sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Thalma Tavares (1934)




Thalma Tavares (pseudônimo literário de Vicente Liles de Araújo Pereira), hoje residente em São Simão/SP, nasceu em Recife, a 12 de julho de 1934, onde fez o primário e o ginasial. Mudou-se em 1953 para São Paulo, onde concluiu os estudos.
         Estudou tecnologia, metalurgia, desenho técnico industrial, administração de materiais. Técnico em metalurgia na Multibrás, aposentou-se em 1985.
         Estudou Literatura Brasileira, Língua e Literatura Espanhola no IBRACE (Instituto Brasileiro de Cultura Espanhola) e na Escola Panamericana de Línguas. 
        Membro da  Academia Pindamonhangabense de Letras; União Brasileira dos Trovadores; Centro de Estudos Euclides da Cunha (São Paulo); Academia Piracicabana de Letras; Casa do Poeta e Escritor de Ribeirão Preto; Casa do Poeta “Lampião de Gaz” (São Paulo); União Brasileira de Escritores; Academia de Trovas do Rio Grande do Norte.
         Em 1986 publicou “Fogo Sagrado” (poemas) na Associação Paraibana de Imprensa, em João Pessoa.
         Foi por oito anos presidente (municipal e estadual) da seção São Paulo, mudando-se  em 1995 para São Simão.
         Até 1999 foi membro do conselho diretor do Rotary Club de São Simão e da Associação Beneficente de Ensino Profissionalizante “São Paulo e Minas”.
         Participa em São Simão de  algumas ONGs.
         Participa de concursos de trovas, crônicas, contos e poesias obtendo dezenas de prêmios desde vencedor a menções especiais.
         Palestrou sobre as obras de Euclides da Cunha, Garcia Lorca, Luiz Otávio, a UBT e a Trova.
         Tem poesias e outros escritos publicados em antologias, jornais, revistas, alternativos no Brasil e Exterior.

Izo Goldman (A pressa...)

Artigo escrito pelo Magnífico Trovador (falecido) em 2009

O velho ditado de que “a pressa é inimiga da perfeição”, parece cada vez mais válido. Até mesmo uma grande Trovadora, e querida Irmã, foi vítima...
         Num artigo intitulado “Os Temas das Trovas” ela afirma: “Falo das repetições constantes dos Temas nas Trovas”.  Se tivesse feito um levantamento, só dos últimos três anos, 2006, 2007 e 2008, teria constatado que tivemos 160 Temas de Concursos; destes, apenas 11 foram repetidos e um foi usado três vezes. Portanto apenas 7.5% dos Temas foram repetidos, o que , convenhamos é um número bastante aceitável.     
         Mais adiante ela continua: “Se um tema é bonito, ele favorece à criação de Trovas bonitas, é lógico”. Será mesmo? O que serão Temas bonitos? Amor? Saudade? Carinho? Destino?     
         Creio eu que, dentro destes Temas “bonitos” será muito mais fácil o aparecimento do “lugar comum”. Talvez os Temas “originais” façam com que tenhamos “Trovas antológicas”.
         Por exemplo, se o Tema fosse “PAPALVOS” teríamos Jacy Pacheco:
Olhai, racistas, papalvos,
das mães o exemplo de amor;
seios negros, seios alvos,
dão leite da mesma cor...     
                   E, convenhamos, “papalvos” não é uma palavra bonita... ou, se o Tema fosse “ELETROCARDIOGRAMA”, teríamos V. C. Soares de Souza:
Prova o eletrocardiograma,
com seus riscos desiguais,
que o coração que mais ama,
é sempre o que sofre mais...
                   Com certeza, “eletrocardiograma” não é uma palavra bonita ou, pasmem, o Tema fosse “CIBERNÉTICA”, e Madalena Léa dissesse:
Uma pergunta patética
acode às mentes insanas,
no tempo da cibernética,
que farão as mãos humanas?     
                   E, cá pra nós, “Cibernética” é de doer! Vamos concluir com “CARDIOLOGIA” e com Athos Fernandes:
 
Meu coração desafia
vossa perícia, Doutor;
não cura a Cardiologia,
cardiopatias de amor...
                   Neste caso o tema poderia ser, também, “cardiopatia”, o que daria no mesmo! Também sou contra a repetição de Temas em Concursos; também sou contra o uso de temas “menos poéticos” em Concursos, mas, primeiro, acho o número de repetições pequeno, e, segundo, tenho dúvidas se é o tema “poético” ou o tema “original” que “obriga” o Trovador a fazer Trovas melhores.
                   Talvez até não seja bem assim, mas, é bom pensar no assunto.

Silvana da Rosa (A mulher escritora e personagem, nos contos de fadas) Parte I

Pintura de Salvador Dali
INTRODUÇÃO
                                  
    As histórias de fadas são a ligação mais visceral que temos com a imaginação de homens e mulheres cujos trabalhos criam nosso mundo [...]

A nossa cultura é altamente individualista, e acredita piamente na obra de arte como coisa única, e no artista como um ser original, um criador inspirado pelos deuses. Mas os contos de fadas não são assim, nem seus criadores. Quem inventou primeiro as almôndegas? Em que país? Existirá a receita definitiva de sopa de batatas?   
   
    Vamos pensar em termos de lides domésticas. O que eles estão  dizendo, então, é essa é a maneira como eu faço minha sopa de batatas.                       

    As histórias orais, incluindo fadas, são tão antigas quanto a história da humanidade, pois são narrativas que buscam, em sua essência, explicar a natureza humana e o seu entorno. Por conseguinte, é possível afirmar que a vida humana é uma narrativa, formada a partir de múltiplos elementos constituintes. É evidente que os contos pertencentes a tempos distantes, na modernidade, têm sido alvo de alterações como modo de adaptação a uma realidade diferenciada. Dessa forma, a personagem feminina retratada em narrativas, correspondente ao contexto próprio em que estava inserida, veio sofrendo consideráveis transformações sociais, prevalentemente ao longo dos últimos cinqüenta anos.            

    Delimitando-se o espaço temporal entre o século V até a metade do século XX, constata-se que a mulher foi aos poucos – e tardiamente - tornando-se figura representativa da descrição de um universo essencialmente formado por homens escritores. Somente em meados de 1180 é que se começa a perceber a tímida e incipiente presença feminina  o mundo literário, através de Marie de France, que traduziu para o francês belas narrativas escritas pelos primitivos líricos bretões. Evidentemente, Marie de France traduziu obras de homens escritores, o que é de se considerar natural para a época, porém o que se destaca é a sua atitude, a coragem em realizar essa atividade, incomum às mulheres da época, a qual serviu de impulso inicial para que, posteriormente, as mulheres escrevessem suas próprias obras. Mais tarde, em 1690, Mme d’Aulnoy publica História de Hipólito, cuja personagem central é uma fada e, a partir dessa primeira narrativa, a adesão feminina à escritura de obras somou diversas adeptas.
   
    Ainda no século XVII, a França conheceu as “preciosas”, seguidoras de Mme d’Aulnoy, que se caracterizavam por serem intelectuais e escritoras as quais, em reuniões públicas, apresentavam seus trabalhos e, sutilmente, ditavam modismos.

    É evidente que a expansão feminina no campo literário foi lenta, tanto que, ainda na primeira metade do século XX, esses contos de fadas se estenderam de forma tradicional, ou seja, enfocando mulheres submissas ao domínio paternal, subjugadas a preceitos sociais e religiosos e que acordam após um longo período de sono, como em A bela adormecida, uma vez que ao longo dos vários séculos em que essa obra foi disseminada, a Bela seguiu inerte, adormecida em seus anseios mais íntimos.

    Aproximadamente a partir da década de cinquenta, os contos sofreram reconstruções que se adequaram ao contexto sócio-político-ideológico-cultural vivido pela personagem feminina. Descortina-se assim a nova identidade da mulher, uma vez que se constata uma figura independente, decidida, trabalhadeira, intelectual e também bela. Considerando um universo anterior de homens escritores de contos destinados às mulheres e crianças, vemos, agora, escritoras como Angela Carter, em O quarto do Barba-Azul, e a romancista Margaret Drabble, em The Radiant Way, A Natural Curiosity e The Gates of Ivory, entre muitas outras, evidenciando essas mudanças de comportamento da mulher.

    Com base no acima exposto, tem-se a intenção de analisar o percurso evolutivo da figura feminina, circunscrito a diversos contos de fadas, partindo da Idade Medieval, mais especificamente do século V até a contemporaneidade, observando a trajetória da mulher também enquanto escritora, tentando retratar a tradição cultural padronizada pelos ditames sociais ocidentais, e realizando também um estudo comparado entre as histórias tradicionais e as re-escrituras produzidas por escritoras feministas na atualidade.

1. CONTOS DE FADAS

    É sabido que os contos de fadas acompanharam a humanidade e seu processo evolutivo. Conseqüentemente, a origem dessas narrativas entrelaça-se à da própria humanidade. Desse modo, torna-se imprescindível o surgimento de algumas dúvidas a respeito dos contos de fadas, tais como: qual o povo que primeiramente os registrou? Quais as primeiras obras e como se define contos de fadas?

      Neste capítulo inicial, a pretensão é responder esses questionamentos que nos instigam. E, para que isso aconteça, o primeiro subcapítulo enfocará as variadas denominações de contos de fadas no território mundial, bem como, a sua origem, ou seja, os povos que, em ordem primeira, empregaram esses contos.

      Na seqüência, serão vistas as primeiras obras consideradas embrionárias dos contos de fadas, respectivamente, os seus autores e as temáticas apresentadas nas mesmas.

      E, finalizando este capítulo, verificar-se-ão inúmeras definições de contos de fadas, provenientes de estudiosos, historiadores, escritores, especialistas da área, visando elucidar a significação deste gênero narrativo que, sem dúvida, representa “[...] a linguagem internacional de toda a espécie humana de idades, raças e culturas (FRANZ, 1981, p.38). “

1.1 Contos de fadas: povo origem

    A velha suspirou compassivamente. “Minha linda”, disse ela “alegre-se e não se preocupe mais com sonhos. Os devaneios diurnos não merecem confiança, todos sabem, e até mesmo os noturnos funcionam ao contrário [...] Mas vou lhe contar alguns contos de fadas para alegrá-la”. APULEIO apud WARNER, 1999, p. 25.
                                                    
      De acordo com Câmara Cascudo (2004), os contos de fadas denominam-se contos de encantamento e constituem a cultura de cada parte do mundo,correspondendo ao “Tales of magic, Tales of supernatural, o Cuentos, Conti,Racconti, Fairy Play, Marchem, o mi-soso dos negros de Angola, skarki dos russos” (p. 21).

      Segundo Novaes Coelho, o conto de fadas compõe a história da humanidade e, como tal, difundiu-se em todo o território mundial, atendendo as peculiaridades próprias de cada região e recebendo variadas denominações:

    Na França, a denominação é conte de fées; na Inglaterra, fairy tale; na Espanha, cuento de hadas; na Itália, racconto di fata; na Alemanha, märchen [...] Em Portugal e no Brasil [...] como contos da carochinha. (O conto de fadas, 1987, p. 12)
                     
      A autora salienta que os contos de fadas são de origem céltica e abordam temáticas que buscam a integralidade humana, a nível espiritual e moral, ou seja, os conflitos individuais e interiores, os quais representam a amplitude da vida, baseada no ser único e em relação.

    Os contos de fadas [...] são de origem celta e surgiram como poemas que revelavam amores estranhos, fatais, eternos... Poemas que são apontados como células independentes, mais tarde integradas no ciclo novelesco arturiano, essencialmente idealista e preocupado com os valores eternos do ser humano: os de seu espírito. (COELHO, 1987, p.13-14, reticências e grifos da autora)
                     
      Novaes Coelho cita ainda que os celtas criaram as fadas, “através de seus valores espirituais ou religiosos e de sua inteligência prática e criadora” (1987, p. 31), uma vez que, como pastores de carneiros, possuíam características incomuns para uma época em que os homens, em sua maioria guerreiros, eram dotados de primitivismo e perversos sentimentos.
   
    Os primitivos contos resistiram ao passar dos tempos devido à sua afinidade com a essência humana, a espiritualidade. Em razão disso, as histórias, comunicadas em diferentes formas e suportes, como em pedras, tábuas, papiros, ainda são lidas e apreciadas.

      As obras primeiras não se apagaram com os cataclismos do tempo. Elas, tais como sombras inseparáveis, acompanharam o ser humano. Sendo assim, através dessas obras é que se pode mergulhar nesse misterioso universo, procurando a luz do entendimento a respeito da vida e da mente humana.

continua…

Fonte:
Silvana da Rosa. Do tempo medieval ao contemporâneo: o caminho percorrido pela figura feminina, enquanto escritora e personagem, nos contos de fadas. Dissertação de Mestrado em Letras. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), 2009

domingo, 15 de novembro de 2015

Harley Clóvis Stocchero (Trovador Homenageado)

 
A mulher que a gente ama,
para nós sempre é a mais bela,
pois o coração conclama
não ver os defeitos dela!…
* * *
A Pátria não é somente
o céu, o rio e o chão;
é mais: – É a alma da gente
que vibra no coração!
* * *
A ponte é sempre quem liga
as margens, fazendo o bem!
Que nesta vida eu consiga
ser uma ponte também!…
* * *
Como é belo, nesta terra,
semeado o vale de flor;
amor numa flor se encerra,
pois flor é rima de amor…
* * *
Diz uma lenda tingui
que Tupã, Deus dos guerreiros,
enterrando a lança aqui
fez nascer muitos pinheiros …
* * *
Felicidade é o momento
que a alegria nos traduz;
é feliz no sentimento
que me une ao meu Jesus!
* * *
Manter moeda equilibrada:
– dólar valendo real…
é tentativa frustrada…
fantasia nacional!…
* * *
Meu amor sempre me espera
à tarde com um lanchinho,
mas eu fico na quimera
de tomarmos nosso vinho.
* * *
Minha mãe, que orava aqui,
é nos céus que reza agora;
foi no meu sonho que a vi
aos pés de Nossa Senhora!
* * *

O mundo de hoje nos deixa
na terrível contingência
de ver aumentar a queixa
da escalada das violência…
* * *
Para manter este sonho
de trovar com perfeição
nas mãos de Deus eu deponho
o poder da inspiração.
* * *
Quanto amor, quanto carinho,
que meu quartinho revela,
quando vens, bem de mansinho,
apagar a luz da vela…
* * *
Quem espera recompensa
pelo bem que praticou,
não tem amor e não pensa
no que Deus nos ensinou!
* * *
Quem passando nesta vida
seu próximo nunca amou,
pode assim ser definida:
– Que não viveu, vegetou!…
* * *
Quem pensa que o fim da vida
é igual lâmpada apagada,
vai constatar, surpreendida,
que esse fim é uma alvorada!…
* * *
Sonho que sempre acalento
e mantenho todo o dia:
– ser bom, mesmo em pensamento,
semeando paz e alegria!
* * *
Todo homem que se compraz
com artimanhas de guerra,
jamais vai encontrar paz
para os seus aqui na terra!
* * *
 Trovador que a dor reprova
e trovando a dor suplanta
é um beija-flor que comprova
ter sempre mel na garganta.
_______________
Harley Clóvis Stocchero nasceu m Almirante Tamandaré/PR, em 1926, filho de Bortolo Ferreira Stocchero e Hercília de Oliveira Stocchero. Estudou na PUC-PR. Foi professor e advogado. Funcionário fazendário estadual, Exerceu cargos diretivos da Escola Normal Dr. Cícero Silva, no interior do estado e FIDES (PROMOPAR), em Curitiba.
            Delegado da UBT de Almirante Tamandaré, sócio da seção UBT-Curitiba, da Academia de Cultura de Curitiba, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Soberana Ordem do Sapo e sócio efetivo da Academia de Letras José de Alencar ocupando a cadeira n.5, na qual foi vice-presidente.  Foi presidente do Centro de Letras do Paraná. Cadeira n.6 da Academia Paranaense de Letras, cadeira n.12 da Academia Paranaense de Poesia e cadeira 17 da Academia Sul-Brasileira de Letras.
            Recebeu o título de Vulto Emérito, pela Câmara Municipal de Almirante Tamandaré em 1994. Possui medalhas e diplomas de concursos de trovas. Possui dois livros publicados: Ermida Pobre (poesia); e Os Dois Mundos (poesia, mensagens e crônicas).
            Faleceu em 23 de março de 2005.     

_____________

Fontes: – Antologia dos Acadêmicos: edição comemorativa dos 60 anos da Academia de Letras José de Alencar. São Paulo: Scortecci, 2001. – Os Trovadores. Boletim Cultural da UBT/Curitiba – ano 14 – n.46 – maio/2005 – artigo de Vânia Ennes. – TABORDA, Vasco José e WOCZIKOSKY, Orlando (orgs.). Antologia de Trovadores do Paraná. Curitiba: Edição de O Formigueiro. Instituto Assistencial de Autores do Paraná, 1984

sábado, 14 de novembro de 2015

Terezinka Pereira (excerto de "O Poder Poético e Mensageiro da Trova")

Sávio Soares de Sousa nos oferece uma definição da trova em “Argumento de Trovador” que diz o seguinte: “Queremos que a trova continue sendo a joia que deslumbra, pelo brilho próprio, admirado por todos – mesmo que se apresente revestida de sua simplicidade franciscana. À prova de tempo e desmemória.”
         Quase sempre tratamos a trova como se fosse um gênero tipicamente brasileiro. Mas não é bem assim. Rubén Darío, o poeta nicaraguense que lançou o modernismo na literatura hispano-americana, escrevia trovas e aqui está uma delas:
“Juventude divino tesoro,
ya te vas para no volver!
Cuando quiero llorar no lloro...
Y a veces lloro sin querer...”
         Rubén Darío não era trovador no rigor da palavra, mas faço questão de citá-lo aqui para provar que se o modernismo não chegou a erradicar a trova da literatura, nenhum outro movimento poético vai poder chamá-la ultrapassada. A trova vai ter sempre a fortaleza da poesia excelente, enquanto houver poetas capazes de expressar um tema, um pensamento e uma inspiração em sua totalidade, em 4 versos de 7 sílabas acentuadas na terceira e sétima, com rimas consoantes alternadas. Esta forma é uma das mais líricas existentes e de fato requer um talento nato, um ouvido atento, um sentido estético superior, assim a inspiração de um tema que possa valorar a forma. Nosso maior poeta em todas as idades, Carlos Drummond de Andrade, não depreciou a trova e soube utilizá-la com a mesma destreza com que escreveu a grande obra poética que dá honra à literatura brasileira:
“Solidão não te mereço,
pois que te consumo em vão.
Sabendo-te, embora, o preço,
calco teu ouro no chão”.
         É necessário ter certa maturidade intelectual e destreza em compor os versos para ser trovador. E isso vem coincidir com um tema importante na alma do poeta como o fim da vida. Portanto, a morte vem a ser um dos tópicos à prova de bala para o trovador. Apresento aqui os consagrados poetas no gênero da trova tratando desse tema. Maria Thereza Cavalheiro o trata com uma boa analogia onde a vida é uma boa analogia onde a vida é uma representação dramática que termina com o cerrar das cortinas:
“No palco há lágrima e riso:
– um drama entre o Mal e o Bem.
Até que a mão, sem aviso
desce o pano que retém.”
         Já o poeta Silvério da Costa apresenta uma perspectiva mais real do sistema vida/morte:
“Cuidado, não digas não
quando podes dizer sim.
Não percas nunca a razão,
pois a vida tem um fim.”
         Arlindo Nóbrega põe o jogo da vida e da morte ao acaso:
“Sendo a vida passageira
há pressa no que fazer,
pois se queira ou não se queira,
tudo pode acontecer.”
         O poeta Francisco Miguel de Moura apresenta um segmento de um poema que quase resultou em trova. Embora não venha em métrica tradicional da trova, vem quatro versos e rimas alternadas. Além disto, é um precioso poema, que insisto em citar pelo merecimento do tema e da surpresa lírica tão poderosa como na perfeita trova:
“A vida nasce e come
E vive e cresce e chora
E seca e some
E devora...”
         Por essas razões é que o escritor Antônio Soares, doutor em Teoria Literária e Psicanálise Social e editor da revista CAOSÓTICA diz em um de seus tratados: “Um poema bem elaborado, bem inspirado ou desejado, muitas vezes escrito e reescrito, será o metapoema, o hiper-poema, o hiper-moderno, termos estes que dizem que o ato criativo está sendo vivo, colorido, intenso, valorativo, fazendo que a experiência tida, volvida sobre si mesma e tomada em sentimento ou emoção avance para uma unidade cada vez maior e esta se torne poema ao ser escrita.”
         Antônio Soares não faz menção de tamanho dos versos nem do poema e sim da qualidade e das possibilidades temáticas. Também o poeta mexicano Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura, 1990, assim explica o poeta e a poesia: “O poeta fala das coisas que são suas e de seu mundo, mesmo quando nos fala de outros mundos.”
         Entretanto há trovadores que tratam de temas variados, porque o poeta, como um ser humano inspirado, constrói seu pensamento e sua obra literária como um testemunho do espaço geográfico, ecológico e histórico em que está destinado a viver.
         Kleber Leite é um desses trovadores excelentes em qualquer motivo que emocione sua alma, até mesmo o trabalho de um pequeno pássaro. Suas trovas abrangem o sentimento da solidariedade e da vida em suas celebrações:
"João de Barro miudinho,
que mestre de segurança!
Nem furacão destrói o ninho
feito de amor e esperança!"
         Anderson Braga Horta, escritor de todos os gêneros e assuntos, publicou um livro intitulado Signo: Antologia Metapoética, no qual estabelece no prefácio o seguinte: "Desde muitos anos venho lançando no papel essas reflexões acerca do fenômeno com o qual tenho convivido a existência inteira, já como simples expectador, já como autor e ator." Cito isto para confirmar que o escritor, principalmente o poeta inspirado na orquestra de vivência ao seu redor, é um registrador da história emocional do mundo. Eu havia guardado anteriormente estes quartetos nos arquivos da IWA e aproveito para citá-los aqui:
"Muito amor, amores poucos.
Cem mil dores numa dor!
E beijos... Desejos loucos…
Tanto amor num só amor!
Meigas vozes, gritos roucos...
Róseas pétalas... Multiflor!
Doce angústia... Ouvidos moucos…
Sonho, saudade, torpor..."  
         No novo livro recolho um mais:
"Olhos lunares,
olhos lunares
dai-me a pureza
dos vossos mares."
         Vou citar umas frases de Humberto del Maestro, o escritor de "Ditos, adágios e aforismos", cujo livro recebi. Ele confessa, com todo seu pessimismo: "Sou o resultado de muita filosofia barata, inclusive das minhas." Mas antes disto dizia: "Se pudesse me despir dessas tristezas, o mundo, por certo, seria um pouco mais feliz."  Isto me oferece a oportunidade de lhe aconselhar: Leia e escreva mais trovas, companheiro. Seus ditos filosóficos poderiam transformar-se em um divertido jogo poético, de uma leitura mais positiva como o é esta  sua trova:
"Jamais sentirei estrelas
no toque de minha mão,
mas poderei sempre tê-las
no arrojo da inspiração."
         É claro que tenho que dizer e terminar dessa maneira, pois isto é um artigo de elogio à sua alteza, a TROVA.

_______________________
*Teresinka Pereira é escritora e gestora cultural, preside a Associação Internacional de Escritores e Artistas - IWA, com sede em Toledo, Ohio, nos Estados Unidos
Fonte: Francisletras – ano 13 – n.63 – Goiânia/GO, setembro de 2012.

XVIII Jogos Florais de Porto Alegre/RS - 2015 (Trovas Premiadas)

Concurso Nacional/
Internacional De Trovas
Tema: LUZ (Líricas e filosóficas)

VENCEDORAS
1º lugar
.
Considere a dor, sem drama,
e carregue a sua cruz,
veja que a vela arde em chama
e morre...ao nos dar a luz!
VANDA ALVES DA SILVA
Curitiba PR
 .
2º lugar
 .
Seu exemplo, pai amado,
é a lembrança mais querida.
é farol iluminado
pondo luz em minha vida.
JOSÉ GILBERTO GASPAR
São Bernardo do Campo SP
 .
3º lugar
 .
Viva com honestidade,
que aos bons caminhos conduz;
quem usa a luz da verdade
enche este mundo de luz.
OLYMPIO DA CRUZ SIMÕES COUTINHO
Belo Horizonte MG
 .
4º lugar
 .
Se uma sombra reproduz
todo brilho que se tem,
na intensidade da luz
só reluz quem faz o bem.
        LUIZ POETA
        Rio de Janeiro RJ
 .
5º lugar
 .
Ao bailado dos lençóis,
quando o prazer nos conduz,
o amor inventa outros sóis
para abrigar nossa luz!
JOSÉ OUVERNEY
Pindamonhangaba SP
 .
MENÇÕES HONROSAS
 .
Não reclamo ante os escolhos,
nas trevas, mantendo a calma...
Quem tirou-me a luz dos olhos,
pôs luz e brilho em minha alma!
SANDRO PEREIRA REBEL
Niterói RJ
 .
À noite, o brilho do orvalho
é meu guia à luz difusa,
quando o  amor procura atalho
que a teus braços me conduza.
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Belo Horizonte MG
 .
Eu te neguei meu perdão
no instante da despedida.
Seguindo a luz da razão,
perdi a razão da vida.
RELVA DO EGYPTO REZENDE SILVEIRA
Belo Horizonte MG
.
Anoitece, e é tão bonito:
o sol que ainda reluz,
vai matizando o infinito
com pinceladas de luz!
SELMA PATTI SPINELLI
São Paulo SP
 .
Na calma luz de quem ama
que ilumina este meu ser,
és o sol que se derrama
num sublime amanhecer...
J. B. XAVIER
São Paulo SP
 .
MENÇÕES ESPECIAIS
 .
Pouca luz já mostra a trilha
para quem imita a vela
na chama que compartilha
e acaba, também com ela!
JOSAFÁ SOBREIRA DA SILVA
Rio de Janeiro RJ
 .
Deus se desdobra no amor
e, deixa o ventre bem farto,
quando a mãe dá com fulgor
mais de uma luz num só parto!
AILTO RODRIGUES
Nova Friburgo RJ
 .
Luz física tem limite,
abrange espaço certeiro,
mas a luz que o amor emite
alcança o universo inteiro...
VANDA FAGUNDES QUEIROZ
Curitiba PR
 .
Quando a aurora invade a terra
e a luz do sol varre os breus,
do rincão, ao pé da serra,
posso ver a mão de Deus!
EDMAR JAPIASSU MAIA
Nova Friburgo RJ
 .
Dá-me, ó Deus, o dom fecundo
de ser luz onde estiver.
- Só merece estar no mundo
quem ao mundo o bem fizer!
ANTONIO AUGUSTO DE ASSIS
Maringá PR
 .
A luz é tão mais brilhante,
quando aquele que a contém,
ajuda o seu semelhante
a ter luz própria também!...
ROBERTO TCHEPLENTYKY
São Paulo SP


Concurso Nacional-Internacional
Tema: SOMBRA
(Humorísticas)

VENCEDORAS
.
Chega mais cedo o marido...
Grita o louro “dedo-duro”:
- Sem querer ser enxerido,
tem “sombra” pulando o muro!
WANDA DE PAULA MOURTHE
Belo Horizonte MG
 .
Quando a sombra aliviava
na barraca, o sol a pino,
o feirante aproveitava
pra refrescar o pepino!
EDMAR JAPIASSU MAIA
Nova Friburgo RJ
 .
Diz o bebum perturbado,
num tremendo “cai-não-cai”,
à sua sombra, intrigado:
- Onde você acha que vai?!
ERCY MARIA MARQUES DE FARIA
Bauru SP
 .
Perdendo o que não podia,
- porque perder ninguém quer, -
chega em casa um belo dia...
e nem sombra de mulher!....
ERCY MARIA MARQUES DE FARIA
Bauru SP
 .
Ao ver-te bela e envolvente,
a minha sombra se arrisca
e de maneira insolente
a tua sombra belisca...
DULCÍDIO DE BARROS MOREIRA SOBRINHO
Juiz de Fora MG
 .
MENÇÕES HONROSAS
 .
Minha dúvida me assombra
e, nela, vou dar um fim,
pois pensa ser minha sombra
e não desgruda de mim!...
LUCÍLIA ALZIRA TRINDADE DE CARLI
Bandeirantes PR
 .
Ao ver a sombra a seu lado
ela implorou: - Vem, querido!
Deu zebra: o vulto “ensombrado”,
dessa vez, era o marido!...
JOSÉ OUVERNEY
Pindamonhangaba SP
 .
 Uma sombra invade a rua;
tenso, o casal se retrai:
- Olha, meu bem, faltou Lua!
- Não, meu amor, sobrou pai!
JOSÉ OUVERNEY
Pindamonhangaba SP
.
Bairro pobre, tudo escuro,
mas no namoro se esmera,
e pra sombra atrás do muro,
tem até fila de espera...
CAMPOS SALES
São Paulo SP
 .
Ao ver que a esposa tremia,
ele rezou na intenção
de que a sombra que fugia
fosse mesmo assombração!
ARLINDO TADEU HAGEN
Juiz de Fora MG
 .
MENÇÕES ESPECIAIS
 .
Vendo um prefeito de escol,
cuja “mamata” me assombra,
não quero um lugar ao sol,
quero um lugar nesta sombra...
AUSTREGÉSILO DE MIRANDA ALVES
Senhor do Bonfim BA
 .
Muita gente desviava
da sombra, lá da estradinha...
Mas tinha quem se arrumava
pra vir ali, à noitinha...
DARI PEREIRA
Maringá PR
 .
O genro, que é só cautela,
o seu sonho já malogra...
não podendo pisar nela,
pisa na sombra da sogra...
        ANTONIO COLAVITE FILHO
Santos SP
 .
Se meu projeto malogra,
eu lanço a sogra na arena,
pois basta a sombra da sogra
que a desgraça se apequena!
JOSAFÁ SOBREIRA DA SILVA
Rio de Janeiro
 .
O marido chega armado
e flagra o casal tremendo...
O amante ficou parado
e a sombra saiu correndo!
SÉRGIO FERRAZ DOS SANTOS
Nova Friburgo RJ


Nacional Para Novos Trovadores
TEMA “VIDA”


VENCEDORAS
O golpe mais inclemente,
bem mais que a morte temida,
é ver que os sonhos da gente
vão morrendo pela vida...
CLÓVIS WILSON MATTOS ANDRADE
Senhor do Bonfim - BA
 .
Quando seus sonhos, querida,
vão se tornando enfadonhos,
não some sonhos à vida,
some mais vida a seus sonhos!
CLÓVIS WILSON MATTOS ANDRADE
Senhor do Bonfim - BA
.
A vida se poetiza
e ganha realce e brilho,
cada vez que se eterniza
no nascimento de um filho
LUZIA BRISOLLA FUIM
São Paulo – SP
 .
MENÇÕES HONROSAS
 .
Linhas mágicas marcando
quantas páginas da vida,
quais novelos se juntando,
do nascer...à despedida!
EULINDA BARRETO FERNANDES
Bauru - SP
.
Se os duros golpes da vida
vão nos deixando escolados,
sou mais minha mãe querida
com modos mais educados...
CARLOS HENRIQUE SILVA ALVES
Senhor do Bonfim - BA
 .
Buscando a estrada florida,
praticando sempre o bem,
quero fazer desta vida
um grande louvor...Amém!
AGENIR LEONARDO VICTOR
Maringá - PR
.
 MENÇÕES ESPECIAIS
 .
Sem ensaio, sem roteiro,
eu levo a vida adiante...
E me envolvo por inteiro,
numa trama fascinante!
LUZIA BRISOLLA FUIM
São Paulo - SP
 .
Se na angústia eu me consterno
no tempo encontro guarida:
“não há de haver brilho eterno,
nem trevas por toda a vida”.
MARÍLIA OLIVEIRA
Porto Alegre - RS
 .
Caminhe em frente e sorria,
leve contigo o segredo.
Na vida, sabedoria;
na morte, não tenha medo.
ANA CRISTINA SCHMIDT DA SILVA
Brusque - SC
 .

Concurso Estadual
TEMA: TREVA
líricas e filosóficas

VENCEDORAS
Repensa a vida que levas:
se obscura, busca o esplendor,
nada pior do que as trevas
da inércia e falta de amor.
LUIZ DAMO
Caxias do Sul
.
No céu, só trevas havia
e a noite sentia ciúmes
dos coriscos que ela via,
na dança dos vagalumes!
DELCY CANALLES
Porto Alegre
 .
Só reconhece o valor
da claridade de um lume
quem teve que sobrepor
trilhas de treva e negrume.
LISETE JOHNSON
Porto Alegre
 .
Liberdade é treva ou luz
que a vida ensina a colher...
Desse modo nos conduz
para “existir” ou...”viver”...
MÍLTON SOUZA
Porto Alegre
 .
Quando surge a luz o sol
que no horizonte se avista,
nesse divino arrebol
não há treva que resista!
IALMAR PIO SCHNEIDER
Porto Alegre
 .
MENÇÕES HONROSAS
.
Tanta escuridão no mundo,
sofrimento e muita dor!
Mas nas trevas, bem no fundo,
brilha uma estrela, a do amor!
AMÁLIA MARIE GERDA BORNHEIN
Caxias do Sul
 .
Mesmo que a treva persista,
mesmo que surjam abrolhos,
nada faz com que eu desista
de ver a luz dos teus olhos.
CLÊNIO BORGES
Porto Alegre
 .
Estude! Fuja da treva,
a riqueza é uma mentira,
o dinheiro, o ladrão leva,
o saber ninguém lhe tira.
NEOLY OLIVEIRA VARGAS
Sapucaia do Sul
 .
Fez-se a treva em meu redor
quando te afastas de mim;
teu amor é a luz maior
que me faz feliz assim.
ALICE BRANDÃO
Caxias do Sul
 .
É treva a droga que espalha
a dor...o medo...a ilusão...
pois a vida não se atalha
por becos de escuridão!
FLÁVIO ROBERTO STEFANI
Porto Alegre
 .
MENÇÕES ESPECIAIS
 .
Meus pensamentos tristonhos
estão de treva inundados,
pela morte dos meus sonhos,
dos sonhos, por mim, sonhados!
GISLAINE CANALES
Porto Alegre
 .
Estudo e trabalho são
meus pilares desde a infância
pois fugi da solidão
e das trevas da ignorância...
IALMAR PIO SCHNEIDER
Porto Alegre
.
Contemplo a noite sombria
que, a trevas, só se conduz
e, na minha fantasia,
vejo cascatas de luz!
DELCY CANALLES
Porto Alegre
 .
Jamais verás uma estrela
mesmo às trevas, a brilhar,
sem que o sol permita vê-la
lhe cedendo seu lugar.
LUIZ DAMO
Caxias do Sul
 .
Pretendo tirar da vida
muito amor, toda emoção,
e mesmo em treva sofrida,
ter laços no coração.
ZÉLIA DE NARDI
Caxias do Sul
 
Concurso Estadual
TEMA: BRILHO
Humorísticas

VENCEDORAS
 .
No fim do túnel...a luz...
e ele sorriu...(sem razão).
O brilho foi sua cruz:
era um trem na contramão....
MÍLTON SOUZA
Porto Alegre
.
Se o marido vem pra cama
tendo no olhar outro brilho,
a mulher logo reclama
e é sempre o mesmo estribilho...
LUIZ MACHADO STABILE
Uruguaiana
 .
Qualquer atalho na trilha
mostra o longe bem mais perto:
ouro falso também brilha
quando o “trouxa” crê no esperto...
MÍLTON SOUZA
Porto Alegre
 .
Panela velha brilhando
capricha a dona de casa,
enquanto vai cozinhando
o marido manda brasa.
MAGNÓLIA DA ROSA
Porto Alegre
 .
O marido anda ofuscado
em casa, sempre sozinho,
contudo, ele tem brilhado
no apartamento vizinho...
LUIZ MACHADO STABILE
Uruguaiana
.
 MENÇÕES HONROSAS
 .
Diz ter brilho com fartura,
vai vencer os candidatos,
tem ouro na dentadura
e lustrou bem os sapatos.
NEOLY DE OLIVEIRA VARGAS
Sapucaia do Sul
 .
Esgualepado e sem brilho,
vovô sapeca a mulata
gemendo num estribilho:
“mata o veio agora, mata”.
DORALICE GOMES DA ROSA
Porto Alegre
 .
Brilha mais que vagalume,
a coroa dançadeira,
noutro dia é só queixume
e aquela dor nas “cadeira”.
MAGNÓLIA DA ROSA
Porto Alegre
 .
Ela adorava luzir,
em tudo queria brilho...
E comprovou-se ao cair:
lantejoulas no fundilho!...
LISETE JOHNSON
Porto Alegre
 .
 Entre brilhos...Que se viu!
A “tomara” que vestia,
Foi se soltando...e caiu.
- Mostrou mais que deveria...
CLÁUDIO DERLI SILVEIRA
Porto Alegre
.
MENÇÕES ESPECIAIS
 .
É por minha Trepadeira
que o vizinho brilha o olho.
e eu que não “to” pra bobeira,
boto pra dentro...recolho...
CLÁUDIO DERLI SILVEIRA
Porto Alegre
 .
O cara diz ter cultura,
nem precisar de concurso,
o ouro da dentadura
vai dar brilho ao seu discurso.
NEOLY DE OLIVEIRA VARGAS
Sapucaia do Sul
 .
Arriscou: - Mas que tesouro!
(ao ver, no cozido, um brilho)
Pois era um dente de ouro,
boiando entre os grãos de milho.
LISETE JOHNSON
Porto Alegre
 .
A cachaça e o desapego
fez o gaudério ir embora,
amanheceu sem pelego
e o brilho do sol lá fora.
MARIA DORNELLES
Itapuã
 .
Diz ser o tal no rodeio,
pois doma qualquer potrilho,
mas foi um tombo bem feio,
que lhe tirou todo o brilho.
NEOLY DE OLIVEIRA VARGAS
Sapucaia do Sul

Concurso Especial
Alunos, Professores E Colaboradores
Da Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul
TEMA: CLARIDADE
Líricas e filosóficas

VENCEDORAS
.
1º lugar
 .
Na trilha que nos conduz 
sonhando com a eternidade,
serei teu raio de luz
e tu, minha claridade.
LÚCIA  BARCELOS
 .
2º lugar
.
Me confortas de carinho,
tamanha é tua bondade...
Iluminas meu caminho,
assim como a claridade...
MARIA CAROLINA S. P. DA CUNHA
.
3º lugar
 .
O brilhar da claridade
do teu rosto apaixonado
desvenda toda a verdade
deste amor iluminado.
FRANCISCO ALBERTO RHEINGANTZ SILVEIRA
 .
MENÇÕES HONROSAS
 .
Achei, na tua amizade,
terapia para o amor,
que me trouxe a claridade
pra acabar com minha dor.
MARINA DANI GOMES
 .
Para um grande sonhador
ao longe tem claridade,
muita esperança no amor
 muita fé na humanidade.
EVA ALDA MEDEIROS CAVASOTTO
.
Vai-se embora esta saudade,
desce a sombra no portão...
Nasce o dia: a claridade,
ilumina o coração!
MARIA CAROLINA S. P. DA CUNHA


Concurso Estudantil
Homenagem à Escola Estadual Pe. Landell De Moura – 57 Anos
TEMA: SOM
 
VENCEDORAS
 .
O som que invade meu quarto
é o mesmo que invade a mente,
por isso eu sempre reparto
o meu som com toda a gente.
FERNANDA SANTOS ACUNHA
 .
Toda a vida se resume
ao som de uma poesia,
pois desfaz todo o azedume
e me dá muita alegria.
JENIFER JANICE PEREIRA VERGUEIRO
 .
Luar...o som a cantar
num tom alegre, contente,
que eu nem consigo falar.
- Fico pensando na gente...
THIAGO ROQUE DA SILVA 
 .
MENÇÕES HONROSAS
 .
Só ela faz meu estilo,
porque é toda independente.
Penso que ela é tudo aquilo
que eu quero daqui pra frente.
LUIZA NUNES RIBEIRO
 .
O som do meu coração
com sua essência divina
despertou-me uma paixão:
tu és meu querer, menina.
CHARLLES B.
 .
Esse som no pensamento
que fica na nossa mente
demonstra que o sentimento
melhora sempre o ambiente.
JÚLIA RODRIGUES
 .
MENÇÕES ESPECIAIS
 .
O teu som desperta amor
mas no fundo, uma tristeza:
em teu beijo sem calor
sinto falta de franqueza.
ALISON ESCOBAR BITTENCOURT
 .
O som virou vibração
e quando entrou na balada
começou o “batidão”,
esquentando a gurizada.
NICKOLAS DA SILVA LINCK
 .
Som de amor tem melodia,
acabou com meu rancor,
aumentou minha euforia
e transformou minha dor. 
DOUGLAS BARRETO CENTENO
 .
O som da Sabedoria
pode-se ouvir bem distante,
e o som da grande alegria
inicia num instante.
MANOELA SANTOS MUNIZ DA SILVA
.
Fonte: Colaboração de Milton S. Souza (Porto Alegre/RS)