terça-feira, 5 de abril de 2011

Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) III - O Sargento Verde


Naquele mesmo serão tia Nastácia teve de contar mais uma. E contou a história de

JustificarIII O Sargento Verde

Era uma vez um homem muito rico, que tinha uma filha, linda, linda. Um dia apareceu um moço, também muito lindo, que quis casar com ela. Foi combinado o casamento, mas Nossa Senhora, que era madrinha de batismo da moça, apareceu-lhe num sonho e disse:

— Minha filha, toma cuidado, porque vais casar com o "cão". Depois do casamento teu marido há de querer levar-te para a casa dele, e o que tens de fazer é o seguinte: irás montada no cavalo mais magro que houver; quando chegares a um ponto do caminho, onde há uma encruzilhada, teu marido quererá tomar pela esquerda; tu tomaras pela direita e nesse momento lhe mostrarás um rosário. Ele então estoura e vai para o inferno.

Afinal chegou o dia do casamento e houve grandes festas, mas desde a noite do sonho a moça andava numa grande tristeza. As palavras de Nossa Senhora não lhe saíam da imaginação.

Na hora da partida trouxeram-lhe um lindo cavalo. Ela recordou-se do sonho e não quis montar nele; pediu outro — o mais magro e feio que houvesse. O pai estranhou aquela esquisitice, mas a moça tanto insistiu que ele teve de ceder — e lá se foi ela no cavalo mais magro e feio que havia.

Quando chegaram à encruzilhada, o "cão" quis que a moça tomasse pelo lado esquerdo, dizendo ser esse o caminho que levava à sua casa.

— Vá o senhor na frente — respondeu a moça — eu sigo atrás. — E assim que ele enveredou pela esquerda, ela tomou pela direita e sacudiu no ar o rosário.

Mal fez isso, ouviu-se um estouro e o ar se encheu de fedor de enxofre. É que o "'cão" havia rebentado e ido para o inferno.

A moça continuou a galope por aquele caminho da direita, até que bem lá adiante teve a idéia de mudar de figura. Apeou, cortou os cabelos e vestiu-se de homem — uma roupa verde. E, verdinha assim, chegou a um reino onde se ofereceu para entrar no exército do rei como sargento.

O rei gostou muito daquele sargento, a ponto de convidá-lo a passear com ele pelos jardins do palácio. É tantos passeios houve que a rainha ficou apaixonada pelo sargento e lhe declarou o seu amor. Mas o sargento respondeu: "Senhora, eu jamais trairei meu rei."

A rainha, furiosa da vida, levantou um falso contra ele, dizendo ao marido o seguinte:

— Saiba Vossa Majestade que o Sargento Verde anda se gabando de que é capaz de subir a cavalo as escadarias do palácio, jogando para o ar três laranjas e aparando-as no mesmo copo.

Admirado daquilo, o rei mandou chamar o Sargento Verde e contou-lhe o caso. O Sargento Verde respondeu:

— Saiba Vossa Majestade que eu não disse isso; mas como a rainha minha senhora afirma que eu disse, estou pronto para subir a cavalo as escadarias e jogar as três laranjas.

Disse aquilo por dizer e, muito triste da vida, foi conversar com o seu cavalo magro, ao qual contou tudo. O cavalo aconselhou-a a que não se amofinasse e que no dia marcado tudo fizesse como a rainha queria.

No dia marcado o Sargento Verde se apresentou para a grande prova, e de fato subiu e desceu várias vezes as escadarias, montado em seu cavalo magro; e lançou para o ar as três laranjas, que aparou di-reitinho no copo, sem errar uma só.

Teve os maiores aplausos de todos, menos da rainha, que mordeu os lábios de ódio.

Dias depois, num dos seus passeios pelos jardins do palácio, a rainha achou jeito de novamente lhe declarar amor — e pela segunda vez o sargento respondeu que jamais trairia o seu bom rei. A rainha, então, mais danada ainda, inventou que o Sargento Verde andava dizendo que era capaz de plantar uma bananeira à hora do almoço e ter bananas maduras à hora do jantar.

O rei mandou chamar o Sargento Verde e indagou dele se era verdade aquilo. O sargento respondeu que nada havia dito, mas como não queria desmentir a rainha, estava pronto para plantar a bananeira.

Disse isso e foi, muito triste, conversar com o cavalo magro, o qual lhe falou que plantasse a bananeira e deixasse o resto por sua conta.

No outro dia, lá pela hora do almoço, o Sargento Verde foi e plantou uma muda de bananeira no pátio do palácio, e a planta começou logo a crescer e a deitar cacho, de modo que quando o jantar foi posto na mesa já havia bananas maduras.

Todos abriram a boca de admiração, mas a rainha mordeu os lábios até verter sangue. Apesar disso, tentou mais uma vez o Sargento Verde, declarando-se apaixonada por ele, e o sargento pela terceira vez respondeu que jamais enganaria o seu bom rei. A malvada rainha então foi dizer ao marido que o Sargento Verde andava se gabando de ser capaz de passear a cavalo sobre ovos, sem quebrar um só. - -

O rei mandou chamá-lo e perguntou se era verdade. O Sargento Verde respondeu que não era, mas como não queria desmentir a rainha, estava pronto para andar a cavalo em cima dos ovos. E andou. Passeou montado no cavalo magro por cima de dúzias de ovos sem quebrar um só.

A rainha inventou contra ele uma quarta perversidade, e foi que ele andava dizendo ser capaz de ir ao fundo do oceano em busca da irmã do rei, que fora aprisionada por um monstro.

O rei chamou o Sargento Verde e indagou se era verdade. Ele disse que não, mas que estava pronto para ir ao fundo do mar em busca da princesa encarcerada. Disse isso e foi conversar com o cavalo magro, ao qual contou tudo.

— Não se amofine — murmurou o cavalo — arranje uma garrafa de azeite, um saquinho de sal e um papel de alfinetes; depois monte em mim e vá para a praia; lá puxe a espada e corte o mar em cruz: as águas se abrirão; entre pela abertura e vá até onde estiver a moça; agarre-a e ponha-a na garupa e toque para trás. Mas muito cuidado com o monstro que guarda a princesa; ele vai persegui-la, e o meio de evitar isso é derramar o saquinho de sal e depois soltar os alfinetes. Durante a corrida a moça pronunciará três palavras. Tome muito sentido nessas palavras.

O Sargento Verde prestou a maior atenção a tudo; arranjou o azeite, o sal, os alfinetes e partiu para a praia do mar. Lá puxou a espada e cortou as águas em cruz. Imediatamente as águas se abriram e ele entrou, e foi até onde estava a princesa encarcerada. Agarrou-a, botou-a à garupa e voltou correndo para a praia. Assim que saiu do mar, a moça disse: "Já!" Ele tomou nota da palavra e viu que o monstro vinha correndo atrás deles.

Lembrando-se da recomendação do cavalo, derramou o saquinho de sal. Imediatamente formou-se uma cerração que atrapalhou o monstro a ponto de fazê-lo parar, sem saber para onde dirigir-se. Enquanto isso, o moço continuava no galope, com a moça à garupa. Logo adiante ela murmurou "Bela!" O Sargento Verde tomou nota da palavra e viu que o monstro havia rompido o nevoeiro e vinha vindo na disparada. Então soltou no ar os alfinetes. Imediatamente se formou uma cerradíssima floresta de espinheiros, que o monstro não pôde atravessar.

Logo depois a princesa, avistando o palácio, murmurou "Tudo!" — e o Sargento Verde tomou nota. Chegaram, houve grandes festas e a rainha ficou ainda mais apaixonada pelo Sargento Verde.

Mas a princesa trazida do fundo do mar não falava. Além das três palavras ditas durante a viagem não pronunciou nem mais uma só. Todos se convenceram de que era muda — e a rainha se aproveitou do fato para lançar outra falsidade contra o Sargento Verde. "Ele anda dizendo — cochichou ao ouvido do rei — que é capaz de fazer a princesa muda falar."

O rei indagou do Sargento Verde se era verdade e ele respondeu como das outras vezes; depois foi perguntar ao cavalo o que devia fazer.

— Não tenha medo de nada — respondeu o cavalo. — Na hora do almoço, dê com uma corda na princesa até que ela conte qual foi a primeira palavra que pronunciou logo ao sair do mar; e na hora do jantar dê-lhe outra sova até que ela conte qual foi a segunda palavra; e na hora da ceia, outra sova até que diga a terceira palavra. Faça isso que a princesa ficará falando.

O Sargento Verde assim fez. Na hora do almoço passou mão numa corda e gritou: "Conte, moça, qual foi a palavra que me disse logo que saímos do mar!" E como ela se conservasse de boca fechada, êle, lepte! lepte! e tanto deu que ela falou: "Já!" "E que quer dizer isso?" Com mais algumas lambadas a moça respondeu que queria dizer: "Já estou livre de muitos trabalhos."

No jantar repetiu-se a cena, e tantas lambadas levou a princesa que repetiu a segunda palavra, "Bela!" e explicou que aquilo queria dizer: "Somos duas donzelas, eu e o Sargento Verde, cujo verdadeiro nome é Lucinda."

Na ceia, a corda fez que a moça repetisse a terceira palavra, "Tudo!" isto é, que se Lucinda fosse homem há muito tempo que a rainha já teria fugido com ele.

Esses acontecimentos assombraram menos ao rei e à corte do que verem Lucinda aparecer vestida de mulher, com o seu cavalo magro virado num lindo príncipe, que logo se casou com a princesa trazida do fundo do mar. O rei não perdoou a traição da rainha. Mandou que a soltassem pelos campos amarrada a dois burros bravos, e casou-se com a boa Lucinda, no meio de grandes festas. E acabou-se a história.
–––
Emília ficou a olhar a cara de Narizinho.

— Esta história — disse ela — ainda está mais boba que a outra. Tudo sem pé, nem cabeça. Sabe o que me parece? Parece uma história que era dum jeito e foi se alterando de um contador para outro, cada vez mais atrapalhada, isto é, foi perdendo pelo caminho o pé e a cabeça.

— Você tem razão, Emília — disse dona Benta. — As histórias que andam na boca do povo não são como as escritas. As histórias escritas conservam-se sempre as mesmas, porque a escrita fixa a maneira pela qual o autor a compôs. Mas as histórias que correm na boca do povo vão se adulterando com o tempo. Cada pessoa que conta muda uma coisa ou outra, e por fim elas ficam muito diferentes do que eram no começo.

— Quem conta um conto aumenta um ponto — lembrou Pedrinho.

— Sim, aumenta um ponto e introduz qualquer modificação. Ninguém que ouça uma história é capaz de contá-la para diante sem alteração de alguma coisa, de modo que no fim a história aparece horrivelmente modificada. Todas as histórias do folclore são assim. Há sábios que pegam nessas histórias e as estudam, e vão indo até encontrarem o seu ponto de. partida. E mostram as mudanças que o povo fez.

— Mudanças que as deixam sem pé nem cabeça — insistiu Emília. — Essa do Sargento Verde, por exemplo. É tão idiota que um sábio que quiser estudá-la acabará também idiota. Eu, francamente, passo essas tais histórias populares. Gosto mas é das de Andersen, das do autor do Peter Pan e das do tal Carroll, que escreveu Alice no Pais das Maravilhas. Sendo coisas do povo, eu passo...
–––––––––-
Continua… IV – A Princesa Ladrona
__________
Fonte: LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995. Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source

Epopéias da Índia Antiga (O Mahabharata) V – A Batalha


Ao expirar o ano suplementar de desterro, sem que ninguém tivesse escoberto os Pândavas, Yudhisthíra mandou um mensageiro a Dhritarâshtra intimando-o a que cumprindo o estipulado, lhe devolvesse a metade do reino.

Duryodhana, porém, odiava seus primos e não quis aceder a tão legítimo pedido e muito menos àquele que, em vista dessa negativa lhe fizeram os Pândavas de que ao menos se lhes concedesse a soberania de cinco cidades do reino.

O teimoso e obstinado Duryodhana declarou que a não ser pela força das armas não cederia nem sequer o pedaço de terra que se pudesse sustentar na ponta de agulha.

Dhritarâshtra bateu-se continuamente pela paz, mas tudo foi em vão. Krishna também interveio com o intuito evitar a guerra iminente, com a morte provável de guerreiros do mesmo sangue, e embora fizessem o mesmo os antigos magnatas da corte, fracassou toda negociação no sentido de uma pacifica partilha do reino.

Em vista disso, ambos os grupos se prepararam para a guerra e todos os reinos belicosos tomaram parte no conflito, de acordo com os antigos costumes dos Kshatriyas.

Duryodhana e Yudhisthira. chefiaram seus respectivos exércitos. Este último apressou-se em enviar mensagens aos reis vizinhos, solicitando sua aliança, pois desse chefe honrado atenderiam o primeiro pedido de auxílio que recebessem.

Duryodhana também lançou mão de idêntico recurso e, por isso alguns reis se aliaram aos Pândavas e outros aos Kuravas, segundo a precedência do pedido de auxílio. Disso resultou que cada exército tinha parentes, amigos, mestres, discípulos, pais, irmãos ou filhos, no exército oposto

Segundo o estranho código militar vigente naqueles tempos, só se combatia durante o dia, ou melhor, de sol a sol; ao anoitecer as hostilidades eram suspensas, por uma espécie de armistício noturno, durante o qual confraternizavam-se ambos os exércitos, visitando uns as tendas dos outros, até que, ao amanhecer, cada qual voltava a seu campo para reiniciar o combate.

Além disso, um soldado de cavalaria não podia ferir um de infantaria, não era lícito envenenar as flechas, não se devia combater e vencer um, inimigo notoriamente inferior em número; era proibido levar vantagem contra o adversário, valer-se de ciladas ou estratagemas. Seria desprezado e degradado quem infringisse qualquer uma dessas regras, que formavam a parte principal da educação militar dos Kshatriyas, cuja única função era combater numa guerra de justa causa.

O código também prescrevia que jamais os Kshatriyas empreendessem guerras de conquista e nem se apoderassem de países estrangeiros, mas que vencer os invasores fossem estes repatriados com todas as honras devidas à categoria e posição de cada qual. Por isso jamais despojaram nenhum país vizinho de suas
terras.

Naquela época a arte militar não se limitava ao hábil manejo do arco, mas ampliava-se em uma disciplina pela qual o guerreiro exercitava a balística mágica e mental, em que intervinham principalmente os mantrans, a concentração e os exercícios mentais de magia divina, que davam poder para lutar contra milhões de inimigos e desbaratá-los.

Embora os ocidentais se atribuam a invenção da pólvora, esta já era conhecida e empregada pelos antigos chineses e hindus por meio de canhões de ferro; muitos acreditavam que os chineses, por arte mágica, colocavam um demônio dentro de um tubo de ferro e que ao aplicarem o fogo suma extremidade do tubo, o demônio saía pela outra extremidade, com tremendo estampido e matava muitos inimigos. Não obstante, a artilharia era muito embrionária.

Os antigos hindus tinham sua organização especial e sua tática militar. Havia tropas de infantaria, a que denominavam pada; à cavalaria chamavam turagci. Possuíam também numerosos contingentes de guerreiros
que montados em elefantes atacavam impetuosamente as fileiras inimigas. Havia também em cada exército uma divisão de carros armados, ocupados pelos generais e que hoje chamamos de estado maior.

Ambos os exércitos procuravam obter a aliança de Krishna, o qual não quis tomar parte ativa na contenda, mas ofereceu-se para conduzir o carro de Arjuna e servir de amistoso conselheiro aos Pândavas, enquanto
cedia a Duryodhana todos os guerreiros que estavam sob suas ordens.

Travou-se a batalha na vasta planície de Kurukshatra e nela pereceram Bhishma, Drora, Karna, Duryodhana com todos os seus irmãos e milhares de guerreiros de ambas as partes.

O combate prolongou-se por dezoito dias, terminando com a morte de Duryodhana e a vitoria dos Pândavas.
––––––––––––-
Continua… VI – A Restauração e a Abdicação
–––––––––––-
Fontes: Vivekananda, Swami. Epopéias da Índia Antiga.
Imagem = http://www.forumembuguacu.com.br/viewtopic.php?f=18&t=682

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 176)


Uma Trova Nacional

Para afastar a amargura
do coração sofredor,
eu me desmancho em ternura
nos braços do meu amor.
–ANA NASCIMENTO/CE–

Uma Trova Potiguar

O sol, eterno andarilho,
nas rotas do movimento,
abre as cortinas com brilho
no escuro do firmamento.
–HÉLIO ALEXANDRE/RN–

Uma Trova Premiada

2008 > Bandeirantes/PR Tema > VIDA > M/E

A vida, em sua beleza,
deu-me tantas emoções,
que, mesmo ao sentir tristeza,
há doces recordações.
–VANDA ALVES DA SILVA/PR–

...E Suas Trovas Ficaram

A tristeza me persegue
todo instante, todo dia,
mas, coitada, não consegue
dizimar minha alegria.
–ALYDIO C. SILVA /MG–

Simplesmente Poesia

MOTE: Vou beber pra ver se mato. a dor que está me matando.

GLOSA:
Tem algo mesmo de fato
que vive me consumindo,
mas isto que estou sentindo
vou beber pra ver se mato.
Bem sutil vou como um gato,
devagar se aproximando,
a virada está chegando
e não vai ao fim do mês;
vou liquidar de uma vez
a dor que está me matando.
–LUIZ XAVIER/RN–

Estrofe do Dia

Usei todos os atalhos
que encontrei pelo caminho,
fiz de quando em quando um ninho,
fiz de estrelas agasalhos,
os meus cabelos grisalhos
tingidos pelo luar,
retratam bem meu andar
embora um tanto tardonho;
cada passo é mais um sonho
ao longo do caminhar.
–FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE–

Soneto do Dia

– FRANCISCO MACEDO/RN – Paladino da Poesia

A insensatez humana que remonta,
a séculos e séculos... Diria,
mais e mais se agiganta e toma conta
deste nosso habitat da poesia.

“Coivara” de palavras é poesia
nos saberes de um grande faz-de-conta
em cima uma da outra - anarquia -
que aos sensíveis, por certo desaponta.

O ignaro bate palmas e eu lamento
por essa morte da arte/sentimento
e de ver florescer tanto cinismo.

Vou resistir, lutar, vou escrever,
tentar conscientizar... Eu quero ser
paladino do nosso romantismo!...

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ana Vieira Pereira (Do Intraduzível)


Traduzir tem variadas utilidades. Mesmo que às vezes seja possível ligar uma espécie de piloto automático, na maioria é indispensável parar, absorver, ler de novo, apoiar-se quem sabe no dicionário de sinônimos abandonado na prateleira lá de cima. Nem sempre é fácil encontrar a palavra certa, a tradução exata. Quando o texto é técnico, vá lá, mas quando tende ao literário, ao fazer-se arte através da palavra, fica difícil passar adiante.

Há textos em que se aprendem coisas novas. As descobertas por vezes ocupam tanto espaço que é fácil esquecer o que era mesmo que se fazia - tentar ganhar a vida traduzindo. Usa-se o tempo para divagações sem fim, técnica da qual este texto é um bom exemplo, indiferente aos arquivos que se acumulam na caixa de “a traduzir”.

Alguns (muitos) anos atrás, fiz algumas traduções para a revista Casa & Jardim. Alguns artigos sobre paisagismo, algo sobre reciclagem já naquela época, linguagem coloquial fluente, fácil de entender e de traduzir. Numa das matérias, sobre flores (estava a primavera por perto), apareceu-me um “pensée sauvage” pela frente, que eu demorei um tempo a desenvolver dentro de mim. Digo desenvolver, porque algumas palavras desenvolvem-se, desenovelam-se, criam algo parecido com uma raiz dentro de nós antes de se lançarem na língua para a qual se pretendem traduzidas. Essa foi uma delas – gostei da sonoridade, da ideia de “pensamento selvagem” que com certeza não seria a tradução correta para os futuros leitores jardineiros... Fui à procura de quem entendia. Cheguei ao nosso “amor perfeito”, que é a tal flor, nomeada na nossa língua. Essa descoberta tomou-me é claro ainda mais tempo - fiquei encantada com a possibilidade de que o que para nós é um amor perfeito para um francês seja um pensamento selvagem. Pensem um segundo – é de ficar muito tempo pensando!

Há ainda aqueles textos em que as palavras são completamente e de fato intraduzíveis. Quando isso acontece, há duas possibilidades: ou o autor não soube mesmo se expressar direito (e você que dê seus pulos para entender o que ele mesmo parece não ter entendido que queria dizer), ou soube expressar-se tão bem que chega a se materializar ao seu lado e você imobilizado pelo terrível que soa qualquer escolha – querendo ou não, sempre se perde.

No fundo, no fundo, não há grandes diferenças entre traduzir e sentir. Há os sentimentos que entram no automático: não se pensa muito neles, fazem parte, aí estão. Há os que nos dão um susto – e ainda ocupam tempo, espaço, energia, dão-nos voltas e voltas e demoram a sair de nós com autonomia. São pensamentos selvagens vestidos com as roupas dos amores perfeitos.

E há os intraduzíveis, divididos também naquelas duas possibilidades: aqueles que não se explicaram e aqueles que, por meios incomuns, se explicaram tão bem que nos imobilizam. Esses, palpitam ao nosso lado, às vezes com força, outras apenas insistentemente. Somente roçam a nossa pele e deslizam os olhos pelos contornos da nossa sombra. Ainda não encontrei outra solução a não ser respirar e entrar num outro estado. Metros acima deste nosso, caracterizado pela força da gravidade, vibram com a leveza de um arco, entram e saem de nós sem portas e sem travessas, fluem por entre as nossas células como vento que nos atravessasse sem criar cadáveres. A esses intraduzíveis sentimentos, como com as palavras, imagino um dia encontrar-lhes a tradução perfeita, o espaço exato, e por isso esforço-me em guardá-los onde nada em mim os atinja, para que, quando possam, me atravessem com a simplicidade de um pássaro liberto.
====================
Sobre a Autora
Ana Vieira Pereira tem 45 anos, é portuguesa e vive há 25 anos no Brasil. Doutora em Literatura Comparada pela USP, é professora de literatura do Ensino Médio e coordena o espaço QuintAventura - oficina de processos criativos, na cidade paulista de Botucatu. Entre os títulos publicados estão "Mistache malabona - as crônicas do alobairrodemétria" e "O que sobrevive" (poesia).

Fontes:
Projeto Releituras.
Imagem = http://acertodecontas.blog.br/economia/mais-uma-dvida-sobre-financiamento-imobilirio/

Pedro Salgueiro (Eram Três Amigos)

Tres Amigos (pintor: Antonio Abellán)
Eram três amigos.

Eram três amigos inseparáveis.

Ficaram unidos desde a primeira vez que se viram (gostavam de se pabular disso).

Eram carne e unha desde as primeiras brincadeiras de bila, bola e arraia. Moravam em ruas separadas, mas não distantes. Nunca houve briga, mancha alguma que os separasse.

Cresceram juntos, apaixonaram-se pelas quase mesmas meninas. Dois torciam pelo São Vicente e o outro pelo Unidos do Petróleo.

Cresceram, irremediavelmente.

Um ficou pelo ginásio e ajudava o pai na bodega. Outro foi para o seminário em Sobral. E o terceiro perambulou de festa em festa.

Fatalmente um deles seria próspero comerciante. Outro, dedicado padre. E o último, professor e poeta.

Porém um deles suicidou-se por causa de um amor não correspondido. O outro foi assassinado ao separar uma briga de casais. E o derradeiro pulou da ponte da linha férrea e espatifou a coluna.

Eram três amigos.

Eram três.

Eram.

Fontes: Literatura Sem Fronteiras.
Imagem = Torre da História Ibérica

Nilto Maciel (Meus Cães, Minhas Diabinhas)


Acordei tarde, num apetite danado. Passei a noite diante da televisão, a ver mulatas na Sapucaí. Fui à cozinha, fucei a geladeira, voltei à copa. Imaginei mordidas numa pera exposta na pequena fruteira sobre a mesa. Não, melhor me conter e aguardar o bife acebolado e quente do restaurante. Para enganar a fome, rasguei o envelope encontrado na caixinha do correio. Espantei-me: uma revista de capa colorida e meu nome em grandes letras, ao lado de um Peter, de um Otto, de uma Annette. Quase não acreditei no que via. Como fora meu nome parar na parte exterior daquela publicação germânica? Sim, o magazine vinha da Alemanha: Welt der Buchstaben. Embasbacado, ouvi o grito da sirene. Quem seria? Corri ao portão, meti a cara na folha metálica e me assustei: três diabinhas a pular na calçada. Só de uma lembrei-me: Carla Pimentel, a Carlinha da semana passada. Abri o portão, com pressa de celerado. As três saltaram ao meu pescoço e quase me levaram ao chão. Não façam isso! Olhem o povo! Vestiam-se como diabretes, rabos empinados e a balouçar, rostos pintados, toquinhas de variadas cores, saiotes curtos. É carnaval, poeta, é carnaval! Vamos dançar. E se balançavam na direção da porta, arrastando-me feito boneco de Olinda. Por que vieram sem me avisar? Precisa avisar? Quem são suas amigas? Esta é Fabíola, mas pode chamar de Fabi. Abracei-a, beijei-a, de olho na terceira. E você quem é? Eu sou Gabriela, a Gabi. Convidei-as a se meterem na casa: Introibo ad altare Niltei. Carla se apimentou mais: Diabo é isso, meu?

A tremer de inanição, ofereci-lhes o cálice frio dos mortais: tem cerveja na geladeira. Bebam, enquanto vejo uma... Sem olhar para elas, balbuciei: Carla, você pode traduzir isto? Chegaram à sala, latinhas suadas. Fabi se estirou por trás de minha orelha murcha e eu senti seu coração pagão machucar meu ombro decaído: Você está nela? Arrancaram os lacres das latinhas. Vejam meu nome na capa. Conto ou poema? Não sei ainda. E me pus a revirar as folhas. As tentações deixaram de saltitar e se aquietaram no sofá. Passei por Peter Kunze, Otto Uhse, Annette Loerke e fui me impacientando. Você deve estar ao lado de Thomas Mann e Günter Grass – brincou a diabólica Carla Pimentel. (Teria sido ela a autora da façanha de me traduzir para a língua de Goethe e providenciar a publicação do conto?)

Sôfrego, li o título: “Die Sprache Des Hunde”. O que significa isto, Carlinha? Deve ser “A fala dos cães”. As outras enfiaram os olhos na amiga. Tentei ler. Não é assim, Nilto. Então leia. Será mesmo meu? Sim, seu nome está aqui, junto ao título. E há uma nota no pé da página. Agora quero beber. Corri à geladeira, instigado pela sede. Vejam se há mais brasileiros aí. Elas passavam as folhas, com sofreguidão, quase a rasgá-las. Cuidado, isto é uma relíquia, minhas filhas.

Carla Pimentel estuda alemão, viveu em Berlim durante um ano e adora o que escrevo. Eu não estudo nada, só saí do Brasil uma vez (Cuba, 2000) e adoro os seios das raparigas em flor. Nunca a imaginei vestida de anjo caído (mesmo no carnaval), a bailar feito macaca, rabinho para lá e para cá. Eu a imaginava metida nos livros, a ler Rilke, Elias Canetti e Kafka. Pois vive a me falar deles. Você precisa ler as histórias de Hoffmann. Ora, eu li, quando jovem. É verdade, poeta? Lembro muito de “O homem de areia”.

Naquela manhã de faminto, porém, perdi por completo o respeito pelo ser humano. Como pode uma menina, de tantas leituras, se transformar numa tinhosa qualquer, que visita, em dia de carnaval, um homem há muito afastado da pândega e dedicado, dia e noite, a ler e escrever? Corri ao banheiro, para me santificar ou me purificar. Aquilo deveria ser sonho. A água benta me acalmou. Aranquei a toalha do cabide, pu-la aos ombros, e saí à sala a cantarolar: Com que roupa eu vou pro samba que você me convidou. Que alegria é essa, seu Nilto? Pensei não me defrontar com ninguém na sala. Aquelas mocinhas teriam sido criadas por descuido do criador. Eu queria folhear Welt der Buchstaben, deliciar-me com “A fala dos cães” em alemão, me sentir ao lado de Goethe, Schiller e Novalis. No entanto, as meninas, as diabinhas não queriam saber de letras. Queriam foliar em minha sala. Ou transformar minha vida numa folia. Fazer de mim bonequinho que fala pela boca dos outros. E, às vezes, escreve versinhos brincalhões: “Talvez pudesse ser padeiro – pães –, / tecer mortalhas – panos – doutras lãs, / porém domar nem sei meus próprios cães”.

Fortaleza, 8 de março de 2011

Fonte: Literatura Sem Fronteiras
Imagem =
Pagina Pandora

Caravelas da Poesia I


MARIA CLARA SEGOBIA
Janela do futuro


Tento não pensar no amanhã
nem me culpar pelo passado
em suas consequências.
Tento viver o hoje
mas o medo
de não abrir a janela do futuro
ver o sol nascer
as vozes amigas
o canto dos pássaros.
A certeza de que um dia
o hoje acaba sem futuro.
Tento não sentir medo
na coragem que finjo ter.

WILSON DE JESUS COSTA
Verso Triste


Quando rolam lágrimas em meu rosto
São como gotas de orvalho a cair das flores;
Enquanto as gotas se esparramam pelo chão
Lágrimas encharcam minh’alma... e o coração
Quando a madrugada fria me maltrata o corpo
Eis aí uma chuva invernal a me envolver a vida.
Quando a saudade em meu peito aperta
Enxugo as lágrimas, disfarço, sorrio e apenas canto
Mas se minha casa está vazia, e a saudade açoita
É por falta dos gritos das crianças,
……. que hoje não mais são crianças!
Então sento e abro o livro com estórias do passado
Estórias tão presentes no meu triste presente e,
……. no entanto, eis o futuro!

Quando rolam lágrimas em meu rosto
São como gotas de orvalho a cair das flores
Olho decidido para esse meu futuro
…… e parto sem medo em sua direção.
E vou vivendo a vida como deve ser vivida
Na fantasia do tudo vai bem, nada vai mal
Aí eu vejo como passou o tempo, e as horas voaram
Sinto um vazio, meu verso fica triste, tudo é silêncio
Mas eu canto, embora cante um melancólico canto
E me sinto mais isolado desse meu triste mundo,
…… e é indolente esse meu novo canto
No ver cair nas flores as gotas do orvalho
E enquanto mais saudades sinto, mais saudades canto
Canto no meu verso triste o antes, o agora e o depois

Enquanto lágrimas rolam em meu rosto
Enxugo as lágrimas, disfarço a tristeza
Ao sentir a dor cruel e sinistra de cruel saudade
…. Enquanto...

MARISA CAJADO
Versos na Madrugada


Há pouco foste embora...
Pouco tempo pra tanta demora
Em te encontrar novamente.
Deixastes impregnado levemente
Teu cheiro, tua lembrança
No quarto, na cama, no travesseiro
Na gama da química do amor.

Deitei-me no leito de forro marinho
E cobri-me com o lençol branco
O mesmo que nos cobriu e se fez ninho
Nestes dias de amar aberto e franco.
E tenho que calar no peito este afeto
Que teima em explodir, enquanto calas
O que por certo, não quer dizer teu ser inquieto.

E eu diria: _ Por que não falas?
Por que o silêncio que te distancia
Mais que os quilômetros que nos separam?
Dúvidas, anseios, que no ser resvalam
Em meio as recordações que já passaram
Tiram-me o sono, em nascente de poesia.
Pelas doces impressões que aqui ficaram

Como entender a química do sentimento
Que se expressa de modo tão diverso
Deixando adverso o pensamento
Sem resposta na tônica do meu verso?
Talvez o inverso deste verso que componho
Seja o teu verso, o teu testemunho
Deste querer que não trazes imerso,
Por não ser eu, a musa do teu sonho.

ERON FREITAS
Garimpando Versos


a imaginação... garimpando versos ao luar,
sinto a brisa a chorar enquanto acaricio
teus cabelos revoltos, sedosos, macios,
sem me preocupar com o que vou rimar!

Deita no meu peito ao luar do sertão,
fecha os olhos e escuta quieta, embevecida,
o som mágico que dá força à vida,
extraído com firmeza do meu violão!

Voa... voa... montada no teu pensamento,
livre, leve e solta singrando o firmamento
como uma pena levada por um furacão...

Depois... retorna à vida bem energizada,
acordando com a batida forte e ritmada
de meu carente e solitário coração!

PLÍNIO DRÁUSIO
Cavaleiro errante


Serei seu amigo nas dimensões que ela quiser.
Nos sonhos, nas quimeras, nos anseios...
Em pálidos outonos — em viçosas primaveras.

Serei relento, rebento — serei abrigo.
Trarei alimento — cevada e trigo — pão e vinho.
Serei casto e servil, a cortejarei com minha fama de varão!
Sem detrimento da inocência de um pequeno infante.... pueril...

Amigo — digo amante — cujo destino reserva cetro de rei,
ou espada de cavaleiro andante, errado, errante — adelante!
Breve empreenderei jornada, na mira do rastro excrucitante
da dulce nobre princesa plebéia.

Ei de encontrá-la numa torre, numa corte ou na taberna.
Ora Sigo.
Eia! Rocinante.

SONIA CANCINE
Narciso, a flor que me atraiu


Como se fosse ave precursora da primavera
Ofuscando lágrimas da chuva que me inunda
Conduzo-me aos jardins do Sol
Esquadrinhando regozijo e vigor.

Fecho os olhos e deixo-me abduzir
Pelos acordes suaves dos sons ao longe...

(que se transformam em sonhos multicores).

Colhia flores de raríssima beleza e sensualidade
Colhia narcisos e de repente abriu-se uma cortina
A natureza florida por inteiro me sorria e
- Tornei-me a vigilante das almas vencidas –

Era um deleite vê-las além do mundo dos prantos
Agraciavam as vivas nuances e o encanto da fina flor
Reluzia o rosicler d'aurora no murmurinho da chuva
Num mundo entre céus, mares e montanhas.

Tão distante deste mundo atuante encantava-me fenecer.

Após a primavera fez-se o inverno

(desapareciam-se as flores).

E o verde da natureza brotava vivo da terra...
Símbolos de fertilidade: romã, o grão, o milho
- E ainda, o narciso, a flor que me atraiu.

Em devaneios ao abrir os olhos...
Acordei assustada a luz do alvorecer.

ROLDÃO AIRES
Coincidência


Sinto a tua ausência,
Aperta-me, a saudade.
Não sei se te mando
Rosas,para veres
Que meu amor,é verdade.
Quando, a estes versos
Escrevia,
Ouço baterem à porta.
Levantei-me para abri-lá
Eras tu com um ramalhete.
Pensastes como eu pensei,
Sentistes a mesma dor,
Que só quem ama sente.
Viestes com rosas.
Prá mim bastava,
Só um bilhete.

EDSON C CONTAR
Náufrago


sou náufrago....
naveguei pelo mar da desilusão...
perdido,
eu vaguei no oceano da ingratidão...
ferido...
busquei forças nas velas do acreditar ,
vencido...
naufraguei na ilusão do oceano amar....

Sou naufrago,
que não quer o resgate pelo perdão,
prefiro,
meu retiro distante, na solidão

esqueça....
sou ilha flutuante, distante do amar...
mesmo que tempestades me levem de volta,
no teu cais, coração, não vou mais atracar.

AMANDA LEMOS
Ida Sem Volta


Ele a viu, mesmo não querendo ver.
Ele a sentiu, como se lembrasse do primeiro beijo selado dos dois.
Ele sentiu seu aroma, como se houvesse entrado em meio a um campo sublime de rosas.
Ele viu, mesmo parecendo não crer.

Ele se lembrou da melodia inspirada em Mozart que se fez compor e soar para ela,
Ele se viu em um espelho como se não houvesse nada,
Ele mastigou-se dentro de si, como quem se petrifica.
Ele se foi, mesmo com um sorriso torto de quem fica.

Ele lhe acariciou como se fosse a primeira vez dos dois,
Ele lhe sussurrou aos ouvidos as mais belas melodias e versos feitos as pressas,
Ele lhe tocou como ninguém à havia tocado daquela maneira,
Eles se deleitaram como quem não espera o futuro, o depois.

O que resta dele agora Meu senhor ?

Apenas às sombras de quem se decepciona,
Apenas as lágrimas de quem não chora,
Apenas os sorrisos cativantes de que não sorri,
Apenas o singelo Adeus de quem lhe diz por mero desdém.
Lhe restou a alma, se é que não a levaram também.

Ele se apaixonou, mesmo se forçando a seguir a razão.
Ele se queixa pela falta de explicação.
Ele ainda não sabe o que é amar,
Mas ele se foi, como quem vai, para nunca mais voltar.,

ROBSON AMANO
Moça Rendeira


Moça rendeira quando vi ocê rendá
Eu nao sabia se isso era renda inglesa,
se era filé ou qualquer coisa que há.

Quando te vi sentada naquele banquinho
O açaizeiro com sua sombra a protegia
O vento forte soprava em seus cabelos
e o seu cheiro vinha com a maresia

Linda morena do vestidinho rodado
Seu rebolado tem o balanço da canoa
Quando ocê passa eu tropeço em seu gingado
Enfeitiçado com teu corpo de leoa.

Com teus carinhos oce me afaga o ego
Teu doce beijo tem melaço de caju
Em sua rede do sertão eu me despeço
das carapaças, casacas de couro cru.

Moça rendeira vou perder-me em seus rendados
Embaraçado nas teias do teu amor
Ocê é o remédio deste corpo judiado
Que é viciado no teu gosto e seu calor.

Moça rendeira quando vi ocê rendá
Eu nao sabia se isso era renda inglesa,
se era filé ou qualquer coisa que há.

Fontes: Colaboração de Poetas del Mundo
http://www.bardoescritor.net/

http://www.fanzineepisodiocultural.blogspot.com/

Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) I, II - O Bicho Manjaléu


Pedrinho, na varanda, lia um jornal. De repente parou, e disse a Emília, que andava rondando por ali:

— Vá perguntar a vovó o que quer dizer folclore.

— Vá? Dobre a língua. Eu só faço coisas quando me pedem por favor.

Pedrinho, que estava com preguiça de levantar-se, cedeu à exigência da ex-boneca.

— Emilinha do coração — disse ele — faça-me o maravilhoso favor de ir perguntar à vovó que coisa significa a palavra folclore, sim, tetéia?

Emília foi e voltou com a resposta.

— Dona Benta disse que folk quer dizer gente, povo; e lore quer dizer sabedoria, ciência. Folclore são as coisas que o povo sabe por boca, de um contar para o outro, de pais a filhos — os contos, as histórias, as anedotas, as superstições, as bobagens, a sabedoria popular, etc. e tal. Por que pergunta isso, Pedrinho?

O menino calou-se. Estava pensativo, com os olhos lá longe. Depois disse:

— Uma idéia que eu tive. Tia Nastácia é o povo. Tudo que o povo sabe e vai contando, de um para outro, ela deve saber. Estou com o plano de espremer tia Nastácia para tirar o leite do folclore que há nela.

Emília arregalou os olhos.

— Não está má a idéia, não, Pedrinho! Às vezes a gente tem uma coisa muito interessante em casa e nem percebe.

— As negras velhas — disse Pedrinho — são sempre muito sabidas. Mamãe conta de uma que era um verdadeiro dicionário de histórias folclóricas, uma de nome Esméria, que foi escrava de meu avô. Todas as noites ela sentava-se na varanda e desfiava histórias e mais histórias. Quem sabe se tia Nastácia não é uma segunda tia Esméria?

Foi assim que nasceram as Histórias de Tia Nastácia.

II

O bicho Manjaléu

Era uma vez um velho que tinha três filhas muito bonitas, mas um velho muito pobre, que vivia de fazer gamelas. Uma vez passou pela sua casa um lindo moço a cavalo; parou e declarou que queria comprar uma das moças. O velho se ofendeu; disse que por ser pobre não era nenhum malvado que andasse vendendo as filhas; mas diante das ameaças do moço teve que aceitar o negócio.

Lá se foi a sua primeira filha na garupa do cavaleiro, e o velho ficou olhando para o ouro recebido.

No dia seguinte apareceu outro moço, ainda mais lindo, montado num cavalo ainda mais bonito e propôs-se a comprar a filha do meio. O velho, bastante aborrecido, contou o que se tinha passado com a primeira, e não quis aceitar o negócio. O moço ameaçou matá-lo, e também lá se foi com a segunda moça na garupa, deixando com o velho dois sacos de dinheiro.

No dia imediato apareceu terceiro moço e depois da mesma discussão lá se foi com a derradeira moça na garupa, deixando em troca três sacos de dinheiro.

O velho ficou muito rico, mas sem as filhas, e começou a criar com grandes mimos um filhinho que havia nascido fora de tempo. Quando já estava na escola esse menino teve uma briga com um companheiro, o qual lhe disse: "Você está prosa por ter pai rico, mas saiba que ele já foi um pobre diabo que vivia de fazer gamelas. Está rico porque vendeu as filhas."

O menino voltou pensativo para casa, mas nada disse. Só quando ficou moço é que pediu ao pai que lhe contasse a história das três irmãs vendidas. O pai contou tudo e ele resolveu sair pelo mundo em procura das irmãs.

No meio do caminho encontrou três marmanjos brigando por causa duma bota, duma carapuça e duma chave. Indagando do valor daquilo, soube que eram uma bota, uma carapuça e uma chave mágicas. Quando alguém dizia à bota: "Bota, bote-me em tal parte!" a bota botava. E se diziam à carapuça: "Carapuça, encarapuce-me!" a carapuça encarapuçava, isto é, escondia a pessoa. E se diziam à chave: "Chave, abre!" a chave abria qualquer porta.

O moço ofereceu pelos três objetos o dinheiro que trazia e lá se foi com eles.

Logo adiante parou e disse: "Bota, bote-me em casa de minha primeira irmã." Mal acabou de pronunciar tais palavras, já se achou na porta de um palácio maravilhoso. Falou com o porteiro. Pediu para entrar, dizendo que a dona do palácio era sua irmã. A irmã soube da sua chegada, acreditou em suas palavras e o recebeu muito bem.

— Mas como conseguiu chegar até aqui, meu irmão?

— Por meio da bota mágica — respondeu ele.

E contou toda a história da sua partida e do encontro dos três objetos mágicos.

Tudo correu bem, mas assim que começou a entardecer a irmã pôs-se a chorar.

— Por que chora, minha irmã?

— Ah — respondeu ela — choro porque sou casada com o rei dos Peixes, um príncipe muito bravo que não quer que eu receba ninguém neste palácio. Ele não tarda a chegar, e mata você, se enxergar você aqui...

O moço deu uma risadinha, dizendo:

—Não tenha medo de nada. Com a carapuça mágica saberei esconder-me.

O rei chegou e logo levantou o nariz para o ar, farejando: — "Sinto cheiro de gente de fora!" mas a rainha mostrou que não havia por ali ninguém e ele sossegou. Tomou um banho e se desencantou num lindo moço.

Durante o jantar a rainha fez esta pergunta:

— Se aparecesse por cá um irmão meu, que faria Vossa Majestade?

— Recebia-o muito bem — disse o rei — porque o irmão da rainha, cunhado do rei é. E se ele está por aqui, que apareça.

O irmão encarapuçado apresentou-se, sendo muito bem recebido. Contou toda a sua história, mas não aceitou o convite de ficar morando ali por ter de continuar pelo mundo em procura das outras irmãs. O rei olhou com inveja para as botas mágicas, dizendo: "Se eu as pilhasse, iria ver a rainha de Castela."

Na hora da partida o rei deu-lhe uma escama. "Quando estiver em apuros, pegue nesta escama e diga: Valha-me, rei dos Peixes!"

O moço agradeceu o presente e lá se foi depois de dizer à bota: "Bota, bote-me na casa de minha segunda irmã", e imediatamente se achou defronte de outro palácio, onde foi recebido pela segunda irmã, que era a esposa do rei dos Carneiros. "Meu marido logo chega por aí, a dar marradas a torto e a direito, e você não escapa."

— Com a minha carapuça escapo — respondeu o rapaz, rindo-se. E contou a virtude da carapuça encantada. E de fato foi assim, correndo tudo direitinho como lá no palácio do rei dos Peixes. Na hora da partida o rei dos Carneiros disse: "Tome este fio de lã. Quando estiver em apuros, basta que pegue nele e diga: Valha-me, rei dos Carneiros." Em seguida olhou com inveja para as botas mágicas. "Se as pilhasse, iria ver a rainha de Castela."

Logo que o moço se viu na estrada, parou e disse à bota. "Bota, bote-me em casa da minha terceira irmã", e a bota botou-o no portão dum terceiro palácio ainda mais belo que os outros. Era ali o reino do rei dos Pombos, onde tudo aconteceu como no reino do rei dos Peixes e no reino do rei dos Carneiros. Foi muito bem recebido e festejado, até que na hora da partida o rei dos Pombos suspirou olhando para as botas, e disse: "Se eu pilhasse essas botas, iria ver a rainha de Castela." Em seguida deu ao moço uma pena, dizendo:

"Quando estiver em apuros, pegue nesta pena e diga: Valha-me, rei dos Pombos."

Logo que o moço se viu na estrada, pôs-se a pensar na tal rainha de Castela que os três príncipes queriam visitar, e disse à bota mágica: "Bota, bote-me no reino da rainha de Castela!" E num instante a bota o botou lá.

Soube que era uma princesa solteira, tão linda que ninguém passava pela frente do seu palácio sem erguer os olhos, na esperança de vê-la à janela — mas a princesa tinha jurado só se casar com quem passasse pelo palácio sem erguer os olhos.

O moço então passou pela frente do palácio sem erguer os olhos e a princesa imediatamente casou com ele. Depois do casamento a princesa quis saber para que serviam aqueles objetos que ele sempre trazia consigo — e o que mais a interessou foi a chave de abrir todas as portas.

A razão disso era haver no palácio uma sala sempre fechada, onde o rei não permitia que ninguém entrasse. Nela morava o Manjaléu — um bicho feroz, que por mais que o matassem revivia sempre. A princesa andava ardendo de curiosidade de ver o bicho Manjaléu, e certa vez, em que o rei e o marido foram à caça, pegou a chave e abriu a porta da sala do mistério. Mas o bicho feroz pulou e agarrou-a, dizendo: "Era você mesma que eu queria!" E lá se foi para a floresta com a pobre moça ao ombro.

Quando o rei e o marido da princesa voltaram da caça e souberam do acontecido, ficaram desesperados. Mas o dono das botas mágicas prometeu consertar tudo. Agarrou-as e disse: "Bota, bote-me onde está minha esposa". E a bota botou-o.

O moço encontrou a princesa sozinha, pois que o Manjaléu andava pelo mato caçando.

— Minha querida esposa — disse ele — precisamos dar cabo desse monstro feroz, mas para isso é necessário que eu saiba onde é que ele tem a vida. A vida do Manjaléu está tão bem oculta que todas as tentativas para matá-lo têm falhado. Trate de saber onde ele tem a vida.

A princesa prometeu que assim faria, e quando o Manjaléu voltou deu jeito da conversa recair naquele ponto.

Manjaléu desconfiou.

— Ahn! Quer saber onde eu tenho a vida para me matar, não é? Não conto, não.

Mas a princesa, teimosa, tanto insistiu durante dias e dias que o bicho Manjaléu resolveu contar tudo. Antes disso ele amolou, bem amolado, um alfanje, dizendo: "Vou contar onde está minha vida mas se perceber que alguém quer dar cabo de mim, corto sua cabeça com este alfanje, está ouvindo?"

A princesa aceitou a proposta. Ele que contasse tudo que ela ficaria com o pescoço às ordens do alfanje, no caso de alguém atentar contra vida do monstro. E o bicho Manjaléu então contou: "Minha vida está no mar. Lá no fundo há um caixão; nesse caixão há uma pedra; dentro da pedra há uma pomba; dentro da pomba há um ovo; dentro do ovo há uma velinha, que é a minha vida. Quando essa vela apagar-se, eu morrerei".

No dia seguinte, quando o bicho Manjaléu saiu novamente a caçar, o marido da princesa, que estivera escondido pela carapuça, apresentou-se. "E então?" — perguntou. A princesa contou-lhe direitinho tudo que ouvira ao monstro.

O moço dirigiu-se à praia do mar e pegou na escama, dizendo: "Valha-me, rei dos Peixes!" E imediatamente o mar se coalhou de peixes que indagavam do que ele queria.

— Quero saber em que ponto do fundo do mar há um caixão assim e assim.

— Eu sei — respondeu um enorme baiacu.

— Ainda há pouquinho esbarrei nele. Esse caixão está em tal e tal parte.

— Pois quero que me tragam aqui esse caixão.

Os peixes saíram na volada; logo depois apareceram empurrando um caixão para a praia. O príncipe abriu-o e encontrou a pedra. Como quebrá-la? Lembrou--se do fio de lã. Pegou no fio de lã e disse: "Valha-me, rei dos Carneiros!" Imediatamente apareceram inúmeros carneiros, que deram tantas marradas na pedra que a partiram.

Enquanto isso, lá longe, o Manjaléu, com a cabeça no colo da princesa e o alfanje na mão, ia sentindo coisas esquisitas.

— Minha princesa — disse ele — estou me sentindo doente. Alguém está mexendo na minha vida.

E sua mão apertou o cabo do alfanje

A princesa engambelou-o como pôde, para ganhar tempo. Ela sabia que seu marido estava em procura da vida do monstro.

Assim que os carneiros quebraram a pedra, uma pombinha voou de dentro e lá se foi pelos ares. O moço lembrou-se da pena, pegou-a e disse: "Valha-me, rei dos Pombos!" Imediatamente o ar se encheu de pombos, que o moço mandou voarem em perseguição da pombinha. Os pombos foram atrás dela e a pegaram. O moço tomou-a, espremeu-a e fez sair um ovo.

Lá longe o Manjaléu se sentia cada vez pior. Começava a desfalecer; e como não tivesse dúvidas sobre o que era aquilo, foi levantando o alfanje para degolar a princesa. Mas não teve tempo. O moço havia quebrado o ovo e assoprado a velinha. A mão do Manjaléu moleou — e seus olhos fecharam-se para sempre.

Estava o reino de Castela livre daquele horrendo monstro. O moço levou a princesa para o palácio, onde o rei a recebeu com lágrimas nos olhos. E para comemorar o grande acontecimento decretou uma semana inteira de festas. E acabou-se a história.

Emília torceu o nariz.

— Essas histórias folclóricas são bastante bobas — disse ela. — Por isso é que não sou "democrática !” Acho o povo muito idiota...

— Nossa Senhora! — exclamou dona Benta. — Vejam só como anda importante a nossa Emilinha. Fala que nem um doutor.

— A culpa é sua — disse Emília. — A culpa é de quem nos anda ensinando tantas ciências e artes. Eu, por exemplo, me sinto adiantada demais para a minha idade. Sou uma isca por fora, mas lá dentro já estou filósofa. Meu gosto era encontrar um Sócrates, para uma conversa...

— Eu também acho muito ingênua essa história de rei e princesa e botas encantadas — disse Narizinho. — Depois que li o Peter Pan, fiquei exigente. Estou de acordo com Emília.

— Pois eu gostei da história — disse Pedrinho — porque me dá idéia da mentalidade do nosso povo. A gente deve conhecer essas histórias como um estudo da mentalidade do povo.

Dona Benta voltou-se para tia Nastácia.

— Vê, Nastácia, como está ficando este meu povinho? Falam como se fossem gente grande, das sabidas. Democracia para cá, folclórico para lá, mentalidade... Neste andar meu sítio acaba virando Universidade do Picapau Amarelo.

— Emília já disse que a culpa é sua, sinhá. A senhora vive ensinando tantas coisas dos livros que eles acabam sabidões demais. Eu até fico tonta de lidar com essa criançada. Às vezes nem entendo o que me dizem. Ontem o Visconde veio para cima de mim com uma história de "rocha sedimentaria", ou coisa assim, que até eu tive de tocar ele lá da cozinha com o cabo da vassoura. Já não percebo nem uma isca do que o Visconde diz...

Mas as histórias continuaram. Naquele mesmo serão tia Nastácia teve de contar mais uma.
––––––––––––––––––––––––
Continua… III – O Sargento Verde
–––––––––––––––––––––––
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source

Noite de Autógrafos dia 14 de abril, em Brasília


Academia de Letras do Brasil - Seccional DF
Caixa Postal 2343 CEP 70343-970 Brasília - Distrito federal
academia_alb_df@terra.com.br

Noite de autógrafos.
É um evento para difusão da Literatura organizado aqui na Capital. Com o apoio da ALB/DF.Fonte:
Vânia Diniz

Marcos Coutinho Loures e Marcos Loures (Trovas e Contratrovas)


Mote – Se trabalho for alegria, quero morrer triste...
.
Trova


Se o trabalho é uma alegria,
Eu lhes digo, com certeza,
Se pudesse, escolheria,
Ir morrendo, de tristeza...

Contra trova

Trabalho bom é o meu
Meu trabalho é uma beleza.
Em pleno dia ou no breu,
Fiscalizo a natureza...

Mote – Troco mulher de 40 por duas de 20

Trova

Meu coração não agüenta,
Mas eu quero esse requinte:
Trocar mulher de quarenta,
Por duas “gatas” de vinte...

Contra trova

Você está de brincadeira,
Vai parar é num esquife,
E vai dar é trabalheira,
Prá poder caber o chifre...

Mote – Rico, correndo, é atleta; pobre é ladrão...

Trova

Eu digo e o povo completa
E sem perder a razão:
Rico, correndo é um atleta;
Pobre, correndo ... é ladrão!

Contra trova

Isso é coisa que me engana,
Tá formada a confusão;
Ladrão pobre se embanana,
O rico não corre não...

Mote – Os conselhos que me dás , deverias ser o primeiro a segui-los...
.
Trova


Chega de blá blá blá
E não me ponha mais grilos:
Os conselhos que me dá,
Você devia segui-los!

Contra trova

No balcão da solidão
Conselho já tem assento,
Pois então não ouça não,
Obedeça ao pensamento...

Mote – Paraíso tem sabor de mel, de mãe e de mulher fiel

Trova

Se o Paraíso aqui fosse,
Teria sabor de mel,
Do amor de mãe – que é tão doce-
E o da mulher que é fiel...

Contra trova

Então, Paraíso sei.
Nem vou me preocupar
Nele então, eu vou ser rei,
De tanto saber amar...

Mote – Boa de bico é a cegonha...

Trova

Você fala e não diz nada
E disso, não tem vergonha;
Já me disseram, na estrada:
Boa de bico é a cegonha...

Contra trova

É verdade, sim senhor,
Nesse caso eu não me engano,
Mas trem para causar dor,
É bicada de tucano...

Mote – Mulher na direção? Salve-se quem puder!
.
Trova

Falam que sou machista
Mas pode ver, quem quiser:
Se a mulher é a motorista,
Salve-se, então, quem puder!

Contra trova

Não caio nessa lorota,
A verdade é bem bonita,
Pois eu perdi minha rota,
Quando conheci a Rita...

Mote- Namoro com mulher casada, tem gosto de 45...

Trova


Namoro muito, na estrada,
Mas, com casada, não brinco:
Namorar mulher casada,
Tem gosto de quarenta e cinco...

Contra trova

Não tenho medo de nada,
Essa verdade não cala,
Mesma que seja casada,
Atirando, chupo a bala...

Mote – Mais perigosas que as curvas das estradas, são as das mulheres...

Trova

Eu toco, enquanto puder,
Por estradas sinuosas;
Mas são mesmo as da mulher,
As curvas mais perigosas!

Contra trova

Pois nas curvas de Teresa,
Eu perdi a direção,
Em meio a tanta beleza,
Capotei meu coração...

Mote – Fui matar a saudade e voltei morrendo...
.
Trova

Há coisas que, na verdade,
Eu juro que não entendo:
Eu fui matar a saudade
E, dela, voltei morrendo...

Contra trova

De saudades, vou morrendo,
Mas nelas, também, eu vivo;
Dos amores, vou correndo,
Para ver se sobrevivo...

Fontes: http://trovasecontratrovas.blogs.sapo.pt/1522.html Imagem =http://rotadahora.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

Antonio Brás Constante (Casamentos – Leia se for Homem)


O casamento é uma das cerimônias onde o simbolismo está em cada detalhe. Após muitos estudos, a ENFORCAM-ME (Entidade Nonsense e Fundação Orientadora de Relacionamentos, Casamentos e Assuntos Matrimoniais - Masculinos Exclusivamente) descreve alguns deles, para melhor compreensão do homem sobre este ritual onde ele está se metendo.

A IGREJA: Os noivos precisam estar cientes que devem se casar na mesma igreja, no mesmo dia e na mesma hora. De preferência um com o outro, para que o casamento aconteça. Já a despedida de solteiro pode ser feita a qualquer hora e do jeito que o homem quiser, uma ou mais vezes, e independe de compromissos futuros.

AS ALIANÇAS: Quando colocada pelo noivo no dedo da mulher significa o primeiro de muitos objetos que este colocará nas mãos de sua esposa. Simbolicamente demonstra o despojamento financeiro do homem em favor de sua mulher. Em alguns casos representa o cartão de crédito. Quando colocada no dedo do homem, significa exatamente isto, ou seja, uma simples colocação de aliança no dedo. A não ser que ele retire-a do dedo, aí passa a ser um pesadelo.

O ATO DE AFIRMAÇÃO: O tão conhecido momento onde o homem diz “sim”, marcando o primeiro de muitos, que este dará em sua vida de casado. Porém, com a diferença que este primeiro é apenas “sim” e os demais serão: “sim, meu bem”. Quando o “sim” é dito pela mulher, serve para embasar que o “sim” dito pelo homem se fará cumprir por ela, e aí dele que discorde.

A ESPERA NO ALTAR: O famoso momento onde o noivo espera no altar, também tem sua razão de existir, pois a partir dali ele terá de aprender a esperar em inúmeras situações. Como por exemplo: nas compras em shoppings, na visitinha da sua sogra (que pode demorar dias), na espera que a mulher libere o telefone depois de horas falando com suas amigas, na porta de casa (por ter perdido a chave), bêbado, esperando pelo pior quando sua mulher vier abri-la. E por fim, este atraso serve para deixar o homem alerta quando sua mulher disser:

- Querido, este mês atrasou... Acho que deu positivo.

- O que? De novo? (normalmente nestas horas o homem desmaia)

AS ROUPAS: Notem que as roupas de ambos são bem distintas em seu formato e cor. O vestido da mulher demonstra a beleza e alegria dela por ter finalmente fisgado um marido. A cor branca representando a pureza de seu ser no ato máximo do casamento. Já o preto usado pelo noivo demonstra uma vida desregrada onde, na visão da mulher, o sem-vergonha passava noites e noites na farra. Sendo talvez a cor preta uma espécie de luto simbólico por algo que não voltará mais a acontecer. A morte da liberdade.

O SACERDOTE: O simbolismo na figura do sacerdote refere-se à pessoa que realizara a cerimônia mediante uma pequena contribuição para paróquia e apenas isso. Não tentem lhe atribuir outras funções porque ele não gosta e vai reclamar com o bispo se alguém tentar.

AIA OU PAJEM: Seu significado acompanhando a noiva demonstra que o casamento é seguido de filhos, e que estes não podendo estar geralmente presentes na hora do casamento para esculhambar com a festa, mandam seus priminhos para ocupar seu lugar na cerimônia.

O PAI DA NOIVA: O rito de passagem onde o pai da noiva com um sorriso nos lábios entrega sua filha ao futuro marido, é muito esclarecedor. Uma sensação de alívio toma conta do então sogro, onde em alguns casos percebe-se que o noivo acaba de receber um fardo, que apesar de levar pela mão, parece estar carregando nas costas.

DEMAIS SÍMBOLOS: As velas quando acessas demonstram que a igreja fica melhor com as luzes acessas e que elas (as velas) estão ali apenas como algo decorativo por insistência de algumas tias da noiva que adoram dar palpites. Porém, quando apagadas, exalam aquele cheiro desagradável proveniente da fumaça que fica saindo do pavio da vela. Já as flores que enfeitam o altar são em parte fruto do último salário do abnegado noivo, mas quem recebe o crédito pela beleza delas é a sogra, que fica comentando o grande trabalho que teve em arrumar aquelas flores murchas que o pão duro do genro comprou, indignas da beleza da filha, etc. etc.

DISPOSIÇÕES FINAIS: a ENFORCAM-ME encerra este texto comunicando a seus membros que novamente os espera para confraternizar com um joguinho de pôquer na próxima quarta e quem sabe até um churrasquinho com futebol e cerveja na sexta-feira.

Lembramos que é proibida a presença de qualquer esposa nos encontros e pedimos aos maridos façam uma força para irem nesses eventos, já que em praticamente todos os encontros promovidos até hoje ninguém apareceu (geralmente dando como desculpa que as esposas não deixaram). Atendendo ao pedido dos poucos sócios que ainda temos, a ENFORCAM-ME passou a ser uma entidade secreta sobre pena de deixar de existir, isso devido à persistente perseguição das esposas dos sócios e até de não-sócios, dizendo que esta entidade não presta e boicotando-a de todas as formas possíveis e imagináveis (e acreditem meus amigos, elas são perversamente criativas). Devemos resistir a estes abusos e mostrar a nossa força. Aguardem novos comunicados. Agora se me dão licença tenho que ir lavar a louça.

Fonte:
Colaboração do Autor.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 175)


Uma Trova Nacional

Da infância... lembranças minhas,
quando eu colhia algodão,
sentindo as nuvens fofinhas
na concha da minha mão!
–ROZA DE OLIVEIRA/PR–

Uma Trova Potiguar


Cultura é vida, é historia;
outras formas de viver;
que vem guardar na memória
o que o tempo fez morrer.
–EVA GARCIA/RN–

Uma Trova Premiada


2009 > Niterói/RJ
Tema > CRENÇA > M/E.

Conhecendo-se a ciência,
que ilumina uma verdade,
muita crença, sem coerência,
é um atraso à humanidade.
–NEI GARCEZ/PR–

...E Suas Trovas Ficaram


Ficou pronta a criação,
sem um defeito sequer,
e atingiu a perfeição,
quando Deus fez a mulher.
–EVA REIS/MG–

Simplesmente Poesia


MOTE: Saudade... foto em pedaços que eu colei com mão tremida, tentando compor os traços de quem rasgou minha vida... –Waldir Neves/RJ–
GLOSA:
Saudade... foto em pedaços
na gaveta, adormecida,
a me lembrar dos teus braços
e dos teus beijos, querida.

Foi tanta a dor da saudade,
que eu colei com mão tremida,
a foto da mocidade
que ali estava, esquecida.

Fui seguindo em largos passos
a estrada da esperança,
tentando compor os traços
apagados da lembrança.

Quando reconstrui a imagem
em meu olhar, refletida,
vi o rosto, qual miragem,
de quem rasgou minha vida...
–LISIEUX/MG–

Estrofe do Dia

O futuro é um empréstimo
que a vida faz ao presente;
cada dia a prestação
paga na conta corrente;
com a morte a conta é vencida,
nem a gente engana à vida,
nem a vida engana à gente!
–LUIZ DUTRA/RN–

Soneto do Dia


–HAROLDO LYRA/CE–
Amizade


Depois de salpicada uma amizade,
Por leve farpa num fugaz momento,
Traz o fato, humana realidade,
Carência de afeto e entendimento.

Se à prosa que se faz se põe maldade,
Perde, a amizade, o doce encantamento.
Há de perder também sinceridade
E lesto se avizinha o rompimento.

Mas, valham as que têm, irrelevante,
O dardo que feriu por um instante
Involuntariamente a fidalguia.

Nisso, aquela que impõe severa norma,
Inexoravelmente se transforma
Em triste olá de falsa cortesia.

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Epopéias da Índia Antiga (O Mahabharata) V – A Batalha


Ao expirar o ano suplementar de desterro, sem que ninguém tivesse escoberto os Pândavas, Yudhisthíra mandou um mensageiro a Dhritarâshtra intimando-o a que cumprindo o estipulado, lhe devolvesse a metade do reino.

Duryodhana, porém, odiava seus primos e não quis aceder a tão legítimo pedido e muito menos àquele que, em vista dessa negativa lhe fizeram os Pândavas de que ao menos se lhes concedesse a soberania de cinco cidades do reino.

O teimoso e obstinado Duryodhana declarou que a não ser pela força das armas não cederia nem sequer o pedaço de terra que se pudesse sustentar na ponta de agulha.

Dhritarâshtra bateu-se continuamente pela paz, mas tudo foi em vão. Krishna também interveio com o intuito evitar a guerra iminente, com a morte provável de guerreiros do mesmo sangue, e embora fizessem o mesmo os antigos magnatas da corte, fracassou toda negociação no sentido de uma pacifica partilha do reino.

Em vista disso, ambos os grupos se prepararam para a guerra e todos os reinos belicosos tomaram parte no conflito, de acordo com os antigos costumes dos Kshatriyas.

Duryodhana e Yudhisthira. chefiaram seus respectivos exércitos. Este último apressou-se em enviar mensagens aos reis vizinhos, solicitando sua aliança, pois desse chefe honrado atenderiam o primeiro pedido de auxílio que recebessem.

Duryodhana também lançou mão de idêntico recurso e, por isso alguns reis se aliaram aos Pândavas e outros aos Kuravas, segundo a precedência do pedido de auxílio. Disso resultou que cada exército tinha parentes, amigos, mestres, discípulos, pais, irmãos ou filhos, no exército oposto

Segundo o estranho código militar vigente naqueles tempos, só se combatia durante o dia, ou melhor, de sol a sol; ao anoitecer as hostilidades eram suspensas, por uma espécie de armistício noturno, durante o qual confraternizavam-se ambos os exércitos, visitando uns as tendas dos outros, até que, ao amanhecer, cada qual voltava a seu campo para reiniciar o combate.

Além disso, um soldado de cavalaria não podia ferir um de infantaria, não era lícito envenenar as flechas, não se devia combater e vencer um, inimigo notoriamente inferior em número; era proibido levar vantagem contra o adversário, valer-se de ciladas ou estratagemas. Seria desprezado e degradado quem infringisse qualquer uma dessas regras, que formavam a parte principal da educação militar dos Kshatriyas, cuja única função era combater numa guerra de justa causa.

O código também prescrevia que jamais os Kshatriyas empreendessem guerras de conquista e nem se apoderassem de países estrangeiros, mas que vencer os invasores fossem estes repatriados com todas as honras devidas à categoria e posição de cada qual. Por isso jamais despojaram nenhum país vizinho de suas
terras.

Naquela época a arte militar não se limitava ao hábil manejo do arco, mas ampliava-se em uma disciplina pela qual o guerreiro exercitava a balística mágica e mental, em que intervinham principalmente os mantrans, a concentração e os exercícios mentais de magia divina, que davam poder para lutar contra milhões de inimigos e desbaratá-los.

Embora os ocidentais se atribuam a invenção da pólvora, esta já era conhecida e empregada pelos antigos chineses e hindus por meio de canhões de ferro; muitos acreditavam que os chineses, por arte mágica, colocavam um demônio dentro de um tubo de ferro e que ao aplicarem o fogo suma extremidade do tubo, o demônio saía pela outra extremidade, com tremendo estampido e matava muitos inimigos. Não obstante, a artilharia era muito embrionária.

Os antigos hindus tinham sua organização especial e sua tática militar. Havia tropas de infantaria, a que denominavam pada; à cavalaria chamavam turagci. Possuíam também numerosos contingentes de guerreiros
que montados em elefantes atacavam impetuosamente as fileiras inimigas. Havia também em cada exército uma divisão de carros armados, ocupados pelos generais e que hoje chamamos de estado maior.

Ambos os exércitos procuravam obter a aliança de Krishna, o qual não quis tomar parte ativa na contenda, mas ofereceu-se para conduzir o carro de Arjuna e servir de amistoso conselheiro aos Pândavas, enquanto
cedia a Duryodhana todos os guerreiros que estavam sob suas ordens.

Travou-se a batalha na vasta planície de Kurukshatra e nela pereceram Bhishma, Drora, Karna, Duryodhana com todos os seus irmãos e milhares de guerreiros de ambas as partes.

O combate prolongou-se por dezoito dias, terminanLinkdo com a morte de Duryodhana e a vitoria dos Pândavas.
––––––––––––-
Continua… VI – A Restauração e a Abdicação
–––––––––––-
Fontes:
Vivekananda, Swami. Epopéias da Índia Antiga.
Imagem = Intonses

Academia de Artes, Ciências e Letras Castro Alves (Convite para Solenidades)


ACADEMIA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS CASTRO ALVES

convida V. Sa. e Digníssima Família

para a Solenidade em Homenagem aos Acadêmicos:
JOÃO JOSÉ D'AZEVEDO D'ASSUMPÇÃO e CONDORCET ARANHA;

e de Posse dos Escritores:
SRA. Izabel Eri Diehl de Camargo, Cadeira Nº. 08, Patrono: Antônio Carlos Gomes, como MEMBRO ACADÊMICO EFETIVO;

SR. PAULO Luís Pencarinha de Moraes, Pelotas/RS, Cadeira Nº 03, Patrono: Ramiro Barcellos;
SR. ADEMIR ANTÔNIO BACCA, Bento Gonçalves/RS, Cadeira Nº 10, Patrono: Lobo da Costa; e,
SRA. TEREZINHA ROSSAROLLA, Erechim /RS, Cadeira Nº. 17, Patronesse: Luciana de Abreu, como MEMBROS ACADÊMICOS CORRESPONDENTES.

Alba Pires Ferreira
Presidente

Marinês Bonacina
1ª Vice-Presidente

Ilda Maria Costa Brasil
Secretária

Data: 09 de Abril de 2011 Hora: 15 horas

Local: Plenário Ana Terra, da Câmara Municipal de Porto Alegre/RS/Brasil,
Avenida Loureiro da Silva, 255

Fonte: Poetas del Mundo

Sarau Litero Musical “Fogo de Chão”, em Campo Grande/MS

Fonte:
Poetas del Mundo

1º Encontro da Educação do FLIPOÇOS 2011

Pela primeira vez a GSC Eventos Especiais em conjunto com a Secretaria de Educação de Poços e em parceria com a Editora Cortez realizam um encontro voltado para Educadores, Professores e profissionais da área.

Dia 06 de maio – das 09 às 20 horas – Teatro da Urca
• 09:00h - ORALIDADE NOS ANOS INICIAIS

Proposta: Essa palestra apresenta a oralidade enquanto suporte para o letramento, alfabetização e expressão, considerando que é nos primeiros anos da formação do ser humano, que ocorre a elaboração da linguagem. Isso nos leva a refletir a oralidade, como ponte de acesso às diferentes dimensões do conhecimento e a literatura, como instrumento para facilitar essa passagem. Por esse motivo a importância em priorizar recursos como a narração oral de histórias, a leitura em voz alta, os círculos da palavra, os círculos da escuta, rodas para soar a fala estética e outras representações. Ler e reler; contar, ouvir e recontar histórias; interpretar o texto e o mundo. Eis a oralidade, um dos principais objetivos do trabalho pedagógico, atuando para a formação de um sujeito-leitor.

Palestrante: Cléo Busatto (Curitiba/PR)
É escritora. Mediadora em projetos sobre oralidade, leitura e literatura infanto-juvenil. Narradora oral de histórias. Nos últimos cinco anos o número de profissionais capacitados por ela ultrapassou a 40.000 e as suas histórias foram ouvidas por mais de 60.000 pessoas. Investiga a narração oral no meio digital o que resulta na produção de softwares educativos. Mestre em Teoria Literária pela UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina.
.
Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos e pessoas relacionados com áreas afins.

• 10:30h – Intervalo para Café (Ambiente da Feira)

• 11:00h - PERGUNTAS INDIVIDUAIS PARA RESPOSTAS COLETIVAS

Palestra: A percepção e a pergunta. De onde surgiram as perguntas? A educação, o mundo e a necessidade de novas respostas. A importância de darmos a voz à infância e à juventude. O intercâmbio de valores e de culturas que garanta o direito de pensar, expressar, dialogar e coexistir. Afinal, quem são eles, alunos? Quem somos nós, professores?
A pergunta sobre a própria história para a renovação da vida.

Palestrante: Silmara Rascalha Casadei (São Paulo/SP)
É Pedagoga, MBA em Desenvolvimento e Gestão de Pessoas pela FGV. Mestra em Educação: Currículo pela PUC SP. Membro da Academia de Letras da Grande São Paulo. Educadora há 25 anos e diretora de escola. Autora de livros de literatura infantil e juvenil. Junto com o Prof. Mario Sergio Cortella coordena a coleção 'tá sabendo? - livros destinados ao público infanto-juvenil que objetiva contribuir para a formação de personalidades indagadoras, flexíveis, criativas e cooperativas.

Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos e pessoas relacionadas com áreas afins.

• 12:30h - ALMOÇO

• 14:00h – FORMAÇÃO DE PROFESSORES: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Proposta: Partindo da concepção da educação como prática mediadora das práticas históricas mediante as quais os homens constroem sua existência pessoal e social, a mesa redonda desenvolve põe em discussão os pressupostos da formação e da atuação prática do professor. Defende a ideia de que só será assegurada qualidade a sua prática se, ao longo de sua formação, lhe for garantido pelas mediações pedagógicas e curriculares, um complexo articulado de elementos formativos, de natureza epistêmica, ética, estética e política.

Palestrante: Selma Garrido Pimenta (São Paulo/SP)
Professora Titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – FEUSP. É Coordenadora da Coleção Docência em Formação, da Cortez Editora. Possui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, mestrado em Educação: Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorado em Educação: Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos e pessoas relacionados com áreas afins.

• 15:30h - CAMINHOS PARA TRANSFORMAR SONHOS EM REALIZAÇÕES

Palestra: Esta oficina tem, como objetivo principal, orientar os novos autores sobre como trabalhar e apresentar bem um texto e, para os ilustradores, como fazer um trabalho delicado e perfeitamente integrado ao texto para crianças. Além disso, aborda aspectos práticos, como por exemplo: reescrever textos próprios; discutir os tipos de letras para cada faixa etária; tipos de textos (literário, informativo, didático, paradidático).

Palestrante: Amir Piedade (São Paulo/SP)
Editor da Cortez Editora, nas áreas: Literatura Infantil e Juvenil. Docente no curso de Pedagogia da UNIFIG – Centro Universitário Metropolitano de São Paulo – em Guarulhos e na pós-graduação da UNISA – Universidade de Santo Amaro, em São Paulo.

Público Alvo: Autores e ilustradores iniciantes, contadores de histórias, Professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental.

• 16:30h - Intervalo para Café (Ambiente da Feira)

• 17:00h - A LEITURA, O LIVRO E O EDITOR

Proposta: Abordar sobre a importância da leitura no processo de desenvolvimento do ser humano. Este evento estimula e incentiva o prazer pela leitura, sendo o livro abordado como um dos suportes fundamentais capazes de transformar uma vida. Tendo no papel do editor, pouco visível nesse processo, desmistificar o conceito do valor do livro e conscientizar os processos que envolvem à sua produção editorial, desde a concepção do original até a sua distribuição para o público leitor no mercado livreiro.

Obs.: Sugere-se que possa ser exibido o vídeo de sua história (42 minutos) e depois da apresentação, seguida de debate.

Palestrante: José Xavier Cortez (São Paulo/SP)
Nordestino com trajetória consagrada e reconhecida através do documentário “O Semeador de Livros” e biografias: “A Saga de um Sonhador” e “Como um Rio: o percurso do menino Cortez (infantil). É editor com prestigio nacional, publicando importantes autores nacionais e internacionais.

Público Alvo: Alunos, professores, coordenadores pedagógicos, pais e agentes ligados a instituições que cuidam do elo de ligação entre a cadeia do livro.

• 18:00h – Homenagem Especial ao Editor e Escritor – José Xavier Cortez

• 20:00h – Palestra de Encerramento do 1º. Encontro de Educação do Flipoços 2011
Rubem Alves “Sobre o Tempo e a Eternidade”
(nesta palestra será necessária a doação de um livro em troca do ingresso)

Informações Gerais
As inscrições deverão ser feitas na Secretaria de Educação com Wilza (35) 3697 2102 ou na GSC
Eventos com Fabio (35) 3697 1551

Fonte:
http://www.feiradolivropocosdecaldas.com.br/PROGRAMAÇÃO%20OFICIAL_Encontro%20da%20Educação.pdf