quarta-feira, 24 de outubro de 2012

José de Alencar (Ao correr da pena) 22 de Outubro: Um Sermão de Monte Alverne


(Crônicas publicadas no “Correio Mercantil”, de 3 de setembro de 1854 a 8 de julho de 1855, e no “Diário do Rio”, de 7 de outubro de 1855 a 25 de novembro do mesmo ano, ambos os jornais do Rio de Janeiro).

O tempo serenou; as nuvens abriram-se, e deixam ver a espaços uma pequena nesga de céu azul, por onde passa algum raio de sol desmaiado, que, ainda como que entorpecido com o frio e com a umidade da chuva, vem espreguiçar-se indolentemente sobre as alvas pedras das calçadas.

Aproveitemos a estiada da manhã, e vamos, como os outros, acompanhando a devota romaria, assistir à festividade de São Pedro de Alcântara, que se celebra na Capela Imperial!

A igreja ressumbra a severa e impotente majestade dos templos católicos. Em face dessas grandes sombras que se projetam pelas naves, da luz fraca e vacilante dos círios lutando com a claridade do sai que penetra pelas altas abóbadas, do silêncio e das pompas solenes de uma religião verdadeira, sente-se o espírito tomado de um grave recolhimento.

Perdido no esvão de uma nave escura, ignorado de todos e dos meus próprios amigos, que talvez condenavam sem remissão um indiferentismo imperdoável, assisti com o espírito do verdadeiro cristão a esta festa religiosa, que apresentava o que quer seja fora do comum.

Sob o aspecto contido e reservado daquele numeroso concurso, elevando-se gradualmente do mais humilde crente até às últimas sumidades da hierarquia social, transpareciam os assomos de uma  curiosidade sôfrega e de uma ansiedade mal reprimida. Qual seria a causa poderosa que perturbava assim a gravidade da oração? Que pensamento podia assim distrair o espírito dos cismas e dos enlevos da religião?

Não era de certo um pensamento profano, nem uma causa estranha que animava aquele sentimento. Ao contrário: neste templo que a religião enchia com todo o vigor de suas imagens e toda a poesia de seus mitos, neste recinto em que as luzes, o silêncio e as sombras, as galas e a música representavam todas as expressões do sentimento, só faltava a palavra, mas a palavra do Evangelho, a palavra de uma inspiração sublime e divina, a palavra que cai do céu sobre o coração como um eco da voz de Deus, e que refrange aos lábios para poder ser compreendida pela linguagem dos homens.

Era isto o que todos esperavam. Os olhos se voltavam para o púlpito onde havia pregado Sampaio, S. Carlos e Januário; e pareciam evocar dos seus túmulos aquelas sombras ilustres para virem contemplar um dia de sua vida, uma reminiscência de suas passadas glórias.

Deixai que emudeçam as orações, que se calem os sons da música religiosa, e que os últimos ecos dos cânticos sagrados se vão perder pelo fundo dos erguidos corredores ou pelas frestas arrendadas das tribunas.

Cessaram de todo as orações. Recresce a expectação e a ansiedade; mas cada um se retrai na mudez da concentração. Os gestos se reprimem, contêm-se as respirações anelantes. O silêncio vai descendo frouxa e lentamente do alto das abóbadas ao longo das paredes, e sepulta de repente o vasto âmbito do templo.

Chegou o momento. Todos os olhos estão fixos, todos os espíritos atentos.

No vão escuro da estreita arcada do púlpito assomou um vulto. É um velho cego, quebrado pelos anos, vergado pela idade. Nessa bela cabeça quase calva e encanecida pousa-lhe o espírito da religião sob a tríplice auréola da inteligência, da velhice e da desgraça.

O rosto pálido e emagrecido cobre-se desse vago, dessa oscilação do homem que caminha nas trevas. Entre as mangas do burel de seu hábito de franciscano cruzam-se os braços nus e descarnados.

Ajoelhou. Curvou a cabeça sobre a borda do púlpito, e, revolvendo as cinzas de um longo passado, murmurou uma oração, um mistério entre ele e Deus.

Que há em tudo isto que desse causa à tamanha expectação? Não se encontra a cada momento um velho, a quem o claustro seqüestrou do mundo, a quem a cegueira privou da luz dos olhos? Não há aí tanta inteligência que um voto encerra numa célula, e que a desgraça sepulta nas trevas?

É verdade. Mas deixai que termine aquela rápida oração; esperai um momento... um segundo... ei-lo!

O velho ergueu a cabeça; alçou o porte; a sua fisionomia animou-se. O braço descarnado abriu um gesto incisivo; os lábios, quebrantando o silêncio de vinte anos, lançaram aquela palavra sonora, que encheu o recinto, e que foi acordar os ecos adormecidos de outros tempos.

Fr. Francisco de Monte Alverne pregava! Já não era um velho cego, que a desgraça e a religião mandava respeitar. Era o orador brilhante, o pregador sagrado, que impunha a admiração com a sua eloqüência viva e animada, cheia de grandes pensamentos e de imagens soberbas.

Desde este momento o que foi aquele rasgo de eloqüência, não é possível exprimi-lo, nem sei dize-lo. A entonação grave de sua voz, a expressão nobre do gesto enérgico a copiar a sua frase eloqüente, arrebatava; e levado pela força e veemência daquela palavra vigorosa, o espírito, transpondo a distância e o tempo, julgava-se nos desertos de Said e da Tebaida, entre os rochedos alcantilados e as vastas sáfaras de areia, presenciando todas as austeridades da solidão.

De repente, em dois terços, com uma palavra, com um gesto, muda-se o quadro; e como que a alma se perde naquelas vastas e sombrias abóbadas do Mosteiro de São Justo, para ver com assombro Pedro de Alcântara em face de Carlos V, o santo em face da grandeza decaída.

Aqueles que em outros tempos ouviram Monte Alverne, e que podem comprar as duas épocas de sua vida cortada por uma longa reclusão, confessam que todas as suas reminiscências dos tempos passados, apesar do prestígio da memória, cederam a esse triunfo da eloqüência.

Entre as quatro paredes de uma célula estreita, privado da luz, é natural que o pensamento se tenha acrisolado; e que a inteligência, cedendo por muito tempo a uma força poderosa de concentração, se preparasse para essas expansões brilhantes.

O digno professor de eloqüência do Colégio de Pedro II; desejando dar aos seus discípulos uma lição de prática de oratória, assistiu com eles, e acompanhado do respeitável diretor daquele estabelecimento, ao belo discurso de Monte Alverne.

Não me animo a dizer mais sobre um assunto magnífico, porém esgotado por uma dessas penas que com dois traços esboçam um quadro, como a palavra de Monte Alverne com um gesto e uma frase.

Contudo, se este descuido de escritor carece de desculpas, parece-me que tenho uma muito valiosa na importância do fato que preocupou os espíritos durante os últimos dias da semana, e deu tema a todas as conversações.

Parece, porém, que a chuva só quis dar tempo a que a cidade do Rio de Janeiro pudesse ouvir o ilustre pregador, sem que o rumor das goteiras perturbasse o silêncio da igreja.

À tarde o tempo anuviou-se, e a água caía a jorros. Entretanto isto não impediu que a alta sociedade e todas as notabilidades políticas e comerciais, em trajes funerários, concorressem ao enterro de uma senhora virtuosa, estimada por quantos a  tratavam, conhecida pelos pobres e pelas casas pias.

A Sra. Baronesa do Rio Bonito contava muitas afeições, não só pelas suas virtudes, como pela estimação geral de que gozam seus filhos. O grande concurso de carros que acompanharam o seu préstito fúnebre em uma tarde desabrida é o mais solene testemunho desse fato.

Entre as pessoas que carregaram o seu caixão notaram-se o Sr. Presidente do Conselho, o Sr. Ministro do Império e alguns Diretores do Banco do Brasil. É o apanágio da virtude, e o único consolo da morte. Ante os despojos exânimes de uma alma bem  formada se inclinam sem humilhar-se todas as grandezas da terra.

Esses dois fatos, causa de sentimentos opostos, enchem quase toda a semana. Desde pela manhã até a noite a chuva caía com poucas intermitências, e parecia ter destinado aqueles dias para as solenidades e os pensamentos religiosos.

Apesar da esterilidade e sensaboria que produz sempre esse tempo numa cidade de costumes como os nossos, apesar dos dissabores dos namorados privados dos devaneios da tarde, e dos ataques de nervos das moças delicadas, os homens previdentes não deixavam de estimar essas descargas de eletricidade, e essas pancadas d’água, que depuram e refrescam a atmosfera.

Na opinião (quanto a mim estou em dúvida), essas caretas que o tempo fazia aos prognosticadores de moléstias imaginárias, valiam mil vezes mais do que todas as discussões de todas as academias médicas do mundo.

Quanto mais, se soubessem que o Sr. Ministro do Império durante esses dias se preocupava seriamente das medidas necessárias ao asseio da cidade, mostrando assim todo zelo em proteger esta bela capital dos ataques do diabo azul. Sirvo-me deste nome, porque estou decidido a não falar mais em cólera, enquanto não resolverem definitivamente se é homem, se é mulher ou hermafrodita.

Para este fim o Sr. Pedreira consultou o presidente da câmara municipal, e incumbiu ao Sr. Desembargador chefe de polícia a inspeção do serviço, cujo regulamento será publicado oportunamente.

Com as providências que se tomaram, e especialmente com a medida da divisão dos distritos e da combinação da ação policial com o elemento municipal, a fim de remover quaisquer obstáculos, creio que podemos esperar resultados úteis e eficazes.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Elicio Pontes / DF (Romantismo)


Da coletânea Declame para Drummond 2012 
110º aniversário do poeta e vários poemas no meio do caminho pelo Brasil 

Escrever poemas derramados 
falando sempre de amor 
era algo que eu não me permitia. 
Pedi socorro, então, a quem devia. 
Busquei Vinícius de Moraes: 
- meu deus, como ele sabia! 
Como dizia loucuras de amor 
com seu jeito vinícius. 
O grandioso poetinha 
era lírico, romântico, despejado 
e vergonha disso, não tinha. 
Carlos, esse Drummond, então 
não falava apenas de uma pedra 
e do caminho ocupado pela pedra 
nem sofria somente com os josés 
e seus impasses desesperados 
sem saber aonde ir, agora. 
(...) Deixai-me verter lágrimas 
sofrer e gozar as paixões 
eleger e cantar minha musa, 
a mulher inesperada 
que então se fez poesia. 

Heloísa Crespo (Ciranda “Professor Versos”) Parte II – António Barroso (Tiago) – O Professor


É sacerdócio, não é profissão,
É um dar-se, a si próprio, por amor,
Com prazer de ensinar, o professor
Sempre se entrega de alma e coração.

A sua vontade e a sua ambição
É ultrapassar todos os escolhos
E, aos alunos, fazer abrir os olhos
P’ra vida, para o sonho e p’ra razão.

O professor só pensa que é mais nobre
Ensinar tanto o rico como o pobre
Com a força da fé, por si, sentida.

Sem nunca se cansar ou esmorecer,
Seu destino será, até morrer,
Sempre a preparar homens para a vida.

Fonte:
Organização e Programação Visual: Heloisa Crespo
Campos dos Goytacazes/RJ

Folclore Mexicano (Ti, o Pica-pau Avisador)


Conto inspirado numa lenda do povo Tzeltal, de Chiapas, no México, adaptado por Ana Maria Machado

Antigamente, quando o senhor Santo Ildefonso andava por aqui fazendo os trabalhos de Deus na Terra, ficava temeroso de que acontecesse alguma coisa aos filhos quando estivesse longe. Por isso, encarregou o pica-pau Ti de ficar tomando conta deles e avisá-los dos perigos. 

O passarinho passou a fazer isso muito bem. Por qualquer coisa, voava para junto dos meninos, pousava no ombro de um deles e cantava:

— Ti-ti-ti-ti...

Eles já sabiam. O passarinho não estava só dizendo seu nome. Estava era avisando de algum risco. Então, tomavam cuidado e se defendiam. Por isso, nunca tinham problemas.

Santo Ildefonso ficou muito satisfeito. Para recompensar o passarinho Ti, fez que ele tivesse uma plumagem bonita. E também o ajudou para que nunca lhe faltasse comida. Ensinou-o a bater com o bico na casca das árvores, cavando buraquinhos para poder pegar as lagartas e outros insetos que se escondessem lá dentro. 

Então, o passarinho passava os dias nas árvores apanhando comida para os filhotes:

— Toque-toque-toque...

Mas, quando era preciso avisar os filhos de Santo Ildefonso, já se sabe. O pássaro Ti ia lá, pousava no ombro de um deles e cantava:

— Ti-ti-ti-ti...

E eles se preveniam contra os problemas.

O pica-pau fazia seu trabalho tão bem que o santo resolveu ser generoso e dividir os avisos de perigo com todo mundo. Disse ao passarinho:

— Ti, você agora fica encarregado de voar por perto das estradas e veredas, avisando aos caminhantes quando houver algum perigo. Assim, eles podem se cuidar.

O pássaro Ti passou a fazer isso, sempre muito bem. Pousava no ombro de quem passava e cantava:

— Ti-ti-ti-ti...

Era só o caminhante tomar cuidado e não acontecia nada de mau.

Mas os filhos do senhor Santo Ildefonso não gostaram nada da novidade. Não queriam dividir com ninguém os avisos do pica-pau. Por isso, um dia, quando Ti chegou, os meninos cuspiram nele.

O passarinho voou até a casa onde estava Santo Ildefonso e contou:

— Senhor santo, veja só o que seus filhos me fizeram. Maltrataram-me e cuspiram em mim. E cuspe de gente deixa passarinho manchado. Olhe só como minhas penas ficaram todas salpicadas de saliva.

Santo Ildefonso olhou e disse:

— Não posso fazer nada para consertar sua plumagem. Mas vou castigar meus filhos. De hoje em diante, eles não vão mais se livrar de nenhum perigo e vão ter muitos problemas. E você pode cuidar só da sua vida e de seus filhotes. Nunca mais precisa avisar ninguém de nada.

Por isso, até hoje, o pica-pau Ti tem as penas bonitas, mas sarapintadas. E sabe muito bem procurar comida debaixo da casca das árvores.

Por isso, também, as pessoas correm riscos e têm problemas. Mas, às vezes, o passarinho se lembra de seus tempos de avisador e canta, embora nunca mais tenha pousado no ombro de ninguém. E até hoje, pelas estradas de Chiapas, o caminhante atento e devoto toma cuidado quando ouve o pica-pau Ti no meio de uma viagem, pois sabe que pode ter contratempos pelo caminho.
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Como utilizar o texto em sala de aula

Rico em recursos visuais e linguísticos, o conto que você acabou de ler pode ser um ótimo instrumento didático. Quem dá a dica é Alice Vieira, professora de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), que se baseou no texto para conceber duas versões de plano de aula. A primeira se dirige às séries do primeiro grau menor, e a segunda, às turmas de sétima e oitava. Acompanhe as sugestões.

Para primeira a quarta série

Difícil, nessa fase, é prendera atenção das crianças. Para evitar dispersões, peça que desenhem a história enquanto você faz a leitura do texto em voz alta. Com um detalhe: os alunos não podem tirar o lápis do papel. Divertida, a atividade estimula a concentração e a percepção da narrativa e possibilita melhor fluência de idéias. Experimente, depois, comparar os desenhos. Haverá, com certeza, diferenças e semelhanças interessantes entre as releituras. Nas aulas de Educação Artística, ensine a turma a fazer origamis (dobraduras de papel) inspirados em elementos do conto: pássaro, árvores, índios, meninos. Outra opção é dividir a história em oito partes e a classe em oito grupos. Cada grupo deve desenhar um dos trechos em cartolinas. Monte um mural com as "obras-primas" e a história ganhará lindas ilustrações.

Para sétima e oitava série

Aqui, a professora Alice Vieira sugere uma pesquisa sobre o povo tzeltal, de onde emergiu a lenda do pica-pau avisador. Os tzeltals vivem até hoje em Chiapas, Estado mais pobre do México, e sua população é composta por vários povos indígenas. Revoltados com a miséria da vida rural, eles se organizaram contra o governo mexicano e fundaram, em 1994, o Exército Zapatista de Libertação Nacional.

Os zapatistas são guerrilheiros que só aparecem em público usando máscaras negras de lã e cujo líder, o subcomandante Marcos, se transformou na mais famosa lenda da região. O tema rende boas discussões nas aulas de História, Geografia e Ética.

Nas aulas de Português, a proposta é trabalhar diferentes leituras do texto. Que tal fazê-lo num estilo de narração de jogo de futebol, em ritmo de câmera lenta ou como se fosse um noticiário jornalístico?
Se os alunos se empolgarem com essa última categoria, peça que simulem entrevistas com os personagens da história: o pica-pau Ti, os caminhantes, Santo Ildefonso (600-667, espanhol) e seus filhos ciumentos. Para arrematar a atividade, e aproveitando a mensagem que a lenda oferece, organize um debate sobre o egoísmo. Depois, solicite aos alunos um texto individual com o seguinte tema: "Como podemos combater o egoísmo no mundo?"

Fonte:
Revista Nova Escola

Heloísa Crespo (Ciranda “Professor Versos”) Parte I – Trovas de Alicia Borgogno e Amilton Maciel Monteiro



Un profesor es pìlar,
pleno de gran maestría...
es mérito valorar
su enorme sabiduría.
Alicia Borgogno



A vida já me ensinou,
tal qual um bom professor,
que, quase tudo que eu sou,
aos outros devo o favor!
Amilton Maciel Monteiro

Fonte:
Organização e Programação Visual: Heloisa Crespo
Campos dos Goytacazes/RJ. 

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 705)



Uma Trova de Ademar  

As rosas tem seus floridos 
que a “natura” se apodera, 
dando beijos coloridos 
no rosto da primavera! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Fiquei sozinha, esquecida, 
e o fato se deu porque 
também me esqueci, na lida 
de pensar tanto em você. 
–Jeanette De Cnop/PR– 

Uma Trova Potiguar  

Altruísta, de verdade, 
do benfazer! É sequaz, 
age, com serenidade, 
sem ostentar, o que faz... 
–Pedro Grilo/RN– 

Uma Trova Premiada  

2012   -   Caxias do Sul/RS 
Tema   -   COR   -   2º Lugar 

Num arco-íris de cores, 
fui descendo de mansinho 
sem, sequer, pisar nas flores, 
que plantaste em meu caminho. 
–Lisete Johnson/RS– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Evolando-se da infância, 
a juventude é fumaça, 
tão fugaz, como fragrância 
de um bom perfume que passa!... 
–Lavínio Gomes de Almeida/RJ– 

U m a P o e s i a  

A distância é qual adubo 
que faz nascer a saudade. 
Saudade faz a ilusão 
parecer realidade, 
faz passado ser presente, 
faz o coração da gente 
ter alguém só na vontade!!! 
–Luiz Dutra/RN– 

Soneto do Dia  

AMIGO. 
–Amilton Maciel/SP– 

Amigo igual você, que é joia rara, 
eu quero conservar até morrer... 
Tivesse o nosso mundo uma seara 
de gente de seu jeito, que prazer! 

Você, sempre é cordial e nunca para 
de demonstrar apreço e bem-querer 
a todos que o conhecem cara a cara, 
ou até mesmo através só do escrever! 

Eu peço a Deus que assim sempre o conserve 
com tanta educação e tanta verve, 
para tornar a Terra mais feliz! 

E sei que o Pai do Céu me atenderá, 
porque seu Evangelho é que me diz 
que, quem com fé pedir, alcançará! 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sória Celestino / SP (Imortal)


Da coletânea “Declame para Drummond 2012“

O que dizer, que sem ti,
Faltam-me as palavras e o verso,
Que o sol há muito perdi,
Em treva e inverno imerso.

A frágil rosa que teu corpo adubou,
Só demonstra aquilo que tu és,
Cinzas e saudades do que passou,
Da explosão da vida o revés.

A mim resta apenas a dor,
O vazio que nada completa,
Por ter sido apartado do amor,
Pela morte que todo sonho deleta.

Se a ti cabe a eternidade,
A mim, efêmeros momentos,
Diante da veracidade,
Em meio há tantos tormentos.

De que apenas somos pó,
E a ele voltaremos,
Imortal mesmo só,
O amor que devotemos.

José de Alencar (Ao Correr da Pena) 15 de Outubro : Os destinos de uma data


(Crônicas publicadas no “Correio Mercantil”, de 3 de setembro de 1854 a 8 de julho de 1855, e no “Diário do Rio”, de 7 de outubro de 1855 a 25 de novembro do mesmo ano, ambos os jornais do Rio de Janeiro).

Encontram-se às vezes na história da humanidade certas coincidências tão notáveis, que parecem revelar uma lei fatal e misteriosa, um elo invisível que através dos anos e dos séculos prende entre si os grandes acontecimentos.

O tempo, dizia Píndaro, é o oceano imenso sobre o qual navega a humanidade. Quem sabe se, como o marinheiro lançado sobre a amplidão dos mares, batido pelos ventos e pelas tempestades, o gênero humano não percorre os caminhos já trilhados, e não atravessa as idades revendo na sua torna-viagem as mesmas plagas, os mesmos climas?

O espírito se confunde desde que intenta perscrutar tão altos arcanos, e se perde numa série de pensamentos elevados, como os que me assaltaram quando me pus a refletir sobre os destinos do dia 12 de outubro, que marca época nos anais do mundo, da América e do Brasil.

Quando se desdobra esta página do calendário, e se volve os olhos para o passado, vê-se surgir entre as sombras das gerações que morreram dois grandes vultos de heróis, que separados por mais de três séculos, parecem estender-se a mão por sobre o espaço, como para consolidar a sua obra.

No mesmo dia um descobriu um novo mundo, o outro fundou um grande império. Um chamava-se Colombo, o outro era Pedro I. Dois nomes que por si só valem uma história.

Entretanto a América e o Brasil deixaram-nos escritos apenas nos livros, como uma simples recordação; e, tomando um nome de empréstimo, nem ao menos copiaram no mármore ou no bronze aquela página de tantas glórias.

O viajante do velho mundo, que contemplou as pirâmides do Egito, as ruínas do Partenon, as abóbadas do Coliseu, os obeliscos e os arcos de triunfo, monumentos de um século, de um povo, ou de um rei somente, não encontra nas plagas americanas nem sequer o nome desse semideus que criou um mundo!

Apenas a espaços, uma palavra perdida, uma exprobração amarga, e mesmo alguns esforços infrutíferos para levar a efeito a idéia de um monumento a Colombo e de uma estátua a D. Pedro.

Tudo isto, porém, passa no turbilhão das idéias que servem de pasto a uma agitação momentânea, e nada resiste a esse esquecimento fatal e prematuro. Dir-se-ia que o presente, temendo ser ofuscado por tão grandes feitos do passado, como que receia transmiti-los às gerações futuras.

Mas o eco das idades, esse brilho que ilumina os séculos, e a que o mundo chama a glória, não há forças que o abafem. Através do tempo ouve-se ainda e sempre esse sublime diálogo que formam, como diz L’Hermenier, as relações do gênio com a humanidade.

Assim, aqueles dois grandes vultos, que parecem perdidos nas sombras do passado, se refletirão com todo o seu brilho na posteridade, principalmente quando o primeiro tem para desenha-lo a pena de um homem como Lamartine, e o outro a história de uma nação como o Brasil.

Talvez que então, quando a marcha dos tempos tiver desvendado altos mistérios do destino, a humanidade possa compreender esse elo invisível que prende dois acontecimentos tão remotos, essa relação inexplicável entre dois homens, essa coincidência providencial de duas revoluções que em épocas diferentes se realizaram no mesmo dia.

Quem sabe se o fato que veio depois de três séculos não era o complemento e o remate do primeiro? Quem sabe se D. Pedro I não foi o continuador de  Colombo? Quem sabe se a fundação do Império do Brasil não devia ser uma condição essencial nos futuros destinos da América?

Estes pensamentos nos levariam muito longe, muito além do presente, e nos fariam esquecer que nestas páginas somos o homem do passado, o simples cronista dos acontecimentos de uma semana. Deixemos, portanto, as altas elocubrações, e voltemos aos fatos da atualidade. 

Falávamos de gênio, de talento, de glórias passadas e destinos futuros. O presente não é menos fértil em qualquer destas coisas, sobretudo em talento.

O talento! Divinae particulam aurae! Não há nada como o talento. Riquezas, honras, nascimento, nobreza, nada disso vale uma pequena dose daquela inspiração divina. Só ela tem o privilégio da divindade, o dom de criar e inventar.

Se duvidam do que estou dizendo, tomem qualquer jornal da semana, e corram-lhe os olhos, que terão a prova desta minha asserção.

O cólera-morbo andava muito sossegado lá pela Europa e nem sequer ainda se tinha lembrado de escrever o Brasil no seu itinerário ou jornal de viagem, quando um homem de  talento necessariamente, teve a feliz idéia de afirmar que a moléstia já estava em caminho e não tardaria a chegar.

Imediatamente fez-se uma revolução, e tivemos uma verdadeira epidemia de cólera-morbo in nomine. Não se falava em outra coisa; não se escrevia sobre outro assunto. Os médicos dissertavam largamente, os profanos gracejavam ou discutiam, a Câmara Municipal trabalhava, e a Academia de Medicina fazia sessões públicas.

Ouvi queixar-se muita gente que de todas essas luminosas discussões nada se concluía; creio porém, que estão mal informados . Se fossem ao escritório de qualquer das folhas diárias desta corte, haviam de ver entrar para a caixa a conseqüência lógica e verdadeira de toda esta argumentação – a paga das correspondências e publicações a pedido.

A epidemia foi tal, que até foram bulir com a pobre gramática, que estava bem sossegada, e chamaram-na a campo para decidir se o cólera-morbo era masculino ou feminino.

Não me devo meter em semelhante questão; mas, a falar a verdade, prescindindo da gramática, creio que aqueles que dão ao cólera o gênero feminino têm alguma razão, por isso que os maiores flagelos deste mundo, a guerra, a morte, a fome, a peste, a miséria, a doença, etc., são representadas por mulheres.

E o que torna-se mais notável ainda é que os gregos, gente sempre tida em conta de sábia, quando inventaram os seus deuses, fizeram homens Apolo e Cupido, e para mulheres escolheram as Parcas, as Fúrias e as Harpias. 

Se as minhas amáveis leitoras não gostaram desta razão, que acho muito natural, chamem a contas os pintores e os poetas, que são os autores de tudo isto. Quanto a mim, não tenho culpa nenhuma das extravagâncias dos outros, e até estou pronto a admitir a opinião do meu colega  A. Karr, que explica aquele fato pela razão de que as senhoras são extremos em tudo, tanto que as mais belas coisas deste mundo são também significadas por mulheres, assim como a beleza, a glória, a justiça, a caridade, a virtude e muitas outras que, como estas, não se encontram comumente pelo mundo, mas que existem no dicionário.

Ora, à vista da razão que apresentei, parecia que não devia haver mais dúvida sobre o gênero do cólera; porém o argumento do –h-, que ainda não tinha lembrado aos gramáticos antigos e modernos, veio mudar a face da questão. Homem, que é o símbolo do gênero masculino, começa por –h-; logo, desde que o cólera for escrito com  -h- é masculino. A isto não há que responder; e por  conseguinte, à vista de um tal argumento, persisto na minha antiga opinião.

Apesar de todas estas discussões interessantes com que se procura entreter o ânimo público, à noite os dilettanti não deixam de se encaminhar para o Teatro Lírico, embora tenham muitas vezes o desgosto de esbarrarem com o nariz na porta fechada, como sucedeu segunda-feira.

Disseram que a Charton estava um pouco incomodada, o que bem traduzindo quer dizer que não tinha nada absolutamente.

Ora, admitindo mesmo o caso do incômodo, desejava sinceramente que os espíritos dados às altas e importantes questões de utilidade pública, como sejam as do gênero do cólera, do contágio da moléstia, da sua antiguidade, etc., me elucidassem, por meio de uma discussão esclarecida, um ponto muito duvidoso para mim: e é se as primas-donas têm o direito de adoecerem em dia de representação, e deixarem-nos desapontados sem sabermos o que fazer da noite.

Na minha opinião entendo que uma prima-dona, quando muito, tem unicamente o direito de adoecer na véspera, a tempo de se publicar o anúncio da transferência do espetáculo; e, quando quiser adoecer no mesmo dia, então deve adivinhar de véspera que na noite seguinte estará incomodada, a fim de se prevenir o público, e evitar-lhe uma desagradável surpresa.

Felizmente o incômodo da Charton foi passageiro, e as soirées Líricas continuaram sem mais transferências até sexta-feira, em que nos deram a Semiramide, em benefício da Casaloni. A noite foi ruidosa: aplausos, rumor, flores, versos, brilhantes, houve de tudo, até mesmo uma pateada solene. Foi por conseguinte uma festa completa.

Para fazer diversão à música italiana, ofereceram-nos, sábado da semana passada, no Teatro de São Pedro, um outro benefício de música alemã clássica, no qual os entendedores tiveram ocasião de apreciar coros magníficos a três e quatro vozes, e de gozar belas recordações dos antigos maestros, hoje tão esquecidos por causa das melodias de Rossini e Donizetti e das sublimes e originais inspirações de Verdi e Meyerbeer.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

Lilia Diniz / DF (Do que Cabe no Poema)


da coletânea Declame para Drummond 2012

As cutias da praça da república 
não cabem nesse poema. 
Acostumadas à presença 
do bicho homem 
transitam livremente 
entre seus olhos sem o cuidado dos roedores 
como se fossem os gatos 
que ali vivem. 
Os gatos da praça da república 
também não cabem nesse poema 
eles não fazem das cutias 
presas à sua fome felina 
não exercem sua predileção natural por roedores 
As árvores da praça da república 
Ah! As árvores da praça da república 
estas sim, cabem no poema 
Cercadas de cimento vivem sua vocação de árvores 
brotam raízes aéreas 
que descem até o chão 
rompem a dureza asfáltica 
penetram a terra cuidadosamente 
silenciosamente e esta, a terra 
abre suas entranhas se deixando possuir 
Até que o homem 
(que aliás, não cabe nesse poema) 
interrompa o coito sereno 
dessas amantes lésbicas 
que poetizam a vida urbana 

Declame para Drummond 2012



O Declame para Drummond 2012 é um intercâmbio de poesia autoral em homenagem ao poeta que completaria 110 anos no dia 31 de outubro deste ano. O coletivo, formado por 110 poetas de todo o Brasil, distribuirá milhares de poemas em suas cidades para que sejam encontrados “no meio do caminho” de algum ilustre desconhecido. E quem quiser participar na distribuição de poemas, é só clicar no link abaixo e imprimir os textos devidamente identificados com o nome do projeto e ilustrados com uma caricatura do poeta Carlos Drummond de Andrade feita pelo mestre Chico Caruso, que carinhosamente abraçou o projeto. O Declame para Drummond é uma iniciativa da poeta e produtora cultural independente Marina Mara – que vem realizando projetos de popularização da poesia pelo Brasil – em parceria com poetas de várias regiões do país e também de Portugal.

Além de mostrar que a poesia – e nossos poetas – estão bem vivos, o projeto também chama a atenção para a necessidade de consumir poesia em nossa sociedade atual. O Declame para Drummond, apesar de homenagear o grande poeta imortal, tem como maior objetivo disseminar os poemas autorais de nossos poetas vivos, muitas vezes esquecidos pela nossa sociedade e pelo mercado literário. Além de atual e democrática, a poesia também é uma forma acessível de lapidação humana.

A edição de 2010 realizou um sarau aberto com a participação de poetas do Rio de Janeiro, da família de Drummond, além do público que declamou próximo à sua estátua na praia de Copacabana – RJ. Nessa edição, uma estrutura com mil poemas enviados de todo o Brasil foi instalada no local – era só escolher e declamar.

BH– Cultura (Programação de Literatura 23 a 31 de Outubro)


Terças e quintas, às 9h 
Centro Cultural Jardim Guanabara
Literatura, Teatro de Bonecos e Brincadeiras. 
Público: acima de 14 anos. 

Dia 23, às 9h30
Centro Cultural Vila Santa Rita
Hora do Conto e da Leitura Especial com Diego D´ávila.

Dia 23, às 10h
Centro Cultural Venda Nova
Leitura para Crianças com Hilda Palhares, Robson Souza e Regina Vaz.

Dia 23, às 10h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
Como Sonham os Bichos com Simone Teodoro. 
Livro O Sonho do Ursinho Rosa, de Roberto Aliaga e Helga Bansch.

Dia 23, às 14h
Centro Cultural Urucuia
Seleção de Poemas. 
Leitura, seleção e decoração de poemas infantis.

Dia 23, às 14h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
A Bola Rola Nestas Letras com Ícaro Bravo. 
Leitura de textos literários sobre o futebol. 
Público: acima de 10 anos.

Dia 23, às 14h30
Centro Cultural Vila Santa Rita
Hora do Conto e da Leitura Especial com Diego D´ávila.

Dia 25, às 9h30
Centro Cultural Vila Santa Rita
Encontro com o Autor. 
Escritora: Branca Maria de Paula sobre o livro Claro e Escuro.

Dia 25, às 12h30
Centro de Cultura Belo Horizonte
Livro do Mês. Apresentação de Shazam, de Álvaro de Moya. Dia 19, às 17h
Gotas Literárias. Leitura de poemas, contos e crônicas.
  
Dia 25, às 14h30
Centro Cultural Zilah Spósito
Roda de Leitura com Rodrigo Teixeira. Público: acima de 8 anos.

Dia 25, às 19h
Centro Cultural Vila Santa Rita
Sarau Lítero-musical com Ronildo Arimatéia, Diego D´ávila e Paulo H. Rocha.

Dia 26, às 14h
Centro Cultural Vila Fátima
Jogo da Palavra com Éricka Martin. 
Público: acima de 8 anos.

Dia 26, às 19h
Centro Cultural Zilah Spósito
Sarau Luardente. Participação do grupo Rosas do São Bernardo.

Dia 27, às 9h30
Palestra
Centro Cultural Venda Nova
Especiarias: Um Toque Especial na Culinária com Sayury Rodrigues Maireles.

Dia 27, às 10h
Centro Cultural Padre Eustáquio
Sementes de Poesia com Regina Mello. 
Recital de poesias.
  
Dia 29, às 14h
Biblioteca Regional Santa Rita de Cássia
Graciliano para Crianças com Érica Lima. 
Livro Alexandre e Outros Heróis, de Graciliano Ramos.

Dia 30, às 9h30
Centro Cultural Venda Nova
Lê uma História pra Mim? com Éricka Martin. 
Público: infantil.

Dia 30, às 10h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
Como Sonham os Bichos com Simone Teodoro. 
Livro O Sonho do Ursinho Rosa, de Roberto Aliaga e Helga Bansch.

Dia 30, às 14h
Centro Cultural São Bernardo
Graciliano para Crianças com Erica Lima. 
Livro Alexandre e Outros Héróis. 
  
Dia 30, às 14h
Centro Cultural Urucuia
Roda de Histórias com Rodrigo Teixeira.

Dia 30, às 14h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
A Bola Rola Nestas Letras com Ícaro Bravo. 
Leitura de textos literários sobre o futebol. 
Público: acima de 10 anos.

Dia 30, às 14h30
Centro Cultural Zilah Spósito
Lê uma História pra Mim? com Éricka Martin. 
Público: acima de 4 anos.

Dia 31, às 19h
Centro Cultural Zilah Spósito
Fantasmas das Cidades com Edward Ramos. 
Histórias sobre lendas urbanas. 
Público: infantil.
  
Fonte:
BH-Cultura  

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 704)


Uma Trova de Ademar 

Eu, que nunca pude tê-las... 
Que é um sonho do menestrel; 
sonhei enchendo de estrelas, 
meu barquinho de papel! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Desde o berço à sepultura 
caminharei sem temor, 
conduzindo esta ventura: 
ter nascido Trovador. 
–Gilson Maia/RJ– 

Uma Trova Potiguar 

No meu baú de lembranças 
onde a rotina enterrei, 
restaram minhas andanças 
e os prantos que derramei... 
–Rejane Costa/CE– 

Uma Trova Premiada 

2011 - ATRN-Natal/RN 
Tema:  VERTENTE - 14º Lugar 

É tanta angústia, insistente, 
pesar intenso e profundo,
que eu me sinto uma vertente
de toda a mágoa do mundo.
–João Costa/RJ–

 ...E Suas Trovas Ficaram 

De tudo a perdoaria,
(coisas de quem muito amou)
- só não perdoo a saudade
que ela, maldosa, deixou...
–Aparício Fernandes/RN– 

U m a P o e s i a 

Um vento passa alisando
as costas da capoeira,
quase sem fazer poeira
passa só suavizando,
o sol lento, se ocultando
lambendo as costas da serra,
um bezerro afoito berra
por ser da mãe apartado;
parece um quadro pintado
das tardes de minha terra. 
–Brás Ivan/PE– 

 Soneto do Dia

DESPEJADAS.
–Haroldo Lyra/CE–

Trocou su’alma santa e o mais sutil
traço de vida calma e intemerata,
pelo vesgo contágio da ribalta 
que lhe acena com brilho mercantil.

Na luxúria, no beijo que arrebata
das entranhas da carne o gozo vil,
paga o preço que a fama discutiu
nas premissas que o vero não retrata. 

E colhe entre os abraços repentinos,
os laivos dos amores clandestinos,
em cavilosas juras gotejadas,

que tão cedo lhe explodem em desenganos,
martírio desses tratos levianos:
o alto custo das ninfas despejadas.

Oliver Sacks (Memórias de uma infância química)


(Da série Contos para trabalhar em sala de aula )

Muitas das minhas lembranças da infância têm relação com metais: eles parecem ter exercido poder sobre mim desde o início. Destacavam-se em meio à heterogeneidade do mundo por seu brilho e cintilação, pelos tons prateados, pela uniformidade e peso. Eram frios ao toque, retiniam quando golpeados.

Eu adorava o amarelo do ouro, seu peso. Minha mãe tirava a aliança do dedo e me deixava pegá-la um pouco, comentando que aquele material se mantinha sempre puro e nunca perdia o brilho. "Está sentindo como é pesado?", ela acrescentava. "Mais pesado até do que o chumbo". Eu sabia o que era chumbo, pois já segurara os canos pesados e maleáveis que o encanador uma vez esquecera lá em casa. O ouro também era maleável, minha mãe explicou, por isso, em geral, o combinavam com outro material para torná-lo mais duro.

O mesmo acontecia com o bronze. Bronze! - a palavra em si já me soava como um clarim, pois uma batalha era o choque valente de bronze contra bronze, espadas de bronze em escudos de bronze, o grande escudo de Aquiles. O cobre também podia ser combinado com zinco para produzir latão, acrescentou minha mãe. Todos nós - minha mãe, meus irmãos e eu - tínhamos nosso menorá de bronze para o Hanucá. (O de meu pai era de prata.)

Eu conhecia o cobre - a reluzente cor rósea do grande caldeirão em nossa cozinha era cobre; o caldeirão era tirado do armário só uma vez por ano, quando os marmelos e as maçãs ácidas amadureciam no pomar e minha mãe fazia geléias com eles.

Eu conhecia o zinco - o pequeno chafariz fosco e levemente azulado onde os pássaros se banhavam no jardim era feito de zinco; e o estanho - a pesada folha-deflandres em que eram embalados os sanduíches para piquenique. Minha mãe me mostrou que, quando se dobrava estanho ou zinco, eles emitiam um "grito” espacial". "Isso é devido à deformação da estrutura cristalina", ela explicou, esquecendo que eu tinha 5 anos e por isso não a compreendia - mas ainda assim suas palavras me fascinavam, faziam-me querer saber mais.

Havia um enorme rolo compressor de ferro fundido no jardim - pesava mais de 200 quilos, meu pai contou. Nós, crianças, mal conseguíamos movê-lo, mas meu pai era fortíssimo e conseguia erguê-lo do chão. O rolo estava sempre um pouco enferrujado, e isso me afligia - a ferrugem descascava, deixando pequenas cavidades e escamas -, porque eu temia que o rolo inteiro algum dia se esfarelasse pela corrosão, se reduzisse a uma massa de pó e flocos avermelhados. Eu tinha necessidade de ver os metais como estáveis, como é o ouro - capazes de resistir aos danos e estragos do tempo.

Fonte:
Trecho do livro Tio Tungstênio - Memórias de uma Infância Química, de Oliver Sacks (Ed. Companhia das Letras, 2002)

XIII Concurso Literário ACLe (Resultado)

A Academia Criciúmense de Letras (ACLe) divulgou a lista com os vencedores do 13º Concurso Literário. O concurso tem como objetivo estimular a produção literária no sul de Santa Catarina. O tema para as obras, nos gêneros conto, crônica e poesia, foi relacionado as etnias presentes na formação do povo catarinense.

Os três primeiros colocados em cada categoria receberão Medalhas de Mérito. As duas posições seguintes receberão Menções Honrosas, a critério da Comissão Julgadora. Todos os classificados receberão Diploma de “Honra ao Mérito” e um exemplar da Revista Acadêmica nº 13. Os trabalhos premiados serão editados pela ACLe e publicadosa na Revista Acadêmica nº 14.

CATEGORIA: INFANTIL 

GÊNERO: POEMA 

1º Beatriz Giassi Zanatta – 9 anos - Colégio São Bento- “Santa Imigração”
2º Caetano Peruchi de Pellegrin - 11 anos - Colégio São Bento –“ Os Imigrantes”
3º Mariana Perin Dutra – 11 anos – Colégio São Bento – “Festa das Etnias”

MENÇÃO HONROSA 
Maria Laura Pires Antunes – 12 anos – Colégio Rogacionista – “Santa Catarina, um lugar para todos”
Bruna Melo Bianchini – 11 anos – Colégio São Bento – “Belo Estado”
Maria Heloise Alexandre Ribeiro – 11 anos – Colégio São Bento – “Cor de Ébano”
André Pereira Alves – 9 anos- Sesi Escola – “ As etnias”.

GÊNERO: CONTO 
1º Luísa Volpato Blasczkiewicz – 12 anos- Colégio Madre Teresa Michel - “Um novo recomeço”
2º João Pedro de Souza Paegle – 10 anos – Colégio Madre Teresa Michel - “Una bella polenta”
3º Ariany Dalmolin Pizzetti – 11 anos – Colégio Madre Teresa Michel -
‘Descobridores vindos da Itália”

MENÇÃO HONROSA: 
Ramsés Martins Kejelin – 10 anos – Colégio Madre Teresa Michel- “Sonhos”

GÊNERO: CRÔNICA 

1º Liana Boff Cé - 9 anos Colégio São Bento – “ Uma mistura que deu certo”
2º Júlia Boaventura Felisberto – 10 anos – Colégio São Bento- “ A mistura das origens”
3º Sofia Gorini Pereira- 11 anos – Colégio São Bento- “ Viver bem com as diferenças”

MENÇÃO HONROSA: 

Maria Eduarda Xavier de Costa- 12 anos – Colégio Madre Teresa Michel – “A história de Santa Catarina”
Ana Carolina Colombo Milanese – 9 anos – Colégio São Bento ( Nova Veneza) “ Tradições Italianas”

CATEGORIA JUVENIL 

GÊNERO: POEMA 

1ºValéria Vieira Assink – 17 anos- Colégio Madre Teresa Michel - “Catarina”
2ºBeatriz Kestering Tramontin- 19 anos- SATC “ Estado Mosaico”
3º Marcos André Vieira Meller – 14 anos - Colégio Madre Teresa Michel “ Etnias de Santa Catarina”

MENÇÃO HONROSA: 
Paulo Henrique Pessoa Ghislandi - 14 anos Colégio Rogacionista Pio XII “ Cada bravo cidadão”
Carolina Citadin Milaneze - 17 anos - Colégio Madre teresa Michel - “ Santa contribuição”

GÊNERO: CRÔNICA 

1º Natália Zaniboni Bialecki – 17 anos – Colégio Madre Teresa Michel - “ Diversidade Cultural”
2º Marco Aurélio Camargo Fagundes - 19 anos- SATC- “ Crônica argumentativa”
3º Matheus Innocente Savaris – 16 anos Colégio Madre Teresa Michel “ A mistura que deu certo”

MENÇÃO HONROSA: 
Caio Canarin Mroninski – 14 anos- Colégio Roganionista Pio XII “Ao meu redor”
João Fernando Meller- 14 anos- Colégio Rogacionista Pio XII - “ Santa e bela Catarina”

GÊNERO: CONTO 

1º Luiz Augusto Nagel Hülse – 15 anos – Colégio Madre Teresa Michel - “Loja dos sonhos”
2º Sarah dos Santos Miguel – 16 anos- Colégio Madre Teresa Michel – “Direto do Oriente Médio”
3º Tamy da Silva Dassoler - 15 anos - Colégio Madre Tereza Michel “ Amore Vero”

MENÇÃO HONROSA: 
Matheus Marquardt - 17 anos – Colégio Madre Teresa Michel “ Zero guerra mindial”
Rafael Ibraim Braz Rovaris - 14 anos - Colégio Rogacionista Pio XII - “O começo”

CATEGORIA ADULTO 

GÊNERO: POEMA 

1º Gustavo Perez Lemos - 33 anos – Criciúma - “Tambores no sambaqui”
2º Glauco Paludo Gazoni – 26 anos – Chapecó “Soneto a Catarina”
2º Roger Gustavo Manenti Laureano 20 anos – UFSC- “ Regressando ao futuro do não ser”
3º Janine Salvaro – 27 anos -Tubarão – “ A cor não é nada. A cor muda tudo”

MENÇÃO HONROSA: 

André Cavaler da Luz - 29 anos Forquilhinha – “ Santa Catarina: sua cor, seu sabor e sua gente.
Roger Gustavo Manenti Laureano – 20 anos UFSC – “ Identidade”
Leonela Otília Sauter Soares – 20 anos- UFRGS- “ Santa”
Marinês Pinsson Panozzo- 46 anos - Chapecó “Intrépida Gente”

CATEGORIA: CONTO 

1º Leonela Otília Sauter Soares- 20 anos- UFRGS - “ Da colonização de Santa Catarina”
2º Guilherme Longo Triches – 32 anos Florianópolis – “Bullying”
3º Roger Gustavo Manenti Laureano – 20 anos- UFSC “ As galinhas de Dona Maria”

CATEGORIA: CRÔNICA 

1º Roger Gustavo Manenti Laureano – 20 anos – UFSC- “ Origem Negra”
2º Roger Gustavo Manenti Laureano – 20 anos – UFSC- “Sangue Impuro”
3º Tássia Búrigo e Silva - 30 anos- “Tutto brava gente”

MENÇÃO HONROSA: 

Leonela Otília Sauter Soares – 20 anos UFRGS – “ Kant e o Capim”
Janine Salvaro- 27 anos – Tubarão- “ Gente colorida”

CATEGORIA MATURIDADE 

GÊNERO: POEMA 

1º Sueli Tereza Mazzuco Mazurana – Orleans – “Deus não tem cor”
2º Sueli Tereza Mazzuco Mazurana – Orleans- “ Deus não tem cor II”
3º Loudes Geni Canella Crippa – Criciúma- “ Riscatto Immigratório”

MENÇÃO HONROSA:

Loudes Geni Canella Crippa – Criciúma- “ Etnias reabrem a história”

GÊNERO: CONTO 

1º Sueli Tereza Mazzuco Mazurana – Orleans – “ O homem e o Fio”

GÊNERO: CRÔNICA 

1º Maria Margarete Olimpio Ugioni – Nova Veneza- “ Puramente italiana”
2º Marly Geraldes Bastos Pinto- Cocal do Sul – “ Caleidoscópio”
3º Sueli Tereza Mazzuco Mazurana – Orleans – “ A Brabuleta”

MENÇÃO HONROSA: 
Dalva de Aguiar Silvestre – Criciúma- “ Oma...Avó..”

Fonte: 
Http://concursos-literarios.blogspot.com  

Concurso Literário de Cajamar (Resultado)


CATEGORIA CONTO: 

Raphael Gonçalves Villela, 
“O suicídio do Homo Burocratus” 

Jesse José da Costa 
“O Rimeiro” 

João Pinto Xavier 
“Papai Noel” 

CATEGORIA CRÔNICA: 

Jesse José da Costa 
“Dai a César o que é Dele” 

Maria Cristina Martin Durante 
“Desafios da Vida” 

Lucio Mauro Bueno da Silva 
Cultura de Massa 

CATEGORIA POEMA: 

Raphael Gonçalves Villela
“O Terrível Medo de Amar” 

Maria Nilce Gomes Russo 
“Amazonas no Mundo de Hileia” 

Mauro Rosa Silva 
“Meu Lar” 

Fonte: 
Http://concursos-literarios.blogspot.com  

1º Concurso Guavira de Literatura (Resultado)


Aos 08 (oito) dias do mês de outubro de 2012 (dois mil e doze), às oito horas, na sala de reuniões do Conselho de Cultura da Fundação de Cultura do Estado de Mato Grosso do Sul, reuniram-se os membros da Comissão Especial de Licitação Julgadora designada por ato do Sr. Secretário de Estado de Governo, publicado no Diário Oficial do Estado de 05 (cinco) de julho de 2012: Samuel Xavier Medeiros, Lucilene Machado, Danglei de Castro Pereira, Vera Tylde de Castro Pinto, Sandra Hahn, Ângela Cristina Catônio e Flavio Adriano Nantes; Presidiu a reunião, o escritor Samuel Xavier Medeiros esclarecendo que o motivo principal da reunião seria o exame final dos conceitos e notas aferidas ao livros dos autores habilitados na primeira fase do edital do 1º Concurso Guavira de Literatura, Edital nº 001/2012 publicado no Diário Oficial do Estado de 21 de março de 2012 e divulgar o resultado da avaliação. Relatou-se, que foram 82 livros inscritos, e desses foram habilitados 62 livros pela Comissão Especial de Análise Documental. Entre os livros habilitados nessa fase, foram encaminhados a Comissão Especial de Licitação Julgadora, 23 livros romances, 5 livros de crônicas, 19 livros poesia e 22 de contos. Transcorrido o prazo estabelecido no cronograma, todos os membros da Comissão de Especial de Licitação Julgadora entregaram as notas e os pareceres dos livros lidos, chegando-se à classificação, abaixo discriminada, conforme item 1- do objeto do presente edital:

CATEGORIA ROMANCE

1º - Ausência em Monólogos 
Marcelle Aires Franceschini 
52,55 

2º - Ordem e Progresso 
Plínio de Paula Simões Filho 
52,13 

CATEGORIA CONTO:

1º - Delicadamente Feio 
Ricardo de Oliveira Silveira 
59,35 

2º - Tijolo e Vidro e outras histórias 
Adelice da Silveira Barros 
55,80 

CATEGORIA POESIA

1º - Poemas não usam soco inglês 
Marcus Vinicius Teixeira Quiroga Pereira 
53,55 

2º - Poemas Famintos 
Valmor Roberto Bordin 
52,63 

CATEGORIA CRÔNICA

1º - Inquilinos do Além 
Adriano Machado Facioli 
49,60 

2º - Anormais são os outros 
Maria Lucia Sauerbronn de Souza 
49,43

Fonte:
http://concursos-literarios.blogspot.com  

29º Concurso de Poesia Nhô Bento (Finalistas)


Neste sábado 20, a Secretaria de Cultura e Turismo de São Sebastião realiza um grande evento no Centro Cultural “Batuíra”, localizado no bairro de São Francisco, região central da cidade. 

O acontecimento será para a apresentação das 20 poesias finalistas do 29º Concurso de Poesia Nhô Bento. A grande festa de premiação é aberta ao público e tem entrada franca. 

Cada participante deverá apresentar a sua poesia, ou eleger um representante para que leia ao público presente. O evento está previsto para às 20h, no auditório Adélia Barsotti. Serão cinco jurados para escolher as cinco melhores poesias e o melhor intérprete da noite. 

Classificados: 

André Telucazu Kondo (José Cruz) - Outono 
André Telucazu Kondo (José Cruz) - A face do contador de estórias 
Aparecida de Oliveira (Serena Heart) – Importância 
Aparecida de Oliveira (Serena Heart) - Doce Vida 
Ciléia de Carvalho (Lua Nova) – Poeta 
Danielle da Silva Bandeira (Anjinha da Natureza) - As Nuvens 
Francisca Gonzáles (Fênix) - São Sebastião 
Gersoni Maria Cerqueira (Ventania) - Abrir as Porteiras do Mar 
Gersoni Maria Cerqueira (Ventania) - Apontamentos Caiçaras de Agosto 
Inês Ferreira da Silva (Saíra) - O Olho do Girassol 
Jussara G. da Silva (Ju) - Eu perguntei para Deus 
Reinaldo Joaquim de Santana (Nhô Mano) - O Menino de Ontem 
Marcela Ramos Lopes (Violeta) - A Lua 
Mauro José Ramos (José Drummond) - Vida sem Amor 
Maria Emília Barros (Mimi Lunne) – Fases 
Patty Saydel Matsulasli (Ismalia Lya) - Olhos e Segredos 
Patty Saydel Matsulasli (Ismalia Lya) - Simples livre e Demente 
Rodolfo Avramidis Correia (Versili, Emmanuel) - Um Vulto, um vão 
Thaís Matos Pinheiro (Zuraca, Emiliana) - Não Sou 
Thaís Matos Pinheiro (Zuraca, Emiliana) - Pra onde vais, Maria?

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com 

3º Concurso de Microcontos de Jundiaí (Resultado Final)


A honestidade exemplar – José Augusto Coppi 
A melancolia que não me deixa nunca – Avelino Aparecido Alves 
A noite é uma criança – Reginaldo Costa Albuquerque 
A última viagem – Neide Maria Gotardo Nallin 
Amizade de pano – Maria Helena Boa Hattor 
As aventuras de Paulo – Odila Biagliolli Cruz 
As pérolas do Rio Tietê – Valdeci Mantovam 
Assalto emocional – Priscila Rodrigues Fernandes 
Assina na cruz – Francisco José Carbonari 
Barbárie – Rodrigo Domit 
Caixa de Música – Rodrigo Domit 
Casa comigo? – Laís Cera de Souza 
Confidências a Ruth – Avelino Aparecido Alves 
Conto (da irmã) do vigário – Maria Celina Tafarelo Atuati 
Conto ou não conto – Sylvia Angelini 
Coquinho o cãozinho – Iracema Camargo Neves Büll 
Corpo-a-corpo – Heldon Vital de Melo 
Descobertas de um menino – José Augusto Coppi 
Dez minutos – Levi Alves Patez 
Dia dos namorados – Laís Cera Souza 
Do pó ao pó – Neide Maria Gotardo Nallin 
Doce canção – Wanderson Ciambroni 
Enumerando o amor – Joel Garcia da Costa 
Férias no campo – Flávio Ferreira Menten 
Ficha limpa – Edweine Loureiro da Silva 
Finalmente, sábia decisão! – Marlene Liveraro Bodelaci 
Gás – Reginaldo Costa Albuquerque 
Interdição – Roque Aloísio Weschenfelder 
Invasão enluarada – Jocely Rodrigues Nadal 
Maldição – Tatiana Alves Soares Caldas 
Moleque Dedé – Levi Alves Patez 
No batente – Geraldo Trombin 
O ar dos monges – Sidney de Souza Breguêdo 
O caderno de Flávio Nulle – Mariana Cera Souza 
O ferroviário – Edweine Loureiro da Silva 
O homem perfeito – Mariana Cera Souza 
O plano de Salomão – José Augusto Coppi 
O pracinha – Luiz Gondim de Araújo Lins 
O que fazer no jantar? – Edileuza Bezerra de Lima Longo 
O único bem – Maria Aparecida S. Coquemala 
O vendedor de pipocas – José Martins 
Olimpíada em casa – Robson Milan 
Para sempre – Laís Cera Souza 
Perdidos – João Pedro L. V. C. Delprá 
Prá mió, é – Denílson Donizete Dulianel 
Quando a vida se esquece de aguém – Edileuza Bezerra de Lima Longo 
Só ebriedade – Arthur Aprígio Faria Júnior 
Sureal – Vera Alves de Oliveira 
Traição – João Pedro L. V. C. Delprá 
Vilarejo misterioso – Jocely Rodrigues Nadal 

O lançamento do livro está previsto para 05 de novembro no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí. 

Fonte:
Http://concursos-literarios.blogspot.com