domingo, 21 de junho de 2009

Antonio Brás Constante (A Partida Do Homem Mais Veloz Do Mundo)



Ele era considerado o melhor maratonista do mundo. Possuía diversos títulos, medalhas e troféus. Nunca havia perdido uma única corrida. Era tão veloz que não havia adversários que pudessem acompanha-lo. Foi ficando arrogante. Não encontrava desafios dignos de sua pessoa.

Dentre os prêmios conquistados, ganhou uma viagem para uma cidadezinha do interior. A cidade era localizada em um país distante, com hospedagem em um hotel de luxo, utilizado para conferencias internacionais. Como estava cansado e entediado, resolveu aceitar a viagem.

Ao chegar ao vilarejo da cidade onde se localizava o hotel, ficou sabendo que aquele lugar era rodeado por crenças e superstições. Um lugar místico. “Um monte de bobagens” ele pensou, pois não acreditava em nada.

Após se registrar no hotel, foi direto para seu quarto. Jogou-se na cama, percebendo que havia deitado em cima de alguma coisa. Era um panfleto sobre uma corrida que iria acontecer na cidade. Um sorriso cruel preencheu seus lábios, ao imaginar a humilhação que poderia causar aqueles caipiras se resolvesse participar da corrida e deixar todos os demais competidores a quilômetros de distância. Pensou que seria divertido aquilo e resolveu se inscrever.

O evento era patrocinado pelo Hotel. Todos os competidores receberam um abrigo com capuz para corrida, com o número do corredor na frente e o nome do hotel escrito nas costas.

A corrida seria por dentro de uma trilha que cruzava a floresta. Não haveria risco de se perderem, pois era uma única trilha, bastante regular e ampla o suficiente para comportar os corredores.

Dada a largada ele foi passando com facilidade por todos os outros atletas, até conseguir ficar a uma boa distância deles, sumindo por entre as árvores. A floresta era fechada. Um ar suave penetrava por suas narinas enquanto ia vencendo os quilômetros do trajeto.

Foi então que percebeu alguém correndo na sua frente. Ele de inicio não acreditou. Achara que já havia passado por todos os demais competidores. Aquele corredor devia ter entrado na competição em alguma parte do caminho, achando que assim poderia levar vantagem sobre os outros. Isto até seria possível se ele não fosse um dos competidores. Passaria pelo trapaceiro e no final da corrida avisaria os organizadores sobre o caso.

O homem a sua frente era muito veloz. Por mais que aumentasse seu ritmo não conseguia alcança-lo. Aquele corredor era incrível. Nunca tinha visto alguém correr tão rápido, conseguindo se manter à frente dele por tanto tempo. O corredor misterioso só poderia estar drogado para se manter correndo tão rápido. Mas sua determinação era mais forte. Foi forçando suas passadas, e aos poucos se aproximando do outro corredor. O coração se acelerando com o esforço. O suor escorrendo pelo seu rosto.

Começou a escutar passos atrás de si. Seria outro corredor? Sim, e era alguém que ia se aproximando dele aos poucos. Que loucura. Se não bastasse ter encontrado um corredor tão rápido quanto ele, agora aparecia outro tentando ultrapassa-lo.

A floresta passou a ficar ainda mais escura e assustadora. Um calafrio percorreu todo seu corpo, sinalizando o medo de encontrar alguém melhor do que ele. De perder sua fama de invencível. De ser derrotado por meros camponeses de um lugarejo perdido no mapa.

Não poderia aceitar aquela humilhação. Ele venceria aquela competição a qualquer custo. Já estava a poucos metros do homem a sua frente. Infelizmente sentia a aproximação do outro nas suas costas ensopadas de suor.

O ar parecia estar faltando em seus pulmões. O excesso de esforço trazendo cãibras nas suas pernas. Dores nas costelas. O suor aflorando como uma vertente que escorria por todo seu corpo.

A cada passada a distância diminuía, e os três mais próximos ficavam. A visão passou a ficar embaçada. O coração parecia querer explodir em seu peito. Não podia parar. Tinha que vencer.

Já estava tão perto que quase podia ver o rosto do outro corredor. Intensificou ainda mais seu ritmo. Mas, por incrível que pareça quando ele fazia isto os outros dois faziam o mesmo. Quase como se lessem seus pensamentos.

A luta do homem contra seus limites estava sendo travada a cada momento. Nunca em todas as suas outras disputas havia corrido tão rápido. Parecia voar pelo caminho. A distância do primeiro corredor era agora tão pequena que podia toca-lo com o braço se assim desejasse e foi o que tentou fazer.

Ao longe se podia vislumbrar o final do percurso e os sons distantes das pessoas que gritavam em torcida. Esticou o braço e pousou a mão no competidor que seguia em primeiro lugar. Já se encontrava praticamente ao seu lado. Foi neste momento que também sentiu algo em seu ombro. Por reflexo se virou. Mas ainda pôde ver de relance o rosto do homem na sua frente, para enfim enxergar o homem atrás de si que também se virava e ao lado dele havia outros.

Seus olhos se arregalaram de horror ao ver sua própria face nos rostos daqueles homens, como se estivesse em uma sala de espelhos. O coração falhou. O ar abandonou de vez seus pulmões. Suas passadas, porém continuaram. A floresta se abriu. Tudo girava ao seu redor. Sentiu a faixa da linha de chegada rasgar em contato com seu peito.

Caiu no chão. Aos poucos foi perdendo a consciência. Já quase desmaiado, escutou passos de pessoas correndo ao seu encontro. Sua vista escureceu. A respiração parou.

Ele morreu, mas entrou para a história, por ter batido seu próprio recorde, um recorde praticamente impossível de se vencer. Ganhou de si mesmo, consagrando-se o homem mais veloz do mundo. O preço da vitória, porém, foi alto, já que para ganhar de si mesmo, teve que perder a vida…

Fonte:
Recanto das Letras

Melhorando seu Vocabulário (2)



As palavras destacadas estão negritadas. Tente entender o significado antes de obter as respostas, clicando Aqui.
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A parte 1 você encontra em http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/06/melhorando-seu-vocabulario-1.html

Continuaremos estudando a poesia Monólogo de uma Sombra, de Augusto dos Anjos, em seu livro Eu e Outras Poesias:

MONÓLOGO DE UMA SOMBRA

Aí vem sujo, a coçar chagas plebéias,
Trazendo no deserto das idéias
O desespero endêmico do inferno,
Com a cara hirta, tatuada de fuligens
Esse mineiro doido das origens,
Que se chama o Filósofo Moderno!

Quis compreender, quebrando estéreis normas,
A vida fenomênica das Formas,
Que, iguais a fogos passageiros, luzem...
E apenas encontrou na idéia gasta,
O horror dessa mecânica nefasta,
A que todas as coisas se reduzem!

E hão de achá-lo, amanhã, bestas agrestes,
Sobre a esteira sarcófaga das pestes
A mostrar, já nos últimos momentos,
Como quem se submete a uma charqueada,
Ao clarão tropical da luz danada,
O espólio dos seus dedos peçonhentos.

Tal a finalidade dos estames!
Mas ele viverá, rotos os liames
Dessa estranguladora lei que aperta
Todos os agregados perecíveis,
Nas eterizações indefiníveis
Da energia intra-atômica liberta!

Será calor, causa ubíqua de gozo,
Raio X, magnetismo misterioso,
Quimiotaxia, ondulação aérea,
Fonte de repulsões e de prazeres,
Sonoridade potencial dos seres,
Estrangulada dentro da matéria!

E o que ele foi: clavículas, abdômen,
O coração, a boca, em síntese, o Homem,
- Engrenagem de vísceras vulgares -
Os dedos carregados de peçonha,
Tudo coube na lógica medonha
Dos apodrecimentos musculares!

A desarrumação dos intestinos
Assombra! Vede-a! Os vermes assassinos
Dentro daquela massa que o húmus come,
Numa glutoneria hedionda, brincam,
Como as cadelas que as dentuças trincam
No espasmo fisiológico da fome.

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Continua…
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Dicionário do Folclore (Letra O)



OBÁ. Orixá nagô da macumba carioca. Obá é a mulher de Agodô.

OBATALÁ. É o maior dos orixás iorubanos. Veja ORIXÁ.

OBRA-DE-SANTA-INGRÁCIA. Diz-se quando um trabalho nunca acaba, nunca chega ao fim.

O-CÃO-CHUPANDO-MANGA. Na linguagem que o povo usa, no seu dia-a-dia, a expressão o-cão-chupando-manga é usada quando a pessoa é boa, é bamba em determinado assunto (em informática, José é o-cão-chupando-manga), valente, determinado, inteligente.

OJÁ. É um fetiche (objeto animado - com movimentos, ou inanimado - sem movimentos próprios, feito pelo homem ou produzido pela natureza, ao qual se atribui poder sobrenatural e se presta culto, se venera) do candomblé, que consta de uma faixa ornada de conchas do mar e contas.

OLHADO. Veja MAU-OLHADO.

OLHAR-DE-CABRA-MORTA ou DE-PEIXE-MORTO. Diz-se das pessoas que têm o olhar inexpressivo, perdido no espaço, no mundo do sonho, fora da realidade.

OLHAR-PARA-TRÁS. O ato de olhar-para-trás é uma das tradições religiosas mantidas no populário brasileiro. Quem olha para trás, viajando só, principalmente à noite, fica assombrado e com medo. Dizem os caçadores que a onça mata a pessoa que, ao caminhar na mata, olha para trás. Os noivos, quando vão saindo da igreja, acompanhados dos padrinhos e convidados não devem olhar para trás. A Bíblia diz que a mulher de Ló, porque olhou para trás, foi transformada em uma estátua de sal. Quando se atira o primeiro dente de leite no telhado, não se deve olhar para trás. Quando uma moça passa por um rapaz e olha para trás, para ele, diz-se que está quebrando-o-catolé.

OLHO-DE-SECA-PIMENTA. Diz-se de quem tem o poder de botar mau-olhado nas pessoas, nos animais, nas coisas. As pessoas adoecem, os animais morrem, as plantas murcham.

OLHO-GRANDE. Olho que irradia malefício, ruindade, infelicidade, tudo de ruim que possa acontecer a uma pessoa. Há pessoas que têm esse poder que faz com que os casamentos se desfaçam, os negócios não dêem certo, etc. Quem tem olho-grande tem mau-olhado.

OLHOS. Que os olhos sejam as janelas da alma, ninguém tenha a menor dúvida porque é olhando bem os olhos de uma pessoa que podemos saber se ela é boa ou má, romântica ou sensual, pura ou pecaminosa, sincera ou falsa. É que os olhos sempre deixam transparecer o mundo de sentimentos, defeitos e qualidades que moram dentro de cada um de nós. Quando estamos preocupados ou angustiados, falando uma verdade ou dizendo uma mentira, quando somos dominados por uma emoção qualquer, os nossos olhos são capazes de revelar tudo quanto sentimos com uma exatidão que a ciência ainda não conseguiu explicar. Até mesmo a própria cor dos olhos pode qualificar as pessoas. Dizem que os ciumentos têm olhos azuis. As pessoas sinceras, leais, costumam ter olhos castanhos. Têm olhos verdes as pessoas capazes de enganar, assegura a sabedoria popular através de um antigo e muito conhecido fado português. Os olhos pretos são misteriosos, difíceis; guardam muito, escondem a alma de seus donos. E o que dizer, então, da força que certas pessoas têm nos olhos, força capaz de fenecer as flores, adoecer a saúde, entristecer a alegria e até mesmo de matar pessoas, animais e plantas? São pessoas que têm mau-olhado e, através de seus olhos de seca-pimenta, olhos maus, invejosos, podem até mesmo fazer o mal, espalhando tristeza, gerando preocupações de toda natureza. Os olhos também participam da linguagem popular. Tanto é assim que botar no olho da rua é mandar alguém embora, expulsar. Ir de olhos fechados, é conhecer bem o caminho sem precisar de guia. Com um olho no padre e outro na missa é prestar atenção a tudo, sem perder nenhum detalhe do que está sendo observado. Ter olhos de cabra morta diz-se das pessoas de olhar lânguido, triste, sem expressão. Ter sangue no olho é qualidade de quem é valente, esperto, de quem não tem medo de nada. Com o olho no caminho fica quem está esperando alguém com certa ansiedade. Ter os olhos maiores do que a barriga é a qualificação do guloso, cuja vontade de comer é maior do que o tamanho da fome. Ter o olho grande exprime o desejo incontrolável de certas pessoas. Estar de olho, é estar atenciosamente observando algo. Dever os olhos da cara é a situação de quem está devendo muito, devendo até os cabelos da cabeça. Num abrir e fechar de olhos, o que é feito com a maior rapidez possível. Botar areia nos olhos, é ato de quem usa de subterfúgio para esconder a verdade. Custar os olhos da cara, diz-se de tudo que está muito caro, caro demais. Ter olhos de peixe morto é qualidade de quem tem o olhar parado, perdido na distância, como se não tivesse vida. Olhos pidões são olhos de quem suplica, de quem pede sem usar palavras, sem falar. Olhos de pitomba são os olhos pulados, salientes. Ter ou Estar de olho vivo, significa perspicácia de seu dono. Pinicar o olho, é piscar o olho, dar um sinal, namorar à antiga. Quando se faz alguma coisa em pouco espaço de tempo, o que se fez foi feito enquanto o Diabo esfregou um olho. Arriscar um olho, é aventurar pra ver se algo dá certo. Abrir os olhos, além de ser uma advertência é também nascer para a vida, para o mundo. Fechar os olhos é morrer para o mundo e nascer para a Eternidade.

OMALÁ. O conjunto de alimentos votivos destinados ao orixá. Cada orixá tem seu omalá. O omalá de Ibeji é composto de caruru, acaçá, acarajé, abará e farofa de azeite-de-dendê.

O-MAR-NÃO-ESTÁ-PARA-PEIXE. Expressão usada para se dizer que nada está bom, que as coisas não andam boas, que não é o momento oportuno para as coisas serem feitas.

ONÇA. 1. Nome que o povo dá às várias espécies do mamífero carnívoro do gênero felino, entre as quais a onça pintada, a suçuarana, a preta. 2. A onça participa bastante da linguagem popular: a) No tempo da onça - tempo muito antigo; b) Espécie de jogo em tabuleiro como o de damas, representando as pedras a onça e um certo número de cachorros, ganhando a partida quem conseguir encurralar a onça na furna formada por um triângulo com a base para cima; c) Andar-na-onça, diz-se de quem está sem dinheiro, liso; d) Comer-a-onça é comer devagar, aos pouquinhos; e) Amigo-da-onça é o amigo falso, importuno, inconveniente.

ONDE-O-DIABO-PERDEU-A-BOTA. Lugar ermo, distante, desconhecido. Igual à expressão nos-cafundós-de-judas, onde-o-vento-faz-a-curva.

ONDE-O-VENTO-FAZ-A-CURVA. O mesmo que ONDE-O-DIABO-PERDEU-A-BOTA.

ONOFRE, Santo. É um santo muito popular no Brasil. O povo acredita que Santo Onofre guarda a despensa, o guarda-comida e todo e qualquer lugar que tenha alimento. É, assim, o padroeiro da fartura.

OS-PÉS-DA-BESTA. Diz-se da pessoa danada, inteligente, o-cão-chupando-manga, que faz tudo bem feito.

O-QUE-É-BOM-PRA-TOSSE. Revidar; dar um corretivo; tomar uma medida em represália a uma afronta sofrida, é mostrar o-que-é-bom-pra-tosse.

ORAÇÃO. Orar é conversar com Deus e os santos, pedindo-lhes saúde, emprego, chuva, etc. A oração-forte (amuleto ou talismã), guardada num saquinho, lida ou rezada todas as noites antes de dormir, tem o poder de proteger a pessoa que a conduz contra as doenças, os maus negócios, tudo de ruim que possa acontecer na vida de uma pessoa.

ORELHA. Era costume dos guerreiros antigos cortar as orelhas dos inimigos abatidos em combate e presenteá-las ao seu chefe, ao seu rei, como prova de coragem e de habilidade na arte de guerrear. No alto Sertão brasileiro, costumava-se cortar as orelhas dos ladrões, costume que esteve em uso até a primeira década do século XX. Ainda hoje muitos pais puxam as orelhas de seus filhos, como castigo, quando fazem coisas erradas. Puxar as orelhas de alguém era fazer com que as pessoas se lembrassem das coisas, de vez que as orelhas eram consagradas à deusa Memória, da mitologia greco-romana. E quando na pessoa a orelha direita arder é porque estão falando de bem do dono da orelha; mas, se a orelha que estiver ardendo for a esquerda, é porque estão falando de mal. Estar a pessoa de orelha em pé, diz-se da pessoa que está atenta, vigilante, desconfiada. Torcer-a-orelha-e-não-sair-sangue diz-se da pessoa arrependida do que fez.

ÓRIO. No rito jeje-nagô é o sacrifício de animais para que se possa conseguir a benevolência divina.

ORIXÁ. Simbolizando as forças naturais, os orixás são divindades da religião iorubana. Os orixás moram nas costas africanas e, atraídos pelos cântico e ritmo dos tambores em sua honra, eles se encarnam e se apossam de seus médiuns, cavalos, intérpretes, tomando o aspecto que tiveram na terra.

OVELHA-NEGRA. Dá-se o nome de ovelha-negra ao filho de uma família diferente dos demais, e que é mau-caráter, enganador, jogador, sem palavra, mentiroso e que possui todas as más qualidades que uma pessoa possa ter.

OVO. As crendices e superstições tendo o ovo como motivo estão ligadas à fecundidade. Para se botar uma galinha para chocar seus ovos é preferível fazê-lo com a Lua em quarto crescente. Para que os ovos não gorem é bom fazer uma cruz com tinta de escrever em cada um e depois colocá-los no ninho, dizendo: - "Nas horas de Deus,/ Por São Salvador,/ Nasçam todos fêmeas/ E um só galador ". Depois de nascerem os pintos é bom queimar as cascas dos ovos. É bom colocar as cascas dos ovos na extremidade das varas das cercas, para combater o mau-olhado. Quando muita gente enche um teatro, um campo de futebol, o povo diz: "Está cheio que só um ovo!" Entre os bons bebedores, corre a seguinte expressão: - "Todo mundo bebe. Menos o sino, que tem a boca para baixo e o ovo, que já está cheio".

OVOS-DE-PÁSCOA. Nas grandes cidades do Sul, a partir de 1920, começaram a aparecer, vindos de Paris, os ovos-de-páscoa. Eles foram popularizando-se como um hábito de gente rica. Os ovos-de-páscoa tiveram a seguinte origem: No século XIII, os estudantes da Universidade de Paris iam cantar laudes na porta da catedral e, depois, coletavam presentes de ovos que eram distribuídos aos amigos, vizinhos e parentes, depois de tingidos de azul e vermelho. Durante a Páscoa as crianças ficam com a incumbência de procurar ovos-de-páscoa feitos de chocolate, escondidos nos mais diferentes lugares da casa. É um costume recente.

OXALÁ. Entidade andrógina, Oxalá é o maior dos orixás e de maior tradição religiosa na Bahia. Oxalá, de caráter bissexual, simboliza as energias produtivas da natureza.

OXENTE. Interjeição designativa de admiração, de desdém, de desprezo: - "Oxente, não está vendo que o que você quer é uma coisa impossível?" Deve ser corruptela (forma popular) de ó gente!

OXÓSSI. É o orixá da caça e dos caçadores, e tem, na quinta-feira, o seu dia. O fetiche que representa Oxóssi, no peji, é um arco com uma flecha, uma frigideira de barro e uma pedra. Suas insígnias são: rabo de boi, polvarinho e o capanga de Oxóssi, reunião das coisas usadas por um caçador, como espingarda, bucha, vareta, bornal, etc. As filhas de Oxóssi têm as vestimentas de cor verde e amarelo, usam pulseiras de bronze e colares de contas verde-branco nos candomblés bantos e azul-claro nos nagôs. Os animais votivos são o galo e o carneiro. Seu alimento é o achochô, feito de milho.

OXUM. Oxum é o orixá das fontes, dos rios, deusa do rio Oxum, na África, égide das águas doces, enquanto que Iemanjá é das águas salgadas e Ananburucu, Nanburucu ou Nanâ é orixá da chuva. Oxum é filha de Iemanjá, casada com seu irmão Xangô. Seu fetiche é uma pedra marinha ou um seixo polido. Sua insígnia é um leque de latão (o abadê), tendo uma estrela branca no centro ou uma sereia. O Omalá de Oxum é a tainha, a cobra, a galinha e o feijão.
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O Dicionário completo pode ser obtido em http://sites.google.com/site/pavilhaoliterario/dicionario-de-folclore
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Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br/

Palavras e Expressões mais Usuais do Latim e de de outras linguas) Letra J-L



jam satis est
Latim: Já é bastante: Intrigaram, desonraram, caluniaram; agora, jam satis est.

Jesus autem tacebat
Latim: Jesus porém se calava. Refere-se ao episódio evangélico em que Jesus permaneceu em silêncio enquanto seus inimigos o acusavam.

jeu de mots
Francês: Jogo de palavras; trocadilho.

joco remoto
Latim: Fora de brincadeira; falando sério.

John Bull
Inglês: João Touro. Expressão caricatural por que é designado o povo inglês.

judex damnatur, ubi nocens absolvitur
Latim: O juiz é condenado quando o culpado é absolvido.

jurare in verba magistri
Latim: Jurar nas palavras do mestre. Horácio em suas epístolas refere-se aos alunos que aceitam sem discussão a opinião do professor. V magister dixit.

jure et facto
Latim: De direito e de fato.

juris et de jure
Latim Direito: De direito e por direito. Estabelecido por lei e considerado por esta como verdade.

juris tantum
Latim Direito: De direito somente. O que resulta do próprio direito e somente a ele pertence.

jus agendi
Latim Direito: Direito de agir, de proceder em juízo.

jus conditum
Latim Direito: Direito constituído; que está em vigor.

jus est ars boni et aequi
Latim: O direito e a arte do bem e do justo.

jus et norma loquendi
Latim: A lei é a norma da linguagem. Horácio refere-se ao uso, que ele considera fator preponderante na formação da língua.

jus gentium
Latim: Direito das Gentes. Direito aplicado aos estrangeiros, equivalente ao atual Direito Internacional.

jus privatum
Latim: Direito privado; o direito civil.

jus publicum
Latim: Direito público, isto é, das relações dos cidadãos com o Estado; direito político.

jus sanguinis
Latim: Direito de sangue. Princípio que só reconhece como nacionais os filhos de pais nascidos no país.

jus soli
Latim: Direito do solo. Princípio pelo qual a pessoa tem a cidadania no país onde nasceu.

justae nuptiae
Latim: Justas núpcias. Expressão usada pelos romanos para designar o casamento legal.

labor improbus omnia vincit
Latim: O trabalho persistente vence tudo. Pensamento de Virgílio (Geórgicas, 144 e 145).

lacrima Christi
Latim: Lágrima de Cristo. Nome do vinho moscatel de vinhas cultivadas nas proximidades do Vesúvio.

la critique est aisée, l'art est difficile
Francês: A crítica é fácil, a arte difícil. Máxima falsamente atribuída a Boileau.

laisser faire, laisser passer
Francês: Deixar fazer, deixar passar. Princípio que Turgot-Gournay pretenderam aplicar à economia a ser regida por leis naturais, como a lei da oferta e da procura.

la mouche du coche
Francês: A mosca do coche. Alusão à fábula de La Fontaine "O Coche e a Mosca", que se aplica às pessoas que aparentam muito esforço, enquanto outras trabalham realmente.

lapsus calami
Latim: Erro de pena. Diz-se do erro inadvertido de quem escreve.

lapsus linguae
Latim: Erro de língua. Diz-se das distrações que se cometem na linguagem falada.

lapsus loquendi
Latim: Um lapso ao falar. O mesmo que lapsus linguae.

lapsus scribendi
Latim: Um lapso no escrever. O mesmo que lapsus calami.

lasciate ogni speranza, voi ch'entrate
Italiano: Vós que entrais, deixai toda a esperança. Inscrição na porta do inferno da "Divina Comédia".

last but not least
Inglês: Último mas não o menor. Emprega-se para ressalvar numa enumeração de pessoas a que foi citada por último.

latet anguis in herba
Latim: A serpente se esconde sob a erva. Frase de Virgílio que se aplica a fim de aludir a um perigo oculto.

lato sensu
Latim: No sentido lato, geral.

laudator temporis acti
Latim: Encomiasta do tempo passado. Defeito comum aos velhos, que Horácio ridiculariza na Arte Poética.

laus Deo
Latim: Louvor a Deus. Frase que alguns autores colocam no final do livro como sinal de gratidão a Deus.

laus in ore proprio vilescit
Latim: O louvor na própria boca envilece.

L. B.
Latim: Ao leitor benévolo. Palavras ou abreviatura que se antepõe ao texto de um livro, como explicação preliminar; prefácio, proêmio ou prefação.

legem habemus
Latim Direito: Temos lei. Expressão usada contra dissertações que ferem dispositivos legais.

le mieux est l'ennemi du bien
Francês: O melhor é inimigo do bom. O desejo excessivo de perfeição pode estragar o que estava bom ou tornar incômoda uma situação tolerável.

le roi est mort, vive le roi
Francês: O rei morreu, viva o rei. Frase pronunciada na proclamação dos reis em França, citada para lembrar a ingratidão humana. Os homens se esquecem facilmente de seus ídolos, tão logo eles caem, para se apegarem aos que os sucedem.

l'Etat c'est moi
Francês: O Estado sou eu. Frase de Luís XIV, da França. Nela se baseava a monarquia absoluta.

lever de rideau
Francês: Levantar de cortina. Pequena peça de um ato, no início da função teatral.

levius fit patientia quidquid corrigere est nefas
Latim: A paciência torna mais leve o que é impossível corrigir (pensamento de Horácio).

lex est quod notamus
Latim: O que escrevemos é lei; isto é, tem força de lei. (Divisa da Câmara de Notários de Paris).

libera Chiesa in libero Stato
Italiano: A Igreja livre no Estado livre. Frase atribuída a Montalembert mas popularizada pelo Conde de Cavour que por ela evidenciou os princípios liberais que o animavam, durante a campanha da unificação da Itália.

libertas quae sera tamen
Latim: Liberdade ainda que tardia. Palavras de Virgílio, tomadas como lema pelos chefes da Inconfidência Mineira e que figuram na bandeira daquele Estado.

lignum crucis
Latim: O lenho da cruz de Cristo ou relíquia da santa cruz: No lignum crucis encontraremos a paz que tanto almejamos.

litterae Bellerophontis
Latim: Carta de Belerofonte, isto é, carta perigosa e que contém sentença de morte ou coisa semelhante para quem a conduz.

litterature engagée
Francês: Literatura comprometida. Gênero literário cujo autor assume posições definidas relativamente aos problemas políticos e sociais.

loco citato
Latim: No trecho citado. Referência, num livro, a um trecho anteriormente citado.

loco dolenti
Latim: No lugar dolorido. Indicação usada na medicina antiga.

l'oeil du Maître
Francês: O Olho do Dono. Título de uma fábula de La Fontaine que inspirou diversos provérbios, entre os quais: O olho do dono engorda o cavalo.

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As outras letras:
LETRA A http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/10/palavras-e-expresses-mais-usuais-do.html
LETRA B http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/10/palavras-e-expresses-mais-usuais-do_07.html
LETRA C http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/10/palavras-e-expresses-mais-usuais-do_21.html
LETRA D http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/11/palavras-e-expresses-mais-usuais-do.html
LETRA E http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/11/palavras-e-expresses-mais-usuais-do_28.html
LETRA F http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/01/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html
LETRA G-H http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/05/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html
LETRA I http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/06/palavras-e-expressoes-mais-usuais-do.html

Fonte:
Por Tras das Letras

sábado, 20 de junho de 2009

Trova XXV

Obras de Shakespeare no Cinema



Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até hoje, onde são retratadas freqüentemente pelo teatro, televisão, literatura e cinema. As principais obras do bardo inglês foram transpostas para o cinema - segundo o "Guinness Book" é o autor com maior número de adaptações para a tela (para o cinema e tv são 736 adaptações) -, principalmente "Hamlet" e "Romeu e Julieta".

Até o cinema brasileiro já se inspirou nele, justamente com a tragédia "Romeu e Julieta", que serviu de paródia na chanchada "Um Candango na Belacap", de Roberto Farias, 1961; na comédia "O Casamento de Romeu e Julieta", de Bruno Barreto, 2005, com Luana Piovani e Marco Ricca; e no drama "A Herança", 1970, de Ozualdo Candeias.

Baseados na tragédia "Romeu e Julieta":
"Amor Sublime Amor", de Robert Wise, 1961, com Richard Beymer e Natalie Wood;
"Romeu e Julieta", de George Cukor, 1936, com Norma Shearer e Leslie Howard;
"Romeu e Julieta", de Renato Castellani, 1954 com Laurence Harvey;
"Romanoff e Julieta", de Peter Ustinov, 1961, com Sandra Dee e John Gavin;
"Romeu e Julieta", de Franco Zeffirelli, 1968, com Olivia Hussey e Leonard Whiting;
"Romeo + Juliet", de Baz Luhrmann, 1996, com Leonardo di Caprio e Claire Danes.

Baseados na tragédia "Hamlet":
"Hamlet", de Laurence Olivier, 1948, com Laurence Olivier;
"Homem Mau Dorme Bem", de Akira Kurosawa, 1960;
"Hamlet", de Grigori Kozintsev, 1964, com Innokenti Smoktunovski;
"Hamlet", de Bill Colleran e John Gielgud, 1964, com Richard Burton;
"Hamlet", de Tony Richardson, 1969;
"Hamlet", de Franco Zeffirelli, 1990, com Mel Gibson e Glenn Close;
"Rosencrantz e Guilderstern Estão Mortos", de Tom Stoppard, 1990, com Gary Oldman e Richard Dreyfuss;
"Hamlet", de Kenneth Branagh, 1996, com Kenneth Branagh e Kate Winslet;
"Hamlet", de Michael Almereyda, 2000, com Ethan Hawke e Julia Stiles;
"O Banquete", de Feng Xiaogang, 2006.

Baseados na comédia "A Megera Domada":
"A Megera Domada", de 1929, com Mary Pickford e Douglas Fairbanks;
"A Megera Domada", de Franco Zeffirelli, 1967, com Elizabeth Taylor e Richard Burton;
"Dá-me um Beijo", de George Sidney, 1953, com Howard Keel e Kathryn Grayson;
"Dez Coisas Que Eu Odeio em Você", de Gil Junger, 1999, com Julia Stiles;
"A Megera Domada", de David Richards, 2005.

Baseado na comédia "A Tempestade":
"Céu Amarelo", de William A. Wellman, 195 com Gregory Peck;
"Planeta Proibido", de Fred M. Wilcox, de 1956, com Walter Pidgeon e Anne Francis;
"A Tempestade", de Derek Jarman, 1979,
"A Tempestade", de Paul Mazursky, 1982, com Gena Rowlands e John Cassavetes;
"A Última Tempestade", de Peter Greenaway, 1991, com John Gielgud.

Baseados na tragédia "Otelo, o Mouro de Veneza":
"Othello", 1952, de Orson Welles, 1952, com Orson Welles;
"Otelo", de Sergei Yutkevich, 1955, com Sergei Bondarchuk;
"Othello", de Oliver Parker, 1995, com Laurence Fishburne;
"Jogo de Intrigas", de Tim Blake Nelson, 2001, com Josh Artnett e Julia Stiles.

Baseados na comédia "Sonho de uma Noite de Verão":
"Sonho de uma Noite de Verão", de William Dieterle e Max Reinhardt, 1935, com James Cagney e Olivia de Havilland;
"Sonho de uma Noite de Verão", de Woody Allen, 1982, com Woody Allen e Mia Farrow;
"Sonho de uma Noite de Verão", de Michael Hoffman, 1999, com Kevin Kline e Michelle Pfeiffer.

Baseados na tragédia "Macbeth":
"Macbeth", de Orson Welles, 1948, com Orson Welles;
"Trono Manchado de Sangue", de Akira Kurosawa, 1957;
"Macbeth", de Roman Polanski, 1971, com Jon Finch
"Homens de Respeito", de William Reilly, 1991, com John Turturro.

Baseado na tragédia "Rei Lear":
"Rei Lear", de Petrer Brook, 1971, com Paul Scoffield;
"Rei Lear", de Grigori Kozintsev, 1971;
"Ran", de Akira Kurosawa, 1958;
"Terras Perdidas", de Jocelyn Moorhouse, 1997, com Michelle Pfeiffer, Jessica Lange e Colin Firth.

Baseados na tragédia "Júlio César":
"Júlio César", de David Bradley, 1950, com Charlton Heston;
"Júlio César", de Joseph L. Mankiewicz, 1953, com Marlon Brando;
"Júlio César", de Stuart Burge, 1970, com John Gielgud.

Baseados na comédia "O Mercador de Veneza":
"O Mercador de Veneza", de John Sichel, 1973, com Laurence Olivier;
"O Mercador de Veneza", de Michael Radford, 2004, com Jeremy Irons e Al Pacino.

Baseados na comédia "Como Gostais":
"Como Gostais", 1936, de Paul Czinner, 1936, com Laurence Olivier;
"Como Quiser", de Kenneth Branagh, 2006, com Kevin Kline.

Baseado na comédia "Muito Barulho Por Nada":
"Muito Barulho Por Nada", de Kenneth Branagh, 1993, com Emma Thompson e Keanu Reeves.

Baseado na tragédia "Antônio e Cleópatra":
"À Sombra das Pirâmides", de Charlton Heston, 1972, com Charlton Heston.

Baseado na comédia "Noite de Reis":
"Ela É o Cara", de Andy Fickman, 2006, com Amanda Bynes.

Shakespeare ainda foi personagem em "Shakespeare Apaixonado", de John Madden, 1982, interpretado por Joseph Fiennes.

Fonte:
Blog Demais

Antonio Brás Constante (Poesias)

Pintura de Iman Maleki (O Estudante)
O QUE É SER POETA...

É descrever o ritmo na batida do coração,
Utilizar asas imaginárias para poder sair do chão,
Soprar brisas no deserto,
Desenhar nuvens no ar,

Trilhar caminhos incertos,
Criar um brilho no olhar,
Pintar arco-íris com rimas,
Brincar com letras no papel,
É mesmo acordado poder voar pelo céu,

É bordar as estrelas no firmamento,
Salgando lágrimas,
Adoçando beijos,
Transformando o cinza em alegria,
Ser poeta é misturar sabores,
É temperar frases com um gostinho de poesia.
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CARTAS MOLHADAS, SEGREDOS PERDIDOS.

Quantas cartas espalhadas sobre uma cama molhada.
Do forro gotejam goteiras. Furtivas lágrimas da intensa tempestade.

Escritas borradas embaralham palavras envelopadas.
Confidencias gravadas que mancham colchas ensopadas,
desenhando marcas em tecidos de tergal.

A gota, a cama, a água imóvel no ventre do móvel.
A letra, o papel, a cumplicidade em forma de cartas,
abandonadas em um quarto de motel.

Finda a chuva, seca a cama, sobram as cartas ali deitadas.
Sumiram seus símbolos.
Perderam-se seus segredos.
Cessaram suas palavras.
Pedaços de papel inútil, vítimas de uma chuvarada.
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Antonio Brás Constante (Contos da Delegacia Brasil)



- Alô? Aqui é da Delegacia Brasil, policial Farrapos falando.

- Socorro! Ladrões estão tentando arrombar a minha casa.

- Nossa que horror. Acabei de atender outro cidadão que tinha o mesmo problema da senhora. Que mundo violento...

- Olha, preciso de uma viatura aqui e agora!

- Infelizmente não posso lhe ajudar. É que a única viatura que temos está estragada. E mesmo que funcionasse, faz tempo que o tanque dela está vazio. Mas o pior é que como não temos garagem aqui, a viatura tem que ficar na rua. A senhora acredita que outro dia roubaram as rodas dela? Hoje em dia não respeitam nem a policia...

- O senhor tem que me ajudar! Mande os policiais de táxi então. Eu pago.

- Mandaria, se houvesse outros policiais, mas com os cortes públicos na área de segurança, eu sou o único policial de plantão aqui hoje aqui. E se abandonar meu posto, quem vai atender as ocorrências?

- Mas, o que eu faço então?

- A senhora já tentou acender a luz e fazer barulho? Muitos meliantes fogem quando percebem que tem pessoas em casa. Ou tente negociar com eles, quem sabe se a senhora der alguma colaboração, eles não desistem do assalto?

- O senhor é um louco?! Vou negociar com eles sim. E dizer para irem até aí, assaltar o senhor e levarem a sua arma, Que pelo visto não serve para nada mesmo.

- A única arma que eu tinha, doei para a campanha do desarmamento, pois estava enferrujada e sem munição. Com esta atitude espero estar fazendo a minha parte para um mundo menos violento. Se lhe serve de consolo, alguns meliantes já vieram aqui e levaram tudo que tinha na delegacia. Só sobrou um banquinho que trouxe de casa, e este telefone velho, que de tão velho foi deixado para trás.

- Ao menos então anote a ocorrência, para que eu possa acionar o seguro depois.

- Como lhe disse antes, aqui não tem nada além do banquinho e do telefone. Não tenho caneta, minha senhora. E o único papel que eu tinha, tive que utilizar em uma emergência estomacal, lá no banheiro.

- Meu Deus! Eles entraram! Alô? Alô? Policial?

- [Esta é uma gravação, o telefone para o qual ligou, acaba de ser cortado por falta de pagamento. ‘CLICK’]

Fonte:
Recanto das Letras

Antonio Brás Constante (Hoje é seu Aniversário! "Prepare-se")


Livro de Crônicas, que pretende ser um genérico ao do escritor Luis Fernando Veríssimo (também é fã do Veríssimo), ou seja, autor diferente, mas com o mesmo princípio ativo: O HUMOR. Os textos são temperados com generosas pitadas humorísticas, para jovens dos oito aos oitenta anos e também de outras faixas etárias. Textos leves e similares a uma ave-maria (pois eles também são cheios de graça), que poderão ser saboreados até a última letra.

Caso queira conhecer um pouco mais sobre seu trabalho como escritor basta acessar o site: http://recantodasletras.uol.com.br/autores/abrasc

Os exemplares do livro poderão ser adquiridos no site da editora AGE: http://www.editoraage.com.br/ .
Ele estará presente na 25a. Feira de Livros de Canoas.
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Sobre o autor:
Antonio Brás Constante é natural de Porto Alegre. Residente em Canoas RS. Bacharel em computação, bancário e cronista de coração, escreve com naturalidade, descontraída e espontaneamente, sobre suas idéias, seus pontos- de- vista, sobre o panorama que se descortina diferente a cada instante, a nossa frente: a vida. Membro da ACE (Associação Canoense de Escritores).

Fonte:
O autor.