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sábado, 30 de abril de 2011
Trova 195 - Roberto Pinheiro Acruche (São Francisco de Itabapoana/RJ)
Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 201)
Uma Trova Nacional
A crise nos invadiu...
pindaíba nacional:
não sei se o real caiu
ou se eu "caí na real"...
–SELMA PATTI SPINELLI/SP–
Uma Trova Potiguar
Galo bom de galinheiro
e pegador de galinha,
quando disputa um terreiro
muitas vezes dá murrinha.
–MARCOS MEDEIROS/RN–
Uma Trova Premiada
1994 - Nova Friburgo/RJ
Tema: “LIVRE” - M/H
Fazer prédio? Desperdício!
Diz o caipira a sorrir:
– Se em baixo diz: “Edifício”,
como é que se vai subir?
–NEIDE ROCHA PORTUGAL/PR–
...E Suas Trovas Ficaram
Ante a noiva bem nutrida,
o cinquentão ficou louco:
– Ela só pensa em comida
e cinquentão come pouco...
–MÍLTON NUNES LOUREIRO/RJ–
Simplesmente Poesia
MOTE:
O filho toma apracur,
a mãe toma novalgina.
GLOSA:
Ele liga o abajour
pra que na cama se aqueça.
E, para a dor de cabeça
O filho toma apracur,
analgésico hor-concour,
recurso da medicina,
qualquer balconista ensina
e vende sem empecilho.
Contrariando seu filho,
a mãe toma novalgina.
–FRANCISCO MACEDO/RN–
Estrofe do Dia
Um candidato a prefeito
falando aos aduladores
distante dos eleitores:
vamos ganhar esse pleito!
Sou cidadão de conceito
só eu levo essa parada,
porém o que mais me agrada
nesta tremenda disputa
é ter um ano de luta
e quatro sem fazer nada.
-VICENTE GONÇALVES/PB-
Soneto do Dia
–BELMIRO BRAGA/MG–
Propaganda Eleitoral
Meu caro Coronel Martins Ferreira,
candidato extra-chapa a deputado
ao congresso da Câmara Mineira,
desejo ser aí o mais votado.
A minha fé de ofício é de primeira.
vale por um programa o meu passado,
e no congresso não direi asneira
todas as vezes... que ficar calado.
Fui caixeiro, depois fui negociante,
e do torrão natal, representante,
agora aspiro a ser como escrivão;
E, eleito, espero, mas que maravilha!
Ser pai da Pátria e receber da filha
todo o subsídio, quer trabalhe ou não..
A crise nos invadiu...
pindaíba nacional:
não sei se o real caiu
ou se eu "caí na real"...
–SELMA PATTI SPINELLI/SP–
Uma Trova Potiguar
Galo bom de galinheiro
e pegador de galinha,
quando disputa um terreiro
muitas vezes dá murrinha.
–MARCOS MEDEIROS/RN–
Uma Trova Premiada
1994 - Nova Friburgo/RJ
Tema: “LIVRE” - M/H
Fazer prédio? Desperdício!
Diz o caipira a sorrir:
– Se em baixo diz: “Edifício”,
como é que se vai subir?
–NEIDE ROCHA PORTUGAL/PR–
...E Suas Trovas Ficaram
Ante a noiva bem nutrida,
o cinquentão ficou louco:
– Ela só pensa em comida
e cinquentão come pouco...
–MÍLTON NUNES LOUREIRO/RJ–
Simplesmente Poesia
MOTE:
O filho toma apracur,
a mãe toma novalgina.
GLOSA:
Ele liga o abajour
pra que na cama se aqueça.
E, para a dor de cabeça
O filho toma apracur,
analgésico hor-concour,
recurso da medicina,
qualquer balconista ensina
e vende sem empecilho.
Contrariando seu filho,
a mãe toma novalgina.
–FRANCISCO MACEDO/RN–
Estrofe do Dia
Um candidato a prefeito
falando aos aduladores
distante dos eleitores:
vamos ganhar esse pleito!
Sou cidadão de conceito
só eu levo essa parada,
porém o que mais me agrada
nesta tremenda disputa
é ter um ano de luta
e quatro sem fazer nada.
-VICENTE GONÇALVES/PB-
Soneto do Dia
–BELMIRO BRAGA/MG–
Propaganda Eleitoral
Meu caro Coronel Martins Ferreira,
candidato extra-chapa a deputado
ao congresso da Câmara Mineira,
desejo ser aí o mais votado.
A minha fé de ofício é de primeira.
vale por um programa o meu passado,
e no congresso não direi asneira
todas as vezes... que ficar calado.
Fui caixeiro, depois fui negociante,
e do torrão natal, representante,
agora aspiro a ser como escrivão;
E, eleito, espero, mas que maravilha!
Ser pai da Pátria e receber da filha
todo o subsídio, quer trabalhe ou não..
Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo
Colaboração de Ademar Macedo
Trovadores da Seção Bragança Paulista da UBT (Amor é...) Primeira Parte
Há muito tempo morri,
morri, amor, de saudade;
no dia em que te perdi,
foi que morri de verdade.
Adalzira Bittencourt (Céu)
Quem tem alma de poeta,
em geral é um trovador,
que na vida tem por meta
semear somente o Amor!
Amilton Maciel Monteiro (S. José dos Campos)
Amar é meu lema de vida;
viver, meu lema de amor.
Quem ama jamais duvida
que será um vencedor.
Anna Servelhere (Bragança Paulista)
-------------------
Antonio Miguel Cestari (Bragança Paulista)
O brilho do teu olhar
refletiu nos olhos meus.
Início do caminhar
unidos no Amor de Deus.
Pense em Deus, maior Amor
que criou o universo,
na singeleza do verso
que inspira neste louvor.
Deixe logo esse terror!
É o que todo mundo diz.
Viva em paz, em pleno amor.
Tenha uma vida feliz!
-----------------------------
Cida Moreira (Bragança Paulista)
Seu amor - e sou feliz!-
é o meu maior presente
pois tudo que sempre quis
é só te amar, simplesmente.
No mistério desse olhar
naveguei a minha vida
como um barco em alto-mar
sem jamais achar guarida.
-----------------
Flávio Rodrigues (Bragança Paulista)
Mágoa é desgosto, amargura,
paixão, descontentamento,
desagrado, dó, tortura,
tristeza...enfim, sofrimento!
Helena Walderez Scanferla (Bragança Paulista)
Sim! Desde que a vida existe
aqui na face da Terra,
só o amor é que subsiste
na palavra que encerra.
Tantos amores na vida
eu já tive com alegria;
hoje, esta vida bandida
levou-me tudo o que eu tinha.
Henriette Effenberger (Bragança Paulista)
Na grandeza do universo,
enxergo os olhos de Deus.
Na pequenez de meu verso,
mergulham os olhos teus...
O periquito atrevido
adivinhou meu desejo:
beleza, grana e um marido
no toque do realejo.
Joarez de Oliveira Preto (Bragança Paulista)
Sentei-me ali na varanda,
esperando, pode crer,
sem saber por onde anda
meu amor, meu bem-querer.
Olho da porta de entrada,
vejo pássaros voando.
Vi o ônibus na estrada,
mas não vi você chegando.
O ramalhete de flores
que preparei pra te dar;
não esqueças, se tu fores
pretendendo retornar.
No meu castelo de sonhos,
de rosas brancas cercado,
vejo teu rosto risonho,
paz e bem no teu reinado.
morri, amor, de saudade;
no dia em que te perdi,
foi que morri de verdade.
Adalzira Bittencourt (Céu)
Quem tem alma de poeta,
em geral é um trovador,
que na vida tem por meta
semear somente o Amor!
Amilton Maciel Monteiro (S. José dos Campos)
Amar é meu lema de vida;
viver, meu lema de amor.
Quem ama jamais duvida
que será um vencedor.
Anna Servelhere (Bragança Paulista)
-------------------
Antonio Miguel Cestari (Bragança Paulista)
O brilho do teu olhar
refletiu nos olhos meus.
Início do caminhar
unidos no Amor de Deus.
Pense em Deus, maior Amor
que criou o universo,
na singeleza do verso
que inspira neste louvor.
Deixe logo esse terror!
É o que todo mundo diz.
Viva em paz, em pleno amor.
Tenha uma vida feliz!
-----------------------------
Cida Moreira (Bragança Paulista)
Seu amor - e sou feliz!-
é o meu maior presente
pois tudo que sempre quis
é só te amar, simplesmente.
No mistério desse olhar
naveguei a minha vida
como um barco em alto-mar
sem jamais achar guarida.
-----------------
Flávio Rodrigues (Bragança Paulista)
Mágoa é desgosto, amargura,
paixão, descontentamento,
desagrado, dó, tortura,
tristeza...enfim, sofrimento!
Helena Walderez Scanferla (Bragança Paulista)
Sim! Desde que a vida existe
aqui na face da Terra,
só o amor é que subsiste
na palavra que encerra.
Tantos amores na vida
eu já tive com alegria;
hoje, esta vida bandida
levou-me tudo o que eu tinha.
Henriette Effenberger (Bragança Paulista)
Na grandeza do universo,
enxergo os olhos de Deus.
Na pequenez de meu verso,
mergulham os olhos teus...
O periquito atrevido
adivinhou meu desejo:
beleza, grana e um marido
no toque do realejo.
Joarez de Oliveira Preto (Bragança Paulista)
Sentei-me ali na varanda,
esperando, pode crer,
sem saber por onde anda
meu amor, meu bem-querer.
Olho da porta de entrada,
vejo pássaros voando.
Vi o ônibus na estrada,
mas não vi você chegando.
O ramalhete de flores
que preparei pra te dar;
não esqueças, se tu fores
pretendendo retornar.
No meu castelo de sonhos,
de rosas brancas cercado,
vejo teu rosto risonho,
paz e bem no teu reinado.
Fonte:
Colaboração de Lola Prata com o livro "Amor é..." - Trovadores da Seção Bragança Paulista
da União Brasileira de Trovadores - UBT - Novembro de 2010
Imagem = http://andreiamartins.blogspot.com
Colaboração de Lola Prata com o livro "Amor é..." - Trovadores da Seção Bragança Paulista
da União Brasileira de Trovadores - UBT - Novembro de 2010
Imagem = http://andreiamartins.blogspot.com
Roberto Pinheiro Acruche (Revista Trovas e Poemas n. 27)
em comunhão generosa,
tal como vivem unidas
as pétalas de uma rosa!
A. A. DE ASSIS – PR
O namoro venturoso,
curtido na mocidade,
mudou de nome, o teimoso:
hoje se chama SAUDADE!
ADAMO PASQUARELLI-SP
No quarto, vazio agora,
nosso velho cobertor
cobre as mentiras que outrora
foram delírios de amor...
ALBA CHRISTINA-SP
Retorno à praça da infância:
é o mesmo antigo jardim!
Só eu mudei, na distância...
Ah! Que saudade de mim!
ALBA ELENA CORRÊA-RJ R
Ninguém sabe, nesta lida,
onde a surpresa é mais forte:
se nos mistérios da vida
ou nos segredos da morte!
ALFREDO DE CASTRO - MG
Não irá jamais embora
quem deixou tanta amizade;
a despedida de agora
é presença na saudade.
ALMIR PINTO DE AZEVEDO - RJ
A natureza agredida
não se defende e nem xinga,
mas no decorrer da vida
cedo ou tarde, ela se vinga
AMILTON MACIEL MONTEIRO-SP
Que lição de amor profundo
aos homens legou Jesus,
trocando os sonhos do mundo
por três cravos e uma cruz!
ANTÔNIO JURACI SIQUEIRA-PA
O amor, para muita gente,
é diversão perigosa.
Quem não sabe ser prudente
transforma em espinho a rosa.
ARLENE LIMA-PR
Se a vida é mera passagem
por este plano somente,
o preço desta viagem
é a própria vida da gente.
ARLINDO TADEU HAGEN-MG
“Mamãe”, esse fato eu sei,
é palavra de emoção:
a primeira que falei,
a maior no coração.
CARLOS AUGUSTO S. DE ALENCAR-RJ
Quando a penumbra descia,
a nossa emoção vibrava,
sonhando o que não dizia,
dizendo o que nem sonhava!…
CAROLINA RAMOS – SANTOS-SP
Rosas fazem emergir
o que os namorados sentem:
os lábios podem mentir
mas as rosas nunca mentem.
CLÊNIO BORGES-ES
Sei quando vais demorar...
Mesmo assim, tudo ofereço:
quem espera para amar
paga ao tempo qualquer preço!
CLENIR NEVES RIBEIRO – RJ
Enganar que sou feliz
é coisa inútil, porque
meu sorriso triste diz
quanto eu sofro sem você.
CONCEIÇÃO A. C. DE ASSIS - MG
Lança as mágoas ao passado
Ao meu Deus peço um favor,
bom presente para o mundo:
Um saco cheio de amor,
daqueles que não tem fundo!
CRISTIANE BORGES BROTTO - PR
Analisa a própria crença,
veja a beleza da flor,
sinta seu perfume e pensa:
- A minha essência é o AMOR.
DÁGMA VERÔNICA -MG
Eu vejo Deus na magia
dos versos simples que teço
Deus é rima, amor, poesia,
é fim, é meio, é começo!
DELCY CANALLES-RS
Apenas em quatro versos
retrata-se uma emoção,
através da trova imersos
em realidade e ficção.
DILMA RIBEIRO SUERO -RJ
Teu olhar perpetuado
numa saudade sem fim,
é aquele espinho encravado
que já faz parte de mim!
DILVA MORAES-RJ
Pela Maria da Penha,
lei-justiça conquistada,
quebro pau e queimo lenha
mas, congraço a mulherada!
DINAIR LEITE-PR
Voltas… e eu acho tão triste
a emoção de disfarçar,
que, por mim, já que partiste,
nem precisavas voltar…
DIVENEI BOSELI - SP
O nosso amor escondido,
sem papel, sem aliança,
tem o sabor proibido
da fruta da vizinhança
DOMITILA BORGES BELTRAME-SP
]Talvez porque a noite esconda
sombras de amor... é que a Lua
põe mais luz em sua ronda,
quando ronda a minha rua!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA -RJ
Na viagem da ilusão,
pela tarde azul e morna,
vivo a esperar na estação
um trem que nunca retorna!
EDUARDO A. O. TOLEDO-MG
Nem mesmo a ilusão remenda,
com seus fios de saudade,
os velhos sonhos de renda
que eu teci na mocidade!
ELIZABETH S. CRUZ - RJ
De armas, não precisaste.
palavras brutais, somente...
com elas apunhalaste
meu coração, friamente!
ESTER FIGUEIREDO–RJ
È certo, é pura verdade,
que se diz do casamento:
Que só, se tem liberdade,
com um mal comportamento!
FABIANO WANDERLEY-RN
Nos trigais do sentimento que
contra o vento eu transponho,
cozi o pão sem fermento
no forno quente de um sonho.
FRANCISCO JOSÉ PESSOA-CE
Na rapidez da informática
meu sonho dura um segundo,
numa proposta automática:
paz, ponto com, ponto mundo.
FRANCISCO NEVES MACEDO-RN
É pecado a idolatria
mas eu te admiro tanto,
que até me ajoelharia
aos teus pés por teu encanto.
GERALDO AMÂNCIO PEREIRA - CE
Reconheço que acabou...
Como tu, não lamentei.
O que pensavas, não sou;
e não és o que pensei...
GILVAN CARNEIRO DA SILVA – RJ
O mar é o mais doce amante
pois não cansa de beijar,
num lirismo alucinante,
toda praia que encontrar!
GISLAINE CANALES - SC
Dupla festa eu preconizo,
para noites de luar:
A festa do teu sorriso,
na festa do meu olhar!...
HERMOCLYDES S. FRANCO-RJ
As flores fito uma a uma,
e mais que eu nelas repare,
em beleza não há nenhuma
que contigo se compare!
HUMBERTO RODRIGUES NETO –SP
Responde, ó Deus, pela mão
que podes ver, calejada:
-- por que há de ter tanto chão
quem nele não planta nada?
JAIME PINA DA SILVEIRA-SP
Tua ausência, mãe querida,
o bom filho nunca esquece…
És o amor de Deus, és vida:
- Tu és a mais linda prece!
JOAMIR MEDEIROS-RN
Não me assusta a alta montanha.
Firme eu empreendo a escalada...
Com a fé que me acompanha,
só vejo flores na estrada.
JOÃO COSTA-RJ
Mãe, se dor fosse julgada,
não sei qual a mais doída:
se a que te dei na chegada,
se a que me dás na partida...
JOSÉ FABIANO –MG
Tanto mal nós infligimos
Em todos que bem nos queira,
E o perdão que lhes pedimos
É uma nuvem passageira.
JOSÉ FELDMAN – PR
O cego, com dedos certos,
tange a sanfona dorida,
e eu, com dois olhos abertos,
erro nas teclas da vida.
JOSÉ LUCAS DE BARROS - RN
Zelar pela natureza,
eis aí nossa missão.
Deus fez tudo com grandeza,
pra nossa sustentação.
JOSÉ MOREIRA MONTEIRO-RJ
Se a sorte não me convida,
teimoso, forças concentro
e entro na festa da vida
como "penetra"... mas entro!...
JOSÉ TAVARES DE LIMA-MG
Falassem os arvoredos...
e o mundo iria corar
ante os milhões de segredos
que o vento deixa, ao passar!...
MARIA MADALENA FERREIRA-RJ
Às vezes, na despedida,
num simples modo de olhar
se diz o que em toda a vida
ninguém ousa revelar.
MARIA NASC. SANTOS CARVALHO-RJ
Representando paixão
na alvura de seu buquê,
tem no centro o coração,
o gerânio que se vê!
MARILENE BUENO– RS
Falaste em breve regresso:
marcaste mês, dia e horário.
Mas a saudade que eu meço
é maior que o calendário!
MARINA BRUNA - SP
Minhas trovas são singelas,
sem marcas nem pedantismo,
pois eu faço, assim, com elas,
arautos do romantismo.
MAURÍCIO NORBERTO FRIEDRICH-PR
Se a saudade não consegue
destruir meu dia a dia,
quero, ao menos, que carregue
esse tédio, essa agonia!
MESSODY RAMIRO BENOLIEL- RJ
Jamais ficarei passiva
ante a luz do teu olhar;
há muito já sou cativa
deste teu jeito de amar!
MIFORI-SP
Sobreviver é uma arte.
É driblar a natureza,
tendo a fé como estandarte
e Deus como fortaleza.
MYRTHES MAZZA MASIERO-SP
A paz, numa sociedade,
entre tantas coisas boas,
só depende, na verdade,
da consciência das pessoas.
NEI GARCEZ-PR
Tenho orgulho do que faço;
se é feito com perfeição.
Mas aceito meu fracasso
se não tiver solução.
NEIVA FERNANDES-RJ
No rodeio do existir,
peço a Deus, a todo instante,
que eu não caia e, se cair,
com mais força me levante.
NEWTON VIEIRA -MG
Nada mais embriagador
no arrepio das ternuras
que escutar juras de amor
mesmo que sejam perjuras.
NILTON MANOEL-SP
A chuva benze a semente,
que o homem planta no chão;
e Deus permite que a gente
transforme o trigo no pão.
OLGA AGULHON – PR
A ciência que eu rejeito
é a que tem a insensatez
de explicar o que foi feito
e afirmar que ninguém fez!
PEDRO ORNELLAS - SP
Teu amor que me enternece,
que acaba todo meu pranto,
da sobra faço uma prece,
e ainda sobra outro tanto.
PROFESSOR GARCIA-RN
Não deixe que se enraíze
A mágoa no coração;
Antes mesmo a cauterize,
Bom remédio é o perdão.
RAYMUNDO SALLES BRASIL-BA
Esses teus mágicos olhos,
quando me fitam assim,
são carícias ou escolhos
do naufrágio que houve em mim?
RENATO ALVES - RJ
O mais sublime recado,
veio de longe... do céu...
Sendo a Maria, levado,
pelo Arcanjo Gabriel.
ROBERTO PINHEIRO ACRUCHE - RJ
Na ansiedade das demoras,
quando chegas e me encantas,
mesmo sendo às tantas horas,
as horas já não são tantas…
RODOLPHO ABBUD - RJ
O belo na juventude
traz orgulho, por costume.
Mas beleza sem virtude
é qual rosa sem perfume...
RUTH FARAH NACIF-RJ
Nas cartas, sê verdadeiro!
Cuida bem tudo o que dizes:
pois cartas são travesseiro
nas noites dos infelizes.
SELMA PATTI SPINELLI/SP
A rua não sabe quando,
mas lembra, do início ao fim,
o quanto a pisei buscando
quem tanto pisava em mim!...
SÉRGIO BERNARDO-RJ
Paguei tanto pelo engano,
pelo mito que criei,
pois foste apenas tirano,
e eu te escolhi por meu rei!
TEREZA COSTA VAL – MG
Da vida o imenso valor
pode estar num… quase nada!
Como ver brotar a flor
entre as fendas da calçada.
VANDA FAGUNDES QUEIROZ-PR
Meu jogo, audaz e exigente,
encara a carta que der,
mas com você, frente a frente...
jogo charme de mulher!
VÂNIA MARIA SOUZA ENNES-PR
O teu silêncio me afronta;
nem breve mensagem veio,
mas meu amor faz de conta
que a culpa é só do correio.
WANDA DE PAULA MOURTHÉ-MG
As nuvens choraram tanto,
que o sol compensa o escarcéu,
tecendo com doce encanto
mais sete cores no céu!
WANDIRA F. QUEIROZ – PR
=============
Dorothy Jansson Moretti-SP
S O L
Hoje estás escondido. Olhando para fora,
em meio à névoa densa, em vão eu te procuro.
Que falta fazes quando, ao se esboçar a aurora,
vejo o céu carrancudo e tão cinzento e escuro!
És tu que trazes vida, a ausência eu te censuro.
Sem ti sofre a semente a emergir para a flora,
falta a luz dos teus raios ao trigo maduro,
esmaecem os tons quando te vais embora.
De repente, através de uma nesga apareces...
Com que força vital a alma da gente aqueces
e afastas tão depressa as nuvens de tristeza!
És dono do universo, a nada te comparas;
e ao sentir teu calor reconfortando as searas,
feliz volta a sorrir, de novo, a Natureza!
Roberto Pinheiro Acruche
CONFIDÊNCIAS AO LUAR
Lua, mística e de rara beleza
inspiradora dos enamorados,
assistente de segredos guardados...
confessados a vossa realeza!
Qual trovador não vos citou um verso
encantado com a luz prateada
ou caminhando pela madrugada,
ainda que, em estado adverso?
Crendo em vossa majestade, confesso,
que vos prestei versos e confidência...
recitei poemas com eloquência...
-Sorvido por grande amor, nele imerso,
perdido de paixão neste universo...
condenado... venho pedir, clemência!
Pierre Acruche Nunes
Ó Filha!
Mal sabes o quanto tensos
e intensos foram
seus primeiros momentos
nosso primeiro encontro
Preocupação imatura, sim
ansiosa aflição logo dissipada
após ver-te linda, forte e sã
O privilégio de antes conhecer-te
ora furtado de sua Mãe
compesa-la-emos por toda a vida
pelo nobre ato maternal
Seu rostinho inchado
seu choro contido
seu susto latente
sua alma bem vinda
- Quem diria, heim, papai ?
Diria, sim, o experiente
o mais íntimo amigo ou parente
que a chegada de uma criança
desmonta o pétreo coração
infla a vida de esperança
me faz dedicado e zeloso guardião.
Seu Pai.
Roberto Pinheiro Acruche
PECANTE
Não importa o quanto pecas.
O que eu quero é sentir o teu calor,
o inebriante perfume do teu corpo,
passear por toda extensão de tuas curvas.
Não importa o quanto pecas.
É irresistível a tua beleza,
o sabor dos teus lábios,
o brilho dos teus olhos.
Tu és divina
Perfeita
Uma obra de arte
Doçura.
Não importa o quanto pecas.
UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES
Delegacia de São Francisco de Itabapoana- RJ
II JOGOS FLORAIS DE SÃO FRANCISCO DE
ITABAPOANA
REGULAMENTO
1-Concurso Nacional
Tema: CRIANÇA- Trovas líricas e/ou filosóficas
2-Concurso Estadual
Tema: VENTO - Trovas líricas e/ou filosóficas
PULGA – Trovas humorísticas
ENDEREÇO PARA REMESSA
II JOGOS FLORAIS DE SÃO FRANCISCO DE ITABAPOANA
A/C de Roberto Pinheiro Acruche
Caixa Postal 123.192
São Francisco de Itabapoana- RJ
CEP – 28.230-000
3-Sistema de Envelopes
A trova deverá ser escrita num envelope pequeno em cujo interior estarão nome e
endereço completo do remetente, telefone e e-mail (se tiver). Esse envelope deverá ser
lacrado e colocado num envelope maior com o endereço para remessa. Como
remetente, repetir no verso o endereço com o nome de Luiz Otávio.
Data limite de entrega – 31 de maio de 2011. Valendo a data da postagem.
Limite de 3 (três) trovas por tema.
É obrigado constar a palavra-tema na trova
OUTROS CONCURSOS EM ANDAMENTO
Jogos Florais Ac. de Letras e Artes de Cambuci- até 31.05.2011
XLI Jogos Florais de Niterói - até 31-05-2011
VII Concurso de Trovas de Maranguape/CE - até 31.05.2011
Jogos Florais de Cantagalo-RJ até 31.05.2011
VII Concurso Maranguape/CE - até 31.05.2011
VII Concurso Academia Mageense de Letras - até 01.06.2011
XV Jogos Florais de Porto Alegre - até 30.06.2011
X Concurso de Trovas do CTS - Caicó - até 30.06
XXXI Concurso de Trovas da ATRN - 2011- até 30.06
Concursos de Trovas de Taubaté - até 30.06.2011
NOITE DE AUTÓGRAFOS
Foi extremamente concorrida e prestigiada a solenidade de lançamento do Livro “O Mangue da Moça Bonita” de autoria de Roberto Pinheiro Acruche.
O espaço da Câmara Municipal de São Franciscode Itabapoana-RJ ficou pequeno para abrigar as inúmeras autoridades, poetas, acadêmicos, professores e membros da sociedade sanfranciscana.
ALCANÇOU ENORME SUCESSO A SOLENIDADE REALIZADA PELO CONGRESSO DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA – SEÇÃO BRASIL PARA PREMIAÇÃO DOS MELHORES DE 2010
Roberto P. Acruche
MARIA
Maria Mãe
Maria Mulher
Maria Santa
Maria de Nazaré
De Ti nasceu o Jesus menino
De Ti nasceu o Salvador
De Ti nasceu o Nazareno
De Ti nasceu o Redentor
Contigo nasceu o Cristianismo
Sofreste com a crucificação
Deste o fruto do Amor
Jubilou-se com a ressurreição.
Maria Mãe Amantíssima
Maria Mãe Venerada
Maria Mãe de Deus
Maria Mãe Adorada
Aos Vossos pés levo a prece
Pedindo-lhe graças e proteção
Mãe de misericórdia me proteja
Purifique o meu coração.
Fonte:
Colaboração de Roberto Pinheiro Acruche
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Florilégio de Trovas,
Universos Di Versos
Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XXIII - O Macaco e o Aluá
Um macaco, uma vez quis fazer aluá, mas estando sem dinheiro para comprar milho...
Narizinho interrompeu-a:
— Que história de alua é essa?
— É uma petisqueira lá do Norte, que se faz de milho. Mas o macaco, que não tinha dinheiro para comprar milho, armou um plano. Foi à casa do galo, onde comprou um litro de milho para pagar em tal dia e tal hora. Foi à casa da raposa, onde comprou outro litro para pagar a tal dia e tal hora — e marcou uma hora,, meia hora depois da hora marcada para o galo. Depois foi à casa do cachorro, onde comprou outro litro de milho para pagar meia hora depois da hora marcada para o pagamento à raposa. E na casa da onça comprou outro litro de milho para pagar meia hora depois da hora marcada para o pagamento ao cachorro.
E muito contente da vida com os quatro litros de milho arranjados a crédito, o nosso macaquinho foi para casa fazer uma porção de alua, que guardou num pote. Depois armou um jirau bem alto e deitou-se em cima, de cabeça amarrada com um pano, como quem está com dor de dente.
Na hora do primeiro pagamento apareceu o galo.
— Então, que é isso macaco? Doente assim?
— Estou que não posso comigo de tanta dor de dente — respondeu o macaco. — Abanque-se e sirva-se do alua aí do pote.
O galo sentou-se e começou a servir-se do alua. Nisto apareceu lá no terreiro a raposa, que vinha cobrar o litro de milho vendido. O galo ficou com a crista branca de medo.
— Não se assuste, compadre — disse o macaco. — Esconda-se ali no cantinho.
O galo foi e escondeu-se. Entra a raposa. O macaco, depois de contar a sua doença, manda a raposa servir-se de alua.
— Coma, coma, comadre, que está ótimo. O compadre galo já se regalou.
— Quê? — exclamou a raposa. — O galo andou por aqui?
— Ali está ele! — disse o macaco, apontando para o cantinho onde o pobre galo se escondera.
E a raposa foi e comeu o galo. Nisto apontou no terreiro o cachorro. A raposa tremendo de medo, escondeu-se num canto. O cachorro entrou, muito amável.
— Pois é — disse o macaco — estou tão doente que nem posso descer da cama. Mas vá se servindo de alua, compadre cachorro. Está muito bom. A raposa comeu de lamber os beiços.
— Quê? A raposa esteve aqui?
— Não esteve, está! — respondeu o macaco, e apontou para o canto onde a pobre raposa se escondera.
E o cachorro foi e comeu a raposa. Nisto apontou a onça no terreiro. Entrou. Soube da doença do macaco, e também, a convite dele, se serviu do alua.
— Coma, comadre. O cachorro disse que está da pontinha.
— Quê? Esteve o cachorro por aqui? O macaco piscou, apontando o cantinho onde estava escondido o pobre cachorro e a onça foi e comeu o cachorro.
— Bem, macaco — disse ela depois da festança. — Vamos agora ajustar nossas contas. Quero receber o dinheiro do meu milho.
— É boa! — exclamou o macaco. — Pois então a comadre entra aqui, serve-se do meu alua, come um cachorro que tinha comido uma raposa que tinha comido um galo, e ainda tem coragem de querer receber o dinheiro dum litro de milho cheio de caruncho?
A onça, furiosa, deu um pulo para pegar o macaco; mas este saltou do jirau para cima duma árvore e ficou a rir-se da lograda.
— Deixe estar, macaco, que você me paga! — rosnou ela, e lá se foi ruminando a vingança. Chamou as outras onças e combinou que ficariam tomando conta do riozinho que havia ali, de maneira que o macaco não pudesse beber.
O macaco ficou atrapalhadíssimo. A sede veio, e sede é coisa que nenhum animal agüenta. Como fazer? Nisto viu uma cabaça de mel. Teve uma lembrança. Lambuzou-se de mel e rolou sobre um monte de folhas secas ficando transformado no Bicho-Folhagem, que ninguém sabia o que era. E lá se foi para o riozinho, beber água.
Bebeu, bebeu à vontade, bem na vista das onças, que olhavam para aquilo com rugas na testa. Depois de bem saciada a sede, sacudiu-se das folhas e dum pulo alcançou um galho de árvore, gritando para as onças desapontadíssimas: "Piticau! Piticau!..."
— Deixa estar que você me paga! — disse a onça, e pôs-se a imaginar outro meio de pegar o macaco. Abriu um grande buraco, entrou dentro e deitou-se de costas, ficando com a boca arreganhada, como armadilha; e pediu às outras que a cobrissem de folhas secas para que o macaco não desconfiasse.
O macaco veio vindo. Mas ao ver aqueles dentes arreganhados no meio das folhas secas, desconfiou.
— Chão com dentes? Está aqui uma coisa que nunca imaginei. Mas dente de chão há de gostar de comer pedra — e, zás! jogou uma grande pedra dentro da boca da onça.
A onça morreu engasgada e o macaco lá se foi, muito satisfeito da vida.
==============
— Ora até que enfim apareceu um macaco esperto! — exclamou Narizinho. — Esse era dos tais de circo, como dizem, mais matreiro que uma raposa.
— A história deve estar errada — disse Emília. — Em vez de macaco devia ser uma raposa. Só as raposas têm idéias assim. Mas gostei. Está bem arrumadinha. Grau dez.
— Notem — disse dona Benta — que a maioria das histórias revelam sempre uma coisa: o valor da esperteza. Seja o Pequeno Polegar, seja a raposa, seja um macaco como este do alua, o esperto sai sempre vencedor. A força bruta acaba perdendo — e isto é uma das lições da vida.
— Já observei esse ponto, vovó — disse Pedrinho. — Todas as histórias frisam uma coisa só — a luta entre a inteligência e a força bruta. A inteligência não tem muque, mas tem uma sagacidade que no fim derruba o muque.
— E a gente quer que seja assim — disse Emília. — Se vier um conto em que a força bruta derrota a inteligência, os ouvidores são até capazes de dar uma sova no contador.
— E a história perderia completamente a graça — disse Narizinho. — Que graça tem, por exemplo, que um touro vença uma lebre? Ne-nhumíssima. Mas quando uma lebre vence um touro, a gente, sem querer, goza.
— Por isso vivo eu dizendo que a esperteza é tudo na vida — gritou a boneca. — Se eu tivesse um filho, só lhe dava um conselho: Seja esperto, Emilinho!
–––––––––––––
Continua… XIX – O Macaco, a Onça e o Veado
–––––––––––––-
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source
Narizinho interrompeu-a:
— Que história de alua é essa?
— É uma petisqueira lá do Norte, que se faz de milho. Mas o macaco, que não tinha dinheiro para comprar milho, armou um plano. Foi à casa do galo, onde comprou um litro de milho para pagar em tal dia e tal hora. Foi à casa da raposa, onde comprou outro litro para pagar a tal dia e tal hora — e marcou uma hora,, meia hora depois da hora marcada para o galo. Depois foi à casa do cachorro, onde comprou outro litro de milho para pagar meia hora depois da hora marcada para o pagamento à raposa. E na casa da onça comprou outro litro de milho para pagar meia hora depois da hora marcada para o pagamento ao cachorro.
E muito contente da vida com os quatro litros de milho arranjados a crédito, o nosso macaquinho foi para casa fazer uma porção de alua, que guardou num pote. Depois armou um jirau bem alto e deitou-se em cima, de cabeça amarrada com um pano, como quem está com dor de dente.
Na hora do primeiro pagamento apareceu o galo.
— Então, que é isso macaco? Doente assim?
— Estou que não posso comigo de tanta dor de dente — respondeu o macaco. — Abanque-se e sirva-se do alua aí do pote.
O galo sentou-se e começou a servir-se do alua. Nisto apareceu lá no terreiro a raposa, que vinha cobrar o litro de milho vendido. O galo ficou com a crista branca de medo.
— Não se assuste, compadre — disse o macaco. — Esconda-se ali no cantinho.
O galo foi e escondeu-se. Entra a raposa. O macaco, depois de contar a sua doença, manda a raposa servir-se de alua.
— Coma, coma, comadre, que está ótimo. O compadre galo já se regalou.
— Quê? — exclamou a raposa. — O galo andou por aqui?
— Ali está ele! — disse o macaco, apontando para o cantinho onde o pobre galo se escondera.
E a raposa foi e comeu o galo. Nisto apontou no terreiro o cachorro. A raposa tremendo de medo, escondeu-se num canto. O cachorro entrou, muito amável.
— Pois é — disse o macaco — estou tão doente que nem posso descer da cama. Mas vá se servindo de alua, compadre cachorro. Está muito bom. A raposa comeu de lamber os beiços.
— Quê? A raposa esteve aqui?
— Não esteve, está! — respondeu o macaco, e apontou para o canto onde a pobre raposa se escondera.
E o cachorro foi e comeu a raposa. Nisto apontou a onça no terreiro. Entrou. Soube da doença do macaco, e também, a convite dele, se serviu do alua.
— Coma, comadre. O cachorro disse que está da pontinha.
— Quê? Esteve o cachorro por aqui? O macaco piscou, apontando o cantinho onde estava escondido o pobre cachorro e a onça foi e comeu o cachorro.
— Bem, macaco — disse ela depois da festança. — Vamos agora ajustar nossas contas. Quero receber o dinheiro do meu milho.
— É boa! — exclamou o macaco. — Pois então a comadre entra aqui, serve-se do meu alua, come um cachorro que tinha comido uma raposa que tinha comido um galo, e ainda tem coragem de querer receber o dinheiro dum litro de milho cheio de caruncho?
A onça, furiosa, deu um pulo para pegar o macaco; mas este saltou do jirau para cima duma árvore e ficou a rir-se da lograda.
— Deixe estar, macaco, que você me paga! — rosnou ela, e lá se foi ruminando a vingança. Chamou as outras onças e combinou que ficariam tomando conta do riozinho que havia ali, de maneira que o macaco não pudesse beber.
O macaco ficou atrapalhadíssimo. A sede veio, e sede é coisa que nenhum animal agüenta. Como fazer? Nisto viu uma cabaça de mel. Teve uma lembrança. Lambuzou-se de mel e rolou sobre um monte de folhas secas ficando transformado no Bicho-Folhagem, que ninguém sabia o que era. E lá se foi para o riozinho, beber água.
Bebeu, bebeu à vontade, bem na vista das onças, que olhavam para aquilo com rugas na testa. Depois de bem saciada a sede, sacudiu-se das folhas e dum pulo alcançou um galho de árvore, gritando para as onças desapontadíssimas: "Piticau! Piticau!..."
— Deixa estar que você me paga! — disse a onça, e pôs-se a imaginar outro meio de pegar o macaco. Abriu um grande buraco, entrou dentro e deitou-se de costas, ficando com a boca arreganhada, como armadilha; e pediu às outras que a cobrissem de folhas secas para que o macaco não desconfiasse.
O macaco veio vindo. Mas ao ver aqueles dentes arreganhados no meio das folhas secas, desconfiou.
— Chão com dentes? Está aqui uma coisa que nunca imaginei. Mas dente de chão há de gostar de comer pedra — e, zás! jogou uma grande pedra dentro da boca da onça.
A onça morreu engasgada e o macaco lá se foi, muito satisfeito da vida.
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— Ora até que enfim apareceu um macaco esperto! — exclamou Narizinho. — Esse era dos tais de circo, como dizem, mais matreiro que uma raposa.
— A história deve estar errada — disse Emília. — Em vez de macaco devia ser uma raposa. Só as raposas têm idéias assim. Mas gostei. Está bem arrumadinha. Grau dez.
— Notem — disse dona Benta — que a maioria das histórias revelam sempre uma coisa: o valor da esperteza. Seja o Pequeno Polegar, seja a raposa, seja um macaco como este do alua, o esperto sai sempre vencedor. A força bruta acaba perdendo — e isto é uma das lições da vida.
— Já observei esse ponto, vovó — disse Pedrinho. — Todas as histórias frisam uma coisa só — a luta entre a inteligência e a força bruta. A inteligência não tem muque, mas tem uma sagacidade que no fim derruba o muque.
— E a gente quer que seja assim — disse Emília. — Se vier um conto em que a força bruta derrota a inteligência, os ouvidores são até capazes de dar uma sova no contador.
— E a história perderia completamente a graça — disse Narizinho. — Que graça tem, por exemplo, que um touro vença uma lebre? Ne-nhumíssima. Mas quando uma lebre vence um touro, a gente, sem querer, goza.
— Por isso vivo eu dizendo que a esperteza é tudo na vida — gritou a boneca. — Se eu tivesse um filho, só lhe dava um conselho: Seja esperto, Emilinho!
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Continua… XIX – O Macaco, a Onça e o Veado
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Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Aparecido Raimundo de Souza. (O Sósia)
- Oi, Aninha, é você?
- Quem está falando?
- Sou eu, Rafael.
- Ummmmmm! Com essa voz?
- Qual é Aninha? Ta me estranhando?
- Claro que não.
- Então. Vamos sair?
- Calma. Muita hora nessa calma. É você mesmo?
- Três meses de namoro e ainda tem duvida amor?
- Você nunca me chamou de amor. Começa por ai...
- Por isso mesmo. Resolvi fazer a partir de agora tudo o que você gosta e lhe agrada.
- Nossa, que mudança repentina. E a que devo tal honra?
- Ao amor que sinto por você.
- Muito esquisito!
- O que é esquisito, amor?
- Sua mudança de comportamento sem mais nem menos. Quando o santo é demais a esmola desconfia.
- Bobagem, minha princesa. Alguém deve estar botando minhoca na sua cabeça.
- Ninguém bota nada na minha cabeça. Principalmente minhoca.
- Não é o que tem chegado aos meus ouvidos. Suas amigas...
-... Qual delas, exatamente?
- Eliza.
- O que tem contra ela?
- Eu, nada. Só não gosto do que fala a meu respeito.
- Aí é que está, meu caro. Ela não fala. Nem sabe que você existe.
- Não é o que chegou ao meu conhecimento.
- Chegou ao seu conhecimento? Por quem?
- Um passarinho cor de rosa cantou na minha janela.
- Passarinho? Não sabia que gostava.
- Não gosto. Você sabe disso. Escuta amor da minha vida: não acredito que vamos começar a brigar por pouca bobagem. Por favor, me poupe.
- Não é bobagem. A coisa é séria. Você liga pra minha casa, diz que é meu namorado e me pede para sair com você. Hoje em dia... Do jeito que as coisas andam. Sem falar nessa sua voz parecendo de taquara rachada...
- Para com isso, minha linda. Taquara rachada? De onde tirou essa comparação? Resolveu tirar o dia pra me sacanear. Ta legal conseguiu. Um a zero pra você. Agora posso passar ai e te pegar?
- Você não é o Rafael.
- Pelo amor de Deus, Aninha. Não é hora pra brincadeiras.
- Sua voz. Há algo de errado com ela.
- Meu Deus! O que há com a minha voz?
- Não é a do meu namorado.
- Estou rouco. Lembra que falei pra você que estava com uma tosse danada, o nariz escorrendo, garganta inflamada?
- Mas isso já faz bem uns quinze dias.
- Em que planeta você está, Aninha. Na ultima vez que nos encontramos ainda me pediu para parar de tomar banho frio.
- E quando foi?
- Quarta passada. Ou seja, uma semana hoje.
- E onde você se meteu desde a última vez em que nos encontramos?
- Viajando, amor. Você não sabe que eu vivo viajando?
- Pra onde mesmo?
- São Paulo.
- Ué! Você não me ligou ontem de Belo Horizonte?
- Sim, liguei, mas você sabe que não paro muito tempo num lugar só.
- Tudo bem. Deixo você vir me buscar...
-... Legal. Passo ai em meia hora. Esteja pronta.
- Calma, meu caro. Pra que a pressa? Devagar com o barro que o andor é de santo.
- Xiiiiii! Aninha não estou a fim de brincar. Tive uma semana chata.
- Não estou brincando. Falo sério.
- Então se apronta.
- Primeiro me prove que você é o Rafael.
- Tá legal. Você quer brincar? Pois bem. Vou entrar na sua.
- Pensei que já tivesse...
- Modo de falar.
- Pois bem. Você não é o Rafael.
- Sou.
- Vou te provar que não.
- Vou te provar que sim.
- Tente. Se realmente for, pode passar aqui e me buscar. Estarei pronta, a sua espera, cheia de amor e carinho pra dar.
- Aninha, não sei qual é a sua, ou o que andaram te falando. Mas tudo bem. Vou fazer seu jogo.
- Então vamos jogar. No final terá que ter me convencido de que realmente é o Rafael.
- Certo. Concordo. Provar que sou seu namorado é a coisa mais fácil deste mundo.
- Não é provar que é meu namorado. Vai ter que provar que é o Rafael.
- Que seja. A ordem dos fatores não altera o produto. Eu sempre digo essa frase. Está lembrada?
- Claro que estou.
- Então. Pode começar seu jogo.
- Na verdade, Rafael, ele já está em andamento. Agora você precisa de um fator mais sério e talvez o mais importante desta conversa toda: ser o ganhador.
– Não me faça rir, Aninha.
- Quem ri por melhor, ri por último.
- Engraçadinha.
- Onde foi nosso primeiro encontro?
- Em frente a farmácia do seu Alcides
- Essa foi fácil. O bairro inteiro sabe. Quem me apresentou a você?
- A sua amiga Heliodora.
- Barbada.
- Então. Posso ir até sua casa te buscar?
- Não me lembro de ter marcado nada com você.
Ademais hoje estou...
- Estudando para a prova de sábado. Viu? Sou eu ou não sou, Aninha.
- Que eu estou estudando pra prova toda galera que convive comigo também sabe. Até aquele cachorro sarnento que fica ali na esquina.
- Amor, qual é! Resolveu me tirar?
- Não, resolvi te tirar?
- Me tirar?
- Não. Eu disse te tirar.
- Como assim, me tirar? O que é me tirar?
- Não é me tirar, é te tirar.
- Diabo, Aninha e o que é me... Digo te tirar?
- Te tirar do meu caminho.
Fonte:
http://www.paralerepensar.com.br/aparecidoraimundo_osocia.htm
Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 200)
Uma Trova Nacional
Após busca pertinaz,descobri, um dia, a esmo:
- Só hei de encontrar a paz
na renúncia de mim mesmo!
–LUIZ ANTONIO CARDOSO/SP–
Uma Trova Potiguar
Quando eu não fizer mais trova
numa noite enluarada,
podem cavar minha cova,
que estarei no fim da estrada!
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–
Uma Trova Premiada
1998 - Bandeirantes/PR
Tema: PODER - Venc.
Do poder tens o infinito,
à fortuna tens direito,
mas não sufoques o grito
do amor que vive em teu peito...
–MÍLTON NUNES LOUREIRO/RJ–
...E Suas Trovas Ficaram
Os laços indestrutíveis,
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis:
nascem só das emoções!
–MARIINHA MOTA/SP–
Simplesmente Poesia
–CARLOS DRUMMOND DE ANDRADEMG–
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que
lindas,
essas ficarão.
Estrofe do Dia
Aqui por estas areias
Já correram muitos pés...
Estalaram muitos arcos,
Vibraram muitos borés...
Estes garbosos coqueiros
São fantasmas de guerreiros
Que o tempo não quis matar!
Estas palmeiras delgadas
São índias apaixonadas
Por homens brancos do mar!
–ROGACIANO LEITE/PE–
Soneto do Dia
–FRANCISCO MACEDO/RN–
Água
A vida nasceu fazendo parceria
com a água, e, dela fez-se dependente.
Ação, relação, no Meio Ambiente,
que canto e decanto na minha poesia.
Esta água que bebo também te sacia,
no rio que passa, veloz, transparente,
ou mesmo na fonte, tão doce e tão fria,
é a vida real, nesta vida da gente.
Presente de Deus, ele é minha, ela é sua...
Conserve-a, proteja-a, favor não polua,
nós temos desta água, três terços em nós.
Que seja meu verso o maior mutirão,
minha arma é meu “grito de alerta” e de ação,
e as balas que tenho é só minha voz!…
======================
Após busca pertinaz,descobri, um dia, a esmo:
- Só hei de encontrar a paz
na renúncia de mim mesmo!
–LUIZ ANTONIO CARDOSO/SP–
Uma Trova Potiguar
Quando eu não fizer mais trova
numa noite enluarada,
podem cavar minha cova,
que estarei no fim da estrada!
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–
Uma Trova Premiada
1998 - Bandeirantes/PR
Tema: PODER - Venc.
Do poder tens o infinito,
à fortuna tens direito,
mas não sufoques o grito
do amor que vive em teu peito...
–MÍLTON NUNES LOUREIRO/RJ–
...E Suas Trovas Ficaram
Os laços indestrutíveis,
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis:
nascem só das emoções!
–MARIINHA MOTA/SP–
Simplesmente Poesia
–CARLOS DRUMMOND DE ANDRADEMG–
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que
lindas,
essas ficarão.
Estrofe do Dia
Aqui por estas areias
Já correram muitos pés...
Estalaram muitos arcos,
Vibraram muitos borés...
Estes garbosos coqueiros
São fantasmas de guerreiros
Que o tempo não quis matar!
Estas palmeiras delgadas
São índias apaixonadas
Por homens brancos do mar!
–ROGACIANO LEITE/PE–
Soneto do Dia
–FRANCISCO MACEDO/RN–
Água
A vida nasceu fazendo parceria
com a água, e, dela fez-se dependente.
Ação, relação, no Meio Ambiente,
que canto e decanto na minha poesia.
Esta água que bebo também te sacia,
no rio que passa, veloz, transparente,
ou mesmo na fonte, tão doce e tão fria,
é a vida real, nesta vida da gente.
Presente de Deus, ele é minha, ela é sua...
Conserve-a, proteja-a, favor não polua,
nós temos desta água, três terços em nós.
Que seja meu verso o maior mutirão,
minha arma é meu “grito de alerta” e de ação,
e as balas que tenho é só minha voz!…
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Santana do Matos, município no estado do Rio Grande do Norte (Brasil), localizado na microrregião da Serra de Santana. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no ano 2007 sua população era estimada em 14.312 habitantes. Área territorial de 1.420 km².
No Município de Santana se encontram dois sítios arqueológicos registrados pelo IPHAN nos quais se preservam pinturas rupestres deixadas pelos habitantes da região (paleoameríndios) no período pré-colonial. Localizam-se a sudeste do Serrote dos Cablocos.
Características geográficas
Área 1.420,313 km²
População 14.312 hab. est. 2007
Densidade 12,1 hab./km²
O Município de Santana do Matos, foi fundado a partir de uma fazenda de nome Bom Bocadinho, de propriedade do português Manoel José de Matos, onde teve início um povoado com o nome de Santana do Pé da Serra e por ter sido iniciada nas proximidades de uma capela construída em homenagem a Nossa Senhora de Santana , o povoado passou posteriormente a ser chamado de Santana do Matos, num vínculo direto com a capela que lhe deu origem.
Com o desenvolvimento do povoado criou-se o distrito por alvará em 13 de agosto de 1831. Em virtude da resolução Provincial no 9 de 13 de outubro de 1836, foi criado o Município com a denominação de Santana do Matos, em território desmembrado do município de Açu. Mas, outra lei de 07 de março de 1853, extinguiu o município de Santana do Matos e tudo voltou na estaca zero, passando a ser dependente de Açu novamente.
Somente em 06 de agosto de 1855, depois de muitas lutas políticas aconteceu a Emancipação Política do nosso município através da lei no 314, oriunda do deputado Manoel de Melo Montenegro Pessoa, e sancionada pelo presidente da província Antônio Bernardo de Passos. A referida lei restaura definitivamente o município de Santana do Matos. E a partir de 05 de setembro de 1855 começa a funcionar a Câmara de vereadores de Santana do Matos, prova do governo próprio sem depender de qualquer outro município.
Limitando-se ao Norte com os municípios: Angicos, Itajá, Fernando Pedrosa; ao Sul com: São Vicente, Florânia, Tenente Laurentino Cruz, Lagoa Nova; ao Leste com: Bodó, Cerro-Corá; ao Oeste com: São Rafael e Jucurutu. Distante 218 km da capital do estado do Rio Grande do norte (Natal) e 190 km de Mossoró RN.
Ponto Turistico:
Sítios Arqueológicos
Santana do Matos é o município com o maior número de sítio arqueológicos registrados no nosso Estado. São mais de 80 sítios repletos de pinturas rupestres, feitas em sua maioria com ocre, uma argila de coloração avermelhada devido à presença de óxido de ferro. Outros resquícios da presença de povos pré-históricos na região são ossadas humanas e utensílios da pedra polida e lascada encontrados nestes sítios.
Os sítios arqueológicos estão espalhados por toda região de Santana do Matos. Alguns são de fácil acesso, podendo-se chegar de carro até o local. Outros estão localizados em lugares de mais difícil acesso. Para chegar até eles, é preciso percorrer um longo caminho a pé. Um destes sítios fica no alto da Serra do Basso, onde há uma loca repleta de pinturas rupestres.
A trilha que leva ao topo da serra é um atrativo à parte. É uma prazerosa caminhada passando por rios, plantações, casas típicas da zona rural e ainda por lajedos repletos de rochas arredondadas e com outros formatos curiosos. No alto da serra, o visual é de tirar o fôlego. Não é difícil encontrar no caminho lascas de sílex, um tipo de pedra cujos pedaços foram usados como ferramenta de corte pelos povos pré-históricos.
No Município de Santana se encontram dois sítios arqueológicos registrados pelo IPHAN nos quais se preservam pinturas rupestres deixadas pelos habitantes da região (paleoameríndios) no período pré-colonial. Localizam-se a sudeste do Serrote dos Cablocos.
Características geográficas
Área 1.420,313 km²
População 14.312 hab. est. 2007
Densidade 12,1 hab./km²
O Município de Santana do Matos, foi fundado a partir de uma fazenda de nome Bom Bocadinho, de propriedade do português Manoel José de Matos, onde teve início um povoado com o nome de Santana do Pé da Serra e por ter sido iniciada nas proximidades de uma capela construída em homenagem a Nossa Senhora de Santana , o povoado passou posteriormente a ser chamado de Santana do Matos, num vínculo direto com a capela que lhe deu origem.
Com o desenvolvimento do povoado criou-se o distrito por alvará em 13 de agosto de 1831. Em virtude da resolução Provincial no 9 de 13 de outubro de 1836, foi criado o Município com a denominação de Santana do Matos, em território desmembrado do município de Açu. Mas, outra lei de 07 de março de 1853, extinguiu o município de Santana do Matos e tudo voltou na estaca zero, passando a ser dependente de Açu novamente.
Somente em 06 de agosto de 1855, depois de muitas lutas políticas aconteceu a Emancipação Política do nosso município através da lei no 314, oriunda do deputado Manoel de Melo Montenegro Pessoa, e sancionada pelo presidente da província Antônio Bernardo de Passos. A referida lei restaura definitivamente o município de Santana do Matos. E a partir de 05 de setembro de 1855 começa a funcionar a Câmara de vereadores de Santana do Matos, prova do governo próprio sem depender de qualquer outro município.
Limitando-se ao Norte com os municípios: Angicos, Itajá, Fernando Pedrosa; ao Sul com: São Vicente, Florânia, Tenente Laurentino Cruz, Lagoa Nova; ao Leste com: Bodó, Cerro-Corá; ao Oeste com: São Rafael e Jucurutu. Distante 218 km da capital do estado do Rio Grande do norte (Natal) e 190 km de Mossoró RN.
Ponto Turistico:
Sítios Arqueológicos
Santana do Matos é o município com o maior número de sítio arqueológicos registrados no nosso Estado. São mais de 80 sítios repletos de pinturas rupestres, feitas em sua maioria com ocre, uma argila de coloração avermelhada devido à presença de óxido de ferro. Outros resquícios da presença de povos pré-históricos na região são ossadas humanas e utensílios da pedra polida e lascada encontrados nestes sítios.
Os sítios arqueológicos estão espalhados por toda região de Santana do Matos. Alguns são de fácil acesso, podendo-se chegar de carro até o local. Outros estão localizados em lugares de mais difícil acesso. Para chegar até eles, é preciso percorrer um longo caminho a pé. Um destes sítios fica no alto da Serra do Basso, onde há uma loca repleta de pinturas rupestres.
A trilha que leva ao topo da serra é um atrativo à parte. É uma prazerosa caminhada passando por rios, plantações, casas típicas da zona rural e ainda por lajedos repletos de rochas arredondadas e com outros formatos curiosos. No alto da serra, o visual é de tirar o fôlego. Não é difícil encontrar no caminho lascas de sílex, um tipo de pedra cujos pedaços foram usados como ferramenta de corte pelos povos pré-históricos.
Fontes:
Colaboração de Ademar Macedo
Santana do Matos
http://wikimapia.org/7814002/pt/Santana-de-Matos-Rio-Grande-do-Norte-Brasil
http://www.vivaviver.com.br/viagens/rn_pre_historico_conheca_santana_do_matos/973/
Colaboração de Ademar Macedo
Santana do Matos
http://wikimapia.org/7814002/pt/Santana-de-Matos-Rio-Grande-do-Norte-Brasil
http://www.vivaviver.com.br/viagens/rn_pre_historico_conheca_santana_do_matos/973/
Moacyr Scliar (A Volta do Filho Pródigo)
"Cerca de 30 mil crianças e adolescentes fogem todo ano no Brasil. Oitenta por cento voltam para casa. Dificuldades com a família e busca de independência são as causas mais freqüentes das fugas. A volta é acompanhada de arrependimento". Folhateen, 28.mar.2005
Meus pais não me compreendem, ele pensava sempre. As brigas, em casa, eram freqüentes. Os pais reclamavam do som muito alto, das roupas estranhas, das tatuagens. Revoltado, decidiu fugir de casa. Sabia que, para seus velhos, aquilo seria uma dura prova: afinal, ele era filho único. Mas estava na hora de mostrar que não era mais criança. Estava na hora de dar a eles uma lição. Botou algumas coisas na mochila e, uma madrugada, deixou o apartamento. Tomou um ônibus e foi para uma cidade distante, onde tinha amigos.
Ali ficou por vários meses. Não foi uma experiência gratificante, longe disso. Os amigos só o ajudaram na primeira semana. Depois disso ficou entregue à própria sorte. Teve de trabalhar como ajudante de cozinha, morava num barraco, foi assaltado várias vezes, até fome passou. Finalmente resolveu voltar. Mandou um e-mail, dizendo que estaria em casa daí a dois dias. E, lembrando que a mãe era uma grande leitora da Bíblia, assinou-se como "Filho Pródigo".
Chegou de noite, cansado, e foi direto para o prédio onde morava. Como já não tinha chave do apartamento, bateu à porta. E aí a surpresa, a terrível surpresa.
O homem que estava ali não era seu pai. Na verdade, ele nem sequer o conhecia. Mas o simpático senhor sabia quem era ele: você deve ser o Fábio, disse, e convidou-o a entrar. Explicou que tinha comprado o apartamento em uma imobiliária:
- Seus pais não moram mais aqui. Eles se separaram.
A causa da separação tinha sido exatamente a fuga do Fábio:
- Depois que você foi embora, eles começaram a brigar, um responsabilizando o outro por sua fuga. Terminaram se separando. Seu pai foi para o exterior. De sua mãe, não sei. Parece que também mudou de cidade, mas não sei qual.
Fábio não agüentou mais: caiu em prantos. O homem se aproximou dele, abraçou-o. Entre aqui no seu antigo quarto, disse, tenho uma coisa para lhe mostrar. Ainda soluçando, Fábio entrou. E ali estavam, claro, o pai e a mãe, ambos rindo e chorando ao mesmo tempo. Tinha sido tudo uma encenação. Abraçaram-se, Fábio jurando que nunca mais sairia de casa.
A verdade, porém, é que não gostou da brincadeira, mesmo que ela tenha lhe ensinado muita coisa. Os pais, ele acha, não podiam ter feito aquilo. Se fizeram, é por uma única razão: não o compreendem. Um dia, ele terá de sair de casa. Mais tarde, naturalmente, quando for homem, quando tiver sua própria casa. Só que aí levará os pais junto. Pais travessos como os que ele tem precisam ser controlados.
Fontes:
Escritores do Sul
Imagem = http://mqccpinhais.blogspot.com
Meus pais não me compreendem, ele pensava sempre. As brigas, em casa, eram freqüentes. Os pais reclamavam do som muito alto, das roupas estranhas, das tatuagens. Revoltado, decidiu fugir de casa. Sabia que, para seus velhos, aquilo seria uma dura prova: afinal, ele era filho único. Mas estava na hora de mostrar que não era mais criança. Estava na hora de dar a eles uma lição. Botou algumas coisas na mochila e, uma madrugada, deixou o apartamento. Tomou um ônibus e foi para uma cidade distante, onde tinha amigos.
Ali ficou por vários meses. Não foi uma experiência gratificante, longe disso. Os amigos só o ajudaram na primeira semana. Depois disso ficou entregue à própria sorte. Teve de trabalhar como ajudante de cozinha, morava num barraco, foi assaltado várias vezes, até fome passou. Finalmente resolveu voltar. Mandou um e-mail, dizendo que estaria em casa daí a dois dias. E, lembrando que a mãe era uma grande leitora da Bíblia, assinou-se como "Filho Pródigo".
Chegou de noite, cansado, e foi direto para o prédio onde morava. Como já não tinha chave do apartamento, bateu à porta. E aí a surpresa, a terrível surpresa.
O homem que estava ali não era seu pai. Na verdade, ele nem sequer o conhecia. Mas o simpático senhor sabia quem era ele: você deve ser o Fábio, disse, e convidou-o a entrar. Explicou que tinha comprado o apartamento em uma imobiliária:
- Seus pais não moram mais aqui. Eles se separaram.
A causa da separação tinha sido exatamente a fuga do Fábio:
- Depois que você foi embora, eles começaram a brigar, um responsabilizando o outro por sua fuga. Terminaram se separando. Seu pai foi para o exterior. De sua mãe, não sei. Parece que também mudou de cidade, mas não sei qual.
Fábio não agüentou mais: caiu em prantos. O homem se aproximou dele, abraçou-o. Entre aqui no seu antigo quarto, disse, tenho uma coisa para lhe mostrar. Ainda soluçando, Fábio entrou. E ali estavam, claro, o pai e a mãe, ambos rindo e chorando ao mesmo tempo. Tinha sido tudo uma encenação. Abraçaram-se, Fábio jurando que nunca mais sairia de casa.
A verdade, porém, é que não gostou da brincadeira, mesmo que ela tenha lhe ensinado muita coisa. Os pais, ele acha, não podiam ter feito aquilo. Se fizeram, é por uma única razão: não o compreendem. Um dia, ele terá de sair de casa. Mais tarde, naturalmente, quando for homem, quando tiver sua própria casa. Só que aí levará os pais junto. Pais travessos como os que ele tem precisam ser controlados.
Fontes:
Escritores do Sul
Imagem = http://mqccpinhais.blogspot.com
Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XXII – O Macaco e o Coelho
Um macaco e um coelho fizeram a combinação de um matar as borboletas e outro matar as cobras. Logo depois o coelho dormiu. O macaco veio e puxou--lhe as orelhas.
— Que é isso? — gritou o coelho, acordando dum pulo.
O macaco deu uma risada.
— Ah, ah! Pensei que fossem duas borboletas...
O coelho danou com a brincadeira e disse lá consigo: "Espere que te curo."
Logo depois o macaco se sentou numa pedra para comer uma banana. O coelho veio por trás, com um pau, e lept! — pregou-lhe uma grande paulada no rabo.
O macaco deu um berro, pulando para cima duma árvore, a gemer.
— Desculpe, amigo — disse lá debaixo o coelho. — Vi aquele rabo torcidinho em cima da pedra e pensei que fosse cobra.
Foi desde aí que o coelho, de medo do macaco vingar-se, passou a morar em buracos.
===============
— Bravos! — exclamou Emília. — Gostei da historinha. Vale por todas as outras que tia Nastácia contou. Está bem engraçada. Viva o coelho!
— E também nesta o macaco sai levando na cabeça — observou Narizinho. — O coelho, que é um coitado, mostrou-se mais inteligente.
— Por que mais inteligente? — contestou o menino. — Mostrou-se, sim, mais mau, porque o macaco apenas lhe puxou as orelhas e ele moeu o rabo do macaco.
— A inteligência do coelho veio depois — disse Narizinho — quando tratou de morar em buraco para livrar-se da vingança do macaco.
— Pois é — observou Emília. — Apesar da sua fama de inteligente e esperto, e de avô do homem, o macaco, pelo menos nas histórias, nem sempre fica de cima.
— Vocês precisam ler — disse dona Benta — as histórias de macacos que Rudyard Kipling conta naquele livro de Mowgli, o Menino Lobo. Esses macacos de Kipling são os Bandarlogs, nome de certos macacos da Índia. Os outros animais os desprezam, por causa da sua leviandade, da sua falta de seriedade, das suas molecagens. São uns perfeitos louquinhos, os macacos.
— Até parecem homens — disse Emília, que fazia muito pouco caso nos homens.
— Macaco é bobo — disse tia Nastácia — mas às vezes acerta a mão e sai ganhando — como aquele que logrou a onça.
— Conte, conte, pediram os meninos.
–––––––––––––
Continua… XXIII – O Macaco e o Aluá
–––––––––––––-
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source
— Que é isso? — gritou o coelho, acordando dum pulo.
O macaco deu uma risada.
— Ah, ah! Pensei que fossem duas borboletas...
O coelho danou com a brincadeira e disse lá consigo: "Espere que te curo."
Logo depois o macaco se sentou numa pedra para comer uma banana. O coelho veio por trás, com um pau, e lept! — pregou-lhe uma grande paulada no rabo.
O macaco deu um berro, pulando para cima duma árvore, a gemer.
— Desculpe, amigo — disse lá debaixo o coelho. — Vi aquele rabo torcidinho em cima da pedra e pensei que fosse cobra.
Foi desde aí que o coelho, de medo do macaco vingar-se, passou a morar em buracos.
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— Bravos! — exclamou Emília. — Gostei da historinha. Vale por todas as outras que tia Nastácia contou. Está bem engraçada. Viva o coelho!
— E também nesta o macaco sai levando na cabeça — observou Narizinho. — O coelho, que é um coitado, mostrou-se mais inteligente.
— Por que mais inteligente? — contestou o menino. — Mostrou-se, sim, mais mau, porque o macaco apenas lhe puxou as orelhas e ele moeu o rabo do macaco.
— A inteligência do coelho veio depois — disse Narizinho — quando tratou de morar em buraco para livrar-se da vingança do macaco.
— Pois é — observou Emília. — Apesar da sua fama de inteligente e esperto, e de avô do homem, o macaco, pelo menos nas histórias, nem sempre fica de cima.
— Vocês precisam ler — disse dona Benta — as histórias de macacos que Rudyard Kipling conta naquele livro de Mowgli, o Menino Lobo. Esses macacos de Kipling são os Bandarlogs, nome de certos macacos da Índia. Os outros animais os desprezam, por causa da sua leviandade, da sua falta de seriedade, das suas molecagens. São uns perfeitos louquinhos, os macacos.
— Até parecem homens — disse Emília, que fazia muito pouco caso nos homens.
— Macaco é bobo — disse tia Nastácia — mas às vezes acerta a mão e sai ganhando — como aquele que logrou a onça.
— Conte, conte, pediram os meninos.
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Continua… XXIII – O Macaco e o Aluá
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Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source
Lucia Constantino (Nossa Senhora dos Sonhos)
Maria,
Há quanto tempo olho as nuvens,
esperando ver-Te numa estrela despertada
em pleno dia.
Há quanto tempo
deixei de contar ao sol os meus sonhos
porque a chuva sempre me surpreende
a caminho do Teu olhar.
Há noites, Maria,
em que penso ouvir Tua voz
na harpa que o vento toca nas ramagens
e meus ouvidos assemelham-se à terra
aguardando a semente que gerará a primavera.
Maria, Maria....
um a um os anjos me dizem de Ti
quando mal distingo as luzes do dia
entre as brumas dos meus olhos.
Vejo-os brincarem ao nascer de cada dia,
vejo-os rolarem pela grama e latirem para mim
seu bom dia de amor.
Eles me dizem de Ti
em cada pétala que o vento leva,
em cada pássaro que me sorri
do beiral do mundo, me dizendo
estou aqui esperando a chuva passar
para cumprir a vida.
Maria,
Mãe de todas as cores
do arco-íris por onde caminham os sonhos,
da Tua luz sobre a noite mais brilhante,
doa-me o sentir cada novo dia
como aquela Tua Noite de Paz.
Há quanto tempo olho as nuvens,
esperando ver-Te numa estrela despertada
em pleno dia.
Há quanto tempo
deixei de contar ao sol os meus sonhos
porque a chuva sempre me surpreende
a caminho do Teu olhar.
Há noites, Maria,
em que penso ouvir Tua voz
na harpa que o vento toca nas ramagens
e meus ouvidos assemelham-se à terra
aguardando a semente que gerará a primavera.
Maria, Maria....
um a um os anjos me dizem de Ti
quando mal distingo as luzes do dia
entre as brumas dos meus olhos.
Vejo-os brincarem ao nascer de cada dia,
vejo-os rolarem pela grama e latirem para mim
seu bom dia de amor.
Eles me dizem de Ti
em cada pétala que o vento leva,
em cada pássaro que me sorri
do beiral do mundo, me dizendo
estou aqui esperando a chuva passar
para cumprir a vida.
Maria,
Mãe de todas as cores
do arco-íris por onde caminham os sonhos,
da Tua luz sobre a noite mais brilhante,
doa-me o sentir cada novo dia
como aquela Tua Noite de Paz.
Fonte:
Asas Sonoras
Asas Sonoras
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