sábado, 7 de novembro de 2009

José Feldman (Paraná em Trovas)



1
Numa tarde tu chegastes,
viestes bem de mansinho.
Meu coração envolvestes
no calor de teu carinho.

2
Doce flor que desabrocha
Perfumando seu cantinho
Envolvendo toda rocha
Com doçura e carinho.

3
Vivi em busca de carinho
Em castelos de ilusão
Tanto tempo estou sozinho
Quem me aquece é a solidão.

4
Uma chave carregamos
Porta de um mundo melhor
Entretanto não largamos
A muleta de um bem pior.

5
Música na madrugada
Chovia em meu coração
Ao saber que minha amada
Perdeu-se numa canção…

6
Num retrato amarelado,
a saudade em mim se deu.
Ontem tinha meu pai ao lado
Hoje, sem ele…o pai sou eu.

7
Nas minhas tardes de criança
Brincadeiras de corrida.
Hoje danço em outra dança,
Danço no circo da vida.

8
Tanto mal nós infligimos
Em todos que bem nos queira,
E o perdão que lhes pedimos
É uma nuvem passageira.

9
Tanta gente só num canto
Perdidos no desamor
Contendo em si tanto encanto
No coração de um sofredor.

10
Tanta gente em si perdida
Entre sombras se escondendo
Cada dia é outra vida
Em disfarces vai morrendo…

11
Ah! Nos meus tempos de criança
Brincadeiras sem cansar.
Foi-se o tempo de balança
E fazer castelos no ar.

12
No teu corpo perfumado,
No brilho de teu olhar
Tem um castelo encantado,
Castelo do eterno amar.

13
No imenso palco, o amor
Destaca nos jardins meus
Um carvalho com fulgor
Na ponte entre mim e Deus…

14
Ontem plantaste uma flor
Na rocha da solidão.
Hoje dou-te com amor
Um postal do coração.

15
Caminhei por esta rua
Procurando o teu calor.
Ontem te prometi a lua
Hoje te prometo meu amor.

16
Tantos passos caminhei
Por labirintos incertos
Hoje nas trovas achei
Como vencer os desertos.

17
Jardineira de meu amor
Regaste-me em seus canteiros.
Hoje dou-te o meu calor
Na alameda de pinheiros…

18
Ontem…Florestas…Encanto…
Flores a desabrochar.
Hoje pinheiros em pranto
Um grito parado no ar.

19
Vejo o mar beijando a areia
No raiar de um novo dia
Ouço o canto da sereia
Com promessas de alegria…

20
Meu coração em pedaços
Tinha um céu tão estrelado
A esperança em teus abraços
E brisa de apaixonado.

21
Quando se faz a tolice
De entregar-se na paixão
Vive-se tanta meiguice
Mas, no fim… só decepção!
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