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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever uma Boa História Descritiva)

Escrever é uma forma de arte muito popular. Na escrita, qualquer um é capaz de se expressar através de diferentes paixões, sentimentos e expressões. Ser descritivo é uma característica importante para qualquer escritor, mas como escrever de maneira descritiva?

COMEÇANDO

1. Certifique-se de ter uma boa introdução.

É isso que atrairá o leitor para a história. Por exemplo: “Eu permaneci lá, na fortaleza da montanha, esperando e observando. Não sabia pelo que esperava, mas tinha certeza de que deveria estar ali. É como se tudo já estivesse determinado para acontecer."

2. Utilize linguagem descritiva!

Adjetivos são belos exemplos de palavras descritivas, tais como vermelho, macio, pegajoso, magnífico, horrendo, escamoso, entre outros. Com isso, o leitor poderá ter uma ideia clara do que está acontecendo na história. 

Por exemplo: “A cobra vermelha e escorregadia deslizou por entre as duas moitas espessas e repletas de folhas verdes.”

3. Crie sua conclusão.

Um final emocionante. NÃO use apenas o tradicional “Fim”, isso seria muito maçante! Termine de maneira inesperada, algo que ninguém nunca havia usado antes.

Por exemplo: “Ao perceber que minha jornada havia acabado, voltei meu olhar para o céu tão azul que parecia encoberto por um tecido. As nuvens eram negras como a noite. Embora tenha vencido, não realizei meu último desejo, que era encontrar minha mãe há muito perdida.”

USANDO A LINGUAGEM DESCRITIVA

1. Comece sua história de maneira que prenda a atenção do leitor.

A menos que esteja escrevendo um conto de fadas, você provavelmente não começará seu texto com “Era uma vez...”. Ao invés disso, use alguma coisa que desperte imediatamente o interesse do leitor, por exemplo:

“Mary foi ao chão ao que uma grande explosão atravessava a floresta como uma faca cortando um tecido.”. 

Com isso, o leitor será imediatamente apresentado ao personagem e ação principal. Não comece com uma cena de ação empolgante para depois seguir com várias páginas de exposição sobre o passado dos personagens e os bastidores de todas as ações. 

O leitor ficará irritado ao perceber que se interessou por uma parte apenas para ser forçado a passar por todas as partes entediantes.

Por exemplo: se você começar a história apresentando a personagem Mary e o contexto da explosão na qual está envolvida, dê sequência a esse segmento evitando seguir para páginas de descrição sobre como a floresta era antes e como passara por diversas transformações até se tornar o cenário atual, além de como era a aparência de Mary e sua história completa, etc. 

Ao invés disso, continue a ação principal contando o que Mary estava fazendo na floresta e o que causou a explosão.

2. Desperte os cinco sentidos do leitor.

Descreva como as coisas são, que cheiro elas têm, que sons podem ser ouvidos e que sensações podem ser sentidas. Dessa forma o leitor poderá sentir-se como parte integrante da ação e visualizar facilmente tudo o que está acontecendo.

Por exemplo, descreva como Mary sentiu o calor da explosão percorrendo seu corpo, faça com que o cabelo tenha ficado chamuscado para que ela possa sentir o cheiro de queimado.

Crie uma sequência em que ela quase sufoca com a fumaça acre e começa a tossir desesperadamente. E, por fim, faça com que seus ouvidos fiquem zunindo devido ao barulho da explosão (ao que esse pode ser um dos pontos-chave, onde Mary é capturada por não ouvir seus agressores se aproximando).

Obviamente, descreva apenas o que seja importante para sua história. Tente montar o cenário para dar ao leitor uma noção de como é a área onde está ocorrendo a ação, mas não sobrecarregue o leitor com cada ínfimo detalhe. Confie na imaginação do público.

3. Descreva os pensamentos e emoções de seu(s) personagem(ns).

Permitir que o público tenha esse conhecimento fará com que o leitor se sinta mais próximo e conectado a eles. Disserte sobre como os eventos da história influenciam a maneira como os personagens se sentem, como passam por mudanças emocionais devido aos eventos que experienciaram e que tipo de ação ou acontecimentos são criados a partir desses momentos.

Por exemplo: Mary pode estar se sentindo aterrorizada pela explosão na floresta, visto que ela havia dedicado sua vida a preservar esse habitat natural, ou talvez por que um de seus amigos estava próximo do ponto de impacto. Ela pode estar arrasada por causa da explosão, ou simplesmente nervosa. Talvez até esteja se sentindo arrasada, nervosa e aterrorizada, tudo ao mesmo tempo.

Reflita sobre como os pensamentos e emoções mudam conforme o rumo da história. Você não desejaria criar um personagem estático que não passa por nenhuma mudança, ao mesmo tempo que um personagem que passa por uma transformação drástica e sem sentido também poderia não agradar ao leitor. 

Por exemplo: no início da história, Mary pode estar se sentindo envergonhada por não ter ido contra as pessoas que criaram a explosão e, no decorrer da trama, desenvolve força e coragem impressionantes que a permitem derrotar os vilões.

4. Mostre, mas não conte.

Esta é a principal regra utilizada pelos mais criativos autores e escritores descritivos pelo mundo. 

Você não pode entregar toda a história pronta para o leitor, ao invés disso, utilize elementos de linguagem que passem pelo que você está querendo dizer, mas que não revelem o sentido literal de cada passagem construída.

Por exemplo: ao invés de dizer “Mary estava nervosa por causa da explosão”, você pode optar por uma passagem mais elaborada, tal como: “Mary cerrou os punhos ao ver as chamas e a fumaça devastando aquilo que um dia fora sua linda floresta. Ela mal sentia as pontas das unhas perfurando a carne de suas palmas. Tudo que ela havia trabalhado tanto para proteger agora estava destruído. Nesse momento, não era apenas a fumaça ardente que fazia seus olhos lacrimejarem.”.

DICAS

Não seja descritivo demais. 

Por exemplo, “Peguei com a mão esquerda a faca que estava guardada em sua devida posição dentro da gaveta localizada ao lado da geladeira com o imã vermelho de Papai Noel.” 

Isso é descritivo demais e facilmente incomodaria qualquer leitor. No entanto, evite fazer apenas descrições curtas e simples demais, tais como: “Seu cabelo era preto.”. Isso seria maçante demais!

Uma boa maneira de escrever uma história é pensar no que toca os personagens, o que escutam, cheiram, etc. Por exemplo: “Quanto mais ela andava floresta adentro, mais sentia o ar carregado”, ou algo parecido.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

A Literatura em evidência (A verossimilhança na Literatura Fantástica)

Anéis mágicos, mortos-vivos, viagens no tempo, objetos falantes, seres humanos que voam. A literatura fantástica está cheia deles. Não raro, narrativas assim costumam ser ambientadas em universos regidos por leis próprias, que não podem ser explicadas pela racionalidade convencional.

Sabemos que nada disso existe na vida real, mas podemos acusar de mentira uma história que contenha esses elementos? A resposta é: não. Isto porque a função da literatura não é enganar o leitor. Segundo, porque no mundo do "pode ser" a existência de universos e seres mágicos torna-se possível graças à verossimilhança. Você já deve ter ouvido falar nela, mas qual o seu significado?

De acordo com o dicionário Aurélio (2010), verossímil significa algo "semelhante à verdade, que parece verdadeiro, provável". Portanto, a verossimilhança indica a qualidade daquilo que é verossímil. Teóricos a classificam como:

– Interna: quando há coerência entre a estrutura narrativa e seus elementos internos, como em "O Senhor dos Anéis", de J.R.R. Tolkien.

– Externa: quando o universo ficcional guarda relações com o tempo e/ou espaço da vida real, expandindo a sensação de realidade. Por exemplo, em "Batman", de Bill Finger e Bob Kane, Gotham City é uma cidade fictícia que enfrenta problemas reais de uma cidade real (corrupção, criminalidade etc).

Na literatura fantástica, a verossimilhança é um dos pilares organizadores, digamos assim, do universo ficcional, no qual o enredo, personagens, tempo, espaço e narrador precisam estar em harmonia para a história fazer sentido.

Vale lembrar que, por mais fantástica que uma narrativa seja, o mundo real será sempre o ponto de partida, um referencial. Esse paralelismo com a realidade precisa existir para que haja verossimilhança.

De acordo com o filósofo e teórico da literatura, Tzvetan Todorov, autor de "Introdução à Literatura Fantástica" (2004), o fantástico ganha vida justamente quando o leitor sente dúvida, hesitação e ambiguidade ao entrar em contato com um mundo que parece o seu, mas que ao tempo é tão diferente. Sobre verossimilhança, Todorov diz que:

"A verossimilhança não se opõe [...] absolutamente ao fantástico: o primeiro [item] é uma categoria que se relaciona com a coerência interna, com a submissão ao gênero, o segundo se refere à percepção ambígua do leitor e da personagem. No interior do gênero fantástico, é verossímil a ocorrência de reações `fantásticas` (TODOROV, 2004, p. 52)".

Na Grécia Antiga, Aristóteles já falava em verossimilhança ao pensar a relação entre o mundo real e a sua representação por meio da arte. Em "Arte Poética", o filósofo defendeu que a literatura, assim como as demais manifestações artísticas, seria uma imitação, uma representação da realidade, o que ele chamou de mimese, e estaria no limite entre o real e o imaginário, ou ainda entre a verdade e a mentira. Quando falamos de narrativas fantásticas, esse limite se expande para o natural (as leis físicas que conhecemos) e o sobrenatural (leis desconhecidas), como elucida Todorov (2004):

"Há um fenômeno estranho que pode ser explicado de duas maneiras, por tipos de causas naturais e sobrenaturais. A possibilidade de vacilar entre ambas é que cria o efeito fantástico".

Todorov (2004) divide a literatura fantástica em três segmentos: fantástico puro, estranho e maravilhoso. É comum um gênero se sobrepor ao outro, o que muitas vezes dificulta uma classificação precisa. Segundo o autor, a forma como o elemento mágico é explicado ou não dentro da história é o que vai estabelecer essa definição.

Por fim, tão logo o leitor compreenda o funcionamento do universo ficcional criado, perceberá a narrativa como verossímil. Basta ver que no enredo criado por Mary Shelley e Bram Stoker, Frankenstein e Conde Drácula são tão reais e coerentes quanto eu e você vivendo no Planeta Terra. Nesse sentido, ao escrever uma história fantástica avalie se há verossimilhança, reveja as possíveis inconsistências narrativas e verifique se todos os elementos internos estão coerentes entre si.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Everton Sobral (Qual a importância de datas como o dia do folclore nacional na educação infantil conectada de hoje?)

Datas como o Dia do Folclore Nacional são muito importantes na educação infantil, principalmente no atual momento, de grande transformação digital.

Com crianças cada vez mais conectadas, abordar temas dos nossos ancestrais, já nos primeiros anos escolares, permitem que as crianças explorem e valorizem a cultura e tradições locais, ao mesmo tempo, promovendo a diversidade e o respeito às diferentes manifestações culturais.

Além disso, essas datas podem servir como pontos de partida para atividades interdisciplinares, envolvendo história, geografia, arte e literatura, enriquecendo, de maneira lúdica, a experiência educativa das crianças.

O PAPEL DO FOLCLORE NACIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

No mundo onde a tecnologia está presente em quase todos os aspectos de nossas vidas, é essencial refletir sobre o papel das tradições culturais e datas comemorativas, como o Dia do Folclore Nacional, na educação infantil.

Essas datas especiais não só celebram a riqueza cultural de um país, passada de geração para geração, mas também desempenham um papel fundamental na formação das crianças, tanto no passado quanto no presente.

A CULTURA ANTES DA ERA DIGITAL

Antigamente, as crianças curtiam o tempo livre e desconectado da tecnologia. Passavam seus dias explorando a natureza, ouvindo histórias contadas pelos mais velhos e participando de brincadeiras tradicionais passadas de pais para filhos.

“Pique-pega”, “pique-lateiro”, “pique-esconde”, “ciranda cirandinha”, “cabra-cega”, entre outras são brincadeiras de momentos presentes apenas na lembrança de quem viveu o período anterior à Era da tecnologia.

O contato direto com as tradições culturais era parte de suas vidas, e datas como o Dia do Folclore Nacional serviam como oportunidades para aprofundar esse contato, através de festividades locais, apresentações teatrais e atividades educativas.

FOLCLORE NACIONAL NA ERA DIGITAL

No entanto, na era digital em que vivemos hoje, as crianças estão frequentemente presas aos estímulos eletrônicos, o que pode fazer com que fiquem desconectadas de suas raízes culturais e tradições.

Por isso, datas como o Dia do Folclore Nacional ganham uma importância ainda maior na educação infantil.

A presença das antigas comemorações na educação infantil oferece uma oportunidade valiosa para as crianças se reconectarem com suas heranças culturais, explorarem sua identidade e desenvolverem um senso de pertencimento à comunidade.

Além disso, colabora para a formação de um cidadão dotado de empatia e respeito pela diversidade.

COMO APROVEITAR O FOLCLORE NACIONAL NA ATUAL EDUCAÇÃO INFANTIL?

Uma das maneiras de aproveitar ao máximo essa data na educação infantil de hoje é integrar a tecnologia de forma criativa e significativa.

Em vez de substituir as tradições culturais, a tecnologia pode ser usada para enriquecer e ampliar a experiência das crianças.

Por exemplo, os educadores podem utilizar recursos digitais, como vídeos, aplicativos e jogos educativos, para apresentar às crianças histórias, músicas e danças folclóricas de diferentes regiões do país.

Isso não só torna o aprendizado mais envolvente e acessível, mas também ajuda as crianças a desenvolverem habilidades digitais, essenciais para o mundo atual.

INTEGRANDO SABERES

O Dia do Folclore Nacional oferece a oportunidade de interdisciplinaridade na educação infantil.

Os educadores podem integrar atividades relacionadas em diferentes áreas do saber, como história, geografia, arte e literatura.

Por exemplo, os alunos podem estudar a história e origem das tradições, explorar as diferentes regiões do país onde essas tradições são praticadas, criar obras de arte inspiradas no folclore local e ler contos e lendas folclóricas.

Além disso, as crianças podem ser incentivadas a compartilhar suas próprias experiências e conhecimentos sobre o folclore com seus colegas, acrescentando no aprendizado e valorizando a diversidade cultural.

CONCLUSÃO 

Em um mundo cada vez mais globalizado, é extremamente necessário que as crianças aprendam a respeitar e valorizar as diferentes culturas e tradições, e o Folclore Nacional oferece uma oportunidade valiosa para isso.

Portanto, o Dia do Folclore Nacional, permite que as crianças, da conectada educação infantil, se reconectem com suas raízes culturais, explorem sua identidade e desenvolvam um senso de pertencimento à comunidade.

Integrando a tecnologia de forma criativa e significativa, e promovendo a interdisciplinaridade, os educadores podem aproveitar ao máximo esse momento, enquanto enriquece a experiência educativa das crianças e as prepara para se tornarem cidadãos globais conscientes e respeitosos.
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Everton de Oliveira Sobral é de São Paulo, capital, apaixonado por Marketing digital, SEO e jornalismo. Possui o Blog Agosto Urbano https://agostourbano.com.br/, que produz conteúdos atraentes sobre os mais variados temas, desde arquitetura e construção até cotidiano e bem-estar.
Fonte> Texto enviado pelo autor 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Dicas para Escritores (Como se manter motivado enquanto escreve)

Jeff Goins é um autor americano, blogueiro, palestrante. Além disso, é o fundador da Tribe Writers, uma comunidade online de escritores. Há anos ele vem ajudando escritores e aspirantes a escritores com livros, palestras, workshops e mais.

1- Escreva apenas um capítulo por vez

Escreva e publique um capítulo por vez, usando Amazon Kindle Singles, Wattpad, ou compartilhando com sua lista de assinantes.

2- Escreva um livro mais curto

O pensamento de escrever uma obra de 500 páginas pode ser paralisante. Em vez disso, escreva um livro menor de poemas ou contos. Projetos longos são intimidadores. Comece pequeno.

3- Comece um blog para obter feedback mais rápido

Obter feedback rápido e com frequência ajuda a dispersar a pressão. Inicie um site no WordPress, Blogspot ou Tumblr e use-o para escrever seu livro capítulo a capítulo ou cena a cena. E, eventualmente publique todos os posts em um livro físico.

4- Mantenha uma lista de inspirações

Você precisa disso para manter novas ideias fluindo. Leia constantemente e use um sistema para capturar, organizar e encontrar o conteúdo que você arquivou.

5- Mantenha um diário
 
Depois, reescreva os registros de forma mais literária, mas use algumas cópias ou scans das páginas do diário como ilustrações do livro. Você pode até vender edições “de luxo” que vêm acompanhadas de cópias do diário.

6- Seja consistente nas entregas

Em alguns dias, é fácil escrever. Em alguns dias é incrivelmente difícil. A verdade é: a inspiração é apenas um subproduto do seu trabalho duro. Você não pode esperar pela inspiração. A Musa é um empregado preguiçoso que não se mexe até que você o faça. Mostre-lhe quem manda e que isso é um negócio.

7- Faça pausas frequentes

Niel Fiore, o autor de The Now Habit, diz: “Há uma razão principal por que procrastinamos: é a recompensa com alívio temporário do stress”. Se você está o tempo todo estressado com seu livro inacabado, você acabará furando seu planejamento. Em vez disso, planeje pausas antecipadamente para que você se mantenha descansado: minutos, horas ou mesmo dias de folga.

8- Remova distrações
 
Tente ferramentas como Ommwriter.com, Byword ou Scrivener para que você escreva num ambiente totalmente livre de distrações. Dessa forma, e-mail, Facebook e Twitter não irão interromper o fluxo de escrita.

9- Escreva onde outros estão escrevendo (ou trabalhando)
 
Se você está tendo dificuldade para escrever consistentemente sozinho, vá para um lugar em que outras pessoas estejam trabalhando. Um café ou uma biblioteca onde as pessoas estejam realmente trabalhando e não apenas socializando podem ajudar. Se você estiver em um lugar em que as pessoas estejam fazendo coisas, você não tem escolha a não ser juntar-se a eles.

10- Não altere à medida que escreve
 
Em vez disso, escreva livremente primeiro, depois volte e edite. Você irá manter um fluxo de escrita melhor e não será interrompido por uma censura constante ao seu trabalho. Assim você terá mais texto para editar quando for a hora.

Dica bônus: Encontre um planejamento passo-a-passo para guiar você

Sem um planejamento, a maioria dos livros permanece inacabada e e maioria dos que são terminados não são muito bons.

Se manter motivado para escrever nem sempre é fácil, mas pode se tornar algo menos penoso.

Fonte: por Teca Machado, em Editora Albatroz. 8 junho 2022.

sábado, 6 de janeiro de 2024

O nosso português de cada dia ("Falamos desde Paris")

As transmissões esportivas continuam fornecendo material para discutir a língua. Sei muito bem o que é fazer rádio e TV ao vivo. Não é nada fácil. Muitas das bobagens que ouvimos são 
resultado da pressão natural imposta pela circunstância, e não fruto de ignorância ou despreparo,

Por falar em "ao vivo", você já notou que no canto da "telinha" sempre aparece a palavra "vivo"? As desculpas são várias. A mais comum é o velho problema do espaço ("ao vivo" não cabe no canto da tela). Mas nada me tira da cabeça que isso é resultado do advento das antenas parabólicas e da TV a cabo.

Com a chegada da CNN - americana em cuja imagem, se vê a palavra live, as emissoras brasileiras acharam que, se a expressão inglesa tem apenas uma palavra, a portuguesa pode muito bem ter também uma palavra só. É bom ser justo e dizer que a TV Cultura, que também usava o bendito "vivo" — fato vergonhoso para uma emissora educativa —, corrigiu o problema, a partir de sugestão que fiz à então diretora de programação, Beth Carmona, que imediatamente ordenou o emprego da forma correta.

Assim como se diz que se faz algo "aos poucos", "aos trancos e barrancos", "às pressas", "às vezes", só se pode dizer que se transmite algo "ao vivo". Em português, as expressões adverbiais costumam ser introduzidas por preposição {ao = a + o; à = a + a).

Mas a pérola de hoje é um caso de espanholismo. Trata-se do bendito "desde". É comum locutores esportivos abrirem a transmissão com algo como "Falamos desde Paris", "Transmitimos desde o autódromo de Monza". Para falar desde Paris, o locutor, que, quando diz isso, não está em Paris, precisa ter superpulmões para começar a falar em Paris e, depois de sabe Deus quantos quilômetros, continuar matraqueando,

Em espanhol, desde pode indicar procedência, origem. Em português, não. A preposição cabível é "de": "Falamos de Paris", "Transmitimos do autódromo de Monza". Alguém pode dizer que a frase "Falamos de Paris" é ambígua. Paris pode ser o lugar em que se está ou o assunto. O contexto certamente desfaria a ambiguidade.

Uma fábrica de telefones celulares está fazendo uma propaganda, cujo texto diz: "O mundo inteiro só fala nele". Talvez tenha havido a intenção de criar a ambiguidade, Como se pode falar de algo ou em algo, um dos sentidos da frase é que o telefone é o único assunto das pessoas. Mas o outro sentido pretendido esbarra num problema de regência: as gramáticas dizem que se fala ao telefone, e não no telefone. Para a gramática normativa, a frase tem apenas um sentido. É isso.

Fonte> Pasquale Cipro Neto. Inculta & Bela. SP: Publifolha, 1999.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Juliano Martinz (Como Escrever Diálogos Realistas em Livros e Textos)

Diálogo é aquele momento em que você se despe da função de narrador, e entrega a responsabilidade para a personagem. O problema é quando ela não tem a mínima ideia de como se desimcubir disso.

A descrição da cena vai bem. A personagem faz o que tem de fazer. O enredo se encaminha para um grandioso clímax. E, de repente, lá estão as duas personagens-chave, frente a frente. O grande momento. Uma delas abre a boca para a grande declaração… e fica com a boca aberta durante vários minutos, sem saber o que dizer.

Não, o súbito silêncio não faz parte da trama. O problema é o branco na mente do escritor, diante da necessidade de criar um diálogo realista e intenso. Uma situação bastante comum entre autores iniciantes.

Você deveria se preocupar com o diálogo de suas personagens? É evidente que sim. Um diálogo bem construído é capaz de enlaçar a atenção dos seus leitores. Por outro lado, diálogos ruins causam o efeito contrário: fazem com que os leitores larguem o livro e procurem algo mais interessante para entretê-los.

Por isso, os diálogos não podem ser colocados na lista dos elementos menos importantes em um livro. O bom escritor precisa dar a devida atenção aos diálogos de suas obras se há de conseguir manter a atenção dos leitores até o fim.

Mas como fazer isso? Como escrever diálogos realistas e envolventes? As dicas a seguir podem ajudá-lo.

OUÇA AS PESSOAS

Você presta atenção no que as pessoas à sua volta dizem? Não, não me refiro à essência do que elas dizem. Estou me referindo à maneira como elas se expressam, como utilizam as palavras para construir suas ideias, como conversam. Este tipo de exercício é essencial para ajudar você a entender um pouco mais a natureza humana e em como as pessoas utilizam o recurso da fala para se expressarem.

Será que o diálogo abaixo é realista?

– Bom dia, Amanda. Que prazer reencontrá-la aqui. Estava com saudades!

– Ah, obrigada. Também sentimos sua falta. Até estávamos falando em você, esses dias. Como tem passado?

– Estou bem. Naquela velha correria de sempre. E você? O que tem feito?

Queeeeee??? Quem fala assim?

Conversas são mais dinâmicas, e isto precisa ficar evidente nas conversas entre suas personagens.

No entanto, há uma palavra de cautela. O que nos leva imediatamente ao passo seguinte.

CORTE O IRRELEVANTE

Corte o irrelevante ao escrever diálogos

Ok, você prestou atenção em como as pessoas falam. Agora imagine que você grave um diálogo e depois transcreve-o, palavra por palavra. Como definiria o resultado? Uma chatice de dar nó no estômago.

– E aí?

– Fala.

– Beleza, cara?

– Tudo na paz.

– E as novis?

– Nem te conto.

– O quê?

Para!!! Ou vou fechar o livro e assistir TV.

Sim, as “conversas faladas” possuem elementos que só são significativos quando pronunciados. Mas quando escritas em um livro, perdem o sentido e podem torná-lo chato e cansativo. Assim, você precisa cortar o irrelevante. Retire os elementos das frases que não contribuem para o enredo.

Assim, você precisa casar as duas dicas acima: escreva como as pessoas falam (ou seja, conversas mais dinâmicas), mas cortando o que é irrelevante.

USE SOMENTE DIÁLOGOS INDISPENSÁVEIS

Cada linha de um diálogo precisa ter uma razão de existir. Mas, se as palavras estão ali apenas para acrescentar volume aos textos, será necessária uma pequena dose de ousadia para cortá-las. Em caso de dúvidas, experimente eliminar alguns dos diálogos e veja se isso desestrutura todo o bom andamento do enredo. Após fazer isso, caso seu texto ficar “manco”, você saberá que o referido diálogo é indispensável.

USE DIÁLOGOS COM FALAS CURTAS

Aquela coisa de construir diálogos onde cada personagem tem uma fala de umas 70 palavras – além de irreal, é bastante cansativo. Pense na primeira dica listada acima: observar as pessoas falando. São raros os casos em que as pessoas ficam discursando enquanto as outras apenas ouvem. Diálogos costumam ser dinâmicos. O próprio termo “diálogo” subentende isso. Portanto, não exagere nas palavras em cada fala. Não use 10 palavras quando 5 dão conta do recado. Isto ajuda a fluir as ideias com mais facilidades, conferem dinamismo à conversa, e são bastante envolventes.

INSIRA DESCRIÇÕES ENTRE AS FALAS

Os olhos dos seus leitores precisam de descanso, e isto se aplica principalmente nos princípios aplicados a como escrever diálogos.

Assim, você pode fazer isso por inserir breves descrições ao longo dos diálogos. Portanto, nada de manter um longo diálogo sem interrupção por uma página inteira (ou várias).

De fato, este tipo de quebra dos períodos ajuda o leitor a visualizar melhor o que está acontecendo ao redor da conversa, além de ser mais fácil para os olhos assimilarem o conteúdo.

CUIDADO COM GÍRIAS E ESTEREÓTIPOS

Tentando deixar os diálogos realistas, muitos escritores apelam para o uso de gírias, estereótipos e até tentam evidenciar o sotaque da personagem.

No entanto, tenha cuidado! Estes recursos costumam levar a distrações, e podem chamar a atenção do leitor para as palavras, fazendo com que ele se desconecte da trama. Isto não significa que não seja bom usar este recurso. Não estou dizendo isso. Mas, é claro que você não deseja que alguns elementos de sua narrativa chamem tanto a atenção dos leitores a ponto de distrai-los do ponto principal.

Por isso, se for utilizar gírias, faça-o com moderação.

DEIXE QUE A PERSONAGEM FALE

Uma boa história precisa de personagens únicas. Isto significa que elas possuem personalidade e carregam seu próprio tom de voz.

Por isso, na hora de construir diálogos, estas características precisam vir à tona. Não permita que você, escritor, fale por eles. Assim, não fique recorrendo a dicionários. Deixe que a personagem assuma controle sobre o que vai dizer.

Sem dúvida, isto faz com que sua fala seja autêntica.

CONCLUSÃO

Como escrever diálogos realistas e envolventes? Bem, como visto, isto é um dom que você precisa estimular. Tais diálogos possuem um potencial tão grande que, em muitos casos, são os elementos da narrativa que realmente fazem diferença. Eles têm o poder de envolver os leitores.

Portanto, dê bastante atenção aos diálogos dos seus contos e romances. Isto vai ajudá-lo a se tornar um bom escritor.

Fonte> https://corrosiva.com.br/como-escrever-um-livro/como-escrever-dialogos-livros-textos/

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Karen Hertzberg (Dicas de escrita: 30 dicas para tornar a escrita mais fácil)

 
Todos os dias você escreve, seja um trabalho universitário, uma postagem em um blog, um documento de trabalho, um e-mail ou uma atualização nas redes sociais. Sua escrita representa quem você é pessoal e profissionalmente, por isso vale a pena aprimorar suas habilidades. Aqui seguem trinta dicas de redação para ajudá-lo a se comunicar melhor por texto.

1- Defina metas de escrita.
Talvez você queira escrever um certo número de palavras por dia ou atualizar seu vocabulário. Você não pode alcançar uma meta a menos que tenha uma, então anote essa meta e trabalhe em direção a ela.

2- Escreva de manhã.
Para muitas pessoas, escrever fica mais fácil logo após uma boa noite de sono. Uma pesquisa da Grammarly também mostra que os madrugadores cometem menos erros de escrita.

3- Escreva diariamente.
Começar um grande projeto de escrita pode parecer intimidante se você não estiver acostumado com o ato de escrever. Pratique essa habilidade diariamente – seja uma frase curta ou um parágrafo inteiro – para se acostumar com o conceito mental e físico da escrita.

4- Inspire-se na pesquisa.
Antes de começar a escrever, faça uma leitura de reconhecimento. Tome notas enquanto você lê sobre o material do seu assunto. As ideias vão se formando à medida que você pesquisa.

Aqui vai uma dica de como fazer isso: Depois de entrar no processo de escrita, não pare para fazer mais pesquisas. Em vez disso, adicione um espaço reservado como [PESQUISA] e continue rolando. Você pode voltar para finalizar os fatos e adicionar referências quando seu primeiro rascunho estiver concluído.

5- Leve sempre um caderno e uma caneta, ou celular.
A inspiração pode bater a qualquer momento. Não deixe um discurso emocionante para um personagem, uma frase poética ou um nome de projeto cativante para sua memória. Anote em um caderno dedicado ou crie um arquivo de nota em seu celular

6- Experimente escrever roteiros.
Uma das melhores dicas de escrita para aspirantes a escritores é usar um roteiro. Você pode encontrar inúmeros roteiros de escrita on-line adequados para todos os tipos de gêneros. Escolha um que estimule sua imaginação e encoraje você a ser criativo.

7- Faça um esboço.
Se você costuma divagar sem uma estrutura clara, comece com um esboço, um rascunho, uma primeira versão. Siga este processo simples e infalível para se organizar desde o início.

8- Seja conciso.
A brevidade é importante na comunicação profissional. Respeite o tempo de seu leitor sabendo exatamente o que você precisa comunicar antes de começar a escrever para que você possa manter sua mensagem concisa.

9- Use voz ativa.
Escrever em voz ativa anima sua escrita para que o sujeito esteja agindo em seu verbo. Uma voz ativa parece mais confiante e segura de si; também é uma ótima maneira de eliminar palavras supérfluas da sua escrita.

10- Não negligencie o contexto.
O leitor tem as mesmas informações e referências que você? Se não, certifique-se de fornecer contexto. Você não precisa dar toda a história de fundo, apenas preencha as partes que faltam para que sua mensagem fique clara.

11- Formate seu texto corretamente.
Use uma boa estrutura de formatação de texto. Fica mais organizado para quando você for reler, editar e para quando outro profissional, como um preparador de texto ou um revisor, for trabalhar nele.

12- Use seus sentimentos na escrita
Emoções são partes fundamentais de texto, principalmente se estamos falando de livros de prosa, poesia, autoajuda e outros. Deixe que seus sentimentos fluam pelas suas páginas pois isso deixa mais pessoal e envolvente.

13- Revise cuidadosamente, principalmente antes de enviar para outra pessoa.
Erros de digitação e gramática são ruins. Sempre. Analise seu texto e corrija erros antes de enviá-lo. Mesmo se você enviar para um revisor, quanto menos erros, melhor.

14- Escreva como você fala, dentro da razão.
Sua escrita deve soar natural e fluida. A menos que você esteja se comunicando em um contexto mais formal, escreva como se estivesse conversando com um amigo.

15- Não divague.
Acabamos de dizer “Escreva como você fala”, mas há uma ressalva – não divague. Evite voltas e reviravoltas sinuosas e não use palavras de preenchimento como “tipo”, “realmente”, e “você sabe”. Uma boa escrita deve ir direto ao ponto e evitar frescuras.

16- Seja um contador de histórias.
Não importa qual seja a mensagem, nós humanos somos atraídos por histórias. Considere:
Era uma vez ___. Todos os dias, ___. Um dia ___. Por causa disso, ___. Até que finalmente ___.

17- Tenha empatia com o leitor.
A empatia pode melhorar todos os tipos de escrita, de ficção a marketing de conteúdo e divulgação por e-mail. Aproveite o tempo para se colocar no lugar do seu leitor. Você está pregando para eles ou está engajando-os mostrando que se relaciona com seus sentimentos e experiências?

18- Seja fascinado para ser fascinante.
Quanto mais interessado você estiver sobre o assunto sobre o qual está escrevendo, mais intrigados seus leitores ficarão com o que você escreveu.

DICA: Confrontado com material de assunto pouco inspirador para um projeto atribuído? Encontre um ângulo fascinante para sua história. Com a abordagem certa, é possível escrever uma história interessante até sobre algo desagradável.

19- Deixe sua escrita descansar por um tempo e edite de novo.
Sempre que possível, não edite logo após terminar de escrever. Volte depois de uma pausa e revise com novos olhos. Mesmo se afastar para uma caminhada rápida ou uma xícara de café pode ajudá-lo a mudar de escritor para editor.

20- Livre-se de palavras e frases de preenchimento.
Quando você edita, é hora de cortar. Cada palavra precisa de um trabalho, e aqueles que não estão dando o seu peso têm que ir.

Feche os olhos. Imagine as palavras como pessoas em um escritório. Os verbos correm, ativos e animados, realizando tarefas. Os adjetivos e advérbios evocam ideias e imagens no departamento de marketing. Mas sempre há aquele cara. Vê-lo? Ele está perto do bebedouro, encostado na parede. Ele é onipresente, mas ninguém sabe realmente o que ele faz. Ele pode estar por aí, mas com certeza não parece estar fazendo a sua parte.

Aquele cara poderia representar qualquer palavra ou frase que sempre aparece em nossa escrita, mas não contribui em nada. Aqui está uma lista de palavras e frases que você precisa para retirar.

Palavras e frases mais preguiçosas

Em todos os momentos
Cuidado com frases flácidas em todos os momentos.

Cada e todos
Procure palavras de preenchimento em sua escrita todos os dias diariamente.

Ainda
Ainda não sabemos se teremos sucesso.

Em ordem
Elimine o excesso de palavreado para limpar sua escrita.

Basicamente, essencialmente
Essas palavras basicamente não agregam valor. Eles são essencialmente inúteis.

Totalmente, completamente, absolutamente, literalmente, na verdade
Sem palavras de preenchimento, sua escrita será totalmente fabulosa.

Muito, realmente, bastante, bastante, extremamente
Essas palavras muito comuns realmente não são úteis. Eles são bastante chatos.

Simplesmente
Simplesmente Não use essa palavra com frequência.

Bonito
É uma muito boa ideia usar esta também com moderação.

Apenas
Se sua frase funcionar sem ela, você apenas não precisa dessa palavra.

Que
Esta é uma palavra que você só deve usar quando precisar dela para maior clareza.

Cima baixo
Não nos importamos se você fica de pé ou sentado deitado para escrever, basta escrever de forma limpa!

De fato
Na verdade, Suas habilidades melhoraram.

Tudo de
Todos Seus leitores vão gostar de ler textos mais limpos.

Como sendo
Você será conhecido como ser um escritor proficiente!

Sendo que
Sendo isso Como você é o melhor escritor da sua turma, certamente tirará boas notas.

Durante o curso
Durante o curso da aula de redação, aprendemos alguns truques novos!

Para todos os efeitos, na maior parte
Para todos os efeitos, Nossa redação melhorou.

Ponto no tempo
Você não precisa usar palavras de preenchimento neste momento agora.

Cada palavra precisa ter um propósito em sua escrita, e há muitas que não contribuem com nada além de confusão. Agora que você tem uma lista de infratores comuns, em quantos mais você consegue pensar?

21 – Evite clichês.
Enquanto você lê o que escreveu, procure frases usadas em demasia que possam ser reformuladas de uma maneira nova e única. É uma das dicas de escrita mais comuns, mas também uma das mais ignoradas.

22- Advérbios de despejo.
Livre-se da maioria dos advérbios e use escolhas verbais mais fortes. Lembre-se do que Stephen King disse: “Acredito que o caminho para o inferno é pavimentado com advérbios”.

23- Desenvolva sua técnica de vírgula.
A vírgula é um sinal de pontuação incompreendido. Existem muitas regras para o uso adequado da vírgula, mas se você as estudar, elas se tornarão uma segunda natureza.

24- Coloque tudo na ordem certa.
Costumamos escrever na ordem em que ideias e pensamentos chegam até nós, mas nem sempre essa é a melhor maneira de apresentar o produto final. Se você não esboçou antes de começar a escrever, tente delinear seu rascunho final. Às vezes, esse processo revelará parágrafos ou seções inteiras que fariam mais sentido se fossem movidos.

25- Leia sua escrita em voz alta.
Uma das melhores maneiras de encontrar uma estrutura de frases desajeitada é ler sua escrita em voz alta. Se você tropeçar enquanto estiver lendo, dê uma olhada na frase em que tropeçou e veja se consegue esclarecê-la.

26- Mantenha uma lista de erros que você comete com frequência.
Todos nós temos nossas dificuldades de escrita. Faça uma lista dos seus erros mais frequentes para que você possa encontrá-los e eliminá-los facilmente da próxima vez.

27- Pense no seu leitor ideal.
Ao escrever, pense no que seu público ou leitor ideal sabe hoje. Qual é a realidade deles e como sua escrita pode informá-la e melhorá-la?

Por exemplo, se você escreveu um guia sobre como consertar barcos, ele começa no mesmo nível de conhecimento que o nível de habilidade do seu leitor ideal? É importante saber onde seu leitor está em sua jornada para que sua escrita não os perca ao longo do caminho.

28- Recrute um amigo para ler seu rascunho.
Às vezes, um segundo par de olhos pode ser útil. De todos os conselhos que você receber dê sua total consideração, mas faça suas próprias escolhas no final.

29- Procure aplicativos/softwares de edição de texto.
Editar a si mesmo é difícil. Aplicativos pode ajudá-lo a encontrar todos os tipos de erros de escrita. Pense nisso como um amigo prestativo olhando por cima do seu ombro, dando dicas de escrita e dizendo: “Ei, isso não parece certo. Quer dar outra olhada?”

30- Continue lendo, aprendendo e praticando.
Leia sobre a escrita para obter mais dicas de escrita. (Você está aqui, então já começou bem!). Leia bastante e aprenderá dicas de escrita por osmose. E pratique com frequência. A melhor maneira de melhorar sua escrita é fazê-la.

Fontes: Karen Hertzberg, in Grammarly
https://www.grammarly.com/blog/writing-tips/
https://www.grammarly.com/blog/words-you-no-longer-need/ 

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

O Nosso Português de cada dia (Você é macérrimo?)

Você conhece alguém que seja macérrimo? Certamente, sim. Calma, isso parece palavrão, mas é só o superlativo erudito de "magro". Se você já esqueceu, superlativo é uma das flexões de grau do adjetivo. Não se assuste com os nomes, aparentemente complicados. Adjetivo você lembra o que é. É palavra que modifica um substantivo, atribuindo-lhe qualidade, característica, estado etc.

Em "prefeito incompetente", "prefeito" é substantivo, e incompetente" é adjetivo. Pode-se querer realçar a qualidade que o adjetivo indica, e para isso existem alguns recursos. Um deles é lançar mão de um reforçador direto desse adjetivo. Pode-se dizer, por exemplo, "prefeito muito incompetente" ou "prefeito extremamente incompetente".

Outro recurso é usar um sufixo, elemento que se coloca no fim da palavra que se quer modificar. No caso do prefeito, pode-se dizer que ele é "incompetentíssimo". O sufixo "-íssimo" eleva o adjetivo ao grau superlativo. O superlativo de "incompetente" não causa surpresa, o que também ocorre com o de alto (altíssimo), rico (riquíssimo), inteligente (inteligentíssimo), fraco (fraquíssimo) e tantos outros.

O problema começa quando, na passagem para o superlativo, a raiz do adjetivo se altera e volta para a língua de origem – o latim, por exemplo. Surgem então as chamadas formas eruditas, que costumam surpreender muita gente. E o caso de "macérrimo", que nada mais e do que o superlativo de "magro".

Quem é muito magro é macérrimo. Duro é convencer alguém a usar isso na mesa do bar. O que as pessoas dizem mesmo é "magérrimo", que os dicionários ou não registram ou dão como mera forma popular. Vale lembrar que é mais do que legítima a forma "magríssimo", apoiada na raiz portuguesa da palavra.

Vamos ver outros superlativos eruditos: o de negro é nigérrimo; o de nobre é nobilíssimo; o de soberbo é superbíssimo; o de pobre é paupérrimo; o de cruel é crudelíssimo. Caetano Veloso compôs uma obra-prima chamada "O quereres" ("Onde queres revólver, sou coqueiro…"), Na letra, há uma passagem ("construir-nos dulcíssima prisão") em que Caetano faz uso do superlativo erudito de "doce" ("dulcíssimo"). Trata-se de uma canção popular, escrita, porém, em português mais do que culto, o que é bastante comum na obra de Caetano.

Na língua do dia-a-dia, recentemente surgiu um sufixo que também denota o superlativo. Trata-se do "-ésimo", que se ouve em palavras como "gostosésimo", "chiquésimo", "tranquilésimo”, etc. Seu uso é limitado à linguagem publicitária e a algumas situações com familiares ou amigos. Surgiu também, de início na linguagem da garotada e agora em várias faixas etárias, o superlativo feito com "mó"; "mó legal", "mó frio", "mó chato", "mó bom".

Voltando à flexão culta, uma surpresa. As gramáticas e os dicionários dizem que alguns adjetivos terminados em "io", como frio, sumário, sério, devem ter o "i" dobrado na passagem para o superlativo; friíssimo, sumariíssimo, seriíssimo. 

Acredite se quiser. Use se tiver coragem.

Fonte: Pasquale Cipro Neto. Inculta & Bela. SP: Publifolha, 1999.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Como Escrever Ficção Científica – parte 4, final

I – Escrevendo a história

1) Use o modelo da “jornada do herói” para contar a história. 

A jornada do herói é uma ferramenta muito comum na literatura e nos roteiros. Nela, o personagem principal passa por um turbilhão emocional na trama: ele começa com a vida normal e confortável, mas algo ou alguém o tira da zona de conforto. Ao longo do enredo, ele chega ao fundo do poço, mas acaba se redimindo e salvando o dia. 

Passe pelas 12 etapas da jornada com o protagonista.

1. Mundo Comum
Aqui vemos o homem que se tornará o herói em seu ambiente normal, onde há um problema implorando por solução.

2. O Chamado da Aventura
Algo muda tão drasticamente que chama o herói à ação. Ele sente a necessidade de tornar-se algo mais do que um homem comum.

3. Reticência do Herói ou Recusa do Chamado
O herói não quer ser um herói, não quer a responsabilidade, ele tem medo do que está por vir.

4. Encontro com o mentor ou Ajuda Sobrenatural
O herói encontra alguém para ajudá-lo em sua transformação de homem comum a herói. Ele é seu mentor, o homem sábio que ensina mais ao homem sobre si mesmo do que ele jamais soube.

5. Cruzamento do Primeiro Portal
O herói aceita que ele deve deixar seu mundo comum para trás, que ele deve entrar em um novo mundo e tornar-se um novo ser.

6. Provações, aliados e inimigos ou A Barriga da Baleia
O herói agora está a sua altura, lutando com seus inimigos, sendo testado fisicamente, emocionalmente e espiritualmente.

7. Aproximação
O herói ainda é um soldado e luta por seus princípios. Ele reúne aliados e se prepara para a batalha final, a batalha que vai mudar tudo. O herói descobre que não pode salvar o mundo sozinho.

8. Provação difícil ou traumática
O meio da história se dá quando o herói deve enfrentar seu maior medo, muitas vezes a morte, e aprender que da morte surge uma nova vida.

9. Recompensa
O herói, tendo enfrentado a morte, tornou-se mais do que apenas um homem, ele é capaz de lutar contra o mal como nunca antes e é recompensado, muitas vezes, por divinização. (o elixir).

10. O Caminho de Volta
Tendo alcançado seu objetivo, o de ter salvo o seu povo, o herói não vê necessidade de voltar à vida normal e à dor. Mas algo está ameaçando a recompensa que o herói recebeu. Algo ameaça tomar de volta tudo o que criou a paz, normalmente uma força maior do que se pode esperar.
As necessidades do herói o ajudam a voltar para casa. Ele precisa encontrar seu caminho de volta. Muitas vezes, uma cena de perseguição está envolvida.

11. Ressurreição do Herói
O clímax final da história é quando o herói é testado pela última vez, diferente de qualquer outra luta que ele teve antes, que o empurra a seus limites e faz com que ele use todo o conhecimento que ganhou ao longo dos anos. O herói é, finalmente, transformado.

12. Regresso com o Elixir
A jornada do herói está feita, ele pode, finalmente, viver feliz sabendo que o mundo está seguro. Ele volta para casa com o “elixir”, e o usa para ajudar todos no mundo comum.

Leia mais sobre os 12 passos da jornada do herói aqui: https://migreseunegocio.com.br/jornada-do-heroi/

A jornada do herói não é tão fechada e rígida, mas ajuda a guiar a escrita de autores inexperientes.

A jornada também ajuda na escrita de obras mais longas, como romances ou roteiros.

2) Monte a estrutura do enredo para saber o que escrever. 

Comece com um resumo da história em um parágrafo, usando cada frase para explicar as partes mais importantes da trama. Depois, detalhe cada uma dessas frases para pensar em mais informações relevantes para a obra.

3) Escreva na primeira ou na terceira pessoa. 

Determine se você quer escrever do ponto de vida do personagem ou que o leitor tenha várias perspectivas diferentes. Se escolher a primeira pessoa (frases que comecem com “Eu”), lembre-se de que vai ficar restrito à forma de o personagem principal pensar e ver as coisas. Na terceira (“Eles”), há um narrador que conta a história.

O ponto de vista na terceira pessoa permite ao autor usar um narrador, mas o leitor só tem acesso aos pensamentos e sentimentos do protagonista.

O ponto de vista na terceira pessoa onisciente também usa um narrador, mas o autor pode alternar entre os personagens da história. Embora seja possível usar a segunda pessoa (“Tu” ou “Você”), na qual o leitor é o protagonista, essa estratégia não é tão comum.

4) Escolha um tom ideal para o texto. 

A voz do autor é que torna o texto único e o diferencia de tantos outros parecidos. Use as suas experiências e linguagem próprias para dar forma à história e tornar a leitura mais interessante. Isso tudo depende do ponto de vista usado.

Veja alguns exemplos de tons: sarcástico, entusiasmado, indiferente, misterioso, amargo, sombrio, áspero, arrogante, pessimista etc.

O tom também pode ser formal ou informal. Dá para adaptar esse tom de acordo com o ponto de vista do texto. Por exemplo: você pode usar mais gírias e expressões informais se escrever na primeira pessoa.

5) Escreva diálogos convincentes. 

Leve em consideração a criação, os estudos, a idade e a profissão dos personagens quando eles falarem. Não use os diálogos de forma inverossímil.

Torne cada personagem diferente na hora de falar, ou o leitor não vai conseguir distingui-lo.

Evite os clichês, como “Você está pensando o mesmo que eu?” ou “Eu estou com um mau pressentimento”.

Preste atenção à forma de as pessoas falarem na vida real para ter uma ideia. Se necessário, peça permissão e grave algumas conversas para ter uma base de estudos mais concreta.

6) Dê um ritmo adequado à história. 

Divida a trama em três atos: no primeiro, o protagonista embarca na aventura; no segundo, surge o conflito; no terceiro, vem a resolução. Você pode acelerar ou retardar esse ritmo com capítulos mais longos ou curtos, detalhes e subtramas.

Use expressões detalhadas, mas não exagere nas explicações (para não entediar o leitor).

Varie no comprimento das frases dos diálogos. É mais fácil ler frases curtas. As mais longas, como esta, só deixam a leitura mais lenta e afetam a assimilação do enredo.

7) Escreva até sentir que a história está completa. 

Os livros de ficção científica costumam ter cerca de 100 mil palavras, mas isso não é uma regra. Determine se você tratou de todos os pontos importantes e de forma detalhada. Se sim, pronto!

Peça para as pessoas lerem o seu texto e darem opiniões sobre a sua escrita. Elas podem notar algumas coisas que passaram despercebidas por você.

8) Revise a primeira versão depois de lê-la com atenção. 

Dê um tempo de algumas semanas ou até um mês do texto para espairecer. Depois, crie um novo documento no processador de textos e anote o que você ou as outras pessoas pensaram durante a leitura — e que precisa ser alterado.

Faça várias revisões até sentir que terminou a história.

Busque um editor ou copywriter que possa editar e revisar o seu texto.
= = = = = = = = = 

DICAS

Depois de terminar, você pode publicar a história independentemente ou enviá-la a editoras profissionais.

Não tenha medo de escrever coisas que podem nunca acontecer. A ciência é a base do texto, mas a ficção também é importante.

AVISOS

Não copie as ideias de outros autores diretamente. Sempre faça algumas alterações e adaptações.

Não desista de escrever a história só por causa de um bloqueio criativo. Tenha paciência.

Referências
1. https://medium.com/@chewnami/5-tips-for-writing-science-fiction-storiesa499307a9612
2. https://medium.com/@chewnami/5-tips-for-writing-science-fiction-storiesa499307a9612
3. https://www.standoutbooks.com/3-golden-rules-writing-science-fiction-book/
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6. https://www.nownovel.com/blog/elements-setting/
7. https://www.nownovel.com/blog/elements-setting/
8. https://www.nownovel.com/blog/elements-setting/
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11. https://screencraft.org/2017/08/31/7-tips-creating-memorable-characters-aaronsorkin/
12. https://thestorydepartment.com/compelling-antagonists/
13. http://scifiaddicts.com/science-fiction-writing-character-building/
14. https://screencraft.org/2017/08/31/7-tips-creating-memorable-characters-aaronsorkin/
15. https://writersedit.com/fiction-writing/effective-ways-make-more-memorablecharacters/
16. http://www.tlu.ee/~rajaleid/montaazh/Hero's%20Journey%20Arch.pdf
17. https://www.nownovel.com/blog/understanding-snowflake-method/
18. https://writingcooperative.com/choosing-your-point-of-view-d9d278c633ad
19. https://www.wheaton.edu/academics/services/writing-center/writingresources/style-diction-tone-and-voice/
20. https://ellenbrockediting.com/2014/07/04/novel-boot-camp-lecture-4-writingbelievable-dialogue/
21. https://www.nownovel.com/blog/pacing-in-writing-5-tips/
22. http://blog.bookbaby.com/2015/01/how-to-know-when-youre-done-writing-yournovel/
23. https://thewritepractice.com/how-to-revise-a-story/?hvid=4tvwmm

Fonte: Wikihow
https://pt.wikihow.com/Escrever-Fic%C3%A7%C3%A3o-Cient%C3%ADfica#Refer.C3.AAncias