terça-feira, 11 de outubro de 2016

Guilherme de Almeida (1890 - 1969)

Guilherme de Almeida (G. de Andrade e A.), poeta e ensaísta, nasceu em Campinas, SP, em 24 de julho de 1890, e faleceu em São Paulo, SP, em 11 de julho de 1969.
         Filho do jurista e professor de Direito Estevam de Almeida, estudou nos ginásios Culto à Ciência, de Campinas, e São Bento e N. Sra. do Carmo, de São Paulo. Cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, onde colou grau de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1912. Dedicou-se à advocacia e à imprensa em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foi redator de O Estado de São Paulo, diretor da Folha da Manhã e da Folha da Noite, fundador do Jornal de São Paulo e redator do Diário de São Paulo.
         A publicação do livro de poesias Nós (1917), iniciando sua carreira literária, e dos que se seguiram, até 1922, de inspiração romântica, colocou-o entre os maiores líricos brasileiros. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, fundando depois a revista Klaxon. Percorreu o Brasil, difundindo as ideias da renovação artística e literária, através de conferências e artigos, adotando a linha nacionalista do Modernismo, segundo a tese de que a poesia brasileira “deve ser de exportação e não de importação”. Os seus livros Meu e Raça (1925) exprimem essa orientação fiel à temática brasileira.
         A essência de sua poesia é o ritmo “no sentir, no pensar, no dizer”. Dominou amplamente os processos rímicos, rítmicos e verbais, bem como o verso livre, explorando os recursos da língua, a onomatopeia, as assonâncias e aliterações. Na época heroica da campanha modernista, soube seguir diretrizes muito nítidas e conscientes, sem se deixar possuir pela tendência à exaltação nacionalista. Nos poemas de Simplicidade, publicado em 1929, retornou às suas matrizes iniciais, à perfeição formal desprezada pelos outros, mas não recaiu no Parnasianismo, porque continuou privilegiando a renovação de temas e linguagem. Sobressaiu sempre o artista do verso, que Manuel Bandeira considerou o maior em língua portuguesa.
         A sua entrada na Casa de Machado de Assis significou a abertura das portas aos modernistas. Formou, com Cassiano Ricardo, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia e Alceu Amoroso Lima, o grupo dos que lideraram a renovação da Academia.
         Em 1932 participou da Revolução Constitucionalista de São Paulo e esteve exilado em Portugal. Distinguiu-se também como heraldista. É autor dos brasões-de-armas das seguintes cidades: São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Compôs um hino a Brasília, quando da inauguração da cidade.
         Em concurso organizado pelo Correio da Manhã foi eleito, 16 de setembro de 1959, “Príncipe dos Poetas Brasileiros” (4o do título).
         Era membro da Academia Paulista de Letras; do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo; do Seminário de Estudos Galegos, de Santiago de Compostela; e do Instituto de Coimbra.
         Traduziu, entre outros, os poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e, ainda, a peça a peça Huis clos (Entre quatro paredes) de Jean Paul Sartre.
 
Obras:
Nós, poesia (1917); A dança das horas, poesia (1919); Messidor, poesia (1919); Livro de horas de Soror Dolorosa, poesia (1920); A flor que foi um homem: Narciso (1921); Era uma vez..., poesia (1922); Natalika (1924); A flauta que eu perdi, poesia (1924); Meu, poesia (1925); Raça, poesia (1925); Encantamento, poesia (1925); Do sentimento nacionalista na poesia brasileira, ensaio (1926); Ritmo, elemento de expressão, ensaio (1926); Simplicidade, poesia (1929); Gente de cinema (1929); Carta à minha noiva (1931); Você, poesia (1931); Poemas escolhidos (1931); Cartas que eu não mandei (1931); Hino paulista (1932); Nova bandeira (1932); O meu Portugal (1933); A casa (1935); Acaso, poesia (1938); Cartas do meu amor (1941); Estudante poeta (1943); Tempo (1944); Poesia vária (1947); Gonçalves Dias e o romantismo (1948); Joca (1948); Histórias talvez (1949); O anjo de sal (1951); Toda poesia (1952); Acalanto de Bartira (1954); Camoniana (1956); Pequeno romanceiro (1957); A rua (1961); Cosmópolis (1962); Rosamor (1966); Os sonetos de G. A (1968); O sonho de Marina (s.d.).

Lendas da Índia (A Busca das Plantas Medicinais)

No cerco de Lanka, o chão ficou coalhado de mortos e de feridos. Lakshman foi gravemente atingido e Rama entrou em desespero com o estado que se encontrava o irmão.

Nesse momento Hanuman atravessou o mar, dessa feita voando em direção ao norte, até o Himalaia, em busca da montanha da vida, coberta de plantas medicinais capazes de curar todo tipo de ferimento e ainda devolver a vida aos mortos.

Vindas da lua, as plantas brilhavam com luz própria. Lá de cima, Hanuman viu a montanha faiscando. Mas as plantas se esconderam debaixo da terra e as luzes se apagaram, quando sentiram que alguém se aproximava.

Como não havia tempo para desenraizá-las, Hanuman arrancou a montanha inteira, com as ervas, árvores, os minérios, rios, animais e,  levantando-a com as mãos acima da cabeça, retornou a Lanka. O voo rápido aqueceu as ervas que começaram a exalar vapores. Enquanto pairava no ar, à procura de um lugar apropriado para depositar a montanha, o cheiro das plantas se espalhou por todo o campo de batalha e isso foi o bastante para que os mortos recuperassem a vida e os feridos se curassem. Todos se salvaram, romperam o cerco e conquistaram Lanka.

Vencida a guerra contra o Demônio de Dez Cabeças, Sita foi liberada e voltou para a companhia de Rama, de Lakshman, agora completamente curado, de Hanuman, Sugriva, Jambavat e do vitorioso exercito de macacos e ursos.

Fonte:

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Concurso Estadual de Trovas em Homenagem ao Cinquentenário do MTG (Trovas Premiadas)



Veteranos – Tema: Gaúcho


VENCEDORAS:


Gaúcho é o meu coração
que, galopando na estrada,
pelos campos da afeição,
busca a prenda tão amada.
Delcy Canalles
(Porto Alegre)

O gaúcho tem mostrado
ao Brasil, glamour e glória,
deixando o nome gravado
entre as páginas da história.
Luiz Damo
(Caxias do Sul)
 
Eu sou um gaúcho guapo,
trago no meu coração,
o antigo sonho farrapo,
muito amor à tradição!
Delcy Canalles
(Porto Alegre)

Gaúcho, Deus te proteja
em todas tuas andanças,
pois a paz sempre viceja
pra quem semeia bonanças.
Lúcia Barcelos
(Porto Alegre)

O gaúcho e o chimarrão
convivem no mesmo espaço,
passando de mão em mão,
cada gole é um grande abraço!
Gislaine Canales
(Porto Alegre)
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MENÇÕES ESPECIAIS


Gaúcho, nasci no pago,
e isso muito me envaidece:
nascer aqui é um afago
que Deus faz em quem merece...
Milton Souza
(Porto Alegre)

Sou da estirpe farroupilha
e sei desde pequerrucho
que na luta e na guerrilha
moldou-se o homem gaúcho.
Luiz M. Stabile
(Uruguaiana)

Sereno...altivo...montado
em seu cavalo, é demais!
- Ser gaúcho, nobre estado
de espírito, nada mais!
Flávio Stefani
(Porto Alegre)

Quando o gaúcho se expande
no fole de uma “cordeona”,
feito o mapa do Rio Grande,
do meu peito ele se adona!
Flávio Stefani
(Porto Alegre)

Gaúcho é sempre capaz
de enfrentar a tempestade.
Nem a guerra, um mal sagaz,
corrói sua honestidade!
Jaqueline Machado
(Cachoeira do Sul)


MENÇÕES HONROSAS


Bom cavalo é o maior luxo
para um gaúcho de lei...
Ele é o trono onde um gaúcho,
montado, se sente um rei...
Milton Souza
(Porto Alegre)

Um pingo bom é um regalo
que o gaúcho bate palma...
Um gaúcho sem cavalo
é quase um corpo sem alma...
Milton Souza
(Porto Alegre)

O gaúcho, em sua essência,
laça a vida, espalha afagos.
São Pedro guia a existência
nas andanças nestes pagos.
Luiz Damo
(Caxias do Sul)

O churrasco e o chimarrão,
na verdade, são um luxo,
na “Mesa da tradição”
do nobre povo gaúcho!
Flávio Stefani
(Porto Alegre)

O gaúcho é um homem forte,
mas de coração mui brando;
e não tem medo da morte,
por isso vive lutando.
Ialmar Pio Schneider
(Porto Alegre)


Novos Trovadores  – Tema: Pampa


1o. lugar:
Neste pampa de refregas,
como fogo, a liberdade
queimou cercas e macegas,
e brotou fraternidade.
Ary de Oliveira Cardoso
(Porto Alegre)

2o. lugar:
Entre as coxilhas , os pampas
para os olhos são colírios;
e o gaúcho lá se acampa,
com músicas e delírios.
Ruth Hellmann
(Erechim)

3o. lugar:
Pampa, oásis encantado,
onde sopra o minuano,
no calor ou no gelado,
sempre anima o veterano.
Ruth Hellmann
(Erechim)

Fonte: Calendula Literária n. 459 – setembro de 2016.

Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG)

     
      O MTG é um organismo social de natureza nativista, cívica, cultural, literária, artística e folclórica, conforme descreve simbolicamente o Brasão de Armas do MTG, com as sete ( 7 ) folhas do broto, que nasce do tronco do passado.

         Os objetivos do MTG são de duas ordens:
           1º - congregar os Centros de Tradições Gaúchas e entidades afins para constituir uma associação que permite padronização de procedimentos e realização de atividades com abrangência estadual ou nacional das quais participam todos os filiados com interesse no tema;

           2º - preservar o núcleo da formação gaúcha e a ideologia consubstanciada nos estudos da história, da tradição e do folclore, além do que constam nos documentos fundamentais, como as teses aprovadas em congressos e a Carta de Princípios que define os objetivos do tradicionalismo gaúcho desde o ano de 1961.

         A história do Movimento Tradicionalista Gaúcho pode ser contada a partir de vários momentos. Alguns reconhecem como ponto de partida a fundação do Grêmio Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1889. Outros, a ronda gaúcha, no Colégio Julio de Castilhos, de 1947. Ainda há quem defenda como marco inicial a fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do Conselho Coordenador, em 1959. Seja qual for o ponto de partida, o importante é que, em 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em Tramandaí, foi decidido organizar a associação de entidades tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho, o MTG.

         Assim é que, desde 28 de outubro de 1966, a Instituição se tornou conhecida como MTG.

Muitas pessoas contribuíram para que o MTG se tornasse uma organização reconhecida e respeitada. Nas atividades diárias, nos congressos e convenções, nos eventos de âmbito estadual, nos debates sobre a história, música, folclore, cavalgadas, fandangos, jovens, família, valores, princípios, crenças e tudo o mais que fascina os tradicionalistas,.

           No ano de 2016, comemora cinco décadas de uma entidade que está entre as maiores da sociedade brasileira. São quase 1700 entidades juridicamente constituídas e quase um milhão de associados. Um fabuloso exército de pessoas que acreditam nas mesmas coisas e se dedicam aos mesmos fazeres culturais.

         O MTG é um orgulho do Rio Grande do Sul, não só pela estrutura que possui no Estado, mas pela dimensão mundial que tomou. No Brasil há oito federações e uma Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha. No exterior há mais de 20 núcleos em que a cultura, a história e os costumes do Rio Grande são vivenciados diariamente. A Confederação Internacional da Tradição Gaúcha reúne Brasil, Argentina e Uruguai na mesma ideia de preservação da cultura gauchesca.
Fonte: http://www.mtg.org.br/