quinta-feira, 4 de novembro de 2010

VII Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores, em Eurico Salles, ES (5 a 7 de Novembro)


Com uma programação variada e envolvendo a participação de artistas, estudantes, professores e toda a Comunidade em geral, será realizado de 05 a 07 de Novembro próximo, o VII Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores, numa promoção do Clube dos Trovadores Capixabas, CTC, na Sede da AMBES, Associação de Moradores de Eurico Salles, Rua dos Colibris, em Eurico Salles, Carapina, Serra, ES.

Com as presenças confirmadas de Escritores, Poetas e Trovadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Amazonas será realizado de 05 a 07 de Novembro de 2010, na AMBES, Associação de Moradores do Bairro Eurico Salles, o VII Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores e a 27a. Edição dos Seminários Nacionais da Trova, iniciados em 2001 para comemorar naquela época o 1º Aniversário do Clube dos Trovadores Capixabas, CTC.

A abertura solene do evento será no dia 05 de Novembro, com início às 19 horas, com a apresentação do Coral da Arcelor Mittal, antiga CST, Recitais Poéticos e declamações.

Para o Congresso de 2010 estão programadas várias Palestras, Lançamentos de Livros, Noite de Autógrafos, Troveata, Oficina de Criação Poética, ensinando a fazer poesia e trovas, Show dos Poetas trovadores na Praça dos Pássaros com quatro Bandas de Rock, SERENATA pelas ruas de Eurico Salles e uma Missa em Trovas.

CONGRESSO VAI DEBATER A INCLUSÃO DAS OBRAS DE AUTORES CAPIXABAS NAS SALAS DE AULAS

Com base numa idéia da Câmara Capixaba do Livro e com integral apoio do Empresário Luiz Carlos Maioli e de vários Acadêmicos da Academia de Letras e Artes da Serra e sócios do Clube dos Trovadores Capixabas, CTC, durante o Congresso de Poetas Trovadores, a ser realizado de 05 a 07 de Novembro de 2010 será apresentado em plenário para discussão e possível aprovação, a proposta da criação de uma lei estabelecendo que entre os livros paradidáticos a serem adotados nas Escolas Estaduais e Municipais nos próximos anos, sejam incluídos autores Capixabas, de modo especial os beneficiados pela Lei de Incentivo a Cultura, Chico Prego.

A proposta será apresentada pelo Presidente do CTC, Clério José Borges para ser incluída na Carta de Eurico Salles, documento com a ser encaminhado às autoridades federais, estaduais e municipais com as principais reinvidicações dos poetas e escritores brasileiros presentes no evento.

NOITE DE AUTÓGRAFOS REUNE ESCRITORES BRASILEIROS E AUTORES BENEFICIADOS PELA LEI "CHICO PREGO" DE INCENTIVO À CULTURA

Os escritores Aldo José Barroca, Luciano Cardoso, Rogério Afonso e Clério José Borges confirmaram participação na Noite de Autógrafos, durante a abertura solene do VII Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores no dia 05 de Novembro, com início às 19 horas até às 22 horas, lançando seus Livros "O Amigo José" , "Mangue. Doc" e "Dicionário Regional de Gírias e Jargões", editados com o incentivo da Lei Chico Prego da Prefeitura Municipal da Serra, ES.

Também participará da Noite de Autógrafos o Escritor Carlos Brunno S. Barbosa, da cidade de Valença, RJ, que lançará o seu livro "Diários de Solidão".

Outros escritores também estarão participando do evento, entre os quais, Fernando Antônio Barbosa Aguiar, Levi Basílio, Mestre Gil, Valdemir Ribeiro Azeredo, Edson Constantino, Repentista Ceará, Albércio Nunes, Moacir Malacarne e in memoriam, Beatriz Barbosa Aguiar.

MISSA EM TROVAS SERÁ NO DOMINGO COM PADRE PEDRO SETTIN E CORAL DA IGREJA CATÓLICA

O Coral "Cantando com Jesus", de Eurico Salles, Carapina Serra ES, sob a batuta do Maestro Joel, confirmou presença na Missa em Trovas a ser realizada durante do Congresso de Trovadores, na Sede da AMBES.

A Missa em trovas do Trovador Antônio Augusto de Assis, residente em Maringá, PR, será celebrada pelo Padre Pedro Settin, Comboniano, Pároco da Paróquia São José Operário de Carapina, Serra, ES, no dia 07/11, Domingo com início às 09h30m.

Após a Missa haverá uma apresentação especial da Banda de Congo Mirim de Bicanga.

ESCRITOR CLÉRIO JOSÉ BORGES LANÇA 8º LIVRO

A Academia de Letras e Artes da Serra e o Clube dos Poetas Trovadores Capixabas, CTC, convidam Vossa Excelência e família para a NOITE DE AUTÓGRAFOS do Poeta Trovador, Escritor e Acadêmico, CLÉRIO JOSÉ BORGES DE SANT ANNA, por ocasião do lançamento do Livro DICIONÁRIO REGIONAL DE GÍRIAS E JARGÕES, com gírias da Malandragem, dos Jovens, dos Advogados (Expressões em Latim), dos Noiados, das Patricinhas e Mauricinhos e dos Policiais. Um trabalho de pesquisa realizado durante 35 anos trabalhando como Escrivão de Polícia da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo.

O lançamento do oitavo Livro de Clério José Borges será no dia 05 de Novembro de 2010, Sexta feira, com início às 19,00 horas, durante a solenidade de abertura do VII CONGRESSO BRASILEIRO DE POETAS TROVADORES, a ser realizado de 05 a 07/11/2010, na Sede da Associação de Moradores do Bairro Eurico Salles, AMBES, na Rua dos Colibris, quadra 10, Eurico Salles, ES.

POESIAS DE BERTHOLD BRECHT NA ABERTURA DO CONGRESSO DE TROVADORES

Inspirado no texto dramático infanto-juvenil do dramaturgo alemão Berthold Brecht (1898-1956), "O Mendigo ou Cachorro Morto" (1919), a Tibicuera Produções acaba de anunciar as apresentações do espetáculo teatral, "O Mendigo, o Imperador e suas palavras", no Município da Serra e em várias cidades do Estado. Everaldo Nascimento e Altamir Furlane são os atores da peça e confirmaram presenças na abertura do Congresso, dia 05/11, a partir de 19,00 horas declamando poesias de Brecht.

PREMIADA ESCRITORA KÁTIA BOBBIO LANÇA MAIS UM LIVRO DE CORDEL

A Artista Plástica e Escritora Kátia Maria Bobbio Lima, nascida em Conceição da Barra estará presente no Congresso lançando mais um Livro de Cordel, onde relata a história dos 30 anos do CTC, Clube dos Trovadores Capixabas. Kátia já publicou mais de 100 livros da Literatura de Cordel.

PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO

CONVITE

VII CONGRESSO BRASILEIRO DE POETAS TROVADORES

Com uma programação variada e envolvendo a participação de artistas, estudantes, professores e toda a Comunidade em geral, será realizado de 05 a 07 de Novembro próximo, o VII Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores, numa promoção do Clube dos Trovadores Capixabas, CTC, na Sede da AMBES, Associação de Moradores de Eurico Salles, Rua dos Colibris, em Eurico Salles, Carapina, Serra, ES.

OFICINA DE CRIAÇÃO POÉTICA / APRENDA O QUE É POESIA E COMO FAZER A TROVA

DUAS TURMAS E DUAS AULAS EM DOIS DIAS. INSCRIÇÕES NA HORA. GRÁTIS.
TURMA A – dia 05/11/2010 - PELA MANHÃ – 10,00 horas.
TURMA A – dia 06/11/2010 - PELA MANHÃ – 10,00 horas.
TURMA B – dia 05/11/2010 - PELA TARDE – 14,00 horas.
TURMA B – dia 06/11/2010 - PELA TARDE – 14,00 horas

DIA 05 DE NOVEMBRO.
SEXTA FEIRA. De 10 às 19,00 horas – Varal de Poesias e Vídeos.

19H30M - ABERTURA SOLENE NA SEDE DA AMBES. PARTICIPAÇÃO ESPECIAL DO CORAL DA ARCELOR MITTAL.
Composição da Mesa. Homenagens. Hora de Arte. Noite de Autógrafos, dos Escritores, Aldo José Barroca, Valdemir Ribeiro Azeredo, Levi Basílio, Luciano Cardoso e Rogério Afonso, Carlos Brunno S. Barbosa, Kátia Bobbio, Edilson Celestino Ferreira, Beatriz Barbosa Aguiar.

Lançamento do Livro DICIONÁRIO REGIONAL DE GÍRIAS E JARGÕES, com gírias da Malandragem, dos Jovens, dos Advogados (Expressões em Latim), dos Noiados, das Patricinhas e Mauricinhos e dos Policiais.
Dia 05/11/2010, Sexta feira, com início às 19h30m, na Sede da Associação de Moradores do Bairro Eurico Salles, AMBES, na Rua dos Colibris, Eurico Salles.
PREÇO DO LIVRO R$ 10,00.

DIA 06/11/2010 – SÁBADO – 09,00H –
Reabertura dos trabalhos, na sede da AMBES.
Vídeo: INVENTO de um para sol para veículos, de Edilson Celestino Ferreira e Vídeo Fotos antigas de Vitória.

Concurso Relâmpago de Trovas.

Declamações.

Espaço livre para apresentações e notícias culturais.

Carta de Eurico Salles.

Oficina de Criação Poética e Arte dos Bonecos para crianças, com Maria José, do RJ.

13h30m - Exibição de Vídeos: “Cantagalo, terra de Euclides da Cunha”; “Como compor um Livro”, de Lola Prata, SP; “Serra, Monumento Arquitetônico e história - ontem e hoje”, de Suzy Nunes e “Judith, Senhora Cidadã”, de José Benevides Correia, com produção e roteiro de Suzy Nunes.

14h30m - Diversidade Cultural, com coordenação das Professoras Maria Lúcia Adriano Costa e Vanderléia L. Adriano Costa.

16,00 horas - Peça Teatral com coordenação de Fábio Santana.

17,00 horas - Exibição do Filme “Siga minhas mãos”, sobre as Montanhas do Espírito Santo, de Luciana Gama. Obra editada com apoio da Lei de Incentivo à cultura da Serra, ES, Lei Chico Prego.

19,00h - SERENATA na sede da AMBES com caminhada até a Praça.

20,00H, SHOW NA PRAÇA DOS PÁSSAROS EM EURICO SALLES COM QUATRO BANDAS DE ROCK ‘N’ ROLL, HEAVY METAL E ROCK ALTERNATIVO, COM SUCESSOS DE LED ZEPPELIN, BLACK SABBATH, JIMMY HENDRIX, IRON MAIDEN, METALLICA, NIRVANA, RAIMUNDOS E PITTY. AS BANDAS SÃO: “JUICING SOULS” E “ANARCKIA”, DE VITÓRIA; “STILLBORN” E “TÉTRICOS”, DA SERRA.

Dia 07/11/2010, DOMINGO - 09h30m –
MISSA EM TROVAS, na Sede da AMBES, com trovas do Trovador A. A. de Assis, de Maringá, Paraná, celebrada pelo Padre Italiano, Pedro Settin.
Participação do Coral “Cantando com Jesus”, da Igreja Católica da Comunidade São Paulo, de Eurico Salles. Declamação e leitura de Poesias. Banda de Congo Mirim de Bicanga.

LIVROS A SEREM LANÇADOS NO CONGRESSO

O AMIGO JOSÉ, Livro de contos e crônicas, patrocinado pela Lei Chico Prego, da Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer da Prefeitura da Serra, com importante participação do Conselho Municipal de Cultura, e apoio cultural do Banestes - Banco do Estado do Espírito Santo, cujo lançamento será sexta-feira, 5 de novembro, a partir das 19 horas, na AMBES - Associação de Moradores do Bairro Eurico Sales, como parte da programação do Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores.

Convite: Lançamento do 4º livro de Aldo José Barroca: “O amigo José”, contos e crônicas. Preço promocional no lançamento: R$ 5,00 (cinco reais). Sexta-feira, 5 de novembro de 2010, das 19 horas em diante, na Associação de Moradores do Bairro Eurico Sales, Serra, durante o VII Congresso Brasileiro de Poetas Trovadores.
Patrocínio: Lei Chico Prego, da Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Prefeitura da Serra / Conselho Municipal de Cultura) e apoio cultural: Banestes. Contato com o autor: ajbarroca@oi.com.br / 88145252.

¨DIÁRIOS DE SOLIDÃO”, Livro de Carlos Brunno S. Barbosa.

Fonte:
Clerio José Borges Sant’Anna

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.39)


Trova do Dia

Essa paz tão desejada,
pelos homens, certamente,
precisa ser procurada,
primeiro, dentro da gente!
DELCY CANALLES/RS

Trova Potiguar

A saudade não faz sangue,
mas, fura feito um arpão,
com efeito bumerangue,
volta sempre ao coração!...
FRANCISCO MACEDO/RN

Uma Trova Premiada

2010 > São Paulo/SP
Tema > FEITIÇO > Vencedora

Para ter o compromisso
do amor de certa mulher,
eu, que não creio em feitiço
faço o feitiço que houver!
ARLINDO TADEU HAGEN/MG

Uma Poesia livre

– Vicente Alencar/CE –
FRUTOS DOCES

Os frutos doces
de um amor maduro
transformam meus dias
de minuto a minuto
fazendo-os mais ensolarados
e as noites mais amenas.

O preciosismo
de um amor maduro
modifica, altera,
faz a vida ganhar
uma outra dimensão
com os caminhos ficando abertos
nos dando
uma nova alegria de viver.

Uma Trova de Ademar

A seca cruel e dura
faz o maior escarcéu,
quebra a chave e a fechadura
da caixa d’água do céu.
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Com quatro versos, eu penso
que na trova com certeza,
há quatro pontas de um lenço,
para enxugar a tristeza...
ORLANDO BRITO/MA

Estrofe do Dia

Saudade é foto amarela
que um filho guardou dos pais,
depois que os pais faleceram
da foto ele foi atrás,
de tanto guardar, perdeu;
procurou, não achou mais.
PEDRO ERNESTO FILHO/CE

Soneto do Dia

– Antônio Roberto Fernandes/RJ –
LADAINHA.

Olhai pra mim, mulher da minha vida!
Senhora dos meus sonhos, me escutai!
Minh' alma já não sabe aonde vai,
neste vale de lágrimas perdida.

Com a luz de vossos olhos me mostrai
um caminho, uma chance, uma saída,
Senhora finalmente aparecida,
meus negros horizontes clareai.

Não tenho vocação para o martírio,
perdão se é heresia o meu delírio
mas nestes lábios que têm fogo e mel.

Arrebatai-me agora, ao gozo eterno
para que eu - que já conheço o inferno -
possa, convosco, conhecer o céu!.…

Fonte:
Ademar Macedo

Felipe Daiello na Feira do Livro de Porto Alegre (Onde Estão os Dinossauros?: Uma aventura na Mongólia)

Fonte:
Felipe Daiello

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Cantinho do Assis (Bela alma a do poeta)

Hoje começamos o Cantinho do poeta, trovador, haicaista maringaense Antonio Augusto de Assis
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Quantos sons você conta aí?... Suponhamos que sete: Be-la-al-maa-do-po-e-ta. Mas por certo haverá quem conte seis, ou mesmo cinco, dependendo do ouvido de cada um.

Dá-se isso por obra do bendito hiato, o inimigo número um da métrica. Parece que para a maioria dos poetas brasileiros o verso fica mais agradável quando se respeitam os hiatos, porém outros acham mais natural fundir as vogais. E como é que se resolve isso? Sabe-se lá...

O maior drama é nos concursos. Você não sabe se conta poe-ta ou po-e-ta. O jeito é torcer para que os julgadores acatem o sotaque de cada autor. Em regra, não se derruba nenhuma trova em razão desse problema; entretanto, mesmo assim, o concorrente fica de pé atrás, pelo medo de quebrar o cujo...

A tendência, como foi dito, é pronunciar po-e-ta, vi-a-gem, a-in-da, a-al-ma, a-ho-ra, o-ho-mem, o-ou-ro, po-ei-ra, su-a, to-a-da etc. Mas... e se você não concordar? Tudo bem. Você continuará escrevendo seus versos do modo que mais lhe agrade, e pronto. Afinal de contas, quem manda no texto é o autor. Se bem que alguns, por via das dúvidas, têm feito o seguinte:

se, por exemplo, mandam a trova para um concurso no Rio de Janeiro, contam/fri-io/, em dois sons;
se o concurso é em São Paulo, contam/friu/, num som apenas.
Outros, mais cuidadosos ainda, procuram de toda forma evitar hiatos.

Resolve? Bem... Pelo menos pode livrar a trova do risco de perder pontos por não soar bem no ouvido do julgador. São ossos que o poeta encontra em seu delicioso ofício...

Fonte:
Revista Virtual Trovia – ano 8 – n.88 – Outubro 2006

Monteiro Lobato (Emília no País da Gramática) – Capítulo II: Portugália

Era uma cidade como todas as outras. A gente importante morava no centro e a gente de baixa condição, ou decrépita, morava nos subúrbios. Os meninos entraram por um desses bairros pobres, chamado o bairro do Refugo, e viram grande número de palavras muito velhas, bem corocas, que ficavam tomando sol à porta de seus casebres. Umas permaneciam imóveis, de cócoras, como os índios das fitas americanas; outras coçavam-se.

— Essas coitadas são bananeiras que já deram cacho — explicou Quindim. — Ninguém as usa mais, salvo por fantasia e de longe em longe. Estão morrendo. Os gramáticos classificam essas palavras de arcaísmos. Arcaico quer dizer coisa velha, caduca.

— Então, Dona Benta e Tia Nastácia são arcaísmos! — lembrou Emília.

— Mais respeito com vovó, Emília! Ao menos na cidade da língua tenha compostura — protestou Narizinho.

O rinoceronte prosseguiu:

— As coitadas que ficam arcaicas são expulsas do centro da cidade e passam a morar aqui, até que morram e sejam enterradas naquele cemitério, lá no alto do morro. Porque as palavras também nascem, crescem e morrem, como tudo mais.

Narizinho parou diante duma palavra muito velha, bem coroca, que estava catando pulgas históricas à porta dum casebre. Era a palavra Bofé.

— Então, como vai a senhora? — perguntou a menina, mirando-a de alto a baixo.

— Mal, muito mal — respondeu a velha. — No tempo de dantes fui moça das mais faceiras e fiz o papel de advérbio. Os homens gostavam de empregar-me sempre que queriam dizer Em verdade, Francamente. Mas começaram a aparecer uns Advérbios novos, que caíram no gosto das gentes e tomaram o meu lugar. Fui sendo esquecida. Por fim, tocaram-me lá do centro. "Já que está velha e inútil, que fica fazendo aqui?", disseram-me. "Mude-se para os subúrbios dos Arcaísmos", e eu tive de mudar-me para cá.

— Por que não morre duma vez para ir descansar no cemitério? — perguntou Emília com todo o estabanamento.

— É que, de quando em quando, ainda sirvo aos homens. Existem certos sujeitos que, por esporte, gostam de escrever à moda antiga; e quando um deles se mete a fazer romance histórico, ou conto em estilo do século XV, ainda me chama para figurar nos diálogos, em vez do tal Francamente que tomou o meu lugar.

— Aqui o nosso Visconde pela-se por coisas antigas — disse a menina. — Conte-lhe toda a sua vida, desde que nasceu.

O Visconde sentou-se ao lado da palavra Bofé e ferrou na prosa, enquanto Narizinho ia conversar com outra palavra ainda mais coroca.

— E a senhora, quem é? — perguntou-lhe.

— Sou a palavra Ogano.

— Ogano? O que quer dizer isso?

— Nem queira saber, menina! Sou uma palavra que já perdeu até a memória da vida passada. Apenas me lembro que vim do latim Hoc Anno, que significa Este Ano. Entrei nesta cidade quando só havia uns começos de rua; os homens desse tempo usavam-me para dizer Este Ano. Depois fui sendo esquecida, e hoje ninguém se lembra de mim. A Senhora Bofé é mais feliz; os escrevedores de romances históricos ainda a chamam de longe em longe. Mas a mim ninguém, absolutamente ninguém, me chama. Já sou mais que Arcaísmo; sou simplesmente uma palavra morta. . .

Narizinho ia dizer-lhe uma frase de consolação quando foi interrompida por um bando de palavras jovens, que vinham fazendo grande barulho.

— Essas que aí vêm são o oposto dos Arcaísmos — disse Quindim. — São os neologismos, isto é, palavras novíssimas, recém-saídas da fôrma.

— E moram também nestes subúrbios de velhas?

— Em matéria de palavras a muita mocidade é tão defeito como a muita velhice. O Neologismo tem de envelhecer um bocado antes que receba autorização para residir no centro da cidade. Estes cá andam em prova. Se resistirem, se não morrerem de sarampo ou coqueluche e se os homens virem que eles prestam bons serviços, então igualam-se a todas as outras palavras da língua e podem morar nos bairros decentes. Enquanto isso ficam soltos pela cidade, como vagabundos, ora aqui, ora ali.

Estavam naquele grupo de Neologismos diversos que os meninos já conheciam, como Chutar, que é dar um pontapé; Bilontra, que quer dizer um malandro elegante; Encrenca, que significa embrulhada, mixórdia, coisa difícil de resolver.

— Outro dia vovó disse que esta palavra Encrenca é a mais expressiva e útil que ela conhece, de todas que nasceram no Brasil — lembrou Pedrinho.

Depois que os Neologismos acabaram de passar, os meninos dirigiram-se a uma praça muito maltratada, cheia de capim, sem calçamento nem polícia, onde brincavam bandos de peraltas endiabrados.

— Que molecada é esta? — perguntou a menina.

— São palavras da Gíria, criadas e empregadas por malandros ou gatunos, ou então por homens dum mesmo ofício. A especialidade delas é que só os malandros ou tais homens dum mesmo ofício as entendem. Para o resto do povo nada significam.

Narizinho chamou uma que parecia bastante pernóstica.

— Conte-me a sua história, menina.

A moleca pôs as mãos na cintura e, com ar malandríssimo, foi dizendo:

— Sou a palavra Bamba, nascida não sei onde e filha de pais incógnitos, como dizem os jornais. Só a gente baixa, a molecada e a malandragem das cidades é que se lembra de mim. Gente fina, a tal que anda de automóveis e vai ao teatro, essa tem vergonha de utilizar-se dos meus serviços.

— E que serviço presta você, palavrinha? — perguntou Emília.

— Ajudo os homens a exprimirem suas idéias, exatamente como fazem todas as palavras desta cidade. Sem nós, palavras, os homens seriam mudos como peixes, e incapazes de dizer o que pensam. Eu sirvo para exprimir valentia. Quando um malandro de bairro dá uma surra num polícia, todos os moleques da zona utilizam-se de mim para definir o valentão. "Fulano é um bamba!", dizem. Mas como a gente educada não me emprega, tenho que viver nestes subúrbios, sem me atrever a pôr o pé lá em cima.

— Onde é lá em cima?

— Nós chamamos "lá em cima" à parte boa da cidade; este "lixo" por aqui é chamado "cá embaixo".

— Vejo que você tem muitas companhias — observou Narizinho, correndo os olhos pela molecada que formigava em redor.

— Tenho, sim. Toda esta rapaziada é gentinha da Gíria, como eu. Preste atenção naquela de olho arregalado. É a palavra Otário, que os gatunos usam para significar um "trouxa" ou pessoa que se deixa lograr pelos espertalhões. Com a palavra Otário está conversando outra do mesmo tipo, Bobo.

— Bobo sei o que significa — disse Pedrinho. — Nunca foi gíria.

— Lá em cima — explicou Bamba —- Bobo significa uma coisa; aqui embaixo significa outra. Em língua de gíria Bobo quer dizer relógio de bolso. Quando um gatuno diz a outro: "Fiz um bobo", quer significar que "abafou" um relógio de bolso.

— E por que deram o nome de Bobo aos relógios de bolso?

— Porque eles trabalham de graça — respondeu Bamba, dando uma risadinha cínica.

Os meninos ficaram por ali ainda algum tempo, conversando com outras palavras da Gíria — e por precaução Pedrinho abotoou o paletó, embora seu paletó nem bolso de dentro tivesse. A gíria dos gatunos metia-lhe medo. . .

— Por estes subúrbios também vagabundeiam palavras de outro tipo, malvistas lá em cima — disse o rinoceronte apontando para uma palavra loura, visivelmente estrangeira, que naquele momento ia passando. — São palavras exóticas, isto é, de fora — imigrantes a que os gramáticos puseram o nome geral de barbarismos.

— Querem significar com isso que elas dizem barbaridades? — indagou Emília.

— Não; apenas que são de fora. Este modo de classificá-las veio dos romanos, que consideravam bárbaros a todos os estrangeiros. Barbarismo quer dizer coisa de estrangeiro. Se o Barbarismo vem da França tem o nome especial de galicismo; se vem da Inglaterra, chama-se anglicismo; se vem da Itália, italianismo — e assim por diante. Os Galicismos são muito maltratados nesta cidade. As palavras nascidas aqui torcem-lhes o focinho e os "grilos" (como são chamados em São Paulo os guardas policiais das ruas) da língua (os gramáticos), implicam muito com eles. Certos críticos chegam a considerar crime de cadeia a entrada dum Galicismo numa frase. Tratam os coitados como se fossem leprosos. Aí vem um.

O Galicismo Desolado vinha vindo, muito triste, de bico pendurado. Quindim apontou-o com o chifre, dizendo:

— Se você algum dia virar poeta, Pedrinho, e cair na asneira de botar num soneto este pobre Galicismo, os críticos xingarão você de mil nomes feios. Desolado é o que eles consideram um Galicismo imperdoável. Já aquele outro que lá vem goza de maior consideração. É a palavra francesa Elite, que quer dizer a nata, a fina flor da sociedade. Veja como é petulantezinha, com o seu monóculo no olho.

— Elite tem licença de morar no centro da cidade? — perguntou o menino.

— Não tinha, mas hoje tem. Já está praticamente naturalizada. Durante muito tempo, entretanto, só podia aparecer por lá metida entre aspas, ou em grifo.

— Que é isso?

— Aspas e Grifo são os sinais que elas têm de trazer sempre que se metem no meio das palavras nativas. Na cidade das palavras inglesas não é assim — as palavras de fora gozam lá de livre trânsito, podendo apresentar-se sem aspas e sem grifo. Mas aqui nesta nossa Portugália há muito rigor nesse ponto. Palavra estrangeira, ou de gíria, só entra no centro da cidade se estiver aspada ou grifada.

— Olhem! — gritou Emília. — Aquela palavrinha acolá acaba de tirar do bolso um par de aspas, com as quais está se enfeitando, como se fossem asinhas. . .

— É que recebeu chamado para figurar nalguma frase lá no centro e está vestindo o passaporte. Trata-se da palavra francesa Soirée. Reparem que perto dela está outra a botar-se em grifo. É a palavra Bouquet. . .

— Judiação! — comentou Narizinho. — Acho odioso isso. Assim como num país entram livremente homens de todas as raças — italianos, franceses, ingleses, russos, polacos, assim também devia ser com as palavras. Eu, se fosse ditadora, abria as portas da nossa língua a todas as palavras que quisessem entrar — e não exigia que as coitadinhas de fora andassem marcadas com os tais grifos e as tais aspas.

— Mesmo assim — explicou o rinoceronte — muitas palavras estrangeiras vão entrando e com o correr do tempo acabam "naturalizando-se". Para isso basta que mudem a roupa com que vieram de fora e sigam os figurinos desta cidade.

Bouquet, por exemplo, se trocar essa sua roupinha francesa e vestir um terno feito aqui, pode andar livremente pela cidade. Basta que vire Buquê. . .

Perto havia uma elevação donde se descortinava toda a cidade; o rinoceronte levou os meninos para lá.
––––––––––––––––––-
Continua… Capítulo III: Gente importante e gente pobre
––––––––––––––––
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática. SP: Círculo do Livro. Digitalizado por http://groups.google.com/group/digitalsource

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.38)


Trova do Dia

Insconstância é estar contigo,
tudo tem duplo valor:
busco o amor , encontro o amigo,
busco o amigo, encontro o amor.
LISETE JOHNSON/RS

Trova Potiguar

Das luzes da mocidade,
que deram luz à ilusão,
sobrou sombra de saudade,
dando sombra à solidão.
LUIZ DUTRA BORGES/RN

Uma Trova Premiada

2010 > São Paulo/SP
Tema > FEITIÇO > Vencedora

Nem mesmo o sol nos desperta
do feitiço sem pudor,
que nos envolve e acoberta
nas madrugadas de amor!
ÉLEN DE NOVAIS FÉLIX/RJ

Uma Poesia livre

– Roberto Pinheiro Acruche/RJ –
TEMPESTADE

Você chegou a minha vida
tal qual uma tempestade...
Foi uma grande ventania
que me arrostou,
arrasando tudo que podia.
Abalou meu coração,
desfez meu compromisso
e além disso
arrancou de mim a razão.
Você passou por mim
com a pressa e a velocidade de um tufão!
Derrocou a minha vida,
modificou o meu rumo
levando-me a inflexível adversidade...
Deixando-me o martírio do infortúnio,
a solidão, naufragando no mar da saudade.

Uma Trova de Ademar

Encenados, ao relento,
vejo com muita emoção
os “atos” de sofrimento
nos teatros do sertão!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Há dois mil anos atrás,
o doce e meigo Jesus
pregou aos homens a paz...
e foi pregado na cruz...
WILSON MONTEMÓR/RJ

Estrofe do Dia

Quando reza um pai nosso em oração
você pede perdão pelas ofensas,
mesmo sem esquecer das desavenças
e do ódio que tem no coração.
Meu amigo, você preste atenção,
que no mesmo Pai Nosso oferecido,
você diz, assim meio introvertido,
sem pensar na importância deste tomo:
"Perdoai minhas ofensas assim como
eu perdoo a quem tem me ofendido.
JOSÉ ACACI/RN

Soneto do Dia

– Francisco Macedo/RN –
DES(E)DUCAÇÃO.

A nossa educação do “Faz de conta”...
- Emaranhando reles neologismos,
pedagogia plena de modismos,
que para a maioria são de ponta.

Na educação, que ao meu tempo remonta,
tinha um aprendizado sem cinismo.
Não tinha a “Caixa Preta” do estrelismo,
que nenhum pedagogo hoje desmonta.

Chega-se à sexta série sem saber,
as básicas noções: Ler e escrever,
no “armazém” de “guardar” adolescentes.

Neste “jogo” de grande hipocrisia,
a própria educação hoje é quem cria
toda uma geração de delinqüentes.

Fonte:
Ademar Macedo

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Maranhão Sobrinho (Poemas Avulsos)


O GATO

Enquanto mamãe Chiquinha
no quarto o caçula embala,
com os contos da Carochinha,
os dois namoram na sala.

-Tu não te zangas Corinha,
se eu te beijar? Anda...fala!
-Não sei, não, diz-lhe a priminha
e um beijo bem longo estala.

A mãe, que, ao menor ruído,
se assusta, pergunta: -Cora,
que foi isto? e atenta o ouvido.

Diz-lhe a filha que a escutou:
-Não foi nada, não, senhora:
foi o gato que espirrou!

SOROR TERESA

... E um dia as monjas foram dar com ela
morta, da cor de um sonho de noivado,
no silêncio cristão da estreita cela,
lábios nos lábios de um Crucificado...

somente a luz de uma piedosa vela
ungia, como um óleo derramado,
o aposento tristíssimo de aquela
que morrera num sonho, sem pecado...

Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,
e ninguém soube de que dor escrava
morrera a divinal soror Teresa...

Não creio que, de amor, a morte venha,
mas, sei que a vida da soror boiava
dentro dos olhos do Senhor da Penha...

Papéis Velhos... Roídos pela Traça do Símbolo, 1908

TELA DO NORTE

No estirão, percutindo os chifres, a boiada
monótona desliza; ondulando, a poeira,
em fulvas espirais, cobre toda a chapada
em cujos poentes o sol põe uns tons de fogueira.

Baba de sede e muge a leva; triturada
sob as patas dos bois a relva toda cheira!
Boiando, corta o ar a mórbida toada
do guia que, de pé, palmilha à cabeceira...

Nos flancos da boiada, aos recurvos galões
as éguas, vão tocando a reses fugitivas
o vaqueiros, com o sol nas pontas dos ferrões...

E, do gado o tropel, com as asas derreadas
quase riscando o chão, que o sol calcina, esquivas,
arrancam coleando as emas assustadas...

Estatuetas, 1909

MÁRTIR

Das cinco chagas de pesar, que exangue,
Trago no triste coração magoado,
Descem rosários de rubi de sangue
Como do corpo do Crucificado...

Pende-me a fronte sobre o peito, langue,
De infinitas Traições alanceado...
E, na noite da Mágoa, expiro exangue
Na Cruz de Pedra da Paixão pregado...

Subi, de joelhos, expirando, o adusto
Desfiladeiro enorme do Calvário...
Sob o madeiro da Saudade, a custo!

Sem consumar meus sonhos adorados,
Oiço, no meio do Martírio vário,
O chocalhar sacrílego dos Dados...

Fontes:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Antonio Miranda

Maranhão Sobrinho (1879 / 1915)


Fundador com Antonio Lobo, I. Xavier de Carvalho e Corrêa de Araújo, entre outros, do movimento de renovação literária denominado Os Novos Atenienses, que em fins do século XIX e início do século XX sacudiu o meio intelectual de São Luís com idéias e conceitos vanguardistas

Boêmio notório e de vida inteiramente desregrada, Maranhão Sobrinho "foi o mais considerável poeta do seu tempo, no extremo Norte, e o simbolista ortodoxo, o satanista por excelência do movimento naquela região", segundo o crítico Andrade Murici.

Criado em Barra do Corda, no interior do Maranhão, conta-se que quando criança era irrequieto, brincalhão e levado mesmo da breca, no dizer dos seus contemporâneos. Freqüentou irregularmente os primeiros estudos no conceituado colégio do Dr. Isaac Martins, educador de excepcionais qualidades, ardoroso propagandista republicano e abolicionista.

Em 15 de agosto de 1899, com o auxílio paterno, embarcou para São Luís, onde no ano seguinte funda a "Oficina dos Novos" e matricula-se com o nome de José Maranhão Sobrinho na antiga Escola Normal, em 1901, tendo para isso obtido a ajuda de uma pequena bolsa de estudo, naqueles tempos denominada pensão. Por motivo de se haver indisposto com alguns professores, em seguida abandonava o curso normal e, sem emprego, aos poucos entregou-se à vida boêmia.

Em 1903, impressionados com a vida boêmia que levava em São Luís, alguns amigos mais dedicados o embarcaram, quase à força, para Belém do Pará, na esperança de que ali mudasse de procedimento, trabalhasse e arranjasse meios de publicar seus livros.

Na capital paraense, colocou-se no jornal Notícias e passou a colaborar na tradicional Folha do Norte. Bem depressa, tornou-se popular nas rodas boêmias e nos meios intelectuais. Colaborou também em jornais e outras publicações de São Luís e de vários Estados, incluindo-se entre estas a Revista do Norte, de Antônio Lôbo e Alfredo Teixeira.

Em 1908 funda Academia Maranhense de Letras, unido à plêiade de escritores e poetas locais. Nisso transfere-se para a Amazônia onde, residindo em Manaus, passa a colaborar com a imprensa local e torna-se membro fundador da Academia Amazonense de Letras.

Sua vida sempre foi boêmia e desregrada, escrevendo seus versos em bares, mesas de botequim ou qualquer ambiente em que predominasse álcool, papel e tinta. Despreocupado pela sorte dos seus poemas, publicou seus livros em péssimas edições sem capricho ou conservação, aos cuidados de amigos e admiradores, deixando esparsa grande parte do que escreveu em jornais, revistas e folhas de cadernos de venda.

Sem dispor de recursos financeiros, publicou seus trabalhos com grande dificuldade. Foram ao todo três livros editados de modo bastante precário, com circulação restrita à província. Além disso, apenas colaborações esparsas, ainda que numerosas, em revistas e jornais de São Luís. Muito embora sua obra ainda não tenha sido objeto de um estudo mais aprofundado, a crítica nela destaca uma bem assimilada influência de Baudelaire e Verlaine, considerando-o ao mesmo tempo um dos luminares do movimento simbolista no Brasil - quase no mesmo nível ocupado por Cruz e Souza e Alfonsus Guimaraes, expoentes máximos da escola.

De qualquer sorte, coube a Maranhão Sobrinho ser um poeta representativo do período de transição da literatura maranhense - teve o talento amplamente reconhecido, tanto pelo público quanto por seus pares, foi um dos fundadores da Academia Maranhense de Letras, mas sofreu estilisticamente na difícil tarefa de buscar uma síntese convincente entre o Romantismo ainda em voga, o Parnasianismo e o Simbolismo. Reflexos dessa luta estéril são visíveis em seus poemas. Houvesse vivido mais alguns anos, talvez sua obra conseguisse escapar dessa armadilha literária, atingindo novas e inesperadas dimensões.

Novamente muda-se mas para Belém, onde conhece o poeta Carlos D. Fernandes, que havia sido amigo de Cruz e Sousa e pertencera ao grupo da revista Rosa-Cruz. Dois anos depois, de retorno a Manaus, lá fixa-se como funcionário público do Estado, onde vem a falecer no dia do seu aniversário em plena noite de natal, no dia 25 de dezembro de 1915, com apenas 36 anos de idade.

Em Barra da Corda, o seu nome é lembrado oficialmente em uma única praça e pela Academia Barra-Cordense de Letras.

A poesia de Maranhão Sobrinho é de fato colorida e fantasiosa, por vezes cheia de um resplendor de pedrarias, quando muito se revela satânica e, em alguns momentos, penetrada do amargor de Cruz e Sousa. "... É o representante mais completo da escola simbolista no Maranhão", diz Antônio Reis Carvalho, e de fato, segundo os críticos literários, é notória a influência dos poetas franceses Mallarmé, Verlaine e Baudelaire.

Na poesia de Maranhão Sobrinho a idéia é simbólica, o sentimento é romântico e a forma é parnasiana, afirma o literato Reis Carvalho.

Literariamente batizado na escola simbolista, Maranhão Sobrinho é conhecido pelos críticos e estudiosos de literatura como um dos três melhores poetas simbolistas brasileiros, ao lado de Cruz e Souza e Alphonsus de Guimarães.

Fontes:
Antonio Manoel Abreu Sardenberg
Antonio Miranda

Monteiro Lobato (Emília no País da Gramática) – Cap.1: Uma Idéia da Senhora Emília



Dona Benta, com aquela paciência de santa, estava ensinando gramática a Pedrinho. No começo Pedrinho rezingou.

— Maçada, vovó. Basta que eu tenha de lidar com essa caceteação lá na escola. As férias que venho passar aqui são só para brinquedo. Não, não e não. . .

— Mas, meu filho, se você apenas recordar com sua avó o que anda aprendendo na escola, isso valerá muito para você mesmo, quando as aulas se reabrirem. Um bocadinho só, vamos! Meia hora por dia. Sobram ainda vinte e três horas e meia para os famosos brinquedos.

Pedrinho fez bico, mas afinal cedeu; e todos os dias vinha sentar-se diante de Dona Benta, de pernas cruzadas como um oriental, para ouvir explicações de gramática.

— Ah, assim, sim! — dizia ele. — Se meu professor ensinasse como a senhora, a tal gramática até virava brincadeira.

Mas o homem obriga a gente a decorar uma porção de definições que ninguém entende. Ditongos, fonemas, gerúndios. . .

Emília habituou-se a vir assistir às lições, e ali ficava a piscar, distraída, como quem anda com uma grande idéia na cabeça.

É que realmente andava com uma grande idéia na cabeça.

— Pedrinho — disse ela um dia depois de terminada a lição —, por que, em vez de estarmos aqui a ouvir falar de gramática, não havemos de ir passear no País da Gramática?

O menino ficou tonto com a proposta.

— Que lembrança, Emília! Esse país não existe, nem nunca existiu. Gramática é um livro.

— Existe, sim. O rinoceronte (este personagem aparece pela primeira vez nas Caçadas de Pedrinho), que é um sabidão, contou-me que existe. Podemos ir todos, montados nele. Topa?

Perguntar a Pedrinho se queria meter-se em nova aventura era o mesmo que perguntar a macaco se quer banana. Pedrinho aprovou a idéia com palmas e pinotes de alegria, e saiu correndo para convidar Narizinho e o Visconde de Sabugosa. Narizinho também bateu palmas — e se não deu pinotes foi porque estava na cozinha, de peneira ao colo, ajudando Tia Nastácia a escolher feijão.

— E onde fica esse país? — perguntou ela.

— Isso é lá com o rinoceronte — respondeu o menino. — Pelo que diz a Emília, esse paquiderme é um grandessíssimo gramático.

— Com aquele cascão todo?

— É exatamente o cascão gramatical — asneirou Emília, que vinha entrando com o Visconde.

Os meninos fizeram todas as combinações necessárias, e no dia marcado partiram muito cedo, a cavalo no rinoceronte, o qual trotava um trote mais duro que a sua casca. Trotou, trotou e, depois de muito trotar, deu com eles numa região onde o ar chiava de modo estranho.

— Que zumbido será esse? — indagou a menina. —

Parece que andam voando por aqui milhões de vespas invisíveis.

— É que já entramos em terras do País da Gramática — explicou o rinoceronte. — Estes zumbidos são os sons orais, que voam soltos no espaço.

— Não comece a falar difícil que nós ficamos na mesma — observou Emília. — Sons Orais, que pedantismo é esse?

— Som Oral quer dizer som produzido pela boca, A, E, I, O, U são Sons Orais, como dizem os senhores gramáticos,

— Pois diga logo que são letras! — gritou Emília.

— Mas não são letras! — protestou o rinoceronte. — Quando você diz A ou O, você está produzindo um som, não está escrevendo uma letra. Letras são sinaizinhos que os homens usam para representar esses sons. Primeiro há os Sons Orais; depois é que aparecem as letras, para marcar esses Sons Orais. Entendeu?

O ar continuava num zunzum cada vez maior. Os meninos pararam, muito atentos, a ouvir.

— Estou percebendo muitos sons que conheço — disse Pedrinho, com a mão em concha ao ouvido.

— Todos os sons que andam zumbindo por aqui são velhos conhecidos seus, Pedrinho.

— Querem ver que é o tal alfabeto? — lembrou Narizinho. — E é mesmo!. . . Estou distinguindo todas as letras do alfabeto. . .

— Não, menina; você está apenas distinguindo todos os sons das letras do alfabeto — corrigiu o rinoceronte com uma pachorra igual à de Dona Benta. — Se você escrever cada um desses sons, então, sim; então surgem as letras do alfabeto.

— Que engraçado! — exclamou Pedrinho, sempre de mão em concha ao ouvido. — Estou também distinguindo todas as letras do alfabeto: o A, o C, o D, o X, o M. . .

O rinoceronte deu um suspiro.

— Mas chega de sons invisíveis — gritou a menina. —-Toca para diante. Quero entrar logo no tal País da Gramática.

-— Nele já estamos — disse o paquiderme. — Esse país principia justamente ali onde o ar começa a zumbir. Os sons espalhados pelo ar, e que são representados por letras, fundem-se logo adiante em sílabas, e essas Sílabas formam palavras — as tais palavras que constituem a população da cidade onde vamos. Reparem que entre as letras há cinco que governam todas as outras. São as Senhoras vogais — cinco madamas emproadas e orgulhosíssimas, porque palavra nenhuma pode formar-se sem a presença delas. As demais letras ajudam; por si mesmas nada valem. Essas ajudantes são as consoantes e, como a palavra está dizendo, só soam com uma Vogai adiante ou atrás. Pegue as dezoito Consoantes do alfabeto e procure formar com elas uma palavra. Experimente, Pedrinho.

Pedrinho experimentou de todos os jeitos, sem nada conseguir.

— Misture agora as Consoantes com uma Vogai, com o A, por exemplo, e veja quantas palavras pode formar.

Pedrinho misturou o A com as dezoito Consoantes e imediatamente viu que era possível formar um grande número de palavras.

Nisto dobraram uma curva do caminho e avistaram ao longe o casario de uma cidade. Na mesma direção, mais para além, viam-se outras cidades do mesmo tipo.

— Que tantas cidades são aquelas, Quindim? — perguntou Emília.

Todos olharam para a boneca, franzindo a testa. Quindim? Não havia ali ninguém com semelhante nome.

— Quindim — explicou Emília — é o nome que resolvi botar no rinoceronte.

— Mas que relação há entre o nome Quindim, tão mimoso, e um paquiderme cascudo destes? — perguntou o menino, ainda surpreso.

— A mesma que há entre a sua pessoa, Pedrinho, e a palavra Pedro — isto é, nenhuma. Nome é nome; não precisa ter relação com o "nomado". Eu sou Emília, como podia ser Teodora, Inácia, Hilda ou Cunegundes. Quindim!. . . Como sempre fui a botadeira de nomes lá do sítio, resolvo batizar o rinoceronte assim — e pronto! Vamos, Quindim, explique-nos que cidades são aquelas.

O rinoceronte olhou, olhou e disse:

— São as cidades do País da Gramática. A que está mais perto chama-se Portugália, e é onde moram as palavras da língua portuguesa. Aquela bem lá adiante é Anglópolis, a cidade das palavras inglesas.

— Que grande que é! — exclamou Narizinho.

— Anglópolis é a maior de todas — disse Quindim. — Moram lá mais de quinhentas mil palavras.

— E Portugália, que população de palavras tem?

— Menos de metade — aí umas duzentas e tantas mil, contando tudo.

— E aquela, à esquerda?

— Galópolis, a cidade das palavras francesas. A outra é Castelópolis, a cidade das palavras espanholas. A outra é Italópolis, onde todas as palavras são italianas.

— E aquela, bem, bem, bem lá no fundo, toda escangalhada, com jeito de cemitério?

— São os escombros duma cidade que já foi muito importante — a cidade das palavras latinas; mas o mundo foi mudando e as palavras latinas emigraram dessa cidade velha para outras cidades novas que foram surgindo. Hoje, a cidade das palavras latinas está completamente morta. Não passa dum montão de velharias. Perto dela ficam as ruínas de outra cidade célebre do tempo antigo — a cidade das velhas palavras gregas. Também não passa agora dum montão de cacos veneráveis.

Puseram-se a caminho; à medida que se aproximavam da primeira cidade viram que os sons já não zumbiam soltos no ar, como antes, mas sim ligados entre si.

— Que mudança foi essa? — perguntou a menina.

— Os sons estão começando a juntar-se em sílabas, depois as Sílabas descem e vão ocupar um bairro da cidade.

— E que quer dizer Sílaba? — perguntou a boneca.

— Quer dizer um grupinho de sons, um grupinho ajeitado; um grupinho de amigos que gostam de andar sempre juntos; o G, o R e o A, por exemplo, gostam de formar a Sílaba Gra, que entra em muitas palavras.

— Graça, Gravata, Gramática. . . — exemplificou Pedrinho.

— Isso mesmo aprovou Quindim. — Também o M e o U gostam de formar a Sílaba Mu, que entra em muitas palavras.

— Muro, Mudo, Mudança. . . — sugeriu a menina.

— Isso mesmo — repetiu Quindim. — E reparem que em cada palavra há uma Sílaba mais emproada e importante que as outras pelo fato de ser a depositária do acento tônico. Essa Sílaba chama-se a tônica.

— O mesmo nome da mãe de Pedrinho!... — observou Emília arregalando os olhos.

— Não, boba. Mamãe chama-se Tônica e o rinoceronte está falando em Sílaba Tônica. É muito diferente.

— Perfeitamente — confirmou Quindim. — No nome de Dona Tônica a Sílaba Tônica é Ni; e na palavra que eu disse a Sílaba Tônica é o To. E na palavra Pedrinho, qual é a Tônica?

— Dri — responderam todos a um tempo.

— Isso mesmo. Mas os senhores gramáticos são uns sujeitos amigos de nomenclaturas rebarbativas, dessas que deixam as crianças velhas antes do tempo. Por isso dividem as palavras em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas, conforme trazem o Acento Tônico na última Sílaba, na penúltima ou na antepenúltima.

— Nossa Senhora! Que "luxo asiático"! — exclamou Emília. — Bastava dizer que o tal acento cai na última, na penúltima ou na antepenúltima. Dava na mesma e não enchia a cabeça da gente de tantos nomes feios. Proparoxítona! Só mesmo dando com um gato morto em cima até o rinoceronte miar. ..

— E há mais ainda — disse Quindim. — As pobres palavras que têm a desgraça de ter o acento na antepenúltima sílaba, quando não são xingadas de Pro-pa-ro-xí-to-nas, são xingadas de esdrúxulas. As palavras Áspero, Espírito, Rícino, Varíola, etc, são Esdrúxulas.

-— Es-drú-xu-las! — repetiu Emília. — Eu pensei que Esdrúxulas quisesse dizer esquisito.

— E pensou certo — confirmou o rinoceronte. — Como na língua portuguesa as palavras com acento na antepenúltima não são muitas, elas formam uma esquisitice, e por isso são chamadas de Esdrúxulas.

E assim conversando, o bandinho chegou aos subúrbios da cidade habitada pelas palavras portuguesas e brasileiras.

Fonte:
LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática. SP: Círculo do Livro. Digitalizado por http://groups.google.com/group/digitalsource

Casa do Poeta de Canoas (Palestra com Vladimir Cunha Santos)


Casa do Poeta de Canoas convida para a 2ª edição da

CONFRARIA DA LEITURA

Palestra com o escritor, poeta, cronista, contista, romancista,
publicitário, jornalista, editor e ativista cultural

Vladimir Cunha Santos

Sexta-feira - 5/11/2010 - 19h

ASCCAN - Av. Victor Barreto, 2301 Centro/Canoas (Antiga FCC)

As 20h, após a palestra, realizaremos um Sarau de Confraternização como evento participante da Semana Cultural da ASCCAN

Maria Santos Rigo
Presidente da Casa do Poeta de Canoas

Fonte:
Casa do Poeta de Canoas

Pedro Du Bois (Livro de Poemas)


REAFIRMAÇÕES

Reafirmo a crença no futuro
diz o homem moribundo

o medo da inexistência tolhe
seu gesto de contrição: a sabedoria
reversa redescobre os mitos
onde permanece no pensamento
adverso de ser o nada redundante

reafirmo a esperança no presente
afirma o homem em despedida.

CHOVER

Sou a sede
a fome
a garra com que o pássaro
retira d’água o peixe
que se oferece
em superfícies

na profundeza
o abismo se fecha
na escuridão do tempo
naufragado

minha fome se completa
minha sede busca a gota
terminal dos ares.

REMANESCENTES

Somos todos
único remanescente
da tormenta: carregamos tormentos
distribuídos em igualdade

(talvez não sejamos menos
passíveis do que os outros:
é possível ver a raiva
sob o tapete)

entre todos
um: reflexo
amiudado em certezas.

A carreira em perseguido
insucesso.

LONGE

Longe em ares
sou vácuo. Diferença
indistinta entre o som
e o nada. Aconselhado
retorno ao vício em respiração
diária: anoto a solicitude
do pedido: ares
ininterruptos. No vácuo
me encontro em corpos
decompostos: retorno ao ovário
e me aplacento.

O vácuo permite aos ares
o desfazimento dos elementos.

A decomposição do corpo
no irrealizável.

HAVERES

Na terra que não é sua: o proprietário
na vontade que lhe escapa: o pânico
na descoberta da hora: o tempo
na desconfiança do ato: o fato
na memória encoberta: há quem conte
sobre o outro lado
memorizado em estrofes
intercaladas: há
o ranger de dentes
e a dor de cabeça
pelo não acontecido

na forma pública: o todo recolhido
ao sacrifício.

Fonte:
Colaboração de Pedro Dubois (Poemas Inéditos)

Ademar Macedo (Lançamento de O Trovadoresco n. 65, novembro de 2010)

Minhas lágrimas serenas,
cada qual mais ressentida,
formam um rosário de penas,
das mágoas de minha vida.
(Jorge Murad/RJ)

Artimanhas de um amor
que nasceu no dia-a-dia
entre a rosa e o beija-flor
no canteiro da poesia.
(Ieda Lima/RN)

Ser careca, ele detesta.
Não suporta usar peruca.
Então, puxou para testa
o que restava na nuca...
(Renata Pacolla/SP)

Ao lento passar da horas,
aumentam as agonias...
Quanto mais tempo demoras,
mais sinto as noites vazias.
(Vanda Alves/PR)

E muito mais no Trovadoresco numero 65:
Trovas Potiguares
Trova-Riso!
Simplesmente trovas…
…E Suas trovas ficaram
O Cantinho da Poesia

Faça o download Aqui
------------------------
Comunicado do Ademar
Para O Trovadoresco do próximo mês (Dezembro), quem quiser enviar uma trova, soneto ou uma poesia sobre "Natal ou Ano Novo" já pode ir enviando.

Pode mandar a vontade, pois as que não sairem no trovadoresco, sairão durante todo o mês de dezembro...pelo menos Na "trova do dia".

Fico aguardando;
Ademar.
________________
Fonte:
Ademar Macedo

Ialmar Pio Schneider (Baú de Trovas XII)


A brisa sempre é bem-vinda
nessas tardes de calor,
quando apareces tão linda
para preencher meu amor !

Aceita os versos que faço
com verdadeira emoção,
há de ter o seu espaço
dentro do teu coração !

A saudade que me assalta
E punge meu coração,
É da morena que falta
Nesta minha solidão !

Canta o poeta tristonho
seus versos desesperados,
pois que alimenta no sonho
sóbrios amores frustrados...

Contemplando a imensidão
do céu azul e do mar,
minh´alma sente a paixão
de viver para te amar !...

Coração sentimental,
a bater desesperado,
ontem teve um ideal,
hoje é brinquedo quebrado !

De novo o sol vai se pôr
na colina além do rio,
sinto saudades do amor
que me trouxe tanto brio...

Era jovem e vivia
desfrutando a mocidade...
Por que será que hoje em dia,
vivo agora de saudade?!

Era menino... e bem cedo
vivia a brincar sozinho;
o meu primeiro brinquedo
foi só... um caminhãozinho...

Estas trovas que hoje canto
com vontade de chorar,
vem do triste desencanto
de nunca mais te encontrar.

Já fui gato abandonado
e vivia ao Deus-dará...
hoje sou gato amarrado
por laços que a vida dá !

Meus cantares estão cheios
de paixão e fantasia,
meus queridos devaneios
no Universo da Poesia.

Na ascensão ou na descida,
tenham fé, queridos filhos;
não se percam pela vida
ao seguirem falsos trilhos !

Não esperes compreensão
para os poemas que escreves,
é tão longa a ingratidão,
como os momentos são breves.

No coração de quem ama
sempre haverá um lugar
para alimentar a chama
de uma paixão a queimar.

Nunca mais vou projetar
mensagens de amor ardente,
existe um outro lugar
pra quem não gosta da gente.

Onde habita a majestade
deusa do meu coração?
Ela vive na saudade
dos anos que lá se vão !

Passaram-se tantos dias
que formaram muitos anos,
se colhemos alegrias,
não faltaram desenganos.

Pelos trilhos da saudade
vai seguindo o trem do amor;
e lembrando a mocidade,
inda sou um sonhador...

Quando a saudade me aperta,
Faço uma trova, somente;
A vida fica deserta
E choro convulsamente...

Quando a saudade vier
me visitar, com certeza,
hei de lembrar a mulher
mais linda da natureza !

Quando cansado, à tardinha,
meu corpo exausto descansa,
vem a brisa e me acarinha
enchendo-me de esperança...

Quando lembro a mocidade
dos meus verdes madrigais,
sinto que a felicidade
já se foi, pra nunca mais !

Quem diz que a felicidade
Depende só do dinheiro,
Veja se compra a saudade
Com o ouro do mundo inteiro !

Quem for amigo de alguém,
precisa ter lealdade;
caso contrário, só tem
traição em vez de amizade...

Queria ter deste mundo
só flores e não espinhos;
mas um triste vagabundo
tem os dois pelos caminhos...

Sejam as trovas singelas
como as flores de um jardim,
e assim serão as mais belas
pérolas de um mar sem fim.

Tão rápida a vida passa,
nem se chega a perceber,
pois é como uma fumaça
pelo espaço a se perder...

Vivia fazendo versos,
crendo ser feliz, enfim,
vejo-os agora dispersos
e faço trovas pra mim...

Fonte:
O Autor

Nilton Manoel (Minha Terra Tem Saudades)

Praça XV, em 1920, vista da Rua General Osório.
Á direita a Rua Duque de Caxias.

Lembro-me da velha praça XV de novembro.
Todo mundo na área central.
Na praça XV, falei com caciques indígenas
e participei de eventos culturais.
Ouvi músicas populares e troquei gibis no cinema.
Bati papo com artistas
e convivi com as xilogravuras de Leopoldo Lima.
Na velha praça XV,
chorei alegrias e declamei tristezas.
Conheci poetas e ouvi escritores
que, vendiam livros de mão em mão, pelo pão da cervejaria.
Os varais e comícios de poesia eram constantes...
O professor Galvão Amaral falava mais de rádio e teatro...
Na velha praça, lendo jornais, ouvi o canto dos pardais.
Na velha Caverna, hoje teatro, no sub-solo do Teatro,
tomei cerveja e bebi pinga com limão,
joguei bilhar , baralho, pebolim e palitinho...
Declamei poemas e fiz teatro!
Na praça XV?...
Que saudade da rua General Osório do passado,
da Galeria Paulista, da panificadora Americana.
O restaurante da esquina também vendia cerveja...
O tempo correu!.. Tudo maquiado!
Cadê o café do Estado?
Cadê a Confeitaria Paulicéia
onde troquei figurinhas Atlas?...
A sirene da velha Paulista,
sumiu no dia de São João em 2003!
Cadê o menino dos tempos de outrora?
Cadê o menino com o monograma da escola?
Hoje em linhas antigas cenários novos.
O calçadão tem de tudo um pouco;
parece quermesse na vida do cidadão!
O dr. Camilo de Matos,
trocou de bengala tantas vezes...
Os paralelepípedos da esplanada do teatro?
não são originais!...
Nem temos mais trovas em torno da Fonte Luminosa...
Nem os Jogos Florais!
Depois que o terminal de ônibus urbano
se foi da praça Carlos Gomes,
o povo vive ponteado e disperso!
Na rua Duque de Caxias, esplêndida,
sempre amiga, repleta de livros,
a Biblioteca Cultural Altino Arantes,
tem tradicional secção circulante...
A cidade cresceu pelos pontos cardeais;
e em cada canto, o encanto, de uma novidade
nos projetos sociais.
Gente que sonha e realiza-se porque sonha!
Entre parques e vilas,
distantes da estação Barracão.
o velho campo Aberto, é vida e emoção...
Viva a rua Javari!
Chão cheio de lendas e histórias...
A vida é lição de cidadania!
É paz, poesia e afetividade!
Como é linda minha cidade...
O cidadão do futuro,
vai amá-la muito mais do que eu a amo!

(5º vencedor - I Concurso de Poesia do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto -28/10/2003)
--------------
Fonte:
O Autor

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.37)


Trova do Dia

Cadeira de academia
é um "chama" sepulcral...
pois quando fica vazia,
lá se foi outro imortal!
FRANCISCO JOSÉ PESSOA/CE

Trova Potiguar

A deusa da minha rua
mora bem perto de mim;
vive a contemplar a lua
que ilumina o meu jardim.
GONZAGA DA SILVA/RN

Uma Trova Premiada

2007 > Niterói/RJ
Tema > ALVORADA > Menção Honrosa

Abri mão das alvoradas
que eu pude ter e não quis,
e hoje enfrento as madrugadas
fingindo que sou feliz!
MARIA NASCIMENTO/RJ

Uma Poesia livre

– Maria Emília Xavier/RJ –
AINDA...

Não tenho escrito nada...
Não por falta de vontade e de necessidade...
Mas, não quero botar no papel...
Não quero guardar,
Não quero lembranças...
Vai passar...
Todos os dias acordo e penso: hoje vai acabar...
Vem um novo tempo...
A manhã acaba...
A tarde passa...
A noite chega...
E pela manhã, a solidão me dá... Bom Dia.

Uma Trova de Ademar

A própria taquicardia
regula a nossa emoção
quando os versos da poesia
toca o nosso coração.
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Quinhentos anos mostrando
o poder da sua glória;
o Brasil vai revelando
o seu passado na história.
WANDA DE OLIVEIRA/MG

Estrofe do Dia

A natureza se espalma
no mais completo abandono,
na mesma hora se acalma
sentindo o primeiro sono;
depois que tudo adormece
reza a derradeira prece
à noite que se encaminha,
surge a lua vagarosa
pensando triste e nervosa
passar a noite sozinha.
CANCÃO/PE

Soneto do Dia

– João Justiniano/BA –
SONETO DO RENASCER.

Pudesse recompor o meu passado
fazendo-o reverter no hoje e agora...
Traria minha mãe – Nossa Senhora,
Santa Ana ou Mãe Rosa, tendo ao lado.

Né Justino, Domingos e Toinho,
e eu, donzelo - adolescente ainda,
hora no trono, hora na berlinda,
não sabia de uísque nem de vinho...

E eis o sobrado e a escola de Dulcina,
a Rodelas humilde e pequenina,
de antes da barragem Gonzagão...

Inteiro meu passado, hoje e agora,
renasce diariamente a cada aurora,
preso, arraigado em mim, no coração...

Fonte:
Ademar Macedo

56a. Feira do Livro de Porto Alegre (Programação do Dia = Terça-Feira: 2 de novembro)


Hora: 09:00

Título do evento: Mostra de projetos de leitura
Local: Vitrina da Leitura - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
A Feira vai à Fase - parceria CRL/CIP Carlos Santos e Case-Poa 1 - Porto Alegre
Segue até às 21hs

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Ateliê da Imagem - Infantil e Juvenil
Participantes: Núcleo de Ilustrações e Quadrinhos da Ufrgs - NIQ
Exposição de trabalhos do Núcleo de Ilustrações e Quadrinhos da Ufrgs - NIQ

Título do evento: Maratona de Contação de Histórias
Local: Território das Escolas - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Apresentação de contadores de histórias do Grupo Cataventus - Porto Alegre

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Encontro Bonelli, com Gonçalo Junior e Gervásio Santana de Freitas
Atividade para quadrinistas, colecionadores e outros interessados

Hora: 10:00

Título do evento: Grava Livro Ahê!
Local: Estúdio Móvel Gravahê - diante do Pórtico Central do Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Contação da história do livro Obax, de André Neves, pelo autor, com gravação de CD ao vivo
Parceiro: Ong Cirandar
Coordenação: André Neves
Coordenação musical: Tino Freitas e Robson Serafini
Até as 13h

Hora: 10:30

Título do evento: São Jorge e o dragão
Local: QG dos Pitocos - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Teatro de bonecos com a Cia. Crakety

Hora: 11:00

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Pórtico Central - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Ana Bermareck
Intervenção de dança aérea com Ana Bernareck

Hora: 13:30

Título do evento: Oficina "Libras"
Local: Biblioteca - CCCEV - Área Geral
Participantes: Isabel Casagrande Batista, Fábio Alberton
Aprendendo libras: técnicas e curiosidades. Módulo 2/2

Hora: 14:00

Título do evento: Luna e a mala de histórias
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Danielle Fritzen
Contação de histórias com Danielle Fritzen

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Ateliê da Imagem - Infantil e Juvenil
Participantes: Oficina de fliptum com Guazzelli para pré-adolescentes

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Sílvio Ribas A saga do morcego, bate-papo com Sílvio Ribas

Título do evento: Oficina "Design do Livro"
Local: Sala de Pesquisa - CCCEV - Área Geral
Participantes: Norberto Bozzetti
Design do livro - conceituação e projeto. Módulo 2/3

Hora: 14:30

Sessões de Autógrafos
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: J.H. Bragatti
Obra: Ponto Final
Editora: Palmarinca e Dublinense

Participantes: Maria da Graça Rodrigues
Obra: Helena de Uruguaiana
Editora: Palmarinca e Dublinense

Participantes: Joana Bosak
Obra: De guaxos e de sombras
Editora: Palmarinca e Dublinense

Hora: 14:30

Título do evento: Oficina "Teatro e literatura - trânsitos e intercâmbios"
Local: Sala O Retrato - CCCEV - Área Geral
Participantes: Patrícia Fagundes
Através da análise de realizações artísticas, a oficina investiga as dinâmicas da relação entre texto dramático e espetáculo. Módulo 2/3

Título do evento: Tenda.doc - Documentário: Chico Xavier, o maior médium brasileiro de todos os tempos
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Programa Globo News especial. No ano do centenário de nascimento, o repórter Claufe Rodrigues foi a Uberaba e Pedro Leopoldo, em Minas, para fazer um perfil de Chico Xavier. Depoimentos variados.
Duração: 23min

Hora: 15:00

Sessões de Autógrafos
Local: Deck dos Autógrafos - Cais do Porto
Participantes: Guazelli (ilustrador)
Obra: A lua dentro do coco
Editora: Projeto

Título do evento: Negrinho do Pastoreiro
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Oigalé Cooperativa de Artistas Teatrais
Espetáculo de teatro infantil

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Pórtico Central - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Ana Bernareck
Intervenção de dança aérea com Ana Bernareck

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Ateliê da Imagem - Infantil e Juvenil
Participantes: Núcleo de Ilustrações e Quadrinhos da UFRGS - NIQ
Oficinas-relâmpago com membros do Núcleo de Ilustrações e Quadrinhos da UGRGS - NIQ , para toda a família

Título do evento: Grava Livro Ahê!
Local: Estúdio Móvel Gravahê - diante do Pórtico Central do Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Contação da história do livro A princesa que não sabia chorar, de Marô Barbieri, pela autora, com gravação de CD ao vivo
Parceiro: Ong Cirandar
Coordenação: André Neves
Coordenação musical: Tino Freitas e Robson Serafini
Até as 18h

Hora: 15:30

Sessões de Autógrafos
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: Regina Salete Isoppo
Obra: A Missão - Biografia Espiritual
Editora: Independente

Título do evento: Castelo de contos
Local: QG dos Pitocos - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Contar histórias é um grande espetáculo, com Paulo Bocca

Título do evento: Gaudêncio conta causos
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Rita Patrícia
Contação de histórias com Rita Patrício

Título do evento: O perfil das editoras gaúchas e seus catálogos
Local: Sala Leste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Jerônimo Braga, Débora Bertol, Márcia Martins, Annete Baldi
Clube dos Editores do RS fala sobre o perfil das editoras gaúchas e seus catálogos

Hora: 16:00

Sessões de Autógrafos
Local: Deck dos Autógrafos - Cais do Porto
Participantes: Lívia Petry, Zorávia Bettiol (ilustradora)
Obra: As Aventuras do menino Anjo
Editora: Editora Nova Prova

Título do evento: 5° Mutação na Feira - HQ, zines e outras histórias
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Sonia Luyten
Discutindo mangá e cultura pop japonesa

Título do evento: Analfabetismo Funcional
Local: Sala dos Jacarandás - Memorial do RS - Área Geral
Participantes: Peter Hubertus, João Carneiro, Representante Ministério da Cultura
Analfabetismo funcional: um desafio também para a sociedade Alemã

Título do evento: Contação: As histórias mais loucas do mundo
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Participantes: Raquel Grabauska, Gustavo Finkler
Alguém teve a ideia de escrever as histórias mais loucas, sem pé nem cabeça!

Hora: 16:30

Sessões de Autógrafos
Local: QG dos Pitocos - Cais do Porto
Participantes: Silvia Helena Lencine
Obra: Pedacinho do Céu
Editora: Ciranda de Livros

Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: Magna Regina Tessaro Barp
Obra: Sexualidade e Evolução Humana
Editora: Alternativa

Participantes: Francesca Ducceschi
Obra: O Catavento da Vida
Editora: Pro Sapiens

Participantes: Lauro Trevisan
Obra: O velho monge do castelo
Editora: Editora da Mente

Título do evento: Contação de histórias
Local: QG dos Pitocos - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Sílvia Helena Lancine

Título do evento: Filosofia e criação literária
Local: Sala Oeste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Cássio Pantaleoni
Revitalizando o sentido na literatura

Título do evento: Da dramaturgia ao conto
Local: Sala O Retrato - CCCEV - Área Geral
Participantes: Ivo Bender, Regina Zilberman
Um passeio pela trajetória de Ivo Bender, que agora estréia em uma nova narrativa com um livro de contos

Hora: 17:00
Título do evento: Castelo de contos
Local: Arena das Histórias - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Paulo Bocca
Contar histórias é um grande espetáculo

Título do evento: Filhote de Cruz Credo
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Espetáculo de teatro infantil
Direção: Bob Bahlis

Hora: 17:30

Sessões de Autógrafos
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: Marisa de Andrade
Obra: O Estigma da Periferia
Editora: Palmarina e Da Casa

Participantes: Carlos Urbim, Cintia Moscovich, Letícia Schwartz
Obra: Coleção Livro de Ouvir
Editora: Libretos

Participantes: Sara Ramirez Vicencio
Obra: Aqui e Ali - De tudo um pouco
Editora: Indenpendente

Hora: 17:30

Título do evento: Coaching de vendas - Conduza seu cliente para a solução e venda mais
Local: Sala Leste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Paulo Gerhardt
O coach ajuda o profissional a ir além do que pensava ser seus limites

Hora: 18:00

Sessões de Autógrafos
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto
Participantes: Sonia B. Luyten
Obra: Cultura Pop Japonesa - Manga e Anime / Manga: o poder do quadrinho japonês
Editora: Hedir

Local: Memorial do RS - Térreo
Participantes: Charles Kiefer (org.)
Obra: Outras Mulheres
Editora: Palmarinca e Dublinense

Hora: 18:00

Título do evento: 5º Mutação na Feira - HQs, zines e outras histórias
Local: Casa do Pensamento - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Participantes: Obra aberta, relato de experiência de Guazzelli

Título do evento: Ciclo de História do Brasil na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre - Histórias da história do Brasil
Local: Sala dos Jacarandás - Memorial do RS - Área Geral
Participantes: José Roberto Torero, Eduardo Bueno, Mediação de Cristiane Ostermann
Novas formas de contar a história e as histórias do Brasil

Título do evento: Padaria Espiritual: Fazedores de histórias e suas memórias
Cardápio: Cíntia Moscovich e Rodrigo Lacerda
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Em homenagem à original Padaria Espiritual - movimento intelectual brasileiro (Ceará, 1892/1898) - conclamamos escritores, leitores e afins a alimentar com pão de espírito os sócios e os povos em geral, em programações que tem o livro e a leitura como mote central

Hora: 18:30

Sessões de Autógrafos
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: Paulo Flávio Ledur
Obra: Agenda Gramatical 2011
Editora: AGE

Participantes: Dino Del Pino
Obra: Escrita, Leitura e I(nc)lusão Digital
Editora: AGE

Participantes: Maria Ceci Minecky (org.), Rafael Flores (org.), Joyci Moraes (org.)
Obra: Organização e Práxis Libertadora
Editora: Palmarinca e IMED

Participantes: Cássio Pantaleoni
Obra: Histórias para quem gosta de contar histórias
Editora: 8Inverso

Participantes: Eddie Van Feu
Obra: Magia dos Dragões
Editora: Linhas Tortas

Participantes: Robertson Frizero
Obra: Autobiografia de um ex-negro
Editora: 8Inverso

Participantes: Sandra Carneiro
Obra: Jornada dos Anjos
Editora: ViVALUZ

Participantes: Berenice Germano
Obra: Minha vida pelo seu perdão
Editora: ViVALUZ
Hora: 18:30

Título do evento: Aurum Domini: a ficção a serviço da memória
Local: Sala Oeste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Simone Saueressig, Carla Renata Antunes de Souza Gomes
O papel da narrativa de ficção na preservação do patrimônio histórico

Título do evento: Quem tem ouvidos - um salto do pensamento para o inconcebível
Local: Sala O Retrato - CCCEV - Área Geral
Participantes: João Batista Mezzomo
Um desafio de decifração do mudo é posto desde o momento em que ele emergiu de um passado apagado da memória do ser humano, e que sussurra uma mensagem em seus ouvidos ainda surdos

Hora: 19:00

Título do evento: Biografias: histórias de vida
Local: Auditório Barbosa Lessa - CCCEV - Área Geral
Participantes: Lira Neto, Guilherme Fiuza, Mediação de Tânia Carvalho
Padre Cícero: Poder, Fé e Guerra no Sertão e Bussunda: A vida do casseta

Título do evento: "Oficina do Livro - O livro passo a passo"
Local: Sala de Pesquisa - CCCEV - Área Geral
Participantes: Paulo Tedesco
O livro passo a passo, as estratégias para o autor-editor. Módulo 2/3

Título do evento: Ciclo Fahrenheit 451: Eurema Gallo, Gilberto Perin e João Armando Nicotti são Blade Runner, de Philip K. Dick
Local: Sala Leste - Santander Cultural - Área Geral
Participantes: Eurema Gallo de Moraes, Gilberto Perin, João Armando Nicotti
Inspirado em Fahrenheit 451, do mestre da ficção científica Ray Bradbury, o ciclo lembra a história em que, num futuro totalitário, os livros seriam proibidos e queimados. Graças a uma comunidade de homens-livros, publicações são decoradas e retransmitidas. A cada dia, um convidado especial passa a ser um livro, dividindo-o com o público.

Título do evento: Cine Santander Cultural
Local: Cine Santander Cultural - Área Geral
Grandes Clássicos da Ficção Científica: Guerra dos mundos, de Byron Haskin

Hora: 19:30

Sessões de Autógrafos
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: Paulo Gerhardt
Obra: Coaching de vendas - conduza o seu cliente para a solução e vendas mais
Editora: Literalis

Participantes: Carlos Etchichury, Carlos Wagner, Humberto Trezzi, Nilson Cezar Mariano
Obra: Os Infiltrados - Eles Eram os Olhos e os Ouvidos da Ditadura
Editora: AGE

Participantes: José Roberto Torero
Obra: O Evangelho de Barrabás
Editora: Objetiva

Participantes: Eduardo Bueno (Peninha)
Obra: Brasil - Uma História
Editora: Leya

Hora: 19:30

Título do evento: Chico Xavier 100 anos
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto - Área Geral
Participantes: Wagner de Assis, Mediação de Roberta Salinet
Bate-papo com Wagner de Assis, diretor do filme Nosso Lar, em uma homenagem ao centenário de nascimento de Chico Xavier

Título do evento: Lançamento do livro Vó Melinha, cigana e rainha, de Elias José
Local: Biblioteca do Cais - Cais do Porto - Infantil e Juvenil
Promoção do Instituto Cultural Elias José, com a presença da família do autor
Editora: Larousse

Hora: 20:00

Sessões de Autógrafos
Local: Memorial do RS - Térreo
Participantes: Adair Philippsen (org.)
Obra: Cadernos de Literatura da AJURIS
Editora: WS Editor

Hora: 20:30

Sessões de Autógrafos
Local: Praça de Autógrafos - Praça da Alfândega
Participantes: Simone Saueressig
Obra: Aurum Domini - O ouro das Missões
Editora: Artes e Oficios

Participantes: Lira Neto
Obra: Padre Cícero, poder, fé e guerra no sertão
Editora: Companhia das Letras

Participantes: Guilherme Fiuza
Obra: Bussunda - A Vida Do Casseta
Editora: Objetiva

Participantes: João Batista Mezzomo
Obra: Quem tem Ouvidos - um salto do pensamento para o inconcebível
Editora: BesouroBox

Participantes: Marion Aranha
Obra: Berço Africano
Editora: Cidadela

Hora: 20:30

Título do evento: Cordão da Saideira: Freud e Goethe
Local: Tenda de Pasárgada - Praça da Alfândega - Área Geral
Participantes: Liana Timm, Lenira Fleck, Dione Detanico, Direção de Graça Nunes
Sarau com textos de Freud e Goethe, onde ressoam as teorias do psicanalista na poesia do escritor e filósofo

Hora: 21:00

Sessões de Autógrafos
Local: Teatro Sancho Pança - Cais do Porto
Participantes: Wagner de Assis
Obra: Nosso Lar, bastidores do filme
Editora: FEB

Fonte:
http://www.feiradolivro-poa.com.br/programacao.php

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Renato Martone Júnior (Lâmpada Insone)


artigo de Nilton Manoel (UBT/ Ribeirão Preto)

Não sei ao certo, mas desde 1979, questiono a pouca difusão do livro Lâmpada Insone, de Renato Martone Júnior, pela Rumo Editora.

Renato, da turma estudantina de Nilton da Costa Teixeira , anos quarenta, estudava latim,espanhol e francês e faziam poesias, na casa de meus pais.

Quando nasci, testemunhou (conforme certidão cartorária) meu nascimento. Renato foi para São Paulo estudar e professar Direito.

Seu livro editado, conhecia-o pelas cópias datilografadas que enviava a meu pai. Os dois falavam muito de poesia. No livro editado, existe a proibição de reprodução. No momento, em nova pesquisa transcrevo algumas trovas, para que, o poeta, tenha pelo menos citação como contribuinte do movimento literário da Trova. Foi poeta, sonetista, mas suas "primeiras trovas" são muito boas:

Quando na igreja, te fita,
tão meiga e linda rezando,
o próprio santo se agita
com medo de estar pecando.
--
Embora o povo assegure
que a medicina hoje viça,
não há remédio que cure
a cegueira da justiça.
----
O bem um do outro queremos,
não te iludo e não me logras;
por isso,não nos casemos
e nunca teremos sogras.
-----
Dentista de mil clientes,
meu vizinho faz das boas:
não põe coroas nos dentes,
mas põe dentes nas "coroas"...

Sinto, no meu garimpo de pesquisas que, dezenas de trovadores, jamais pertenceram a entidades maiores ou menores, mas deixam mensagens de qualidade perdidas no tempo

Fonte:
Nilton Manoel
Montagem da trova sobre imagem criada por Giordano, em 2002

Prêmio Selo Dardos de Reconhecimento


«O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras.

Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar o carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor á Web
».

"Regras":
- Exibir a imagem do Selo no Blog
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação
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- Comentar no blog dos indicados sobre essa postagem.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.36)


Trova do Dia

A saudade é um passarinho
em teimosa migração...
vem do passado, e faz ninho
nos beirais do coração.
HÉRON PATRÍCIO/SP

Trova Potiguar

O sol é lâmpada acesa,
por Deus pai, como magia...
para pintar a beleza
da vida... dia após dia.
MARA MELINNI /RN

Uma Trova Premiada

1999 > Niterói/RJ
Tema > TIMIDEZ > Menção Honrosa

Sou tímida, na verdade,
e você já percebeu.
Porém... me beije à vontade
porque a tímida sou eu...
ALCY RIBEIRO S. MAIOR/RJ

Uma Poesia livre

– José Ernesto Ferraresso/SP –
DISTÂNCIA

Se essa distância for constante
A tristeza provocará a dor,
e junto a dor chegará a lágrima...
Outono é frio,
folhas caem, e a brisa,
molha as folhas
e o vento as levam...
Esse frio cala na pele ,
que a resseca,
como folhas que se desfazem...
Eu ainda me lembro de você.
Éramos felizes...

Uma Trova de Ademar

Nesse mundo desigual
que teve Abel e Caim,
de qualquer modo, afinal
todos terão o seu fim...
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Saudade, de quando em quando,
provoca mágoas e dores,
pois vai de amores matando
quem vive lembrando amores...
MÁRIO BARRETO/PE

Estrofe do Dia

Numa só felicidade
eu defendo o panorama,
você cuide das raízes
que eu vou balançando a rama,
bebendo gotas de orvalho
que o véu da noite derrama.
FENELON DANTAS/PB

Soneto do Dia

– Zenaide Braga Marçal/CE –
DESENCONTRO.

Ao se cruzarem os nossos caminhos,
já para trás ficara a encruzilhada
onde decidem os que vão sozinhos
a direção melhor a ser tomada.

Foi nosso encontro, assim, já bem tardio
nessas veredas do final da estrada...
o coração sem sonhos, arredio,
buscando apenas descansar, mais nada.

E, embora não lamente a minha sorte,
pois sei que a vida deu-me sempre um norte,
um porto onde ancorar, um bom abrigo,

Não vou negar – não vou! – Que gostaria
de ter que repartir minha alegria,
o meu sonhar e o meu viver, contigo.

Fonte:
Ademar Macedo