sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Trova 186 - José Feldman (PR)

Montagem sobre imagem (ondas) obtida em http://www.TecnoCientista.info

Maria da Graça Stinglin de Araújo (Livro de Trovas)


Buscar caminhos amenos,
inovar o dia-a-dia,
errar menos...sempre menos...
também é sabedoria.

Curitiba, da magia,
tem beleza, tem lisura.
Curitiba, muito fria...
mas... só na temperatura!

Faça o trânsito seguro.
Só dirija com cuidado.
Não deixe o outro no apuro...
Está certo? Combinado!

Jovens estão temerosos?
Estimule-os a aprender,
tornando-os bem poderosos
com o domínio do saber.

Linda Noite de Natal!
Nessa noite, muita luz,
brilha a estrela principal,
renasceu nosso jesus!

Na linda manhã de sol
ouvi uma canção tão bela...
Eu debaixo do lençol
e a cigarra na janela!

Os conselhos agradáveis
muitas vezes são tão fúteis,
totalmente dispensáveis.
Bons conselhos são os úteis.

Por incrível que pareça,
a pessoa que é ranzinza
leva acima da cabeça
uma leve nuvem "cinza".

Primavera... ipês floridos,
pássaros alegres cantam.
Jardins estão coloridos...
todos eles nos encantam!

Quem trafega com atenção
demonstra conhecimento,
melhora a circulação...
e evita aborrecimento!

Todos os anjos e santos
de maneira especial,
consolam os nossos prantos,
com piedade angelical.

Trovadores... luz... ribalta!
No cenário: a poesia.
Trova nasce... verso salta...
na maior coreografia.

Um abraço com frequência
sempre muito amor nos traz.
Ele desarma a violência,
constrói um mundo de paz.

Vem na natureza... em cota!
O dom de ser escritor...
Muitas vezes ninguém nota,
e o texto está numa flor!

Fontes:
União Brasileira dos Trovadores.
Portal CEN

Maria da Graça Stinglin de Araújo (1947)


Nasceu no dia 28 de dezembro de 1947, em Curitiba, Paraná, onde sempre residiu.

Casada. Professora de Português, Francês e respectivas literaturas. Pós-graduada em Magistério Superior e Ensino Religioso.

Artesã, apreciadora de arte em geral. Trovadora, iniciou no mundo da Trova trabalhando em sala de aula.

Voluntariamente, desde 1999 leva às escolas um trabalho de incentivo aos jovens, no conhecimento da Trova.

Colaborou na elaboração do livro "Papalavras" 2004, onde se registra a primeira participação de alunos no concurso de trovas dos "Jogos Florais" em Curitiba.

Participou em 2006, na "Semana de Estudos Pedagógicos" na Prefeitura Municipal de Curitiba, como docente em Oficina de "Trova em Sala de Aula", para professores do Ensino Fundamental da mesma Instituição.

Vice-presidente de Cultura da UBT-Curitiba - biênio 2007/2008.

Eleita presidente, para o biênio 2009/2010,da referida Seção, que tinha como projeto iniciar em março de 2010 um trabalho mensal de "Oficina de Trova", em parceria com a Academia Paranaense de Poesia, em espaço cedido pela Biblioteca Pública do Paraná.

Fonte:
União Brasileira dos Trovadores.

Ialmar Pio Schneider (Soneto para o Ano Novo)

Fontes:
- O Autor
- Imagem obtida no Baixaki

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.81)


Trova do Dia

O Ano Velho já se deita...
e amenizando os cansaços
o Ano Novo chega e ajeita
a esperança em nossos braços.
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ/PR

Trova Potiguar

Este ano, já moribundo,
chora por não ser capaz
de ao menos puxar o mundo
para mais perto da paz!
JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN

Uma Trova Premiada

2002 > Garibaldi/RS -Estadual
Tema > Natal > 5º Lugar

Pratique o bem, ore e peça
por seus irmãos em vigília;
Natal com Cristo começa
em nós, no lar, na família!
ANTONIO VOGEL SPANEMBERG/RS

Uma Trova de Ademar

Vou pedir pra todo o povo,
em preces e em orações,
muita paz neste Ano Novo...
muito amor nos corações!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram:

Chega o Natal... e as criança,
na pobreza sem brinquedo,
não tendo mais esperanças
ficam adultas mais cedo.
NYDIA IAGGI MARTINS/RJ

Estrofe do Dia

Quero desejar ao povo
de todas as regiões,
que tenham nesse Ano Novo
muitas realizações;
e que os nossos corações
se superlotem de paz,
pra não ter guerra jamais
peço a Deus que nos ajude,
com paz, amor e saúde
que o resto vamos atrás.
ADEMAR MACEDO/RN

Soneto do Dia

– Edmar Japiassú Maia/RJ –
RÉVEILLON.

Os fogos de artifício mostram claras
das pessoas as faces coloridas,
e no espocar, alegre, das bebidas,
rolam champanhas em cascatas raras...

As frases de euforia, repetidas,
guardam mensagens de emoções mais caras,
e um reflorir constante das searas,
semeando esperança em nossas vidas...

A contagem do tempo, regressiva,
uníssona retumba, forte e viva,
no anseio do Ano Novo...do Ano Bom.

E em cada olhar, brotando, cristalinas,
as lágrimas são preces das retinas,
em louvação de graça ao Reveillon!

Fonte:
Ademar Macedo

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Abgar Renault (Antologia Poética)


ENCANTAMENTO

Ante o deslumbramento do teu vulto,
sou ferido de atônita surpresa
e vejo que uma auréola de beleza
dissolve em luar a treva em que me oculto.

Estás em cada reza do meu culto,
sonhas na minha lânguida tristeza
e, disperso por toda a natureza,
paira o deslumbramento do teu vulto.

E' tua vida minha própria vida
e trago em mim tua alma adormecida . . .
mas, num mistério surdo que me assombra,

tu és, as minhas mãos, vaga, fugace,
como um sonho que nunca se sonhasse
ou como a sombra vã de uma outra sombra...

ALEGORIA

Em vão busco acender um diálogo contigo:
a alma sem tom da tua boca de água e vento
despede cinza, névoa e tempo no que digo,
devolve ao chão o meu mais longo pensamento,

e entre cactos estira esse deserto ambíguo
que vem da tua altura ao vale onde me ausento,
procurando o teu verbo. O silêncio, investigo-o,
e ouço o naufrágio, o vácuo e o deperecimento.

Sonho: desces a mim de um céu de algas e rosas,
falas às minhas mãos vozes vertiginosas,
e palavras de flor no teu cabelo enastro.

Desperto: pairas ainda em silêncio e infinita:
meu ser horizontal chora treva e medita
tua distância, teu fulgor, teu ritmo de astro.

SONETO DO IMPOSSÍVEL

Não ouvirás nem luz, nem sombra inquieta
das sílabas que beijam tuas asas,
nem a curva em que morre a ardente seta,
nem tanta eternidade em horas rasas.

Não medirás a bêbeda corola
que abriste no final do meu sorriso,
nem tocarás o mel que canta e rola
na insônia sem estradas onde piso.

Não saberás o céu construído a fogo,
que tua jovem chave cerra e empana,
nem os braços de espuma em que me afogo.

Não verão os teu olhos quotidiana
a minha morte de homem embebida
no flanco de ouro e luar da tua vida.

COMO QUEM PEDE UMA ESMOLA

Preciso de uma palavra.
Em que dia ou em que noite
estará essa, que almejo,
ideal palavra insabida,
a única, a exclusiva, a só?
Dela me sinto exilado
todas as horas por junto,
com minha face, meu punho,
meu sangue, meu lírio de água.
Soletro-me em tantas letras,
e encontrá-la deve ser
encontrar a criança e o berço,
a unidade, a exatidão,
o prado aberto na rua,
a rua galgando a estrela.
Preciso de uma palavra,
uma só palavra rogo,
como quem pede uma esmola.
Em florestas de palavras
os calados pés caminham,
as caladas mãos perquirem,
os olhos indagam firmes.
Em que parábola cruel,
em que ciência, em que planeta,
em que fronte tão hermética,
em que silêncio fechada
estará viajando agora
- mariposa de ouro azul -
a palavra que desejo?
Lâmina sexo cristal
fulcro pântano convés
voraginoso fluvial
Antígona circunflexa
catastrófico crepúsculo
ênula ventre rosal
sibila farol maré
desesperadoramente
nenhuma será nem é
aquela do meu anseio.
Como será, quando vier,
a palavra entrepensada,
necessária e suficiente
para a minha construção
de lápis, papel e vento?
Dura, espessa, veludosa
ou fina, límpida, nítida?
Asa tênue de libélula
ou maciça e carregada
de algum plúmbeo conteúdo?
Distante, insone e cativo,
debaixo da chuva abstrata,
eu me planto decisivo
no tráfego confluente,
aéreo, terrestre, marítimo,
e espero que desembarque,
triste e casta como um peixe
ou ardendo em carne e verbo,
e pouse na minha mão
a áurea moeda dissilábica,
a noiva desconhecida,
a coroa imperecível:
a palavra que não tenho.

NA RUA FEIA

Na rua feia,
de casas pobres,
morreu o filhinho daquela mulher
que lava o linho rico
de um bairro distante.
Morreu bem simplesmente,
assim como um passarinho.
O enterro saiu...lá vai...
um caixãozinho azul
num carro velho de 3a. classe.
Atrás dois autos. Dois.

A tarde irá pôr luto
na rua feia,
de casas pobres?

Garotos brincam de esconder
atrás do muro de cartazes.
Lá no alto
vai-se abrindo grande céu sem mancha
cruzeiro-do-sulmente iluminado.

POEMETO MATINAL

O ar da manhã beija a minha face.
A minha alma beija o ar leve da manhã
e olha a paisagem longínqua da cidade,
que branqueja alegremente na distância
e sorri humanamente
um sorriso branco no caiado das casas
que montam os flancos das colinas azuis
e espiam pelos olhos escancarados das janelas.

7 horas. Vai começar a função.
O despertador das sirenes fura liricamente
o silêncio doirado da manhã.
Parece que a vida acorda agora pela primeira vez
e esfrega os olhos deslumbradamente...

Meu Ford fordeja dentro da manhã
e sobe a rua velha do meu bairro,
arquejando, bufando, fumando gasolina.
Meu Ford a cabriolar nos buracos da rua descalça
é um cabrito todo preto a cabriolar, prodigioso.
O ar leve beija o radiador
e beija a minha face.

A meninice de todo o meu ser
na doirada névoa desta manhã!

NOITE

Há duas pombas brancas no telhado.
Junto delas pousa o silêncio do dia já parado,
e entre asas caladas o primeiro gesto da noite vai crescendo.
É tarde nos telhados e nas árvores,
é tarde (triste e mais tarde) nessa rua
que se reabriu no fundo de um olhar,
onde se movem ressurrectos mármores
e começam a discorrer ventos e velas
por sobre a limpidez das mesmas águas velhas,
e pássaros azuis bicam frutos de astro soltos no ar.

Sobem (de onde?) vultos escuros de coisas e de entes,
alongam a última distância, somem a luz que se destece
e a linha dos caminhos, apagam o verde prado.
Não há duas pombas brancas no telhado:
sobre elas, seu vôo e seu arrulho ausentes
a lápide sem cor das horas desce.

Fonte:
Jornal de Poesia

Abgar Renault (1901 - 1995)



Abgar Renault (A. de Castro Araújo R.), professor, educador, político, poeta, ensaísta e tradutor, nasceu em Barbacena, MG, em 15 de abril de 1901, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 31 de dezembro de 1995.

Era filho de Léon Renault e de Maria José de Castro Renault. Casado com D. Ignês Caldeira Brant Renault, teve dois filhos, Caio Márcio e Luiz Roberto, e três netos, Caio Mário, Abgar e Flávio.

Realizou os estudos primários, secundários e superiores em Belo Horizonte, onde começou a exercer o magistério.

Foi professor do Ginásio Mineiro de Belo Horizonte, da Universidade Federal de Minas Gerais e, no Rio de Janeiro, do Colégio Pedro II e da Universidade do Distrito Federal.

Eleito deputado estadual por Minas Gerais, nomeado Diretor da Secretaria do Interior e Justiça do mesmo Estado; Secretário do Ministério da Educação e Saúde Pública Francisco Campos e seu Assistente na Secretaria da Educação e Cultura do Distrito Federal;
  • Diretor e organizador do Colégio Universitário da Universidade do Brasil;
  • Diretor do Departamento Nacional da Educação,
  • Secretário da Educação do Estado de Minas Gerais em dois governos, quando se notabilizou por incentivar o ensino no meio rural;
  • Ministro da Educação e Cultura;
  • Diretor do Centro Regional de Pesquisas Educacionais João Pinheiro em Belo Horizonte;
  • Ministro do Tribunal de Contas da União;
  • membro da Comissão Internacional do Curriculum Secundário da Unesco (1956 a 1959);
    consultor da Unesco na Conferência sobre Necessidades Educacionais da África, em Addis Abeba (1961);
  • membro da Comissão Consultiva Internacional sobre Educação de Adultos, também da Unesco (1968-1972);
  • representante do Brasil em numerosas conferências internacionais sobre educação levadas a efeito pela Unesco em Londres, Paris, Santiago do Chile, Teerã, Belgrado e Genebra;
  • eleito várias vezes membro da Comissão de Redação Final dos documentos dessas reuniões;
  • membro da Comissão Consultiva Internacional do The World Book Encyclopædia Dictionary (Thorndike-Barnhart Copyright, Doubleday & Company, USA, 1963);
  • membro do Conselho Federal de Educação e do Conselho Federal de Cultura;
  • Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.

    Esteve sempre ligado à educação e, como professor, preocupou-se com a língua portuguesa, de que foi um conhecedor exímio e representante fiel.
Pertenceu à
  • Academia Mineira de Letras,
  • Academia Municipalista de Letras de Belo Horizonte,
  • Academia Brasiliense de Letras;
  • Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, e
  • Presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa de Belo Horizonte.

    Em todos os postos que ocupou, como no magistério, Abgar Renault desenvolveu intensa e exemplar atividade, registrando em A palavra e a ação (1952) e Missões da Universidade (1955) seus estudos e reflexões.

    Além disso, foi um grande poeta. Contemporâneo de Carlos Drummond de Andrade, juntou-se ao grupo surrealista moderno e participou do movimento modernista de Minas Gerais. Desde então, sua importância na literatura contemporânea só fez crescer. Apesar de ter a obra associada ao Modernismo, fazia uma poesia original, audaciosa, não formalista e não ligada a nenhuma escola poética. Era dos que não faziam questão de aparecer em público, mas sua qualidade literária se impõe nos livros que publicou.

    Foi também um notável tradutor de poetas ingleses, norte-americanos, franceses, espanhóis e alemães. Era um grande especialista em Shakespeare. Sua poesia tem sido incluída em numerosas antologias, no Brasil e no exterior.

    Quinto ocupante da Cadeira 12, da Academia Brasileira de Letras, eleito em 1º de agosto de 1968.

    Bibliografia

    Obras:
    Sonetos antigos (1968);
    A lápide sob a lua, poesia (1968);
    Sofotulafai, poesia (1971);
    A outra face da lua, poesia (1983);
    Obra poética, reunião das obras anteriores (1990).

    Traduções:
    Poemas ingleses de guerra (1942); A lua crescente (1942), Colheita de frutos (1945) e Pássaros perdidos (1947), de Rabindranath Tagore;
    O boi e o jumento do Presépio (1955), de Jules Supervielle.
    Essas obras foram reunidas, em grande parte, em Poesia Tradução e versão (1994).

    Fonte:
    Academia Brasileira de Letras

Deth Haak (Antologia Poética)


DA LUA AO POETA...

Ser aluado ou disperso é o viver do poeta
Que a pena dissipa suas dores e compulsões
Imergindo inversas letras ao vento que o ata
Olhando outros olhos a miragem das ablações.

Pode parecer flutuar encantado com o que versa
Diz não a sofreguidão, deitando em constelações;
Que luzem sois na beleza do existir que perpassa
Enjeitando as aflições de suas tantas emoções...

Só há flores em seu vergel, e ao acúleo congraça,
O negrume em rendilhas bordadas na imensidão
Ri da dor no verso lido odora o lodo e a traça...

O Poeta faceta em rosas o desejar da imaginação
Transmuda o viver obscuro aos olhos de toda praça
Lamentos que despem a lua no gozar da alucinação.

ESCULPI O VENTO...

Despertar afoito no sol que desponta
Na morna canção num solo da brisa
Insuflando a completude que decanta
Rompendo muralhas alisando e frisa,

Diálogos afagados, a natureza monta
beleza esculpida que a erosão alisa .
sutilezas em cinzéis ventados em data
conturbada na memória que encanta.

Lacerando Dunas e Falésias dum amar
erosões do vento que conto no momento,
e permaneço embebida na visão do mar .

Que insiste salivar a rocha ,na sede do tempo
lambendo o fruto proibido em seu acariciar.
Flui da aragem, liras lúbricas no sentimento..

LONGA MADRUGADA...

De arcabouços carcomidos, estafados e ansiosos
Envolto a asperezas dissonantes das notas dum jazz
Náufragos embevecidos de pensamentos nervosos
Entre libar dum rubro tragado o debilitar que satisfaz...

Embalados a canções balouçadas de eus silenciosos
Buscando quem sabe onde, o acalentar de seus ais.
Lágrimas que vertem nas faces, de vultos curiosos
Providas de ilusos perdidos, balizados no olhar fugaz...

Na disfarçada melancolia, a corroer tantos corações ociosos.

Fundeados no ar denso, mitigando canchas de templos e sagas,

Definindo os semblantes, almas mortas de sonhos preciosos...

O fulgurar mesmo que diuturno o alvorecer dos sorrisos
Entre cinzas espalhadas sob as guimbas. Na brasa voraz,
O arder da musica, sons alcoolizados, afligindo orgulhosos.

A DERIVA DO AMOR...

Revoltada a ventania e o marejar irado
Deste dia, em que sonho querências.
Do afagar aquecendo o imo, no aguardo
Da bonança a envolver-me em caricias...

Naufraga imaginando as espumas brancas,
Mareada.... Na ilusão duma espera suportada.
A deriva a paixão faz água nas molancas,
E Inunda o barlavento na onda quebrada...

E , nesse nadar marolas ateadas, eu te navego
Oceano! Entrevendo ao longe, a tábua do amor
Mitigando o que vem, no sentir que a ti renego,

E apenas no sonhar a sanha, a ti me entrego
Alcançando o mastro imerso no escarcéu do ardor.
Boiando no contemplar das ondas aguçando o ego!

CHOVE EM MIM...

Inunda chuva molhando meu ser
Umedecendo o solo do escrever
Germinando vaga a triste realidade.

Lacrimejada nos olhos de quem lê;
E chora o Poeta a tamanha saudade
Descrita no tempo do não sabe por quê.

Que nas pardacentas folhas da idade
O Vento sopra á noite ruelas de mim
Enclausuradas na cruel infelicidade...

Ateando a poeira mundana no argüir
Os traços deixados no caminhar
Rimas crivadas dum amor sem fim...

Refaz o pulsar de o imo a premunir,
A tempestade de nuvens a entoar
O redivivo borrão, chovido nanquim.

Insistem mostrar o negrume ao luar
Chuvosos versos bordando marfim
Lembrar das gotas, pérolas a tilintar...

Sussurram colchas nas eras do cetim
pros catres que te chamam sem ouvir
a vaguear pelas ruas nas noites sem fim...

Chove o peito da paixão por não sorrir
os momentos nebulosos vindo do mar
A carpirem ondas de o amargo existir.

ASPIRO ROSAS...

Assim vou dando cor e aroma ao que inspiro,
das pétalas aveludadas, que desnudam o corpo
Pra vestir a vida, mesmo que seja de espinhos
Aspiro Rosas...
Envolvo o templo em matiz imaginarias
Viandando por cânones que valsam no tempo
A harmonia dos pelos que encrespam poros e,
Aspiro Rosas...
Mesmo que imersas na água da chuva, que inunda o viver
De tempestades inclementes, no carpir de amarguras
Que assolam o ser por querer da vida, um rasgo no alvorecer.
Aspiro Rosas...
Mesmo que murchem ao olhar do que vê, mesmo assim
As quero ornando a esperança que o horizonte aponta
Quando de nuvens pesadas, nebulosos os dias perceber
Aspiro Rosas...
Quando a tarde vai desmaiando em busca dum crepúsculo
Pra morrer nos braços da noite, que orvalha o que precente
no caule da flor, que o amanhã não será diferente, aspiro Rosas!
Nos ventos transportando aromas e cores.
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Deth Haak, A Poetisa dos Ventos (1959)



" A Poetisa dos Ventos"

Amante da literatura, nasci em Armaçãos dos Búzios município do Rio de Janeiro. Cantando siris nas redes, assim aprendi a contar! O mundo deu muitas voltas e eu só troquei de mar, deixei a praia do Canto, para em Ponta Negra , Natal Rio Grande do Norte, morar. Entre jangadas e velas Dunas e mar... A poesia me fez convite e no meu SER instalou-se. Hoje ouso, sou poetisa amadora e, como sou atrevida, busco nas leis de incentivo, meu sonho realizar o livro quero editar!...Eu Sou Deth Haa
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Aos dezessete dias do mês de Janeiro de 1959, nasce em Armação dos Búzios, Município do Rio de Janeiro, Odete Pereira Alves segunda dos quatro filhos. Em meio a uma tempestade onde a lua cheia se escondeu para dar lugar aos relâmpagos que riscavam aquele céu saudando a ventania que soprava Leste. Filha de Manoel Custódio Alves, um humilde pescador e de Maria Julia Pereira Alves, mulher que do sonhar se esquivou... Aos cinco anos deixa a aldeia de pescadores como se a navegar outros mares a família vai à busca de outro porto para ancorar no futuro o que o passado lhes negara...

Em 1966 desde os cinco anos alfabetizada pelo seu pai que possuía a terceira série primária matricula-se na Escola Publica Pandiá Calógeras , bairro de Alcântara São Gonçalo cidade do Rio de Janeiro. E o presente fez-se calmaria abrandando o escarcéu, da curiosidade da então menina, que incentivada pelos educadores de então alça vôos com os livros que lia.

Em 1971 termina o curso primário, e a Nau parte para outro porto. Desta vez para uma Ilha... Onde os dotes já aflorados compunham em versos seus dias. O interesse pela literatura leva-a manusear livros de Poesias na biblioteca escolar e passa ter em Pablo Neruda e outros autores de língua Espanhola o referencial que vem pautando a sua vida.

Nada lhe era mais fascinante que sonhar um mundo melhor como os Poetas...

Em 1972, presta exame admissão ao primeiro ano no Liceu de artes e Ofícios contrariando sua mãe, que sem nenhuma visão de mundo, acreditava ser a mulher feita para casar e procriar. Primeiro desafio vencido e não logrado, por não ter condição de custear despesas dessa instituição. Conclui o curso Ginasial na escola publica Zuleika Raposo Valadares na Ilha da Conceição Niterói RJ. Desperta a ousadia, e parte para o Grêmio Estudantil, fincando nesse solo a bandeira da “PALAVRA” Oradora nata, e POETA. Constrói discursos pautados na Liberdade e Igualdade.

Em 1974 recebe da Câmara dos Vereadores da Cidade Niterói Menção honrosa pela causa comunitária, trabalho desenvolvido junto aos moradores de então pelo direito a terra que ocupavam. Uma luta antiga pela posse da terra.

Não Calarei!

Se quiserem parar meu rumo, mesmo assim caminharei.
Buscando encontrar soluções para o mundo que sonhei...
Buscarei na caminhada o país que almejei.

Em 1981, contrai matrimônio, com Luiz Paulo Freitas Minnemann e realiza o sonho da maternidade.

Em 1982 nasce o fruto dessa união Paulo Roberto Alves Minnemann, rompendo no mesmo ano, essa união contrariando os princípios familiares que não tolerava separações. Primeiro caso de desquite entre as inúmeras mulheres da família que por estigma enviúvam desde os primardes!

Em 1983, sob os auspícios do Vento a soprar seu norte, parte para o então mundo alquímico, onde a beleza e os Egos se contrapõem a todo instante. Torna-se profissional de moda, figurando em salões e exposições por entre as lentes dos fotógrafos e câmeras dos estúdios da extinta TV Manchete,

Sem se distanciar das causas do POVO, auxiliando a comunidade a buscar seus ideais e desta vez valendo-se do prestigio galgado na profissão.

Em 1986 torna-se empresária de moda. Dividindo seu tempo entre a aldeia de pescadores, trabalhando pela sua emancipação e a cidade do Rio de Janeiro onde exercia a profissão.

Em 1989 casa-se com o Austríaco Rolf Helmut Haak, arquiteto e artista plástico e embarca na aventura de viver no Nordeste do Brasil. Refaz o caminho de volta do Sertanejo lutador.

Em 1990, com seu então companheiro investem na gastronomia, tornando-se referencia nesta área, na cidade do Natal, Rio Grande do Norte, projetando nesse espaço artistas de todas as áreas. Fomentando a diversidade Cultural tentando resgatar trezentos anos de história da aldeia onde habita. Projeto Cultural Jangada das Sete, Vila de Ponta Negra RN.

Em 1998 Rolf Haak, falece. E como a vida não pode parar retoma os movimentos comunitários vivenciando outras realidades. União das Mulheres de Natal, Conselho Comunitário da Vila de Ponta Negra, Preservação da Natureza SOSPONTANEGRA. Coletivo Leila Diniz, UNEGRO Brasil Sem Aborto Núcleo Rio Grande do Norte, Protagonista da Paz trabalho Comunitário com 68 adolescentes de risco.

Oradora Oficial da Capoeira Arte e Vida que congraça 1500 capoeiristas pela inclusão Social.

Em 2001,-Deth Haak dedica-se a Poesia de inclusão. Escreve , recita educa através das mesmas, levando a áreas carentes onde relata e divulga a necessidade de cada comunidade fazendo lembrar ao que detém o poder e nada fazem que essa seja a hora de tentar mudar.

Incentivada pelo seu filho começa a publicar na Internet, poesias e através do mundo virtual em contato com os poetas trocando conhecimento com o Brasil e Mundo
Em busca de um raio de sol na escuridão dos mundos para fazer germinar a PAZ.

EM 2006 filia-se a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins- RN dedicando-se a difusão da poesia na terra de tantos poetas, com outro propósito levar essa arte aquém disto dela não aprendeu a sonhar.

Parte A Caravana da Poesia por escolas publicas, Centros comunitários, Universidades, Igrejas, incentivando a leitura através de apresentações em praças, clubes, sindicatos e Ongs.

Em 2006 vence na Alemanha o primeiro concurso Literário na categoria Pœsia, com o pseudônimo Deth Haak “ A Poetisa dos Ventos”. Segundo lugar do concurso na Faculdade de Direito Câmara Cascudo no Rio Grande do Norte, com poema “ Crepúsculo”.

Organiza o Abraço a Maior Duna do Nordeste Morro do Careca, pela preservação ambiental SOS.PONTA NEGRA.

Participa da elaboração das emendas do novo plano diretor da cidade do Natal, conscientizando a Câmara dos Vereadores e a população sobre o Desenvolvimento Sustentável pela causa do Planeta, Ação essa que derrubou licenças já concedidas para construção de cinco espigões no em torno da Duna, mostrando que vale a pena lutar pela preservação da vida, e a Natureza clama aos seres humanos a usar as armas que possuem.

Escreve sobre Poesia na Revista Nosso Estado, divulgando a arte de fazer versos e a produção literária no Brasil e no Mundo.

Apresenta a cidade do Natal, candidata a receber no Brasil, no ano de 2008 o Primeiro Congresso Internacional de Poetas Del Mundo.

Em 2007 é nomeada Cônsul Poeta Del Mundo - RN, em cerimônia realizada no mês de abril na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte onde recebe Menção de destaque Cultural do ano.

Munida de Vassoura e Sabão, lava a escadaria da Câmara dos Vereadores da cidade do Natal, em protesto as emendas vetadas por nove vereadores contrariando o querer do povo, por mais qualidade de vida, e acusando a corrupção dos mesmo que venderam seus votos ao Sindicato da Construção Civil. Incitando o Ministério Publico a apurar as denuncias que foram comprovadas gerando assim um processo de cassação dos mesmos.

Eleita interprete Oficial do Poeta Vinicius de Morais, AJEB

Em 2008 coordena junto a Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte, o Primeiro Congresso de Poetas Del Mundo na cidade do Natal, que por falta de compromisso governamental o mesmo não se realizou.

Participa da Antologia ‘ Letras e Imagens do Bem’
Poetas Del Mundo em Poesias

Eleita Embaixadora da Paz- Circulo Universal da Paz. dos Embaixadores da Paz -Genebra Suíça;

Projeto Cultura no Trem a um ano em movimento

Recebe homenagem do Memorial da Mulher Potiguar, Pela Cultura de Paz.

Lança o Projeto Caravana da Poesia- Poeta nas Escolas, com apoio da Fundação José Augusto.

Participa do XVI Congresso Brasileiro de Poesias, Bento Gonçalves RS

Coordenou a Campanha no Estado ‘ Unindo dos Rios através da Poesia, Campanha essa que levou 280 livros dos escritores locais para o Congresso.

Participa do IV ENCONTRO Internacional de Poetas Del Mundo no Chile representando o Brasil.

Participa da FLIPORTO, Festa Literária de PE

Representando o Rio Grande do Norte, com apresentação em recital, ao lado do Poeta Thiago de Melo, Embaixador de Poetas Del Mundo para o Mundo

Em 2009 recebe homenagem Poeta Vivo Imortalizado, com um Poema ao Rio Potengi, afixado na Praça da Poesia Canto do Mangue-Rocas RN

Fonte:
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=1048

Angela Togeiro (Brinde de Ano-Novo)


Um segundo para começar o Ano-novo.
No silêncio, na solidão do coração,
um poeta ouve o torvelim dos corações:
Vou parar de fumar, de beber, de me drogar,
vou fazer regime, vou estudar,
vou trabalhar, vou rezar, vou cantar,
vou comprar um carro novo,
vou te amar para sempre. Juro.
Vou... vou... vou... Juro, juro. Juro!
Não vou mais roubar, matar,
não vou mais desejar mal a ninguém,
não vou mais enganar meu semelhante,
não vou mais inventar bombas,
nem outras coisas que destruam a vida,
não vou mais explorar a cidadania do meu povo,
não vou mais ser mau exemplo... de nada. Juro.
Não vou... não vou... não vou... Juro, juro. Juro!
Brindes. Taças que se tocam. Sorrisos.
Abraços. Beijos. Música. Danças.
No coração solitário do poeta,
a esperança renasce majestosa.
O poeta feliz ergue sua taça.
Sua bebida tem gosto de sonho,
de encontros, de fé, de dias melhores.
E o ano-novo chega. Pontual. Inclemente.
...Tantas promessas vãs, tanto ano-novo... todo ano...
A taça do poeta se enche de lágrimas.
No seu coração, a alegria se esvazia.
Fica só a poesia - única certeza e companhia,
até o próximo brinde de Feliz Ano-novo

Fontes:
A Autora
Inagem = www.recados.etc.br