terça-feira, 30 de novembro de 2010

Monteiro Lobato (Emília no País da Gramática) Capítulo XI: As Preposições



— Gosto dos Advérbios — foi dizendo Emília, enquanto Ser a levava para a casa das PREPOSIÇÕES. — Eles prestam enormes serviços a quem fala. Impossível a gente dizer uma coisa do modo exatinho como é preciso sem usar qualquer Advérbio.

— Sim — concordou Ser. — Ninguém pode arrumar-se na vida sem eles. Até nós, Verbos, ganhamos imensamente com as modificações que eles nos fazem. Mas, bem consideradas as coisas, não existe palavra que não seja indispensável. Sem os Nomes, de que valeríamos nós, Verbos? E sem Verbos, de que valeriam os Nomes? Todas as palavras ajudam-se umas às outras, e desse modo os homens conseguem exprimir todas as idéias que lhes passam pela cabeça.

A Casa das Preposições não era grande, porque há poucas palavras nessa família.

_ Estas senhoritas — disse Ser — servem para ligar outras palavras entre si, ou para ligar uma coisa que está atrás a uma que está adiante. O Advérbio modifica; a Preposição liga.

— Quer dizer que são os barbantes, as cordinhas da língua — observou Emília.

— Isso mesmo. Constituem os amarrilhos da língua. Sem elas a frase ficaria telegráfica, ou desamarrada. Aqui estão todas neste armário, olhe.

Emília examinou-as uma por uma, para as decorar bem, bem. Viu lá as Preposições A, Ante, Após, Até, Com, Contra, Conforme, Consoante, De, Desde, Durante, Em, Entre, Fará, Por, Sem, Sobre, Sob e outras.

— Bravos! —- gritou Emília. — São umas cordinhas preciosas estas. A gente não pode dizer nada sem usá-las, sobretudo as menorzinhas, como A, Até, Com, De, Sem, Por. . .

— Creio que a Preposição De é a mais importante — disse Ser. — Num concurso de utilidade, De venceria. É como ali adiante a conjunção E, que é a menor de todas. Tão econômica que até se escreve com uma letra só — e no entanto é uma danadinha de útil.

— Vamos visitar as Conjunções! — gritou Emília.
______________________
Continua ... Capítulo XII: Entre as Conjunções
____________________________
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Emília no País da Gramática. SP: Círculo do Livro. Digitalizado por http://groups.google.com/group/digitalsource

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Efigênia Coutinho (Antologia Poética)


ÁGUA MENINA

Tenho procurado mais água que
a terra, e onde está, se não
espelha na onda, afigura-se-me
que está morta a natureza!

Procurei água ao pé das geleiras,
onde gota a gota, estilando, entre
os granitos, beijavam os macios
musgos e delicados miosótis azuis.

Murmuram, balbuciam aquela água
palreira, como uma criança que
aprende a falar, provei, achei doce!
Onde a vida germina e cresce esperançosa.

Desci da geleira, pela encosta dos montes,
e arroios, regatos, e torrentes me cantavam
as alegrias da água criança tornada menina!
Não perturbando o sono da vida nascente!

BARCO DO AMOR

Qual o tamanho desse barco?
Barco que tudo suporta,
Que tanta carga comporta,
E por vezes é tão fraco?
Que tamanho ele terá?
Estes mares a singrar,
Saindo pra não voltar,
Seu destino, qual será?

Altivo na tempestade,
Fortaleza sem igual.
Seu porão sem nenhum mal,
Carregado de saudade!
Singra as águas da bonança,
Inocente qual criança,
Fora da realidade!
Paciente nas calmarias,
Firme leva o timão,
No governo o coração,
Orvalhado de euforias!
Na borrasca com bravura,
Ecoam ondas no casco,

Qual o porte desse barco,
Abarrotado de ternura?
Que buscas minha escuna,
Por esses mares perdida?
Já sei, rastreando a vida,
Que se perdeu na bruma!

Lanço âncora no fundo.
Esqueço tempos de antanho,
Sei que o teu tamanho,
É do maior amor do mundo!
Meu convés ensolarado.
À noite o luar vem beijar,
Meu barco e o amor no mar!
Eu e ele entrelaçados!

ENCONTRO DO MAR

Amanhã quando o sol raiar tenho um encontro
no mar, onde te calas e te fazes cinéreo, e,
escondes até a extrema orla do teu horizonte
numa neblina finíssima de opala!

Vou de carona no vento, cantando
com as gaivotas numa prece
sem fim, e a terra me olha lá de
longe já cheia de saudades...

Na viagem o vento vai me contando
como o sol adormecem as nuvens
as ondas brincam com as algas
e o mar beija a praia.

Quando chego, pérolas iluminam
um túnel de um azul aveludado
mesclado em tons dourados do sol.
No final uma galeria de corais
onde moram as sereias encantadas.

E eu esqueço que existe esse tal
de tempo danço com os golfinhos
troco sonetos com as ostras.

Mas lá vem a lua cabreira me
avisar sem querer me incomodar
que já é hora de partir...
Que o mar está irado.

Então me despeço e prometo
aos corais uma nova visita.
Os cavalos marinhos me escoltam
como cavaleiros medievais
sobre o manto azulado.

A praia já me esperava aflita pois o mar
atormenta a terra e a flagela com suas ondas
gigantes e eu sinto um terror sagrado, e
digo-lhe compungida e medrosa:

Mar, tu não flagelas só a terra, mas submerges
homens, e, o teu maior tesouro encontrado na terra,
nos teus abismos profundos,
talvez porque achas os homens pequenos e maus,
e quiseras tê-los feitos maiores e melhores!

Mas eu admiro-te sempre, ainda quando és
mau, porque a tua grandeza está sempre
acima de toda miséria Humana!

Tu falas à terra e aos homens com tanta
delícia de murmúrios e de sussurros, como
nunca teve música alguma de rouxinol!

Tu, porém não és mau, senão raras vezes, lá
somente onde a terra é feia e indigna de ti;
e tu, belíssimo entre os belos, não podes ser feio!

Porque tu choras algumas vezes, e,
quando te abismas nas cavernas,
soluça como uma criança gigante!

Perdoas a terra a sua ingratidão, e aos
homens a sua sordidez, e delicias a terra
com tuas carícias, e lavas os homens da sua
Sujidade!

Depois dessa jornada, mergulho em um
sono profundo, pro beijo teu acordar!

SORRISO DA AURORA

Que sentimento te envolve
por quem te ama suntuosamente
por mais próximo que estejas, o qual,
quando te afastas, dói a saudade?!
É morrer de sede dentro d'água....

Dá-me, pois, refrigério, não
demore para à sublime sagração!
O amor é belo e cheio de doçuras,
e tu bebes o cálice do néctar feito
com o sorriso de todas ás auroras!

Avançarei milhas para poder amá-lo...
Os sonhos não se vergam aos receios.
Porque minha alma foi beijada como
se um regato de mel se houvesse
derramado em minha boca, e tivesse
descido, cheio de doçura e de perfume,
até o âmago do meu coração...
E, senti, tuas mãos e braços, fiquei
inteiramente devorada por uma
sede que nenhuma água pode saciar.

Senti naquele momento que me
havia tornada uma deusa,
abençoei o sol e a terra, e apertei,
com todas as minhas forças ,tuas mãos
adoradas, que me haviam abraçado
e que haviam estreitado o meu coração
noutro coração... de modo que senti
bater na minha alma dois corações
ao mesmo tempo, como se eu tivera
duas almas dentro dum só corpo...

ANTIGO SONHO

Em meus olhos tatuaste todo Amor
Pelos astros tu lhes dás, tons e cor
Arrebatando , onde passam, imagem
Tendo do sonho antigo da miragem...

Quero viver alegre ao foi prescrito,
Os sonhos tenho-os pelo mundo a voltear
E quando não tiver sonhos, escrito
Minha cegueira triunfa ao te Amar...

Sendo um sonho sina do indelével
Mais azulado ainda faz meu olhar,
Vencendo todo o tempo não declina.

Nesse tempo em vigília, sonho verga,
Clamando aos deuses para serem justos,
Nem se abala no olhar desses injustos.

TEATRO DA VIDA

A minha vida é derradeira peça
Que vai sendo vivida em vários atos
Com diferentes vidas e retratos,
Sempre sorrindo com sua esperança.

Com porte, não há mal venha vencer,
Cuido para não criar-lhe desavença.
Vou encenando todos estes atos
Desta nova etapa, reviver fatos.

Outras vidas deixarei na história,
Só desejo conter nesta memória
Os bons momentos aqui tão vividos.

Se neste novo ato, nova infância,
Se sendo de alva significância,
É a soma dos tempos já vividos..

Fontes:
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/obrasdigitais/saciedigpv/11/efigenia04.php
http://www.avspe.eti.br/coutinho/formatados/TeatroDaVida.htm

Efigênia Coutinho


Nasceu em Petrópolis/RJ.

Formou-se em Artes, especializou-se em Tapeçaria de TEAR, buscando os seguimentos Indígenas e sua História Natural, tendo participado de várias exposições.

Em 1977 foi residir em Florianópolis SC, sendo que em 1999 mudou-se para Balneário Camboriú/SC.

A poesia surgiu em minha vida ainda nos sonhos de adolescente, quando menos esperava, lá estava eu com o papel e a caneta na mão, extravasando a minha emoção. Com o passar dos anos, acho que fui me perdendo, esquecendo de como era gostoso embarcar nesta viagem. Não segui carreira ligada ao mundo das letras, e pouco conhecimento tenho de Literatura. Escolhi Artes como profissão, mesmo sem haver retorno financeiro, pois nada se compara aos tesouros da alma. A vida tem sido muito generosa comigo, me deu uma família linda, amigos maravilhosos, reais e virtuais!! Vou seguindo os caminhos que o meu coração ditar.”

- Pertence a Academia de Letras do Brasil, como Membro Correspondente da ALB-Mariana, representando o Município de Balneário de Camboriú
- Academia Ipuense de Letras, Ciências e Artes (AILCA) como Membro Acadêmico Correspondente.
- Embaixadora Universal da Paz pelo Cercle Universel Des Ambassadeurs De La Paix - Genèbre/Suisse - France.

A poesia será sempre um meio de comunicação de sentimentos na escrita. Eu tenho um ritmo pessoal, operando desvios de ângulos, mas sem perder de vista a tradição, procurando atingir o núcleo da idéia essencial, a imagem mais direta possível, abolindo as passagens intermediárias. Certa da extraordinária riqueza da metáfora - tratei de instala-lá nos meus poemas, com toda a sua carga e força emocional!

Atraída pelos sentimentos, entendi que a linguagem poderia manifestar essa tendência, sob a forma de um encontro de palavras extraídas da Alma. Ao inicio, as palavras vinham num conjunto, informes, desarticuladas e, pouco a pouco, as fui compondo, sentindo silaba por silaba, e aplicando-as dentro dos versos. Há tantos momentos misteriosos dentro da alma poeta, que vivemos uma alquimia , a bem dizer, a essência mesma da vida em vida.

Procurei sempre mais a musicalidade que a sonoridade; evitei o mais possível a ordem inversa, procurei muitas vezes obter o ritmo sincopado, a quebra violenta do metro, porque isso se acha de acordo com a nossa atual predisposição emocional; certos versos meus são os de alguém que leu muito Baudelaire, Shakespeare, Paulo Mantegazza, e muita musica clássica.

Empreguei freqüentemente a forma elíptica, visto ser uma tendência acentuada da poesia moderna que ajuda a terminologia final; de resto não crio uma ruptura entre o poeta e o leitor, antes impõe este a uma disciplina mental, ensinando-lhe a imaginar nos intervalos, encobrindo analogias e paralelismos. Sendo de natureza impulsiva e romântica, julgo ter feito um trabalho verdadeiro , pois se os relacionar à minha contínua necessidade de expulsão de sentimentos, meus textos são até construídos e ordenados.
É a expressão da subjetividade, da harmonia e do amor universal. Em minha poesia, ora demonstro um tom bastante emotivo, ora amplo interesse pelas coisas simples da vida, revelando alteridade, amizade e solidariedade
."

Fonte:

Leinecy Pereira Dorneles (Antologia Poética)


POESIA

A poesia é a beleza,
que floresce e reflorece nas pessoas.
A poesia é uma fonte,
inesgotável de luz, paz,amor,
harmonia e bem querer.

A poesia está na alma,
como os pássaros estão nas árvores,
os beija flores estão nas flores,
o amor está no coração.

A poesia é o encanto,
que eleva a alma,
desperta sentimentos,
e faz viver a vida com mais
amor, paz, bem querer.

A poesia é o canto dos pássaros,
é o encanto de sentir paixão.
A poesia é a rosa que desabrocha.
É a saudade, a solidão, a dor e alegria.

A Poesia é a manhã que nasce,
acariciada pela mão delicada do sol.
A poesia é a vida e a utopia,
do homem de sentir paixão.

EU PODERIA SONHAR !

Ás vezes, penso que,
poderia sair por aí,
tentando descobrir,
um gosto novo de vida.
O gosto real talvez,
que não tive condições de conhecer.

Eu acomodo-me dentro
do que sou,
sem poder imaginar,
que poderia ser diferente.
Mas sei que isto é impossível.

Eu poderia sonhar, e te encontrar.
Assim, eu poderia,
inventar a vida e sonhar,
sonhar contigo, te encontrar.
Então eu deixaria de saber,
todas as coisas, que me aprisionam,
e me faria tua companheira, tua amiga,
tua namorada ...
Faria um brinquedo de nós dois,
e andaríamos sem tempo, e sem destino,
buscando o nada e indo,
ao encontro de tudo,
e, EU ... PODERIA SONHAR!

COMO POSSO QUERER DAR LIVROS ?

Como pode aprender,
aquele pobre menino,
que só conseguiu ganhar
a cola de sapateiro.
Nunca viu um livro antes,
nunca ganhou um de presente.
Jamais vai ler ou escrever.

Como posso eu querer,
que este pobre menino
alcance a cultura e a arte?
Se nunca leu um jornal,
nunca ganhou um livro antes.
Não sabe que a leitura,
pode levar a países distantes.

Mas como pode ele ler,
se o barulho da fome
de sua pobre barriga,
perturbam a concentração.
De quem tem fome, frio e medo.

Somos todos responsáveis,
por esta triste situação.
Mas como posso querer dar livros?
Se a mão me pede pão.
Como posso ensinar a ler,
aquele que não é amado,
nem por mãe, pai ou irmão?
Como posso querer dar livros,
para quem não tem casa, cama nem pão?!

DECEPÇÕES!

ANTES...
Vindas,
Conquistas,
Doações,
Amores,
Amizades,
Conhecimentos,
Integrações,
Convivências,
Felicidades...

DEPOIS...

Idas,
Esquecimentos,
Abandonos,
Desamores,
Distanciamentos,
Desilusões,
Descrenças,
Separações,
Tristezas,
Esperas,
Decepções...

EIS A VIDA!

O TEMPO INFINITO

E sempre foram de mistérios
Os seus dias.
Veio de longe, lugares distantes.
Deixou tudo e a todos,
E aqui chegou.
Chegou e se quedou ao nosso lado,
Tentando descobrir, conquistar.
Ele era diferente.

Chegou e se encantou...
E nada fez de diferente,
Foi apenas ele mesmo.
Ficou o tempo infinito,
Para que aprendêssemos, à amá-lo,
E o tempo mínimo,
Para que todos ficassem,
Morrendo de saudades,
Quando partiu...

PRIMAVERA

A luz chegou com intensidade
O sol brilhou com seu esplendor
O mundo encheu-se de alegria e cor,
espalhando nas pessoas poesia e muito amor.

Esta primavera florida
que enche o mundo de esperança,
tal como a poesia, refloresce
nas pessoas, o amor e a lembrança.

Com todo este contentamento,
saúdo Senhora Primavera .
Estação por excelência apreciada
pelo viço, pela cor e fragrância.
Onde todos sentem alegria.
Bendita sejas tu, PRIMAVERA
A de todas as estações, a mais bela

BRAVA MENINA GUERREIRA

Brava guerreira menina,
mais um degrau, galgaste agora,
com coragem, fé, perseverança,
sofrimento, medo e determinação.
Fizeste a tua história,
de menina, á guerreira mulher.
Segue adiante minha menina,
o mundo é teu e te espera, mulher.

Vai, vê e vence...
Deixa a tua marca no mundo.
Já te vejo vencedora,
no caminho das vitórias.
Eu escudeira-mor,
agora fico sentada,
nesta curva do caminho.
Torço por ti minha querida,
segue, luta, vai e vence.

Se precisares de ajuda, volta!
Aqui estarei a te acolher.
Mas o meu desejo é que sigas adiante,
pois o mundo é teu...
Vai, desbrava e vence.
Sê constante, com DEUS
no coração.

Esta primeira batalha é ganha.
Sabes que a guerra é tua.
Vai luta, busca e ganha.
Já hoje são teus,
todos os louros da vitória.
Esta já vencestes menina,
minha pequena, e
brava guerreira menina
mulher!

Para minha filha segunda
MICHELE VIVIANE DORNELES
no dia de sua formatura
de Psicologia em Pelotas-RS.

Fonte:
http://www.paralerepensar.com.br/leinecy.htm

Leinecy Pereira Dorneles (1948)


Nasceu na cidade de Bagé no dia 20 de julho de 1948. Filha de Eugênio Lobo Pereira e de Hortência Moura Pereira.

Formada em Pedagogia – Habilitação em Orientação Profissional. Cursou a Universidade Federal do Rio Grande.

Pós-Graduada em tecnologia da educação, pela Universidade Federal do Rio Grande.

Professora de sociologia, psicologia e didática. Orientadora educacional e técnica.

Em 1967, começa a trabalhar como Professora na Escola Maria Montessori (Escola de Alunos com necessidades especiais.

Em 1979 foi convidada a trabalhar no SOE da SMEC (Secretaria Municipal de Educação e Cultura) onde fundou o Serviço de Orientação Educacional do Município.

Fundou e foi Secretária do Núcleo De Orientadores Educacionais Do Rio Grande.

Convidada a trabalhar no SENAC como Orientadora Técnica, onde trabalhou pelo período de 16 anos.

Poetisa, Escritora e Ativista Cultural da cidade do Rio Grande.

Escreveu seu primeiro livro de poesia em 1993, intitulado
“Simplesmente Amores", Poesia, Editora Scortecci, São Paulo/SP; (ao qual recebeu por ele vários prêmios.)

Em 1994, escreveu seu segundo livro, de contos e crônicas, intitulado” Um Conto de Saudade e Sete Crônicas do Dia a Dia". Contos e Crônicas, Editora Scortecci, São Paulo/SP.

Em 1992, recebeu uma Bolsa de Estudos para participar de Cursos de Língua e Cultura Portuguesa nos Açores-Portugal, (onde estudou a Cultura Açoriana).

Voltou aos Açores em 1994, 1996, 2000 e 2002, a convite do Gabinete de Imigração e Apoio as Comunidades Açorianas.

Em 1997, recebeu uma Bolsa de Estudo para a Inglaterra, para realizar o Curso de Língua e Cultura Inglesa, em Cantebarry e Oxford. (Inglaterra), S.Peters School.

Em 1999, foi Patrona da Feira do Livro do Cassino, pela Universidade Federal do Rio Grande.

Neste mesmo ano foi escolhida ESCRITORA DO ANO em Trento na Itália;

Membro Efetivo aa Academia Rio Grandina De Letras-Rio Grande; Cadeira número: 15.

Fundadora e 1ª. Presidente aa “Casa do Poeta Brasileiro-Cassino-Rio Grande”;
Membro da Casa do Poeta Rio-Grandense-Porto Alegre;

Membro Correspondente:
 Academia do Rio de Janeiro;
 Academia Irajaense de Letras e Artes de Irajá (Rio de Janeiro);
 Academia de Letras e Artes de São Paulo;
 Academia de Letras e Artes do Amazonas;
 Academia de Letras, Artes, Ciências e Cultura de Uruguaiana-RS;
 Academia Virtual Brasileira de Letras - AVBL - Cadeira No 539;
 Associaçâo dos Escritores do Amazonas – ASSEAM;
 Arcádia Brasílica de Artes e Ciências (Rio de Janeiro).

 - Membro da International Writeres and Association Fraternity (USA);
 - Membro da Ordem Internacional das Ciências, Artes e Cultura de Brasília;
 - Coordenadora do Projecto Sur, na cidade do Rio Grande;
 - Consulesa dos Poetas del Mundo no Rio Grande-RS;
 - Coordenadora Regional da “Poemas à Flor da Pele” no RS;
 – Recebeu por cinco anos consecutivos a Medalha Juscelino Kubitschek, por Ativismo Cultural, através da OICCB em Brasília;
 - Em 2008 lançou “Café Filosófico das Quatro”, na Feira do Livro de Havana – Cuba.
 – Recebeu em São Lourenço de Minas Gerais, no ano de 1999, três prêmios de primeiros lugares, assim distribuídos:
1o. Lugar em Livros Editados de Poesia com o seu livro: “SIMPLESMENTE AMORES."
1o. lugar em Livros Editados de Conto e Crônicas; “UM CONTO DE SAUDADE E SETE CRÔNICAS DO DIA-A-DIA";
1o. lugar em Crônicas, com a crônica “O SER HUMANO",

Em 1998 cria e edita o Informativo Cultural - “Gaivota Cultural"- da Casa do Poeta Brasileiro do Cassino - Rio Grande, onde divulga poetas, escritores e artistas de sua cidade, Brasil e Exterior.

Em 2002 foi premiada em Pelotas, com a Medalha Mérito Enrique Salazar, do Rotary Norte de Pelotas; (Por Ativismo Cultural)

Ainda neste ano tomou posse como Conselheira Literária no “Clube de Escritores de Piracicaba- São Paulo.

 "Medalha de Ouro" em Contos no Concurso Papiro de Contos e Trovas em 2003, com o conto” As Ilhas dos Mil Encantos" em Santos/SP.

 Em 2003 a Medalha Mérito do Clube Pan-Americano, da Secretaria Estadual de Educação e do Rotary Pelotas Norte - Distrito 4680, por ativismo cultural;

 Recebeu no VIII Concurso Internacional De Poesias - 2003 o 2o Lugar em Poesia Moderna, com a sua poesia “Mensagem de Paz";

Trabalhou por quatro anos, no Jornal Cassino onde possuía duas páginas, escrevia e divulgava a “Literatura do Rio Grande, do RS, Brasil e Exterior;

Em outra página onde escrevia sobre” A Cultura Açoriana no RS".

Tem participação em Antologia e /ou Coletâneas por todo o Brasil, em número de 72 Obras. Tem suas poesias divulgadas em jornais e revista de todo o Brasil e exterior.

Organizou as Coletâneas:

 Academia Rio Grandina De Letras;
 Casa do Poeta Brasileiro, Antologia intitulada “O Revoar das Gaivotas"- São Paulo, João Scortecci Editora. 1999;
 “Antologia dos Vencedores”- Antologia artesanal lançada na Feira do Livro da Universidade Federal do Rio Grande em 2007.

Convidada para Palestras em Escolas e Universidade, Asilos, Creches, na Cidade do Rio Grande.

Trabalha num Projeto que se chama “A Poesia vai a EScola”,” Na Escola nasce um Poeta” onde já implantou nas escolas do Rio Grande e Canela e também o Projeto “A Terceira Idade leva a Poesia as Escolas"
Cadeira Vitalícia na Academia de Letras do Brasil/RS.

Fonte:
Academia de Letras do Brasil

J. Castro (Antologia Poética)


DORES DE PARTO

Entre a colcha acetinada
e os alvos lençóis,
geme com dores de parto a madre donzela.
Lágrimas silentes,
sussurros contidos,
face enternecida:
— Salve, agraciada!
— Bendito o fruto do teu ventre!
Ao sorriso cúmplice do pai,
uma criança de olhos fugazes
canta ao mundo a sua liberdade.
— Amém! — louva o poeta com fervor.

MÁGOA DE UM POETA

Procuro nas mais belas canções um som que me embale
E na natureza, uma imagem que me inspire.
Devasso as águas, as profundezas dos oceanos
Com seus mistérios, os pássaros, os animais, o céu.
Vejo uma estrela: de estrela, de mulher.
Os olhos turmalíneos são talhados num rosto de traços angelicais.
Um demônio. Bela.
Os lábios sensuais de morango emolduram com graça
A boca maliforme - a medida exata do pecado.
Ela desfila seu encanto na relva granítica
Os passantes esquecem o queixo ao vê-la passar.
Sigo sem rumo. Sozinho.
Com a mente despida,
Os olhos sem viço,
Amaldiçôo a minha existência.
O relógio biológico me censura:
Dezesseis horas. Em jejum.
Na esquina um quiosque.
Procuro uma moeda, a última.
Paro na porta, indeciso.
Ao lado um verme.
Sim, maltrapilho, sobre um vaso de detritos debruçado.
Em volta de seu corpo,
Centenas de moscas zumbem furiosamente,
Disputando a mesma porção.
Então os lábios se me abrem
Numa prece arrependida:
- Oh, Deus, por que me fizeste Poeta?!

Fonte:
– O Autor
– Poetas del Mundo

J. Castro (1962)


Jonan de Castro Reis, conhecido também como 'J. Castro' nasceu a 14 de setembro de 1962, em Jandaia-GO, onde viveu a sua infância. Filho de Manoel Libório dos Reis* e de Maria Benedita de Castro, é graduado em Letras pela UEG - Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Quirinópolis, em 2003.

Sendo o oitavo filho de uma numerosa família de quinze irmãos, é o primeiro a concluir o curso de nível superior. Professor de Língua Portuguesa [Redação], é um dos imortais, membro-fundador da ALESG - Academia de Letras e Artes do Extremo Sudoeste de Goiás, tendo como patrono o grande escritor Guimarães Rosa.

Tendo participado de alguns concursos, obteve:

 Menção honrosa no VI Concurso Nacional de Contos e Poesias 'Poeta Nuno Álvaro Pereira' com os poemas 'Infância' e 'Confissões de Omar', na cidade de Valença - RJ.

 Premiado no II Concurso Nacional de Literatura Revelação do Terceiro Milênio, na cidade de Caçu - GO, obtendo o Prêmio Ana Luiza de Lima, com o poema 'Castelo de Roma', classificado em 1º lugar na categoria Regional;

 Prêmio Adelice da Silveira Barros, com o conto 'A primeira calça comprida', classificado em 3º lugar na categoria Regional;

 Prêmio Adelice da Silveira Barros, com o conto 'Por um triz', classificado em 1º lugar na categoria Local, cujas obras integram o II Volume da 'Antologia Revelações do Terceiro Milênio’ em 2004.

Participa também das antologias 'O que os homens estão escrevendo', da Litteris Editora - RJ., e 'Pegadas', esta, organizada pela ALESG - Academia de Letras e Artes do Extremo Sudoeste de Goiás.

Autor de vários textos, entre crônicas, contos e poemas. Tem contos e poemas publicados em jornais, mas o sua maior alegria foi a publicação do romance 'Marcas do infortúnio.

Imortal da Academia de Letras do Brasil/GO, representante da cidade de Quirinópolis

Fonte:
Academia de Letras do Brasil

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.54)


Trova do Dia

Quantas pedras removidas
e quantas por remover.
Provações em nossas vidas
que só nos fazem crescer!
JOÃO BATISTA XAVIER/SP

Trova Potiguar

Na sutil aritmética
com conta pra todo lado,
eu contei com toda ética
o que era pra ser contado.
MARCOS MEDEIROS/RN

Uma Trova Premiada

2010 > Caxias do Sul/RS
Tema > TRILHO > M/H

Doces lembranças guardadas,
no peito, quem não as tem?...
De caminhar de mãos dadas,
por sobre os trilhos do trem.
NEOLY VARGAS/RS

Uma Poesia livre

– Maria Emília Xavier/RJ –
RASGUEI VOCÊ.

Rasguei você...
em pequenos pedaços.
Espalhei-os por cada lugar
onde nosso amor aconteceu...
E lá deixei você,
pelo chão,
espalhado ao sabor do vento,
em micro pedacinhos,
exatamente, como você
se mostrou para mim...
Não me bastava,
não te querer mais...
Precisava me limpar de você...
Precisava te tirar inteiro
do meu dia..
das minhas noites...
da minha cama...
de dentro de mim...

Uma Trova de Ademar

Eu tendo por companhia,
verso, rima e inspiração,
eu deito a minha poesia
nos ninhos do meu sertão!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram

Na linha desta saudade,
que é tua e também é minha,
nós somos nós de verdade
nas duas pontas da linha!
ALOÍSIO ALVES DA COSTA/CE

Estrofe do Dia

Quando meu corpo se encosta
em seu corpo desnudado,
minhas entranhas despertam
e me deixam excitado;
e, se o momento é propício,
há, então, um forte indício
de "cairmos em pecado".
TARCÍSIO FERNANDES/RN

Soneto do Dia

– Ialmar Pio Schneider/RS –
EM SOLIDÃO.

Fumaça que nasceu do meu cigarro
e morre pelo espaço na investida
de ser alguém, de ter u’a longa vida:
assim é o homem que nasceu do barro.

Oh! quantas vezes na saudade esbarro
e a solidão a descansar convida;
talvez não sinta que a fatal descida
seja o fruto do sonho mais bizarro!

E procuro seguir o meu caminho,
sem refletir, no entanto, que sozinho
é mais árdua a jornada do infeliz;

e que se a morte o surpreender um dia,
há de encontrá-lo na manhã vazia,
sem nada ter de tudo quanto quis!

Ademar Macedo Recomenda os Blogs:
http://marimilaxavier.blogspot.com/
http://nlusofonia.blogspot.com/
http://outraseoutras.blogspot.com/
http://poesiaemtodaparte.blogspot.com/
http://singrandohorizontes.blogspot.com/

Fonte:
Ademar Macedo

domingo, 28 de novembro de 2010

Aparecido Raimundo de Souza (A Viagem)


- Nossa, cara, que bom que você chegou! Eu estava morrendo de saudades. Olha só, quinze dias fora. Aliás, quinze dias hoje. O pessoal aqui do bairro todo dia me alugando os ouvidos: “você que é amigo do homem, diz ai, quando é que o Aparicio volta?”. Agora me conta, quero detalhes, detalhes, entendeu? Como foi sair do país? Gostou?

- Não.

- Não? Como não? Você ganhou uma passagem de ida e volta pra Dubai, nos Emirados Árabes, com tudo pago, e, ainda, de lambuja com direito a levar uma acompanhante... Soube que “discolou” uma loirinha de fechar o comercio. E me diz, agora, que não gostou?

- É isso ai. Não gostei!

- Cara, você é maluco? Ah, se fosse comigo. E por que não gostou? Dubai é uma loucura, meu chapa. Tem coisas lindas para serem vistas. Olha, se eu estou no seu lugar, até agora, não teria parado de dar pulos de alegria...

- Mas eu dei pulos de alegria. Pelo menos até a hora em que soube do resultado. Fui às nuvens, quando confirmei meu nome na lista dos ganhadores. E depois dos pulos eu pirei de vez. Você não soube? Joguei tudo pro alto.

- A rapaziada comentou lá no bar do Jericó, mas, como sempre, pela metade. Sabe como é, né? O que mais me entristeceu foi saber que você largou da comadre. Coitada, não merecia!...

- Sim, de certa forma não merecia. Mas tudo bem, agora já era. Não adianta chorar sobre o leite derramado. Larguei da Celinha , mudei de casa, de ares, de rua, daí estar fora daqui e da galera há mais de quinze dias. Gastei uma baba com roupas e calçados no shopping. E quer saber mais? Até o meu patrão eu mandei pras cucuias.

- Então, meu amigo e vem com esse papo de cerca Lourenço me dizer que não gostou da viagem?

- Não, já disse. Não gostei. Odiei. Fiquei fula. Aliás, estou tiririca da vida até agora. Se pudesse me rasgava todinho... Abria o gás e pulava pela janela...

- Ta legal. Seu problema é a Celinha. Ficou arrependido, quer voltar pra ela e ela não quer lhe ver nem pintado de ouro...

- Antes fosse amigo. Antes fosse...

- Pois bem. Vamos mudar de assunto e deixar a comadre de lado. Fale da viagem. Por que não gostou?

- A vagabunda que eu arranjei pra ir comigo...

- A loirinha? O que tem ela?

- Marcamos no aeroporto.

- Sim e dai?

- Havia deixado as passagens com ela, para o tal do check-in...

- Poupe os detalhes. Desembucha...

- Liguei para a sem vergonha umas trocentas vezes. No último telefonema ela disse: meu lindo, sua princesa está chegando.

- Inferno. Fala logo. Não embroma...

- Deu o horário do vôo, e a filha da mãe... A desgraçada não apareceu...

- E você, seu imbecil, o que foi que fez?

- Perdi o avião.

Fonte:
O Autor
Imagem = http://inoutyou.blogs.sapo.pt/2010/01/

Roberto Prado (Antologia Poética)


MUSAS

anos a fio dando ouvidos
a deuses muito discretos

amigas, amigos, amiguinhos
se sou mero objeto de meus afetos
quem é aquilo sozinho que vai
tropeçando em meus versinhos?

Ó, CÉUS

nenhum pio
nada de nuvens
não há azul

ó, céus!, que são tantos,
que cada um tem o seu
e ainda tem quem não veja
quando a gente cai do céu

BURACO NEGRO

de tudo
que mais amo
eu tiro o som

falo o que cala fundo
para que o poema,
buraco negro,
diga o que eu sou

por mais absurdo
só sobra cinema mudo
daquilo que eu acho bom

O ÚLTIMO PASTELÃO

você perdeu meu antigo prazer simples
a diversão tola dos troços aéreos que falava
de ver a graça pura das velhas boas trapalhadas
de sentar pra rir daqueles meus bobos tropeços
agora falando sério
pensando bem/ ninguém perdeu nada

ORAÇÃO A SÃO NUNCA

dei duro e eros me abriu seu coração
não preciso nem de boca pra baço me estender o garrafão
marte me deu uma mão
mamom perguntou quanto era e puxou o talão
um belo dia tive de dizer não
mas ainda amo essa humanidade marrom
fiel a eros, baco, marte e mamom

RADICAL LIVRE

morri de vivo
porque menos mal assim

mas antes de tudo
meu estúpido estudo
sobre o valor nutritivo
da raiz do capim
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Fonte:
DEMARCHI, Ademir (seleção). Passagens: Antologia de poetas contemporâneos do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2002. (Col. Brasil Diferente)