quinta-feira, 28 de junho de 2012

Caravana da Leitura (participa da 2ª Feira Literária Infantil de Taubaté - FLIT com livros a 2,00)


O município de Taubaté vive grande expectativa para celebração da segunda edição da 2ª Feira Literária Infantil, organizada pela Secretária Turismo e Cultura de Taubaté, que acontecerá de 30 de junho a 4 de julho de 2012, na Av. da Alegria do Povo Taubateano. 

Na ocasião a cidade abrirá suas portas para um amplo evento cultural que irá reunir muitas atrações que prometem tornar a feira inesquecível.

Dentre as importantes atrações, destaca-se a Caravana da Leitura, que montará sua “tenda” na FLIT e disponibilizará diversas obras literárias dirigidas ao público infantil, juvenil e adulto, pelo valor simbólico de R$ 2,00. O projeto que é coordenado pelo escritor Laé de Souza conta com o patrocínio da ZF do Brasil e não possui fins lucrativos. A ideia da tenda é aproximar as pessoas de forma livre e sem compromisso, permitindo que elas sintam-se parte integrante desse grande movimento em prol da leitura.

Na tenda da Caravana da Leitura uma equipe multidisciplinar auxilia os leitores na escolha das obras e fornece informações sobre os projetos de leitura do grupo. Durante o evento o autor Laé de Souza fará sessões de autógrafos e conversará com os leitores.

Além de a população poder adquirir as obras pelo valor R$ 2,00, professores poderão retirar na tenda, gratuitamente, um kit com 9 livros para serem utilizados na biblioteca de sua escola. No momento da retirada, o professor deverá identificar-se, preencher um formulário de identificação pessoal e da escola. Será disponibilizado um kit por escola.

“A FLIT representa uma oportunidade para que os alunos tenham acesso a diversas atividades literárias, além de fomentar a troca de ideias entre profissionais da educação. O evento, com certeza, trará muitas novidades e oportunidades à população”, diz Laé de Souza.

Sobre a Caravana da Leitura 
O projeto é aplicado desde 2004, em parceria com as prefeituras, apoio do Ministério da Cultura, patrocínio da ZF do Brasil, parceiros e envolvimento de professores. Em 2012 a Caravana da Leitura deverá passar por mais de 40 cidades com previsão de distribuição de cerca de 100 mil livros. 

Sobre o Grupo Projetos de Leitura
O Grupo Projetos de Leitura iniciou seu trabalho em 1998 e tem seus projetos aprovados pelo Ministério da Cultura, além de contar com o apoio de patrocinadores, parceiros e envolvimento dos professores. Com Sede em São Paulo, o grupo atua em todo território nacional desenvolvendo projetos sem fins lucrativos, com objetivo de vencer um dos maiores desafios encontrados pelos professores e amantes da literatura: o hábito da leitura.

Interessados podem conhecer outros projetos de incentivo à leitura, de Laé de Souza e o roteiro da Caravana da Leitura, em "Agenda", no site www.projetosdeleitura.com.br

Fonte:
Laé de Souza

Fundação Biblioteca Nacional lança editais de Criação e Circulação Literária


Estão abertas as inscrições para os editais das Bolsas de Criação e Circulação Literária Biblioteca Nacional/Funarte. Ao todo serão oferecidas 30 bolsas para a criação literária na categoria iniciante, em âmbito nacional, no valor de quinze mil reais cada. 

O objetivo é promover o desenvolvimento de projetos de criação de romances, contos, crônicas, novelas e poemas. 

Já para a circulação literária, serão destinadas 20 bolsas no valor de quarenta mil reais, com o intuito de concretizar projetos voltados à promoção e difusão da literatura por meio de oficinas, cursos, contação de histórias e/ou palestras. 

O projeto tem investimento total de um milhão e duzentos e cinquenta mil reais. 

Estão habilitados a concorrer ao edital de Criação Literária pessoas físicas maiores de 18 anos, brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros residentes no país há mais de três anos e que tenham no máximo dois livros de sua autoria publicados com ISBN. 

Os projetos têm seis meses de prazo para serem realizados, e entre as 30 bolsas concedidas serão selecionadas até três obras para publicação via editora FBN.

Fonte:
Câmara Brasileira do Livro

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Lenda dos Índios Sioux: Touro Bravo e Nuvem Azul


Conta uma lenda dos índios Sioux, que uma vez, Touro Bravo, um jovem guerreiro, e Nuvem Azul, a filha do cacique, chegaram de mãos dadas, até a tenda do velho feiticeiro da tribo...

 - Nós nos amamos... e vamos nos casar - disse o jovem. E nos amamos tanto que queremos um feitiço, um conselho, ou um talismã... alguma coisa que nos garanta que poderemos ficar sempre juntos... que nos assegure que estaremos um ao lado do outro até encontrarmos a morte. Há algo que possamos fazer?

 E o velho emocionado ao vê-los tão jovens, tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:

 - Tem uma coisa a ser feita, mas é uma tarefa muito difícil e sacrificada... 

 Tu, Nuvem Azul, deves escalar o monte ao norte dessa aldeia, e apenas com uma rede e tuas mãos, deves caçar o falcão mais vigoroso do monte... e trazê-lo aqui com vida, até o terceiro dia depois da lua cheia. 

 E tu, Touro Bravo - continuou o feiticeiro - deves escalar a montanha do trono, e lá em cima, encontrarás a mais brava de todas as águias, e somente com as tuas mãos e uma rede, deverás apanhá-la trazendo-a para mim, viva!

 Os jovens abraçaram-se com ternura, e logo partiram para cumprir a missão recomendada... no dia estabelecido, à frente da tenda do feiticeiro, os dois esperavam com as aves dentro de um saco.

 O velho pediu, que com cuidado as tirassem dos sacos... e viu eram verdadeiramente formosos exemplares...

 - E agora o que faremos? - perguntou o jovem 

 - Agora,disse o feiticeiro, apanhem as aves, e amarrem-nas entre si pelas patas com essas fitas de couro... quando as tiverem amarradas, soltem-nas, para que voem livres...

 O guerreiro e a jovem fizeram o que lhes foi ordenado, e soltaram as aves... 

 A águia e o falcão, tentaram voar mas apenas conseguiram saltar pelo terreno. 

Minutos depois, irritadas pela incapacidade do vôo, as aves arremessavam-se entre si, bicando-se até se machucar.

 E o velho disse:

 - Jamais esqueçam o que estão vendo... este é o meu conselho. 
 Vocês são como a águia e o falcão... se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se, como também, cedo ou tarde, começarão a machucar-se um ao outro... Se quiserem que o amor entre vocês perdure... voem juntos... mas jamais amarrados.

Fonte:
SHINYASHIKI, Roberto. Poder da Solução.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 591)


Uma Trova de Ademar  

A floresta vem sofrendo 
cortes profundos no peito, 
tal qual rio que está vendo 
jogarem lixo em seu leito... 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

O perdão que concedemos 
a cada irmão ofensor, 
são trevas que revertemos 
em luz... em paz... em amor! 
–Luiz Antonio Cardoso/SP– 

Uma Trova Potiguar  

Quanto mais águas mais vidas,
os rios levam pra o mar,
são mãos de Deus estendidas,
para outras vidas salvar.
–Wellington Freitas/RN– 

Uma Trova Premiada  

2000 - Pouso Alegre/MG 
Tema - PASSADO - 1º Lugar 

Eu sinto, com desconforto,
que ainda sou teu vassalo:
nosso passado está morto,
mas não consigo enterrá-lo!
–Wanda de Paula Mourthé/MG– 

...E Suas Trovas Ficaram 

Durante suas andanças, 
Jesus Cristo foi fecundo, 
recolocando esperanças, 
entre as descrenças do mundo. 
–Nilton da Costa Teixeira/SP– 

Uma Poesia  

"Lua você me responda:
Porque é tanto o clarão?
Que dá pra gente encontrar
Um alfinete no chão,
E é tanta essa claridade
Que o amor acha a saudade
Nas ruas do coração."
–Aldo Neves/PE– 

Soneto do Dia  

PEDRAS... POR QUE NÃO ESTRELAS?
–José Ouverney/SP– 

Sei de um poeta que buscou, um dia,
contando com o aval da medicina,
saber de forma clara, cristalina,
a causa do que há tempos o afligia. 

Feito o check-up ele estancou na esquina:
afeito a compromissos, quem diria
pudesse demonstrar tanta agonia
ao fim de alguns exames de rotina? 

É inconcebível que uma dor patética
ouse afetar essa missão poética
que Deus, logo ao nascermos, nos destina; 

afronta a ética, é assaz ridícula:
poeta não tem pedras na vesícula,
poeta tem estrelas na retina! 

(Numa referência ao poeta Paulo Tarcízio, envolto com exames 
laboratoriais para conferir suas "pedras na vesícula")

Concurso Nacional de Poesia de Colatina - 2010/2011 (Resultado Final)


VENCEDORES

1º LUGAR
PESCADOR
Reginaldo Costa de Albuquerque
Campo Grande/MS

2º LUGAR
DESACORDO
André Luiz Alves Caldas Amora
Rio de Janeiro/RJ

3º LUGAR
MUDANÇA
Ileides Joana Mulher
Campo Grande/MS

4º LUGAR
SE EU MORRER
André Telucazo Kondo
Jundiaí/SP

MENÇÃO HONROSA - ORDEM ALFABÉTICA

A CAMINHADA
Ana Cristina Mendes Gomes
São Pedro da Aldeia/RJ

A CANÇÃO PROLETÁRIA
João Elias Antunes de Oliveira
Taguatinga/DF

A CAPTURA
Paulo Franco
Ribeirão Pires/SP

A CIGARRA E O POETA
Zelito Nunes Magalhães
Fortaleza/CE

A MORTE DO POETA
Márcia Regina de Araújo Duarte
Rio de Janeiro/RJ

A PIPA NA ÁRVORE
Elias Araújo
Américo Brasiliense/SP

A SERRA
Valéria Mares Alvares
Belo Horizonte/MG

A VALSA DOS SUICIDAS
Márcio Davie Claudino da Cruz
Curitiba/PR

A VISITA
Banaiote Gazal
Rio de Janeiro/RJ

ALUCINAÇÕES MORTAIS
Breno Del`Santo Fernandes
Colatina/ES

BI-POLARIDADE
Karla Leopoldino Oliveira Freitas
Iúna/ES

CAMINHOS DA MEMÓRIA
Valéria Mares Alvares
Belo Horizonte/MG

CLAMOR DA GOTA
Roque Aloísio Weschenfelder
Santa Rosa/RS

CLASSIFICADOS
Éder Rodrigues
Belo Horizonte/MG

CONVERSÃO
Welton Pinotti Rovetta
Colatina/ES

CRONOS
Tatiana Alves Soares Caldas
Rio de Janeiro/RJ

DA PIEDADE
Lucas Jeyzy Portela
Salvador/BA

DELÍRIOS E DEVANEIOS
José Amalri do Nascimento
Rio de Janeiro/RJ

DIVINA MÚSICA
Marina Gomes de Souza
Bragança Paulista/SP

É LIS A LUZ S`INDA...
Welton Pinotti Rovetta
Colatina/ES

GENTE!
Tainara C de Carvalho
Niterói/RJ

GENTILEZA
Sérgio Bernardo
Nova Friburgo/RJ

GEOMETRIA DO FRACASSO
Felipe Cattapan
Rueschilikon/Zurique - Suíça

HÁ POESIA DE CADA DIA
David Rodrigues da Rocha
Colatina/ES

HAIKASES EM SONETO
Daniel Retamoso Palma
Santa Maria /RS

INANIÇÃO
Sebastião Bonifácio Júnior
Muriaé/MG

INSPIRAÇÃO
Tassiana de Brito Viana Marques
Niterói/RJ

INSPIRAÇÃO
Karla Leopoldino Oliveira Freitas
Iúna/ES

LIDO EM OLHOS DE ME ESQUECER
Daniel Retamoso Palma
Santa Maria /RS

MANHÃ NO MAR
Banaiote Gazal
Rio de Janeiro/RJ

MEDO
Tatiana Alves Soares Caldas
Rio de Janeiro/RJ

NÃO É VOCÊ QUEM COA
Luiz Renato Semin Foloni
São Paulo/SP

NOSSO SILÊNCIO
Nathalia da Cruz Wigg
Rio de Janeiro/RJ

O PRESENTE
Adriana Falqueto Lemos
Serra/ES

O TESEU DA MINHA LISTA
Jaélzia Denise Barreto Crespo Rangel
Campos dos Goytacazes/RJ

OS CÍRCULOS DO TEMPO
Marina Gomes de Souza
Bragança Paulista/SP

OS MINÉRIOS DO POETA
Marcus Vinícius
Rio de Janeiro/RJ

PÁGINA VIRADA
Reginaldo Costa de Albuquerque
Campo Grande/MS

PALAVRA!
Solange Firmino de Souza
Rio de Janeiro/RJ

POEMA DO ANSEIO INFINITO
Ritamar Invernizzi
Bento Gonçalves/RS

REINOS E CAVALOS
João Elias Antunes de Oliveira
Taguatinga/DF

RELÍQUIAS
Sérgio Bernardo
Nova Friburgo/RJ

RETORNO
Edson Luiz Schenider
Araçatuba/SP

ROMANCE
Tainara C de Carvalho
Niterói/RJ

RUAS
Ricardo Maggessi Viola
Lambari/MG

SER MÃE
Ney Teixeira
Mogi das Cruzes/SP

SÓ EM VOCÊ CONSIGO ME ACHAR
Thiago José Rodrigues de Paula
Barbacena/MG

SÓCRATES E O PROFESSOR
Maria Aparecida S Coquemala
Itararé/SP

SOLITÁRIO
Esmerino Rodrigues Júnior
Rio de Janeiro/RJ

SUBMERGIDOS
Edgley Silva Gonçalves
São Paulo/SP

SÚPLICA AO VENTO
Aline Helen Viana Costa
Colatina/ES

TAÇAS VAZIAS
André Telucazo Kondo
Jundiaí/SP

TEXTO BIZZARO
Rodrigo José Pausen
Colatina/ES

TRISTESSE
Márcio Davie Claudino da Cruz
Curitba/PR

VACINA
Maria Aparecida S Coquemala
Itararé/SP

VOU PROCURAR DORMIR
Mário Luiz Pereira Monteiro de Barros
Ecoporanga/ES

Fonte:
 http://concursos-literarios.blogspot.com 

VII Concurso Rubem Braga de Crônicas (Resultado Final)


VENCEDORES


1º LUGAR
Mulher ao livro
Rui Werneck de Capistrano – Curitiba – PR

2º LUGAR
.. E a vida acontece
Marcelo César da Silva – São João Del-Rei – MG

3º LUGAR
Andarilho
Thiago Oliveira de Carvalho – Rio de Janeiro – RJ

MENÇÃO HONROSA 

Números alienígenas
Lucêmio Lopes da Anunciação – Natal – RN

O peso de um sonho
André Telucazu Kondo – Caraguatatuba – SP

Magrela
Sérgio de Barros Prado Moura – Ponta Verde – AL

Porta-retratos da vida
Carmen Sylvia C. Oliveira Macedo – Porto Alegre –RS

O olhar que se perdeu
João Lisboa Cotta – Ponte Nova – MG

A crise moral
Alcir de Melo Pimenta – Campo Grande – RJ

Quem sou eu?
Geraldo Peres Generoso – Ipaussu – SP

O filatelista
Renato Vieira Ostrowski – Campo Magro – PR

Uma emuitas
Vânia Aparecida Mattozo – Florianópolis - SC

Viagem ao ontem
Athalidia Depes Bueno – Cabo Frio – RJ

Indignação
Antonio Jorge Barbosa – Salvador - BA

Avós
Fernanda Carvalho de Almeida – Fortaleza – CE

Vazio existencial
José Anaildo Soares – Caruaru – PE

Em busca do fim
Araí Terezinha B. dos Santos – Campo Largo – PR

Antigamente
João Carlos de Oliveira – Teixeira de Freitas – BA

Um homem indelicado
Rosângela Vieira Rocha – Brasília – DF

Aprendendo c/o pequeno homem
Ricardo Francisco de Camargo Chagas – Ivaiporã – PR

Crônica da paz
Vera Maria Puget Blanco Bao – Rio de Janeiro – RJ

Um simples toque
Irede Inês Masiero Farenzena – Veranópolis – RS

A Justiça exposta em vitrines
André Luís Soares – Guarapari – ES

DESTAQUE

Memórias...
Darly O. Barros – São Paulo – SP

Autobiografia
Maria Apparecida S. Coquemala – Itararé –SP

Crônica
Rafael Alvarenga Gomes – Cabo Frio – RJ

Mosaico Sérgio Sampaio
Ricardo Maggessi Viola – Lambari – MG

Reato
Rachel Queiroz Zuliani – Anchieta – ES

Pernilongo
Hudson Okada – São Paulo – SP

Pescar
Dirceu Badini Martins - Nova Friburgo – RJ

Arte e vida Severina
Tarlei Martins Ferreira – Brasília – DF

O retorno
Paulo Afonso Correia de Paiva – Recife – PE

A hora do pega-pega
Diogo Maluf de Souza V.de Faria – BeloHorizonte-MG

As velhas figueiras do meu bairro
Pedro Diniz de Araújo Franco – Rio de Janeiro – RJ

Sem quintal, com sótão. Para...
José de Jesus Cordeiro Andrade – São Luís – MA

Futuro leitor
Severino Rodrigues da Silva – Paulista – PE

Lugar dos sonhos
Raquel Zampirolo Santos – Cachoeiro de Itapemirim-ES

A chave perdida
Cassiano Gilberto Santos Cabral – Porto Alegre – RS

12 graus
Maurício Fregonesi Falleiros – Ribeirão Preto – SP

Crônica da ficção e da realidade
Heloisa Helena de Campos Borges – Goiânia – GO

O que cavalga por dentro...
Cláudio Alves da Silva – São João de Meriti – RJ

O prestador de serviços gerais
Tânia Teresinha Lopes – Santa Maria – RS

O ouvido de meu pai
Francisco Carlos Farias Trigueiro – Rio de Janeiro – RJ

* Lembramos aos autores que os textos premiados podem ser enviados para publicação no hhtp://textospremiados.blogspot.com 

Fonte:
Enviado por e-mail pela Academia Cachoeirense de Letras para http://concursos-literarios.blogspot.com 

terça-feira, 26 de junho de 2012

Efigênia Coutinho (Queixumes)


Versos apaixonados ao som duma lira
O amor, com doçura leva meu canto;
Pelos olhos azuis, que te desejam tanto
Derretendo o coração, soluça e suspira.

Audaz sonhadora, essa que aspira
Dos teus mimos, o sonho, a ventura,...
Infundi-me em extremos de ternura,
Sentimentos que ao tempo perdura.

Dizes para não amar! Eu clamo e amo,
Bradando lamentos, lágrimas derramo...
Onde deixaste os sonhos do amor?...

Contudo, em mim, o amor perdura
Ao celeste céu, por benignos lumes,
Amando, com ardor, teus queixumes. 

Fonte:
A Poetisa

Concurso de Trovas Campos dos Goytacazes (Resultado Final)


Os vencedores estão em ordem alfabética 

VENCEDORAS - TEMA: FUTURO

JOGOS FLORAIS - DIAS 17, 18 e 19 DE AGOSTO


Na infância há sempre um futuro
para o bom semeador,
porque não há solo duro
para as sementes do amor...
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETTO/SP

Densas nuvens ameaçam
o futuro da criança.
- Mais que as da chuva, que passam,
as nuvens da insegurança.
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS/PR

Minha visão de futuro
faz projeções que eu receio:
- Não quero o mundo um monturo,
e eu... parte desse recheio!
DARLY O. BARROS/SP

O construtor previdente,
na labuta, dando duro,
com tijolos do presente
edifica o seu futuro.
DULCIDIO DE BARROS MOREIRA SOBRINHO/MG

Felicidade almejada,
no meu futuro eu diviso:
-Em teus olhos, a alvorada;
no teu corpo, o paraíso.
ELIANA RUIZ JIMENEZ/SC

Viver por viver somente,
faz teu mundo tão perjuro,
que este teu falso presente,
é o presente do futuro.
FRANCISCO GARCIA DE ARAÚJO/RN

Eu posso ver meu futuro
nas estrelas a brilhar,
não no céu, que é tão escuro,
mas no azul do teu olhar.
HEGEL PONTES/MG

Minha vida é sem futuro,
pois sou um plebeu, convenho;
porém nos teus braços, juro,
ninguém tem mais do que tenho!...
JOSÉ TAVARES DE LIMA/MG

No presente, ora, inseguro,
fico em meu sonho ancorado...
como pensar no futuro,
se, estou tão preso ao passado?
JOSÉ VALDEZ C. MOURA/SP

Sonhei, com ele, em criança...
Hoje, estou velho... e asseguro
que ainda tenho esperança
e sonho com o futuro.
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA/SP

TROVAS VENCEDORAS
TEMA SORRISO

Sorriso é vida... eu garanto:
sorria, pois, à miúde,
o seu rosto ganha encanto
e, seu corpo, mais saúde!
ALBA HELENA CORRÊA – Niterói/RJ

A alegria que aparece,
num sorriso de criança,
mostra a vida que floresce
e nos enche de esperança ! 
ALMIR PINTO DE AZEVEDO – Cambuci/RJ

Céu de estrelas pontilhado...
Sol generoso e calor, 
seu sorriso pontilhado
é meu caminho de amor!
DIRCE MONTECHIARI – Nova Friburgo/RJ

Um sorriso de criança
e o desabrochar da flor
trazem ao mundo esperança,
sob a inspiração do amor!
JOTA DE JESUS - Saquarema/RJ

Um sorriso deve ser
aberto, alegre e sincero,
vê-lo em você florescer
é tudo que sempre quero.
MARIA DO ROSÁRIO PRATA/RJ

A meiguice da criança
serve-lhe de proteção,
pois o seu sorriso amansa
o mais feroz coração...
LUIZ CARLOS DE CARVALHO – Niterói/RJ

Uma lágrima sentida
sempre chega sem aviso,
mas para alegrar a vida,
basta apenas um sorriso.
LUIZ POETA – Marechal Hermes/RJ

Nos meus sonhos mais precisos
tento vencer a distância,
para encontrar os sorrisos
que alegraram minha infância...
MARIA NASCIMENTO – RJ

Quantos sóis serão precisos
para espargir tantos brilhos
como os que vêm dos sorrisos
dos filhos de nossos filhos!
SANDRO PEREIRA REBEL – Niterói/RJ

Quando me abraça a saudade
e em sorriso, diz: - Bom dia!
Eu sinto que é falsidade,
seu gesto de cortesia.
SONIA MARIA SOBREIRA DA SILVA – Jacarepaguá/RJ

Fonte:
Neiva Fernandes
Presidente da UBT de Campos dos Goytacazes

Carlos Eduardo Novaes [O Day After do Carioca (Ou: O dia em que o Rio de Janeiro Derreteu)]


Aparentemente aquele dia amanheceu igual a todos os outros do mês de janeiro. Céu azul, lavado, um sol forte e musculoso ainda se espreguiçando, uma promessa de calor. Manhã sob medida para turistas, estudantes em férias e desempregados. O Rio, quando quer, sabe como nenhuma outra cidade se enfeitar para o verão. D. Odete Araújo abriu a janela de sua casinha em Bangu e girou a cabeça como se tentando perscrutar o tempo. Viu um cidadão parado na calçada segurando um cigarro. A fumaça do cigarro subia em linha reta, parecia traçada a régua. Não havia a mais leve brisa no ar. D. Odete respirou fundo, passou as costas da mão na testa gotejante e comentou com a vizinha:

 — Acho que hoje chegaremos aos 45 graus.

 Os moradores de Bangu entendem mais do que todos de altas temperaturas. A vizinha deu de ombros. Um grau a mais ou a menos não faz diferença neste inferno suburbano. Na véspera, os termômetros de Bangu acusaram 44.8 graus, quebrando os recordes dos anos de 84, 85, 86 e 87. D. Odete comentou num tom cabalístico que aquele era o 13º dia consecutivo que o Rio se debatia com uma febre de 40 graus.

 No Centro da cidade, um movimento típico das manhãs de verão. As pessoas procurando as sombras, procurando os bares, procurando diminuir o ritmo. Nada de anormal. O contínuo Ademar Ferreira, porém, percebeu o termômetro digital, que uma hora antes acusava 43 graus, agora marcando 48. O amigo, com quem conversava numa esquina da Avenida Rio Branco, disse que os termômetros estavam de miolo mole. Ontem vira um marcando 54 graus. Ademar continuou conversando, tornou a olhar o termômetro: 49 graus. Notou certa inquietação no ar. Os transeuntes se mexiam mais, tiravam o paletó, afrouxavam a gravata: 50 graus. Outras pessoas começaram a perceber a escalada dos termômetros. O calor aumentava: 51 graus. Um grupo preocupado se reuniu em torno de um orelhão e ligou para o Serviço de Meteorologia. O que está acontecendo? Os cientistas admitiam que a temperatura subia. vertiginosa, mas desconheciam as razões. Estavam acompanhando uma frente fria encalhada na Patagônia.

 As pessoas se aglomeravam diante dos termômetros como se acompanhassem o movimento de apostas no Jóquei: 53 graus. As expressões revelavam medo e tensão. O calor tornava-se escaldante. Era como se tivessem ligado o forno da Rio Branco: 55 graus. Não dava mais para ficar exposto ao sol. As pessoas procuraram proteção embaixo das marquises. Muitas, nervosas, se refugiavam em lojas e escritórios com ar condicionado: 56 graus. Um bando de honrados cidadãos invadiu uma loja de eletrodomésticos:

 — Liguem os ventiladores, pelo amor de Deus! — Infelizmente vendemos todos — respondeu o vendedor, torcendo o lenço empapado de suor.

 Na Zona Sul o pânico se alastrava como um rastilho de pólvora. Edevaldo Santos, vendedor de picolés na praia, notou que algo estranho acontecia quando abriu a caixa de isopor e viu os palitos boiando num caldo de sorvete: 60 graus. Não dava mais para atravessar a areia quente. Quem ficou na praia já não podia sair. Dois helicópteros procuravam transportar os banhistas. Primeiro, velhos e crianças! A praia, como a cidade, já estava sob o império do caos, apesar das rádios e televisões pedirem calma à população. A corda que pendia dos helicópteros era disputada a tapa: 65 graus. Faltava ar, a garganta secava, o corpo parecia incandescente. A estudante Luísa Coelho lembrou-se de Joana D'Arc. Teve início a invasão de bares, restaurantes, supermercados. Todos corriam às prateleiras de bebidas. Água, refrigerantes, cerveja, vinho, champanhe, qualquer líquido. Tinha gente bebendo Pinho-Sol.

 O trânsito enlouqueceu de vez. Os motoristas abandonavam seus carros nos congestionamentos. Os ônibus eram largados em qualquer lugar. Os veículos transformavam-se em fornos crematórios: 74 graus. Os pneus começaram a derreter. Nas ruas as pessoas iam se desfazendo das roupas. Vários executivos foram vistos se esgueirando pelos cantos, de cueca, meias e pasta. Começou a invasão dos apartamentos com ar condicionado. Eles viraram uma espécie de abrigo nuclear. Só na minha sala havia 67 pessoas se empurrando para botar a cara na frente do aparelho: 80 graus. De repente ouviu-se um ruído e logo o silêncio do ar-condicionado. A cidade ficara sem energia. O calor derreteu os cabos da Light. O sol esquentava os vidros e o concreto dos prédios. Era insuportável o calor nos apartamentos. A população desesperada saiu às ruas à cata de sombras. Num poste em Madureira havia 23 pessoas espremidas e perfiladas ao longo de sua tira de sombra: 84 graus!

 Os carros dos Bombeiros circulavam pelas ruas com um restinho de água molhando a população. "Aqui, aqui! Joga aqui antes que eu pegue fogo!" Os chafarizes da cidade. estavam mais cheios do que trem da Central. Milhares de. pessoas mergulhavam na Lagoa Rodrigo dA Freitas. Só que esta, como as outras lagoas da cidade, secava rapidamente. As poucas matas pegavam fogo. As ruas de terra rachavam ao melhor estilo nordestino. O asfalto começou a borbulhar. Ploft! A cidade se transformava num caldeirão: 88 graus. No cais do porto os marinheiros se atiravam do convés como se os navios estivessem naufragando. No Santos Dumont um avião da Ponte-Aérea, ao invés de levantar vôo, embicou dentro d'água. O piloto foi aplaudidíssimo pelos passageiros.

 A temperatura estava em torno dos 94 graus. No Sumaré as antenas das emissoras de televisão adernavam, desmaiando lentamente. O Pão de Açúcar começou a derreter como um sorvete de casquinha. Uma mancha escura se espalhava pelo mar. No meio, boiando, o bondinho com turistas americanos fotografando tudo. Outros morros também derretiam. O Dois Irmãos, para surpresa geral, entrou em erupção. A estátua de Cristo tinha desaparecido do alto do Corcovado. Dizem que, quando o morro começou a desmanchar, Ele saiu voando com seus braços abertos. Todo mundo já estava tendo visões e alucinações. Nas calçadas da Visconde de Pirajá — lado da sombra — as pessoas se arrastavam aos gritos de "água, água". Eram inúmeras as miragens. O pipoqueiro Manuel de Souza jura que viu as Sete Quedas na Praça Nossa Senhora da Paz.

 As 17h12min, por fim, o sol começou a perder a força. As pessoas, ainda desconfiadas, foram saindo de dentro das geladeiras, freezers, frigoríficos. Nas câmaras frigoríficas da Cibrazem — contou-se ... — havia 12 mil 344 pessoas. Uma sensação de forno quente pairava sobre o Rio. Somente à meia-noite os termômetros voltaram ao normal: 40 graus. Terminara o efeito-estufa, deixando um rastro de dor e destruição. Não havia uma única gota d'água na cidade. Fomos dormir e no Day After, como não havia trabalho, saímos todos para a praia. Pois creiam: no meio do comércio de sanduíches naturais, chapéus, cocadas, óleo para bronzear, o diabo, já tinha nego vendendo um aparelhozinho para dessalinizar a água do mar.

Fonte:
Carlos Eduardo Novaes. O Day After do carioca. RJ: Ed. Nórdica, 1985.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 590)


Uma Trova de Ademar

Eu oculto as tristes cenas
dentro da minha poesia.
É mais um disfarce apenas
dos que eu uso todo dia...
–Ademar Macedo/RN–

Uma Trova Nacional

As prefeituras gastando
altas somas no São João
e o sertanejo lutando
contra a seca no sertão.

–Petronilo Filho/PB–

Uma Trova Potiguar

Junta-se o poeta aos loucos;
um diário vivo em versos,
expressando como poucos
os sentimentos diversos.
–Manoel Cavalcante/RN–

Uma Trova Premiada

2009 - Cantagalo/RJ
Tema - SERTÃO - 3º Lugar

Quem não tem medo da morte,
quem nunca faz nada em vão,
quem, antes de tudo é um forte...
Este é o homem do sertão!
–Renato Alves/RJ–


...E Suas Trovas Ficaram

No universo da poesia
desejei veredas novas,
e encontrei o que eu queria,
ao lançar o anzol nas trovas!

–Enivaldo Borges/SP–

Uma Poesia  

Fez o poeta Ademar
uma bela moradia,
porém fez contrariando
as normas da engenharia;
em vez de ferro e cimento,
paredes de sentimento
recobertas de poesia!...
–Luiz Dutra/RN– 

Soneto do Dia

 SONETO ANTIGO.
–Reginaldo Albuquerque/MS–

Aquela vez por distração, Senhora,
deixaste um par de luvas num banquinho,
por dentro seda e um fino azul por fora...
Recordação de ti que ao peito aninho.

Foi quando ouviste no quintal vizinho,
sobre a relva molhada pela aurora,
tristes queixas de implume passarinho,
esse mesmo que está cantando agora...

Pouco depois, em cima de um barranco,
que gesto! Erguias o bracinho branco
entre os galhos, até ao lar querido...

Mais que tudo, que tua compaixão
era o modesto encanto da porção
de pernas que escapava do vestido...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Trova 224 - Arlindo Tadeu Hagen (Belo Horizonte/MG)


Carlos Drummond de Andrade (Poesia)

Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 589)


 Uma Trova de Ademar

Quis saber qual mais doía 
mas descobri no entanto, 
que pranto, dor e agonia 
sempre dói do mesmo tanto! 
–Ademar Macedo/RN– 

 Uma Trova Nacional  

Por mais que em ti não pensasse 
uma lágrima escorria, 
irrigando a minha face 
onde eu plantei nostalgia. 
–Francisco José Pessoa/CE– 

 Uma Trova Potiguar  

Em cada beijo roubado, 
que roubo de ti, meu bem, 
sinto o gosto do pecado 
que o beijo roubado tem. 
–Prof. Garcia/RN– 

 Uma Trova Premiada  

2009 - Nova Friburgo/RJ 
Tema - SAUDADE - M/E 

Ah, saudade do passado !
tão presente e tão intensa,
que penso ouvir teu chamado,
buscando a minha presença.
–Sônia Sobreira/RJ– 

 ...E Suas Trovas Ficaram  

Menino, não tenha medo,
que a lei do retorno é certa:
se a vida estraga um brinquedo,
a mão do tempo conserta. 
–Carmen Ottaiano/SP– 

 Uma Poesia  

Sou a parte que não sei
sou o surreal da arte
sou a parte a qual faltei
sou a parte em toda parte
que se parte em pedacinhos
sou vários pequenininhos
sou até o que sobrou
e o que digo andando a esmo?
Se o que vejo de mim mesmo
é tal parte que não sou.
–Kerlle de Magalhães/PE– 

 Soneto do Dia  

ACENDEDOR DE LAMPIÕES.
–Jorge de Lima/AL– 

Lá vem o acendedor de lampiões da rua!
Este mesmo que vem infatigavelmente,
parodiar o sol e associar-se à lua
quando a sombra da noite enegrece o poente!

Um, dois, três lampiões, acende e continua
outros mais a acender imperturbavelmente,
à medida que a noite aos poucos se acentua
e a palidez da lua apenas se pressente.

Triste ironia atroz que o senso humano irrita:
ele que doira a noite e ilumina a cidade,
talvez não tenha luz na choupana em que habita.

Tanta gente também nos outros insinua
crenças, religiões, amor, felicidade,
como este acendedor de lampiões da rua!