRANCO - Rio de Janeiro/RJ

Noite e dia, usa pijama,
depois que se aposentou.
E a sogra, ao vê-lo na cama:
- Vai dormir... ou acordou?...
MARIA NASCIMENTO S. CARVALHO – Rio de Janeiro/RJ

MENÇÃO HONROSA

Irmão gêmeo, desligado,
só viu que errou de pijama,
quando acordou, assustado,
com a cunhada na cama.
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETTO – São Paulo/SP

Ao chegar, vira um capeta,
o marido que usa P,
ao ver que em sua gaveta
só tem pijama G...G!...
DILVA MARIA DE MORAES – Nova Friburgo/RJ

Dois pijamas, dialogando,
no varal dependurados:
- À noite, estão nos usando...
pra quê, se acordam pelados?
DORALICE GOMES DA ROSA – Porto Alegre/RS

O molequinho, encantado
com a zebra do “zoo”, pediu
um pijaminha listrado:
- Mas, mamãe, sem rabo, viu?...
LISETE JOHNSON – Porto Alegre/RS

Com Adão, no paraíso,
Eva pensa, ao ir pra cama:
- Ah... se eu tivesse juízo...
dava pra ele um pijama!
WANDA DE PAULA MOURTHÉ – B. Horizonte/MG

MENÇÃO ESPECIAL

Ainda agora estou vendo
o que ninguém mais controla:
- O meu pijama correndo
atrás de uma camisola...
ANTONIO COLAVITE FILHO - Santo André/SP

Mal se deita, já adormece,
só ocupa lugar na cama:
- Meu velho, você parece
um banana de pijama.
ARGEMIRA FERNANDES MARCONDES - Taubaté/SP

Não sei bem o que acontece
com nós dois, em nossa cama:
Estamos, quando amanhece,
dentro do mesmo pijama.
DORALICE GOMES DA ROSA - Porto Alegre/RS

Tive um amigo – coitado –
que era magro de dar dó:
No seu pijama listrado,
cabia uma listra só!
EDERSON CARDOSO DE LIMA – Niterói/RJ

Minha sogra quebra um galho,
no pomar, quando abre os braços,
pois de pijama é espantalho
pra afugentar os sanhaços!
WANDA DE PAULA MOURTHÉ - Belo Horizonte/MG

ÂMBITO ESTADUAL (PARANÁ)

TROVAS LÍRICAS FILOSÓFICAS –

Tema “IMAGEM”

VENCEDORES

Cuidemos, irmão, da imagem;
sem exagero, contudo.
- Muito mais do que a embalagem,
o que conta é o conteúdo.
ANTÔNIO AUGUSTO DE ASSIS – Maringá/PR

Não julgue alguém pela imagem,
pois muitos fazem de tudo
para esconder na “embalagem”
a falta de conteúdo.
GERSON CÉSAR SOUZA – São Mateus do Sul/PR

Sem o meu consentimento,
tua imagem atrevida
invade o meu pensamento
e tranca qualquer saída.
MARIA LÚCIA DALOCE – Bandeirantes/PR

A minha imagem se verga,
mas meu espelho, educado,
afirma que não enxerga,
por estar velho e riscado!
NEIDE ROCHA PORTUGAL – Bandeirantes/PR

É tão vazia a paisagem,
e nem um vulto se vê...
Mas, sem ver qualquer imagem,
consigo enxergar você!
VANDA FAGUNDES QUEIROZ – Curitiba/PR

MENÇÃO HONROSA

Deus nunca foi retratado,
mas, se tiveres coragem,
olha o próximo, ao teu lado,
e verás, de Deus, a imagem!
MARIA LÚCIA DALOCE – Bandeirantes/PR

Quem pratica a temperança
e cultiva o dom do amor
tem, na imagem, semelhança
com o seu próprio Criador.
NEI GARCEZ – Curitiba/PR

Na estação... e sem passagem,
avistei o rosto dela,
e, diante daquela imagem,
o que faltou... foi janela!
NEIDE ROCHA PORTUGAL – Bandeirantes/PR

Minha infância – que linguagem!
Se no céu relampejava,
eu sentia, nessa imagem,
que Deus me fotografava!
ROZA DE OLIVEIRA – Curitiba/PR

A grande riqueza humana
consiste em se perceber
quando a luz do “ter” profana
e ofusca a imagem do “ser”.
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ – Curitiba/PR

MENÇÃO ESPECIAL

Da lembrança doce e calma,
quando a tarde se inicia,
tua imagem em minha alma
é saudade todo dia.
AMÁLIA MAX – Ponta Grossa/PR

Na copa de uma araucária,
a graça da gralha-azul:
- bela imagem legendária
do eterno charme do Sul.
ANTÔNIO AUGUSTO DE ASSIS – Maringá/PR

“O homem foi por Deus criado
à Sua imagem”... somente.
Deus o fez capacitado
para um viver plenamente.
MARIA DA CONCEIÇÃO FAGUNDES – Curitiba/PR

A saudade, qual miragem,
vendo o meu deserto triste,
insiste em mostrar a imagem
de um bem que não mais existe.
VANDA FAGUNDES QUEIROZ – Curitiba/PR

Meu coração, “paparazzo”,
guardou imagens tão belas,
que mesmo as sombras do ocaso
são manhãs, ao lado delas.
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ – Curitiba/PR

TROVAS HUMORÍSTICAS –

Tema “PIJAMA”

VENCEDORES

Diz a zebrinha ao zebrão,
sacolejando na grama:
- E que tal, meu bonitão,
triramos logo o pijama?...
ANTÔNIO AUGUSTO DE ASSIS – Maringá/PR

Primeira noite... Pijama,
camisola de babado...
Ela, acordada na cama,
tudo o mais... “desacordado”!
LUCÍLIA A. T. DECARLI – Bandeirantes/PR

Quando, ao zoológico, vai
o piá, vê a zebra e exclama,
chamando a atenção do pai:
- Quem pôs, no burro, um pijama?
LUIZ HÉLIO FRIEDRICH – Curitiba/PR

Com seu pijama listrado,
a sogra vai ao quintal...
E o genro, todo apressado,
prende a “zebra” no curral!
MARIA LÚCIA DALOCE – Bandeirantes/PR

Teve um infarto, na cama,
a noiva, que é tão frajola,
ao ver que, em vez do pijama,
o noivo pôs camisola!
MAURÍCIO N. FRIEDRICH – Curitiba/PR

MENÇÃO HONROSA

Faz frio e Eva reclama,
questionando a Criação:
“Ó Deus, invente o pijama,
que eu dispenso o tal Adão!”
GERSON CESAR SOUZA – São Mateus do Sul - PR

Chega o marido com medo,
põe o pijama, quietinho.
E a mulher: - Ainda é cedo,
volte pra cama, benzinho!
MARIA APARECIDA PIRES – Curitiba/PR

Meu pijama... sem botão,
fez sucesso, no passado;
mas se as coisas vêm... e vão,
hoje dorme abotoado!!!
NEIDE ROCHA PORTUGAL – Bandeirantes/PR

Depois que se aposentou,
seu pijama é só frangalho,
pois nunca mais o tirou,
para não lhe dar trabalho.
VANDA ALVES DA SILVA – Curitiba/PR

Celular ao pé do ouvido,
nem ouve se alguém o chama,
de tal modo distraído...
vai trabalhar de pijama!
VANDA FAGUNDES QUEIROZ – Curitiba, PR

MENÇÃO ESPECIAL

- Que será que o meu pijama
quer com a tua camisola?...
- O mesmo que nós na cama,
quando a gente deita e rola!...
ANTÔNIO AUGUSTO DE ASSIS – Maringá/ PR

O noivo, muito acanhado,
de noite ele fez um drama...
Teve de dormir pelado,
pois esqueceu o pijama.
ISTELA MARINA GOTELIPE LIMA – Bandeirantes/ PR

Preocupado com ladrão,
assustado, em sua cama,
trancou tudo, até o portão...
e acordou sem o pijama.
NEI GARCEZ – Curitiba/ PR

Dois pijamas lamentando
as suas vidas em vão:
- Começa assim, desbotando,
e depois... pano de chão!
NEIDE ROCHA PORTUGAL –Bandeirantes/PR

- Hoje é domingo, benzinha,
ovos mexidos na cama...
E a mulher, assanhadinha:
- Mexo, sim, mas sem pijama.
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ – Curitiba/PR

Âmbito Regional

ESTUDANTIL

Tema: ÁGUA

Se esta água nós sujamos,
De sede vamos morrer.
Pois ainda não pensamos
Que os bisnetos vão sofrer.
ALENCAR DOS SANTOS VIEIRA – 6a. Série do Ensino Fundamental
Escola Municipal Albert Schwettzer

A torneira está pingando?
Então é melhor fechar.
Pouco a pouco se esgotando…
A água pode até acabar.
ALINE OLIVEIRA – 2o. Ano do Ensino Médio
Escola Estadual Prof. Alcyone M. Castro Vellozo

É lindo vê-la na areia,
saindo da água do mar,
parecendo uma sereia…
Até fez-me apaixonar.
ALISSA CRISTINA CARNEIRO – 3o. Ano do Ensino Médio
Escola Estadual Prof. Alcyone M. Castro Vellozo

A água da chuva é tão bela,
que faz a gente feliz,
recebendo, na janela,
Um pinguinho no nariz.
GUSTAVO GUIMARÃES – 3o. Ano do Ensino Médio
Escola Estadual Prof. Alcyone M. Castro Vellozo

É desperdiçando as águas,
muitas vezes sem pensar,
que passamos pelas mágoas
de ver a fonte secar.
GUSTAVO GUIMARÃES – 3o. Ano do Ensino Médio
Escola Estadual Prof. Alcyone M. Castro Vellozo

Água, coisa essencial,
Que rima com “perfeição”.
E seu uso racional
rima com “preservação”.
HIGOR ALEXANDRE PADILHA LIMA – 6a. Série Ensino Fundamental
Escola Municipal Albert Schwettzer

As águas pedem ajuda,
pois existe solução.
Por favor, alguém acuda
a nossa grande nação!
JULIANE SALES – 3o. Ano do Ensino Médio
Escola Estadual Prof. Alcyone M. Castro Vellozo

Fiz um verso diferente,
com meu olhar cheio d’água…
Quis mostrar a toda a gente
Meu peito cheio de mágoa.
LILIAN J. CARVALHO – 3o. Ano do Ensino Médio
Escola Estadual Prof. Alcyone M. Castro Vellozo

Se a água acabar um dia,
todos nós vamos chorar.
Para manter a alegria,
vou mesmo dela cuidar.
POLIANA CELINE DE ALMEIDA – 5a. Série do Ensino Fundamental
Escola Municipal Albert Schwettzer

Gente, plantas, animais…
água de todos. Direito!
Seres vivos, tão iguais,
Em equilíbrio perfeito.
RAFAELLA CRISTINE DE S. LOPES – 6a. Série do Ensino Fundamental
Escola Municipal Albert Schwettzer

A água vira vapor,
e fez as nuvens também.
O sol, trazendo calor…
é a chuva que logo vem.
VICTÓRIA A. DE ASSIS FRAGOZO – 6a. Série do Ensino Fundamental
Escola Municipal Albert Schwettzer


As trovas de Âmbito Internacional divulgarei amanhã, terça-feira.
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Fontes:
- Livreto dos XVI Jogos Florais – Troféu Gladis Tissot – Curitiba 2010.
- Vânia Maria Souza Ennes – Paraná em Trovas. 3a. Edição revisada e ampliada. Curitiba: ABRALI, 2009.