domingo, 22 de novembro de 2009

Sandro Kretus (Poesias Avulsas)



Portas escritas

Minhas calças curtas
De travessuras, de caçadas
E aventuras, Monteiro Lobato
Minha filosofia Suassuna
E meus olhos cegos, Saramago
Nas minhas borboletas mortas, Baudelaire
Na minha angustia, Florbela Espanca
Uma rosa sem perfume
E em sua dor, Augusto dos anjos
Beija sem ciúmes
Um beijo tépido no silêncio
Mortes, chagas, visões, infernos de Dante
Minhas mãos Machadianas escrevem versos de Quintana
Em uma ensolarada tarde, e as horas passam, voam
Ninguém vê Virginia Woolf
E Drummond com cara de bom, olhando o céu ao lado de Bandeira
De bobeira, soltando pipas no ar, sentados na areia
Na Villa dos lobos, um Tom toca Vinícius
Eça de Queiroz iça seus anzóis com palavras de ternura
Usando toques de Neruda
Eu ando pela Baker street mas não encontro Conan Doyle
Nem Jô Soares, e na corrida do ouro, Allan Poe corre
Apressado com os corvos enquanto Mary Shelley tranca seu monstro no armário
No corredor, Crowley vê Levi, e Bram Stoker carrega um bebê vampiro nos braços
Fernando pessoa visita o salão filosófico de Platão
Enquanto meus olhos de Byron naufragam num mar revolto...
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O último monólogo

Meus dias passam lentamente como serenas marolas
E nenhuma cortina se abre diante de mim
Sinto meu corpo preso á uma corrente coberta de argolas
Vejo meu começo chegando perto do fim

Um monólogo que encena seu último ato
Segurando sua caveira com as mãos sujas de sangue
Declamando seu poema para as cadeiras vazias do teatro
Deixando cair uma última lágrima escondendo o vexame

Nem um alento seria capaz de sarar tal ferida
De que adianta o brotar das palavras
De uma peça que jamais será lida

Morrerá com sua arte o pobre artista?
Talvez um dia alguém o descubra
E assim reconhecido, não mais morrerá
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Temperanças

Mulheres com suas temperanças
Me tiraram o absinto da garganta
Quando me acalentava nas horas amargas
Tentando remeter-me á esperança

Pequenos castelos desmoronados na areia
Levados pelas ondas de um mar traiçoeiro
Ainda havia sonhos á serem sonhados
E momentos passageiros

Que talvez tivesse ao longo de uma vida
Mesmo com destroços e feridas
Viveria cada momento

Como um pássaro que se remete ao horizonte
Chegaria ao firmamento
Mesmo sabendo que o horizonte não tem fim
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A valsa das rosas

Lembra quando dançávamos a luz do luar, meu amor?
E as rosas giravam, iluminadas, no jardim das petúnias.
Ali nossos corpos rodeavam, deslizando ao som dos violinos
Que alçava-nos a urbe da luz, nos iluminado de azul
Dançávamos ao som do Danúbio, seguido por outra valsa
E mais uma, assim se fazia, sem pensar na hora, mas que hora?
Se não existia, era só nós dois
Dançando a luz da lua
Até nas noites frias, mas que frias?
Se o calor nos aquecia
Em cada dança, ali se fazia
Um passo de magia
E nos bailes de máscaras? Lembra?
Sempre um cavalheiro roubava-te dos meus braços
E mesmo distantes, nossos olhos
Estendiam-se na mesma vértice que nos unia
Éramos um do outro, meu amor
Que adorável companhia
Tê-la ao meu lado, assim
Todos os dias
Agora, uma púgil agonia
Em meu peito se afia
Ao lembrar-me destes momentos
Oh! Que tristeza! Em meu coração se alogia
Desde que partiu
Vivo esta tormenta
A dor me castiga, em infinita sentença
Porque meu amor, me deixaste?
Meu pensamento viaja, tentando encontrar
A substancia que esvaiu do teu corpo, ao postemar-se
Vejo teu sorriso em cada estrela, mas não consigo alcançar-te
Porque meu amor, me deixaste?
As vezes sou capaz de ver-te, dançando no véu da noite
Iluminada, me sorri, sorri, mas não diz nada
E ao alcançar-te em desespero, desapareces
Como nevoeiro,dispersando-se por inteiro
Oh! Espírito iluminado
Porque não me levas contigo?
Quero ficar ao teu lado
Dançando eternamente no luar encantado
Hoje mais um dia, sonho acordado
E ao olhar as petúnias mortas no jardim
Lembro-me de como éramos felizes
Também hoje, mais uma vez, venho trocar as rosas de teu jazigo
E ao sentir tua lápide fria em meus pés
Mais uma lágrima surgi em meu rosto sofrido
Digo-te, meu amor, como sempre digo
Hoje as petúnias estão mortas, mas as rosas girarão, iluminadas
pelo teu sorriso.
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Fontes:
http://sandrokretus.blogspot.com/
http://www.portugal-linha.pt/KRETUS/menu-id-105.html
Imagem = Capa do livro de Sandro, O Jardim Sombrio

Sandro Kretus (1974)


Sandro Kretus nasceu em Porto Alegre em 1974, seu interesse pela literatura começou desde muito cedo, com 10 anos de idade já participava em concursos de poesias e contos. Aos dezoito anos formou-se em desenho publicitário e desenho artístico, trabalhando em agências publicitárias e em algumas galerias de arte da capital gaúcha.

No mesmo período especializou-se em analises clinicas, no qual exerce a profissão até hoje. Em 2006, o autor escreveu seu primeiro romance, o primeiro volume da saga “Amazon”, intitulada “ A chama de Orion, uma saga épica inspirada no continente perdido de Atlântida. Em 2008 o autor brasileiro começou a divulgar seu trabalho, publicando suas poesias, contos e crônicas nos principais sites de literatura, no Brasil e em Portugal, ao todo já são treze livros publicados, entre eles estão, O jardim sombrio, Ecos na cidade de mármore, Interlúdio, O andarilho da terra do fogo, O navegante e a flor lunar, Uma gota de orvalho no jardim de cedros, pequenos poemas do espaço inerente, Vertebratrus, O príncipe de Tartária, Pensamentos revoltaires,Harmônico e Black horse.

A cada novo trabalho o autor vem conquistando cada vez mais os leitores, e chamando a atenção dos críticos literários, que afirmam, “Kretus é um poeta contemporâneo, que consegue resgatar a fórmula dos poetas do passado, sem perder sua autenticidade, sua poesia é feita com uma força extremamente expressiva.”

Visionário, lírico, romântico, ler a poesia de Kretus é como viajar no tempo”.

Atualmente Sandro Kretus vive em sua cidade natal, em Porto Alegre, capital do Rio grande do Sul.
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Fonte:
http://www.portugal-linha.pt/KRETUS/menu-id-105.html

sábado, 21 de novembro de 2009

Trova LXXVI - José Lucas de Barros (RN)

Montagem sobre imagem de http://ncego.blogspot.com

Andreia Donadon-Leal (Seus 25 Anos)



Ainda lembro dos seus primeiros passos: indecisos, trôpegos, corpo desequilibrando, e eu com os braços estendidos estimulando-a a continuar. Um sorriso inocente nos pequenos lábios rosados, pele amorenada, olhos negros e cabelos lisos. Era uma miniatura de gente, uma boneca tentando equilibrar-se para dar os primeiros passos. Chorava pouco e quando eu retornava no final da tarde do trabalho, cansado, estressado e algumas vezes muito aborrecido, abria a porta silenciosamente para não fazer barulho e meus olhos brilhavam ao vê-la sentada no tapete com as pernas cruzadas; algumas bonecas espalhadas pelo chão, suas mãozinhas ocupadas com pequenos brinquedos, despreocupada como se nada mais existisse naquele momento. E não existia mesmo... Eu parado com a cabeça encostada no alisar da porta, deslumbrado com a cena que me acalentava. As linhas de expressão logo se suavizavam e os olhos brilhavam, dizia Maria. Perdi a conta de quantas vezes fiquei parado, estático à porta, querendo imortalizar aquela imagem. A pasta pesada, às vezes, caía sem querer de minha mão e dispersava sua concentração e estado mágico em seu mundo de criança. Logo largava todos os brinquedos e ia engatinhando ao meu encontro. Eu dava apenas dois passos curtos, pois sabia que gostava de me receber na entrada da porta. Sua mãe esperava pacientemente minha disposição e felicidade retornando. Sentava no chão com você e brincávamos com os minúsculos brinquedos até seus olhos cerrarem vencidos pelo sono.

No primeiro dia de aula não consegui conter o impulso de sair do outro lado da cidade e levá-la pessoalmente à escola. A merendeira rosa nas mãos pequeninas, a mochila pendurada nas costas, vestida de uniforme azul e branco do colégio, cabelo preso com duas marias chiquinhas cor de rosa. Estava crescendo... Não dei a honra a sua mãe de levá-la no primeiro dia. Era importante vê-la entrando com segurança na sala de aula e eu recomendando à professora que tivesse mil e um cuidados, por que era uma criança dócil, muito frágil e tímida. Devo ter repetido umas sete vezes o número do meu telefone, caso fosse necessário contactar-me.

Os outros dias me contentava em buscá-la, quando não ficava até tarde no escritório. Você adorava me ver caminhando pacientemente pelo pátio da escola. Corria euforicamente ao meu encontro e contava de um fôlego só como foram às aulas, os trabalhos e as brincadeiras. Quase tive um ataque do coração, quando saíamos tranquilamente da escola, você perguntou-me repentinamente:

- Pai? Como se faz um bebê? De onde eles vêm?

Sabia que despertaria para esses tipos de perguntas, mas não esperava que fosse prematuramente. Maria ria de meu pudor excessivo, falando que as perguntas se tornariam mais constrangedoras com o tempo. Eu fechava os olhos e passava as mãos sobre a cabeça, preocupado.

- Pai? O que é sexo?

- Pai, por que a terra é redonda e meu quarto é quadrado?

- Pai, quem inventou Deus? A professora disse que quem inventou o mundo foi Deus, então quem inventou ele?

Essas interrogativas aos cinco anos, e eu embasbacado no meio do caminho, retornando da escola para casa com você. As perguntas aumentavam, os níveis também e eu tentando dar um caráter romântico a tudo. Sua mãe me reprovava com veemência. Os anos foram passando; eu e sua mãe, mais velhos e cansados. Você já não queria que eu a buscasse na escola.

- Não precisa pai. Venho caminhando com minhas colegas.

Estava ficando independente e não precisava tanto de mim.

Os quinze anos vieram e a festa de debutante também. Foi uma belíssima noite: vestido rosa, cabelos soltos, coroa na cabeça, dançando com suas colegas no meio do salão. Estava virando uma moça. O tempo correu como um filme em projeção acelerada, e eu só queria que fosse mais devagar, um pouco mais devagar e nunca tivesse que acordar daquele sonho. Depois da valsa, um guri ensimesmado e estranho, pegou-a dos meus braços. O jeito que olhou-a me fez recordar das minhas primeiras investidas amorosas e entrei num inferno astral.

- Será que Flora já beijou alguma vez, Maria?

Sua mãe olhou-me como se eu estivesse proferindo a pergunta mais absurda e fora de moda do mundo:

- O que está acontecendo com você, José? É uma adolescente despontando para a vida. É óbvio que já beijou. Sabia que ano retrasado menstruou?

Lembro desses momentos somente nos sonhos. Foram especiais e não retornam. Um dia sem repetição, uma chance para cada etapa da vida. Compreendi? Se eu compreendi? Tive que tentar compreender para não sofrer ao extremo.

- Nossa filha é uma mulher agora, Zé! Entrou para universidade! Veio a primeira notícia que comemoramos com muito orgulho.

- Está namorando com fulano, Zé!

- Está namorando com beltrano, Zé!

- Hoje não dorme em casa, Zé!

- Compreenda sua filha, Zé! Não é mais uma criança.

- Ficará uma semana fora... Ficará um mês...

- Vai para o exterior...

E eu suportando, por que sabia que minha menina voltaria para casa, para o quarto cor de rosa, com a prateleira repleta de bonecas e muitos brinquedos intactos que comprei ao longo dos anos. Voltaria para os meus sonhos, entraria pela porta gritando:

- Pai, mãe, cheguei!

Contaria tudo de um fôlego só, depois Maria faria um jantar especial com direito a sobremesa e eu contaria uma história. Era seu pedido quando ficava muito tempo fora de casa. Estava quase se formando: medicina, e esse era o meu maior trunfo e orgulho. Estufava o peito, quando meus amigos perguntavam o que minha filha estava fazendo.

- Quase médica!

Quando vi um rapaz alto, entrando em casa e você me apresentando como seu namorado, tomei o mesmo susto quando perguntou-me como eram feitos os bebês.

- Esse não é aquele guri da festa de seus quinze anos, Flora? Perguntei de cenho cerrado.

- É pai, o mesmo!

Apertei a mão do rapaz mais do que deveria e fiquei olhando-o por um tempo, até escutar a voz de Maria:

- Zé? Solta a mão dele!

- Hã? Desculpe...

- Não foi nada...

Saí da sala e fui para o quarto emburrado e de lá gritei:

- Hoje não vou jantar! Tenham um bom apetite, estou com dores no estômago...

Maria balançou a cabeça, reprovando minha atitude infantil. Relembro do meu ciúme de pai com certa graça e humor. Sabia que esse momento chegaria, fazia parte da vida como a morte fazia parte do ciclo. Se pudesse voltaria o tempo... Se pudesse... Mas o tempo é incorruptível, não tem volta e as coisas são irreversíveis.

Ajeito a gravata no espelho, enxugo as lágrimas que teimosamente insistem em despencar dos olhos, ajeito o paletó e escuto uma batidinha com três toques familiares me despertando.

- Pai? Está na hora...

- Está linda, minha filha.

Abro a porta do carro para ela entrar. Tomo a direção e no trajeto espio no retrovisor seu semblante, feliz e deslumbrante. Foi tão rápido... Muito rápido... Pego-a pelas mãos, subo as escadas de braços dados para conduzi-la até o altar. Antes de escutar os primeiros acordes da marcha nupcial, acordo com o barulho estridente do despertador e pego seu retrato amarelado e desbotado no criado-mudo: um bebê de um ano. Maria não acordou. Estava meio surda e tomava continuamente muitos remédios, inclusive para dormir, o sono era pesado e sem sonhos. Não reprovava Maria. O rosto e os olhos estavam sem vida há mais de duas décadas. Eu não teria que trabalhar, completei sessenta e nove anos, Flora, e nem parece que o tempo passou tão depressa. Até hoje sonho como teria sido sua infância e mocidade. Sua vida... Faz vinte e cinco anos... Vinte e cinco anos que você morreu e hoje é parte dos meus sonhos. A cada dia tento compreender as coisas irreversíveis da vida. Tento compreender... Tento...

Fontes:
J.B. Donadon-Leal (Jornal Aldrava Letras e Artes)
Imagem = http://ciberjornal.wordpress.com/

Andreia Donadon Leal premiada em Paranavaí - PR

Prefeito Municipal Rogério Lorenzetti entrega
troféu Barriguda a Andreia Donadon-Leal.

A mineira de Mariana, Andreia Aparecida Silva Donadon Leal esteve em Paranavaí, no dia 14 de novembro, onde recebeu o prêmio de primeiro lugar no Prêmio Nacional de Contos do 44º FEMUP - 2009, pelo seu conto "Seus 25 Anos" (veja postagem acima).

A cerimônia de entrega da premiação teve um momento inesquecível - a leitura dos 4 contos primeiros classificados. A leitura aconteceu na Biblioteca Municipal, às 15 horas, sob coordenação da Professora Rosi Sanga, coordenadora de Atividades Artísticas da Fundação Cultural de Paranavaí.

Após a leitura, os presentes puderam conversar com os autores.

A grande festa aconteceu às 20 horas no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa, com a apresentação das 12 músicas finalistas, dos declamadores dos 12 poemas classificados.

Nos intervalos dessas apresentações aconteceu a entrega dos prêmios para os ganhadores do Concurso de Contos. Andreia Donadon Leal recebeu o troféu Barriguda das mãos do Prefeito Municipal Rogério Lorenzetti.

O FEMUP é uma promoção da Fundação Cultural de Paranavaí, PR, e é um dos mais importantes Festivais artísticos do país, integrando num só festival, as modalidades de música, contos, poesia e declamação, premiando na modalidade Regional e na Nacional.

Fontes:
Prof. J.B. Donadon-Leal (Jornal Aldrava Letras e Artes)
Foto de J. B. Donadon-Leal.

Lançamento do Livro Antologia do Papo Literário


O Programa Papo Literário está completando um ano de exibição. Para comemorar a data, a Tv Ceará e a Premius Editora estão lançando a Antologia do Papo Literário, organizada pelas jornalistas Yolanda Markan, Joselita Feitosa e Mônica Silveira.

A obra reúne as poesias que inspiraram os clipoemas do programa, onde os textos ganharam imagens e áudio em linguagem televisiva. No livro estão mais de 80 poesias de autores cearenses, nacionais e até internacionais. Nomes famosos e jovens talentos, autores dos mais variados estilos e temáticas.

A publicação tem prefácio de Guto Benevides e apresentação de Yolanda Markan.

O coquetel de lançamento será no próximo dia 24 de novembro, no Ideal Clube, ao lado do restaurante, a partir das 20 horas.

Com a Antologia, o Papo Literário presta uma homenagem aos poetas que abrilhantaram o programa e marca essa trajetória de um ano de divulgação da literatura através da televisão.

Neste primeiro ano, a revista eletrônica literária da TVC conseguiu mostrar diferentes aspectos da literatura, desde a forma clássica, até a virtual . Entrevistou diversos escritores renomados (Ana Miranda, Juarez Leitão, Lira Neto, Barros Pinho, Batista de Lima,Ubiratan Aguiar, Jorge Tufic, Ruy Câmara, Rosa Alice Branco, Pedro Salgueiro, Nilto Maciel e muitos outros). Um dos primeiros autores a incentivar o programa foi Affonso Romano de Sant'Anna, que passou a ser padrinho do Papo Literário.

Fonte:
Carlos Leite Ribeiro (Portal CEN)

Lairton Trovão de Andrade (Torrente de Trovas)

Clique sobre as imagens para ampliar ----
Fontes:
ANDRADE, Lairton Trovão de. Luz das Trovas I. Portal CEN. 2007.
ANDRADE, Lairton Trovão de. Luz das Trovas II. Portal CEN. 2007.
ANDRADE, Lairton Trovão de. Luz das Trovas III. Portal CEN. 2008.
ANDRADE, Lairton Trovão de. Sinos de Trovas II. Portal CEN. 2006
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Lairton Trovão de Andrade (1943)


Filho de Boanerges Trovão de Andrade e Ana Vizotto de Andrade, é poeta e trovador brasileiro, bacharel e licenciado em Filosofia Pura.

Nasceu no dia 28 de fevereiro de 1943, em Pinhalão, município interiorano do Norte Pioneiro do Paraná, Brasil.

Dedicou sua vida ao ensino escolar, tendo lecionado Filosofia, Psicologia e História, além de outras disciplinas.

Tornou-se professor efetivo do Estado do Paraná, através de concurso público.

Editou sete livros - cinco de poesias e dois de reflexões filosóficas, além da participação em diversas antologias literárias.

Possui também mais de uma dezena de livros eletrônicos no Portal CEN - 'Cá Estamos Nós'.

Além disso, concluiu o Curso de Música, tornando-se organista e compositor.

Escreveu a música e a letra do Hino Oficial de Pinhalão, a música e a letra do Hino da Padroeira de Pinhalão, a música e a letra do Hino Oficial do Portal CEN - 'Cá Estamos Nós', a música e a letra da Canção ao Portal CEN - 'Cá Estamos Nós', uma missa polifônica, em três vozes mistas, além de outras composições musicais.

É dirigente e organista do Coral Bento XVI da Igreja Matriz de Pinhalão.

Nos momentos de folga, como professor aposentado, curte a vida em contato com a natureza, ainda bela e rica, da sua terra natal.

Entidades a que pertence:
– União Brasileira de Trovadores - UBT – Delegado de Pinhalão.
– Portal CEN – Cá Estamos Nós – Marinha Grande/ Portugal.
– Liga dos Amigos do Portal CEN – Marinha Grande/ Portugal.
– Movimento - Poetas Del Mundo – Cônsul de Pinhalão.
– Movimento de Poetas e Trovadores - Porto Alegre /RS.
– Grupo Mahavydia – Rio de Janeiro, RJ.
– Grupo Trovabela – Porto Alegre, RS.
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Seus livros virtuais podem ser baixados gratuitamente do Portal CEN em http://www.caestamosnos.org/autores/autores_l/lairtondeandrade_ebook.htm
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Fonte:
O Autor.

Palavras e Expressões mais Usuais do Latim e de outras linguas (Letra S)


salus populi suprema lex esto
Latim: A salvação do povo seja a suprema lei. Máxima do Direito Romano.

sancta sanctorum
Latim: O santo dos santos. O lugar mais secreto do templo de Jerusalém, onde só entrava o sumo-sacerdote quando em funções.

sans-culotte
Francês: Sem calção. Apelativo por que eram tratados os revolucionários de 1789, por usarem calças em vez de calções.

sans peur et sans reproche
Francês: Sem medo e sem censura. Sem temor e com a consciência tranqüila.

sapienti sat
Latim: Basta para o sábio; ele não precisa de muitas explicações.

sapiens filius laetificat patrem
Latim: O filho sábio alegra o pai (Provérbios, X, 1).

sapientis est mutare consilium
Latim: É próprio do sábio mudar de parecer. Sabe reconhecer os erros.

Scilicet
Latim: (cílicet) Isto é.

scintilla contempta excitavit magnum incendium
Latim: Pequena centelha ateou um grande incêndio. Coisas pequenas podem ter graves conseqüências.

scribitur ad narrandum, non ad probandum
Latim: Escreve-se para narrar e não para provar. Quintiliano estabelece assim a diferença entre a história e a eloqüência (Inst. Orat. X, 1, 31).

sede vacante
Latim: Estando vaga a sede. Usado principalmente no Direito Canônico.

sedia gestatoria
Italiano: Cadeira especial em que se conduz o papa nas grandes solenidades.

self-governement
Inglês: Governo próprio. Como o dos Estados e municípios brasileiros que gozam de autonomia.

semel emissum volat irreparabile verbum
Latim: A palavra uma vez pronunciada voa irreparável.

senatus populusque romanus
Latim: O senado e o povo romano. Divisa da antiga república romana.

se non è vero, è bene trovato
Italiano: Se não é verdade foi bem inventado.

servum pecus
Latim: Rebanho servil. Assim classifica Horácio os plagiadores (Epístolas, I, 19).

sic itur ad astra
Latim: Assim se vai aos astros. Expressão virgiliana muito empregada durante as descobertas aeronáuticas.

sic transit gloria mundi
Latim: Assim passa a glória do mundo. Reflexão da Imitação de Cristo que nos convida a desprezar as glórias mundanas.

similia similibus curantur
Latim: Os semelhantes curam-se pelos semelhantes. Med Lema da homeopatia que se opõe à alopatia cujo princípio é: contraria contrariis curantur.

sine die
Latim: Sem dia. Adiar sine die, isto é, sem data fixa.

sine ira et studio
Latim: Sem ódio e sem preconceito. É a diretriz de Tácito para aqueles que desejam escrever a História; sem parcialidade.

sine qua non
Latim: Sem a qual não. Diz da condição essencial à realização de um ato.

sinite parvulos venire ad me
Latim: Deixai vir a mim os pequeninos. Palavras com que Jesus (Mt. XIX, 14) manifesta sua predileção para com as crianças e para com os humildes.

sint ut sunt aut non sint
Latim: Que sejam como são ou deixem de existir. Resposta do Geral dos jesuítas, Padre Ricci, a alguém que lhe propunha modificar os estatutos da Companhia.

si parla italiano
Italiano: Fala-se italiano. Encontrada em estabelecimentos comerciais.

sit pro ratione voluntas
Latim: A vontade sirva de razão. Verso de Juvenal que demonstra até onde podem ir os caprichos dos prepotentes longe de seguir a lógica, preferem impor o seu ponto de vista mesmo com prejuízo próprio ou de terceiros.

sit tibi terra levis
Latim: Que a terra te seja leve; lê-se nas inscrições tumulares.

si vis me flere, dolendum est primum ipsi tibi
Latim: Se queres que eu chore, começa tu também por chorar. Conselho de Horácio ao ator dramático, citado por todos os autores de retórica e eloqüência (Arte Poética, 102-103).

si vis pacem, para bellum
Latim: Se queres a paz, prepara a guerra. Aforismo ainda hoje seguido pelas nações, que procuram fortalecer-se a fim de evitar uma eventual agressão.

sola apis mel conficit
Latim: Somente a abelha faz mel: cada qual no seu ofício.

sola Deus salus
Latim: Deus (é) a única salvação.

sola nobilitas virtus
Latim: A virtude (é) a única nobreza.

sol lucet omnibus
Latim: O Sol brilha para todos.

solve senescentem
Latim: Solte o velho. Conselho horaciano, que compara o escritor ao cavalo, que depois de velho deve aposentar-se, a fim de não sucumbir na luta.

spiritus ubi vult spirat
Latim: O espírito sopra onde quer. A inspiração divina não procede da vontade humana mas de Deus. São palavras de Cristo (Jo. III, 8).

spiritus promptus est, caro infirma
Latim: O espírito é pronto, a carne é fraca. Assim Cristo aconselha os apóstolos à vigilância e oração (Mt. XXVI, 36-41).

sponte sua
Latim: Por sua própria iniciativa.

stabat mater
Latim: A mãe estava de pé. Canto litúrgico da semana da paixão e festas de Nossa Senhora das Dores, que descreve os sofrimentos de Maria Santíssima ante o martírio de Jesus Cristo.

stare sulla corda
Italiano: Aguentar-se na corda. Equilibrar-se em uma situação instável. Corresponde a: dançar na corda bamba.

Statim
Latim: Imediatamente. No início das receitas médicas, indica que há urgência em aviá-las.

statu quo
Latim: Estado em que. Estado anterior à questão de que se trata.

stricto sensu
Latim: No sentido restrito.

struggle for life
Inglês: Luta pela vida. Expressão empregada por Darwin para explicar a seleção das espécies.

stultitiam simulare loco summa prudentia est
Latim: Simular tolice às vezes é grande prudência. Aforismo de Catão.

stultorum infinitus est numerus
Latim: O número dos tolos é infinito (Eclesiastes, I, 15).

sub conditione
Latim: Sob a condição; com a condição de.

sub Jove
Latim: Debaixo de Júpiter; ao relento.

sub judice
Latim: Sob o juízo. Direito: Diz-se da causa sobre a qual o juiz ainda não se pronunciou.

sublat a causa, tollitur effectus
Latim: Eliminada a causa, desaparece o efeito. Não existe efeito sem causa.

sub lege libertas
Latim: Liberdade dentro da lei. Liberdade sem lei degenera em licenciosidade.

sufficit diei malitia sua
Latim: A cada dia basta o seu mal. Cristo aconselha-nos a não nos preocuparmos com o futuro, que está nas mãos de Deus (Mt. VI, 34).

sui generis
Latim: Do seu gênero; peculiar, singular. Designa coisa ou qualidade que não apresenta analogia com nenhuma outra.

sui juris
Latim: Do seu direito.
Direito: Diz-se da pessoa livre, capaz de determinar-se sem depender de outrem.

summum jus, summa injuria
Latim: Excesso de direito, excesso de injustiça.
Direito: Axioma jurídico que nos adverte contra a aplicação muito rigorosa da lei, que pode dar margem a grandes injustiças.

sunt lacrimae rerum
Latim: Existem as lágrimas das coisas. Expressão de Virgílio (Eneida, I, 462). Nos grandes infortúnios até os seres inanimados parecem chorar.

suo jure
Latim: Por seu direito; por direito próprio.

suo tempore
Latim: Em seu tempo. No momento oportuno.

super flumina Babylonis
Latim: Junto dos rios de Babilônia. Assim começa o Salmo 137, no qual o profeta-rei chora os sofrimentos do povo eleito, exilado em Babilônia.

sursum corda
Latim: Corações ao alto. Locução proferida pelo sacerdote ao iniciar o prefácio da missa, convidando os fiéis a prepararem suas almas para a participação no sacrifício.

suscipe Sancta Trinitas
Latim: Recebei, ó Santíssima Trindade. Oração que o celebrante faz durante a missa, após o lavabo.

suscipe Sancte Pater
Latim: Recebei, ó Pai Santo. Oração pela qual o sacerdote oferece a hóstia a ser consagrada durante a missa.

sus Minervam docet
Latim: O porco ensina a Minerva. Diz-se sempre que alguém pretende ensinar a outrem aquilo em que ele é especializado. Equivale a: ensinar o pai-nosso ao vigário.

sustine et abstine
Latim: Sofre e abstém-te. Princípio de espiritualidade, que consiste em suportar os incômodos da vida e abster-se de tudo que não seja absolutamente necessário.
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LETRA A http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/10/palavras-e-expresses-mais-usuais-do.html
LETRA B
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/10/palavras-e-expresses-mais-usuais-do_07.html
LETRA C
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LETRA D
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LETRA E
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LETRA G-H
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LETRA J-L
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LETRA Q
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LETRA R
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Fonte:
Por Tras das Letras
http://www.portrasdasletras.com.br/

Jean-Pierre Bayard (História das Lendas) Parte IX



I. — Canção de Rolando

1. — Tema da canção

Carlos Magno deve negociar com o rei muçulmano de Saragoça que pede paz. Ganelon, o traidor, permite que Marsile cerque a retaguarda comandada por Rolando. Quando este se decide a pedir socorro a seu tio, todos os bravos, inclusive Olivier e o arcebispo Turpin, morrem. Carlos Magno aniquila os sarracenos e em Aix-la-Chapelle. Ganelon é esquartejado.

2. — Tema histórico

Einhard escreve em aproximadamente 800 (Vita Karoli, IX) que o emir da Saragoça solicitou o auxílio de Carlos contra os príncipes muçulmanos (777 em Paderborn) No dia 19 de abril de 778 Carlos Magno atravessa os Pireneus, toma Pampelune e malogra-se em Saragoça. No dia 15 de agosto de 778 sua retaguarda é surpreendida pelos bascos no desfiladeiro de Roscenvales. Carlos não pode castigar os montanheses.

Desta forma, para os bascos, a imaginação popular teria substituído os sarracenos, inimigos arraigados dos cristãos.

Conforme a versão árabe de Ibn-al-Athir (século XIII), os sarracenos aliciados junto aos francos, teriam auxiliado os bascos.

Gaston Paris adere a esta opinião e diz que Einhard registrou um fato inexato para poupar o amor-próprio dos francos.

3. — Arquivos históricos

Estes acontecimentos são ainda anotados nos Anais de Angilbert, em 778, na crônica do astrônomo Limousin Vita Kludovici.

Eis a crônica do frade de Silos (aproximadamente 1110), ato da fundação da abadia de Saint-Pede-Gèneres em Bearn (1096); história eclesiástica de Fleury (1109); epístola III de Raoul le Tourtier (antes de 1114); Les exploits de Tancrède (As proezas de Tancredo), de Raoul de Caen (1112-1118). Uma cruz adorna a gola de Cize antes de 1106 e é mencionada numa Carta Episcopal de Baiona, em 980; os arquivos de Pampelune (1127), falam de uma capela erguida por Carlos Magno nesse local de carnificina.

4. — Os personagens históricos

Rolando era verossimilmente um conde de la Marche da Bretanha. Carlos, que na realidade tem apenas trinta e sete anos, torna-se o imperador da “Barba florida”. A lenda deforma os fatos e, para melhor expor a bravura de Rolando, quatrocentos mil sarracenos combatem vinte mil francos.

Costuma-se relacionar também esses acontecimentos históricos a Guilherme, duque de Septimânio, de Toulouse e de Aquitânia, que, em 793 foi derrotado pelos sarracenos, em Villedaigne. Em 806, Guilherme retirou-se para o mosteiro de Gellone onde morreu em odor de santidade (28 de maio de 812). O mosteiro fez sua apologia e assim foi inspirada a lenda.

5. — Os manuscritos

A versão assonante do manuscrito de Oxford (quatro mil versos em decassílabos do início do século XII) é a mais conhecida. Bédier localiza-a entre 1080 e 1134. Para Gregório, essa versão prender-se-ia ao episódio de Baligant. A de decassílabos assonantes conservada na biblioteca de São Marcos, em Veneza, está muito próxima do texto de Oxford (manuscrito IV, fundo francês). Nas versões rimadas, notamos o manuscrito de Châteauroux; outro grupo compreende textos semelhantes (manuscrito VII, São Marcos, em Veneza; Biblioteca Nacional de Lião, Cambridge.

O Rolando alemão foi escrito por Konrad (Ruolandes liet) conforme o texto de Oxford; o mesmo se dá com a versão norueguesa redigida em, aproximadamente, 1240, por ordem do rei da Noruega Haakon V (Capítulo VIII da Karlamagnussaga). Deve-se ainda registrar uma versão galesa (século XIV), dos poemas ingleses, neerlandeses, latinos (Carmen de prodicione Guenonis), ou os dois poemas de Apt em língua provençal (estudados por Mario Roques).

6. — O autor

O último verso do poema de Oxford: Ci falt la geste que Turoldus déclinet fez com que se procurasse o sentido de “déclinet” que tanto pode significar procurar, refundir ou recitar. Faral (Les jongleurs en France, 1910) mostrou essa aristocracia das clérigos menestréis. Turold seria então um “pelotiqueiro considerado autor”, provavelmente de origem normanda. Na tapeçaria de Bayeux aparece um Turold que se julgou ser um padre, beneditino de Fécamp, filho do antigo preceptor de Guilherme, o Conquistador (Génin). Tavernier pensa no bispo de Bayeux, nascido entre 1055 e 1060.

Para Boissonnade (1923), esse clérigo pelotiqueiro, de caráter independente e fé profunda, oriundo de Avranchin, teria sido o companheiro de Roger de Seis ou Sai; seus nomes são encontrados numa Carta do capítulo Notre-Dame de Tudela.

7. — Origem

Sendo a teoria das cantilenas destruída por Rajna, a crítica de Bédier parece tornar-se definitiva. A importância dos santuários situados entre Blaye e Roscenvales — la Via Tolosana — é confirmada na lenda que envolve a vida secular de Guilherme. Os louvores religiosos, conservados nos anais de 1124 com os atos de doação, certamente excitaram ainda mais a imaginação do poeta de profissão do que a magra informação contida nos anais carolíngios.

É por essa razão que Mireaux, baseando-se no Guide des Pèlerins (1140) investiga se o olifante exposto em Saint-Seurin de Bordéus existia antes da canção ou se foi originado por ela. Boissonnade liga o evento da nossa canção às empreitadas das cruzadas francesas na Espanha nos séculos XI e XII.

8. — Valor da lenda

As canções evocam personagens históricos. Para Pauphilet (Romania, LIX, 1933), o principal personagem continua a ser Carlos Magno. Mas para Mireaux, a obra de Turold visaria a glória e os desígnios de Henrique Plantageneta tornando sua a concepção cisterciense da cruzada.

Todavia, as memórias evocadas pelo autor são as que mais nos interessam. Mário Roques (Romania, n.o 263, julho de 1940), mostrou a preocupação do poeta perante as verdades materiais e psicológicas. É enfim uma obra de criação poética na qual os temas tornaram-se imortais.

Essa lenda simboliza também as guerras efetuadas por Carlos Martel e principalmente as de Carlos Magno a fim de realizar a unificação do catolicismo; para agradecê-lo por este fato, o Papa Leão III coroou Carlos Magno imperador, no dia de Natal no ano 800.

9. — Sucessão literária

Se A. Fabre (campeão 1941) mostrou que La chanson de Roland era a origem e a base da Chanson de Sainte-Foy, Le dit de la bande d’Igor é o tema russo em homenagem aos “príncipes que se bateram pelos cristãos contra os exércitos pagãos”.

O assunto inspira o romance de Gabien, as Conquestes de Charlemagne de David Aubert. Mas depois de Spagna, o Morgante de Pulci (1485) dirige Rolando para o burlesco. O ideal mundano aparece mais desenvolvido no Roland amoureux. Mas Boiardo falece (1494) deixando sua obra inacabada. Ariosto vê apenas em Rolando um amante enganado, mas seu Roland furieux (1516-1532) influencia Mairet; Quinault (1685) compõe com a música de Lully. Vigny, ao escrever Le cor (1825) pensa na narração de Turpin; Monin (1832) atrai a atenção dos letrados com seu Roman de Roncevaux, enquanto Francisque Michel estudava o manuscrito de Oxford.
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continua...
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Fonte:
BAYARD, Jean-Pierre. História das Lendas. (Tradução: Jeanne Marillier). Ed. Ridendo Castigat Mores