sábado, 18 de julho de 2020

3. Concurso de Declamação Poetizar o Mundo (Resultado Final)


É com muita satisfação que anunciamos os vencedores do 3º Concurso de Declamação do Projeto "Poetizar o Mundo". Esclarecemos que as declamações apresentadas revelaram boa qualidade de interpretação. Agradecemos a participação de todos os inscritos e o apoio dos jurados.

A comissão julgadora foi composta por José Feldman, poeta trovador, organizador de concursos de trova, Marco Antonio Garbellini, diretor de teatro, ator e produtor, e Leny Mell, poeta e administradora do grupo Mell Poesias.

Os jurados analisaram todos os vídeos inscritos, focando
a) Postura cênica,
b) Imposição de voz,
c) Harmonização da palavra e gesto,
d) Efeito emocional.

Todos os poemas declamados são de autoria de Isabel Furini.
Jul Leardini recebeu o primeiro lugar por unanimidade. No segundo lugar ficou o poeta Moisés António. Duas inscritas receberam a mesma nota final, ficando Bia Tarachuka Gonçalvez e Maria Antonieta Gonzaga Teixeira no terceiro lugar.
Todos os participantes receberão certificado.
 
Apresentamos a seguir um pouco do currículo dos vencedores:

Jul Leardini
É escritor, poeta, dramaturgo e roteirista, atuando também como professor de Arte, Cinema e Teatro, adlém de ator e diretor teatral. Tem mais de 100 produções realizadas.

Moisés António
Formou-se em Letras, na Universidade Agostinho Neto de Luanda-Angola, em Lingua e Literatura em Língua Inglesa, além de outros cursos de curta e longa duração. Exerce trabalhos autônomos de Tradução de livros, capas e diagramação, além de aulas em grupos ou particulares de Inglês.

Bia Tarachuka Gonçalves
Estudou Teatro na instituição de ensino Teatro Lala Schneider, estudou Produção Cênica na instituição de ensino UFPR - Universidade Federal do Paraná, e fez curso de Interior design na instituição de ensino Centro Europeu.

Maria Antonieta Gonzaga Teixeira
É poeta e artista. Graduada em Pedagogia e Pós-Graduada em Psicopedagogia e Didática. Em 2014, publicou o livro Dos Pequizeiros às Araucárias, em 2015. Um poema de sua autoria recebeu Menção Especial do Jurado no Salão Internacional de Necochea (Buenos Aires, Argentina,2017).


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POEMAS VENCEDORES


 

Poema declamado por Jul Leardini:

DIANTE DA SOLIDÃO E DO VAZIO
 

Ressurgem incômodas lembranças
memórias enterradas em gavetas de madeira
com sete fechaduras
memórias que acordam
e realizam inventários detalhados
ou permanecem escondidas entre tímidos sorrisos
é o poder da solidão

a solidão abre gavetas mentais escondidas
e ficamos aterrorizados
diante das vozes dissonantes do passado
diante do medo, da culpa e do remorso
perguntando se poderíamos
ter sido melhores do que somos ou piores ...

o arpão da memória nos machuca
e ficamos sozinhos como uma gárgula no telhado
sozinhos como o santo e o condenado
sozinhos com nossas realizações e fracassos
com nossos sonhos despedaçados
com o peso de nossas escolhas
com nossos pavores imaginários

a civilização que fingia ser poderosa
está a poucos passos do desmoronamento
caiu o véu da grandiosidade
estamos desamparados e com as emoções
ameaçando descontrolar-se
nossos pensamentos voam sem rumo
como pássaros libertos
nossas lembranças chegam em avalanche
de imagens e de palavras

estamos sozinhos no caminho
sozinhos diante do vazio
sozinhos e clamando por Deus.

*
Moisés António declamou 

ENTRE CANÇÕES

Naveguei pelo mar da subjetividade
e encontrei ilhas
isoldas
entre as águas da incompreensão
levei barcos com amigos e canções
e entre o vinho e as canções de amor
eu vi o tédio sendo esmagado
(impiedosamente)
e percebi a morte abrupta da solidão.

*
O poema declamado por Bia Tarachuka Gonçalves

ANTIGO AMORferozes lembranças
fogem
das cavernas da noite
e açoitam a mente
como cem mil arqueiros
atacando cruelmente
com felizes imagens
de um amor já morto.
*

Maria Antonieta Gonzaga Teixeira declamou 

SERPENTINASDeixe a sua alma
dançar entre as flores
pois a beleza
amaina os rigores da vida
sonhos e amores
são serpentinas
que se desenrolam
ao longo dos anos
e depositam nas mãos
profundos oceanos
de lágrimas e de risos.

Fontes:
Texto enviado por Isabel Furini.
Revista Carlos Zemek.

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