segunda-feira, 25 de abril de 2016

Matusalém Dias de Moura (Aldravias)

fico
mudo
ao
ouvir
tua
voz
*

minha
mãe
morrendo
dói
em
mim
*

procurando
poesia:
em
Mariana
descobri
aldravia
*

minha
alma
chora
um
sonho
morto
*

sonho
morto
a
esperança
ainda
vive
*

espero
tua
chegada
e
você
virá?
*

ontem
esperei
e
você
vão
veio
*

teu
sorriso
me
basta
sou
feliz
*

bem-te-vi
na
antena
cantando
a
tarde
*

todo
dia
leio
Deus
na
poesia
*

sou
seixo
rolado
mas
todo
esfolado
*

paradoxo:
frente
fria
aquece
minha
alma
*

de
repente
teu
sorriso
me
olha
*

tua
piscadela
me
confirma
nosso
amor
*
no
olhar
me
diz:
sou
tua
*

mesmo
velho
meu
coração
ainda
sonha
*

pela
janela
a
piscadela
da
estrela
*

noite
alta:
a
lua
no
quarto
*

sozinho
na
varanda
namoro
as

nuvens

Matusalém Dias de Moura (1959)

Matusalém Dias de Moura nasceu em 05 de junho de 1959, no Município de Iúna, ES. Advogado e Procurador de carreira da Assembléia Legislativa do Espírito Santo. Foi Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Iúna, Relator Geral da primeira Lei Orgânica do Município de Iúna. Foi Assessor Jurídico dos Municípios de Ibatiba (ES) e Lajinha (MG); Escrivão Judiciário da Quarta Vara Criminal de Cariacica (ES) e Secretário Particular da Presidência da Assembléia Legislativa, na gestão do então Deputado Vicente Silveira. Em 2000 recebeu da Câmara Municipal de Vitória o título de “Cidadão Vitoriense”.
            Poeta, cronista, contista, ensaísta e haicaísta, com trabalhos publicados em vários jornais e revistas. Publicou, também, os seguintes livros: Menino de Cachoeirinha, 1993; Varal Partido, 1998; 17 Poemas da Infância, 1999; Vento Rasteiro, 1999; O Silêncio dos Sinos, 2000; Poemas do Caparaó, 2000; Crônicas da Montanha e do Mar, 2006, (Prêmio Rubem Braga, da União Brasileira dos Escritores/RJ); Poemas Mínimos, 2008; Minha Mãe Lavadeira, 2008; Flagrantes da Rua, 2009; Pequenos Ensaios, 2009; Água de Nascente, 2009; e História da Criação e Instalação da Biblioteca Municipal de Iúna, 2010; Alguma Coisa da Memória, 2011; Os Olhos de Lúcia e Outros Poemas de Amor, 2011 (Prêmio Arnaldo Aizim, da União Brasileira de Escritores/RJ); Carta Um Lavrador e Outros Poemas, 2011. Participou de várias Antologias publicadas em nível nacional.
            Membro da Academia Espírito-santense de Letras (cadeira 34); da Academia Iunense de Letras (cadeira 26), do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, União Brasileira dos Trovadores. Como Membro Correspondente, pertence, dentre outras, à Academia Mineira de Letras; Academia Cachoeirense de Letras; Academia Pindamonhangabense de Letras e à União Brasileira de Escritores, do Rio de Janeiro. Em 2001 recebeu o Diploma de Alto Mérito Cultural da União Brasileira de Escritores, do Rio de Janeiro. trabalhos publicados em vários jornais e revistas. Publicou, também, os seguintes livros: Menino de Cachoeirinha, 1993; Varal Partido, 1998; 17 Poemas da Infância, 1999; Vento Rasteiro, 1999; O Silêncio dos Sinos, 2000; Poemas do Caparaó, 2000; Crônicas da Montanha e do Mar, 2006, (Prêmio Rubem Braga, da União Brasileira dos Escritores/RJ); Poemas Mínimos, 2008; Minha Mãe Lavadeira, 2008; Flagrantes da Rua, 2009; Pequenos Ensaios, 2009; Água de Nascente, 2009; e História da Criação e Instalação da Biblioteca Municipal de Iúna, 2010; Alguma 

sábado, 23 de abril de 2016

Cecy Barbosa Campos (Aldravias Infantis)

1
girafa
altaneira
olha
por
cima

2
cachorrinho
alegre
balança
rabinho
latindo:
au-au

3
na
estrada
cascavel
arrasta
chocalho:
tim-tim

4
pulando
cercas
berra
a
cabrita:
béé-béé

5
comendo
bananas
macaco
diverte
crianças
nhóc-nhóc

6
elefante
bebe
água
na
lagoa:
tchoc-tchoc

7
coelhinho
branquinho
procura
cenoura
dando
pulinhos

8
gatinho
travesso
entrou
no
buraco
miau-miau

9
ratinho
esperto
se
escondera
do
gato

10
preguiça
sonolenta
boceja
deitada
no
galho

11
tamanduá
faz
banquete
almoçando
as
formigas

12
cavalo
marchador
levando
o
cavaleiro
pocotó-pocotó

13
cachorro
não
falando
entende
como
gente

14
raposa
azedou
uvas
que
não
alcançou

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Contos Populares Portugueses (Candeeiro de Cem Luzes)

Houve um rapaz que era muito pobre e foi servir para a casa de um conde. O rapaz andava sempre a suspirar. O conde, um dia, perguntou-lhe:

- Ó Fulano, porque suspiras tanto?

- Ah, senhor, a casa de meu pai! A casa de meu pai! Candeeiro de cem luzes! Mesa de dobradiças! Quando ele passava, todos se apartavam!

Então o conde perguntou-lhe:

- Teu pai é tão rico e andas a servir?

- Então o senhor não me compreende?! Candeeiro de cem luzes é um fardo de palha; mesa de dobradiças é uma mesa toda carunchosa, que quando se lhe deitavam os pratos em cima vergava toda; e quando o meu pai passava, todos se arredavam, porque ele vinha a cavalo e as pessoas que o viam apartavam-se para ele passar.

Fonte:
Viale Moutinho (org.) . Contos Populares Portugueses. 2.ed. Portugal: Publicações Europa-América.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Celito Medeiros (Poemas Escolhidos)

Ah... teus momentos!

Teus são todos os momentos
como teus os pensamentos
que vagam na pura dança
na memória que não cansa!

Viver em terno momento
e a vida em doce alegria
de ternos os sentimentos
que mais alguém quereria?

Um verso manso fazer
doce poesia no encanto
o afago bem em dizer
sentir também o canto!

Perceberíamos as diferenças
do que pintamos para a vida
da diferença toda contida
à doce e ternas lembranças.

Acordes para um tempo novo
dos acordes de um novo tempo
faça você mesmo a própria vida
da vida própria sem uma ferida!

A garota do poetinha

Olha que coisa mais linda
deve ainda pensar o poeta
Vinicius, que coisa concreta
você nos deixou na berlinda!

A garota continua passando
talvez mais linda como no Rio
você no céu deve estar olhando
cheio de graça, daquele desafio!

Passa o tempo para nós mortais
Para ela apenas um segundo
É, não somos todos iguais
Ela, a mais bela do mundo!

Não tenho alma

Dizem que eu tenho uma alma
Eu não, não tenho... Eu sou a própria!
O que tenho é um corpo
Mudam as coisas... confundem.

Se tenho um, soube tê-lo!
Posso tê-los mais,
No momento já o tenho.
No futuro, quem sabe... depois,

Talvez fique um pouco em férias
Vá olhar tudo por aí
Ver como estão as coisas
Lugares por onde passei
Lugares que quero passar.

Almas que já vi
Almas que quero ver
É, é assim – lugares onde já vivi
lugares onde desejaria viver.

Tenho saudades, sabe, aquela saudade
De outros tempos, outros lugares
Agora não posso, nem preciso
Escolhi exatamente estar por aqui
É com isto que devo me ocupar.

Claro, devo ter passado “as minhas”
Todo este tempo passado
Devo ter muito mudado
Quero de novo mudar
Voltar a ser o que era.
O começo de tudo ...

A alma básica, que já fui
As habilidades que tinha
O amor - que compreendia!

O que somos e o que queremos

Somos Deuses, desde o princípio de tudo
Somos espíritos, como todos os humanos
Somos a existencialidade, somos a base.

Fomos traídos, mas isto não é novidade
Fomos catequizados na boa intenção
Falhamos por termos bom coração.

E agora José, uma pedra no caminho
E não sobrou pedra sobre pedra
E nos deixaram aqui sozinhos ...

Onde estariam os outros Deuses?
Onde estaria o líder de todos?
Onde estariam nossos amigos?

Tantas tentativas em vão
Tantos vãos e tentativas
Tantos ainda aqui estão.

Uns tantos são mestres
Uns outros discípulos
Uns pouco são.

Queremos a saída
Queremos a vida
Queremos viver.

Religar
Voltar
Amar.

A vida não é uma só...

Vivemos esta vida de diversas maneiras
Uns se dão bem, outros nem tanto assim
Mas por favor, parem de falar besteiras
Eu não consigo viver pensando só em mim

Não importa alguém rezar ou ter intenção
Se viver dentro das armadilhas impostas
Sabemos muito bem que um bom coração
Não consegue ver o mal nestas propostas

Acreditar em Deus ou ser o próprio divino
É apenas uma questão de posição assumida
São ensinamentos colhidos em algum ensino
Mas o que está em jogo é nossa própria vida

Então alguns acreditam em ter uma vida só
Nem querem pensar sobre vidas já passadas
Mantidas em cativeiro por uma fé que dá dó
Acabam em medos, fobias e doenças danadas

Não lembram bem nem destes dias passados
Mal conseguem fazer uso de suas inteligências
Apreciam magias, mistérios e não são esforçados
Para o estudo que mostraria suas competências

Pregam mudanças, liberdade e amor fraternal
Calejam seus joelhos e gritam pela humildade
No entanto vivem em uma realidade infernal
Sem conhecer de fato a sua espiritualidade

A vida não é uma só e independe de acreditar
Grandes mentiras encobrir grandes verdades
Surgiram exatamente na tentativa de elucidar
O desconhecido dos que não tinham realidades

Ao menos pense um pouco e seja mais responsável
Tendo agora neste jogo da vida a sua participação
Deste modo será muito importante e até louvável
Conseguirmos saber o que de fato é a salvação!

A Liberdade é para Todos

Somos de fato ainda muito poucos
Neste planeta com alguns insanos
Assim podem nos considerar loucos
Ao lidarmos direto com os profanos

A população entre pessoas dementes
Lançadas no meio de sadias e puras
Urge a ação em sanear as sementes
Para preservar as gerações futuras

São os joios no meio dos trigais
Espalhados por toda a sociedade
Possuindo o instinto dos animais

Impedem toda a solidariedade
Daqueles com missões especais

Indicarem a plena liberdade