segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Prof. Garcia (Trovas do Meu Cantar) II


A doce voz das camenas*,
na fonte, sempre a chorar…
Vai dobrando as minhas penas,
nas penas do meu cantar!

Amores na mocidade!…
Depois, a contrapartida:
Cansaço, dor e saudade,
na curva extrema da vida!

Aquela casinha pobre,
piso de terra batida…
Fiz dela, a mansão mais nobre,
na infância de minha vida!

A saudade é sempre afoita,
mansa, chega sutilmente,
depois que chega e se amoita,
começa a bater na gente!

Da engenhoca de madeira,
que vovó fiava nela…
Eu guardo o fuso, a cadeira
e a dor da saudade dela!

Em seus varais, sempre expostas,
bem cedo ao romper do dia…
As nuvens, trazem nas costas,
mil caçuás** de poesia!

Esta dor que, em mim, persiste
e não me deixa dormir!…
É “aquela” lembrança triste
do que deixou de existir!

Eu e tu, meu passarinho,
no penar, somos iguais!
Penas longe do teu ninho,
e eu, do ninho de meus pais!

Mesmo que o amigo te ofenda,
não temas, sê mais feliz;
que a mão do tempo remenda
toda e qualquer cicatriz!

Não tinha ceia!… No entanto,
ao lado de nosso pais,
brindamos noites de encanto,
no encanto e outros Natais!

Nas areias calcinadas
do meu sofrido sertão,
a seca deixa pegadas
e rastros de solidão!

Nunca me entrego aos fracassos,
o amor, tanto me seduz…
Que, preso à cruz dos teus braços,
esqueço da minha cruz!

O sol, a brisa e esta rede,
no entardecer, que esplendor!
E o mar, morrendo de sede,
mata-me a sede de amor!

Para a criança sem teto,
que mendiga o pão que come,
qualquer palavra de afeto
é alívio que mata a fome.

Para que brilhe o esplendor
no Natal, entre os irmãos,
que a mão que semeia o amor,
encha de amor, outras mãos!

Pela crença se deduz,
que, numa justa aliança,
Deus pinga gotas de luz,
nas pegadas da esperança!

Quando, à tarde, ao pôr do sol,
tu te sentires tristonho,
busca teu novo arrebol,
no arrebol de um novo sonho!

Rasga o manto que te cobre,
mostra teu riso e esplendor…
Pois, a cortina mais nobre,
não cobre um riso de amor!

Sei que pouca gente sabe,
perdoar, pedir perdão;
não tem dor que não se acabe,
quando se abraça outro irmão!

Sem revelar meus segredos,
as minhas mãos de aprendiz,
vão descobrindo, em teus dedos,
o amor que me faz feliz!

Sem rumo, o meu barco avança,
e à deriva, à fé se agarra…
Enfim, a luz da esperança
do velho Farol da Barra!

Talvez, por nossos  deslizes
ou ausência de nitidez…
Nós somos dois infelizes,
escravos da insensatez!

Tarde sem luz!… E eu, tristonho,
vejo, sem graça, o sol posto!…
Finjo um sorriso e me ponho
a por mais luz no meu rosto!
_______________
Notas:
* Camenas: Na mitologia romana, as camenas (em latim: Camenae) eram originalmente deusas da primavera, do bem, e das fontes ou ninfas das águas de Vênus. Eram sábias e muitas vezes profetizavam o futuro. 
Existiam quatro camenas: Carmenta, Egéria, Antevorta e Postverta. Carmenta era a chefe das ninfas; o bosque fora da Porta Capena era dedicado a Egéria.
No dia do seu festival, a Carmentália, celebrado entre os dias 11 e 15 de janeiro, as virgens vestais retiravam água das nascentes.
As camenas foram depois identificadas com as musas da mitologia grega. Na tradução da Odisseia, Lívio Andrônico traduziu a palavra grega Mousa por Camena.

** Caçuá: Cesto de cipó, taquara ou vime, fasquias de bambú para colocar na cangalha nas costa do burro, cavalo ou jumento no transporte de alimentos. O mesmo que jacá em outras regiões brasileiras.
Berços de cipó e balaios de taquara, caçuás sem fundo (Euclides da Cunha, em Grandes Sertões).

Fontes:
– Francisco Garcia de Araújo. Cantigas do meu cantar. Natal/RN: CJA Edições, 2017.
– Camenas. Wikipedia. 

Vinicius de Moraes (O amor que move o sol e outras estrelas)

Foi no cruzamento de São José com a Avenida, depois na Cinelândia, depois em Copacabana. Elas atravessavam a rua, entravam em lojas, saíam de automóveis, paravam para admirar vitrinas e aí seguiam num novo impulso, quais jovens barcos, os barcos a se agitarem como remos de incerta parlamenta, ganhando devagar e sempre os mares azuis da tarde carioca fresca e fagueira. Saias pretas, batinas brancas, sapatinhos de balé, os cabelos graciosamente curtos ou atacados no alto, lá iam elas bamboleando a sua doce carga, com os veludosos olhos atentos aos mostruários. Surgiam às dezenas, de todos os lados, como obedecendo a um sinal convencionado e ao se cruzarem miravam-se de soslaio, a se medirem como embarcações rivais. Às vezes, numa esquina, paravam por um momento, ligeiramente resfolegantes, para descansar um pouco do esforço feito dentro do mar picado da multidão. Mas nada que denunciasse nelas uma grande estafa ou um sentimento de derrota. As barriguinhas pandas, os corpos equilibrados à nova distribuição de peso, a pele esticada, a nuca fresca, súbito punham elas de novo a funcionar o motorzinho de popa e saíam empinadinhas em frente, um enxame de mulherzinhas grávidas a penetrar a vida urbana de uma nova vida, uma nova graça e uma certa gravidade. 

Como explicar a emoção que senti? Talvez essa que provocaria a vista de um quadrinho de regata feito por Guignard, com os ioles e esquifes distendidos na puxada e por ali tudo, em meio ao esvoaçar multicor de bandeirinhas, um mundo de serenas baleeiras a se balançarem suaves ao sabor das ondas. Sei que fiquei lírico, possuído do sentimento da fecundidade da vida, sentindo a brisa farfalhar em meus cabelos e arder em minha pele o sol claro do dia.

Soube que o tempo tinha cumprido a sua missão, e todas aquelas mulherzinhas fecundadas, a berçar no movimento de seus passos a gestação dos filhos, constituíam em seu gracioso desenho convexo uma maravilhosa afirmação de vida e um caminho positivo para o amor. Soube que o amor é uma missão a cumprir por nós, homens, e que é a nós de constantemente querer, zelar e defender essas que, tão frágeis, fazem a nossa força e miséria e cuja existência é um contínuo sofrer, se alegrar e se extinguir por nós. Soube que homem e mulher são, em sua constante atração e repúdio, a imagem mesma da vida em movimento, e que sua longa jornada de mãos juntas, a se afastar cada vez mais do Paraíso Perdido, tende a uma alfombra cada vez menos distante, onde se aninharão melhor e onde fecundarão seres cada vez mais próximos da terra.

Fonte:
Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor.

UBT – Curitiba (Programação de Setembro 2018)

A União Brasileira de Trovadores - Seção de Curitiba convida todos os Trovadores, Poetas e Amigos simpatizantes da Trova, para:

Dia: 15 de setembro 

Hora: das 14h30min às 17h00min.

Local: Centro de Letras do Paraná. Rua Fernando Moreira, nº 370, quase esquina com o SESC da Esquina.

TARDE COM TROVAS - REUNIÃO MENSAL

Dentro da programação:

- Concurso Interno: 
Tema – OFERENDA (L/F). 01 trova por concorrente. 
Sistema de envelopes. Não é necessário que as palavras tema constem do corpo da trova.

- Revoadas de trovas 
Reunião dedicada a Trovas referentes aos temas de setembro, dentre outros: Pátria, Bíblia, Imprensa, Frevo, irmão, secretária, etc..

 - Apresentações Musicais:

- Sorteio de Brindes

- Lanche

* Participe durante a reunião das revoadas, declamando trovas Humorísticas e também com temas de sua preferência.
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Dia 20 de setembro

Hora: 17 horas

Local: 
Biblioteca Pública do Paraná – Auditório Paul Garfunkel – 2° andar. Cândido Lopes, 133 - Curitiba – Paraná.

Premiação do concurso de trovas Cidade de Curitiba

Solenidade de Premiação – Todos os âmbitos e categoria./Exposição de trovas
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Dia 20 de setembro 

Hora: 20 horas

Local: Hotel Del Rey – Rua Ermelino de Leão, 18 – Centro

Jantar de confraternização (por adesão)

Valor: R$45,00 por pessoa ( sem inclusão de bebidas).
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22 de Setembro de 2018 

Hora: 10 h às 19 horas

Espaço A Fábrika – Praça do Expedicionário

Trovoada poética

Contamos com a sua presença e participação!
UBT-Curitiba.

domingo, 9 de setembro de 2018

Isabel Furini (A Festa)


Olhou ao redor. Sua visão parecia turva. Ouvia as vozes dos convidados em matizes cinzentos.  As vozes cada vez mais e mais longínquas. A orquestra tocava música de Ray Conniff.  A mulher loira de cabelos encaracolados que caíam sobre os ombros e ressaltavam sobre o vestido preto, longo, com um laço bordado na cintura, olhava para ela. Essa é a filha do dono, murmurou João. A mulher aproximou-se deles, mas virou a cabeça e só cumprimentou com elegância o casal de velhos que estava do lado direito, com os olhos fixos no quadro de Portinari.

-  Como Portinari soube exprimir a subjetividade do homem!- exclamou o velho.

-  Meu avô foi amigo de Portinari... declarou  a mulher loira que era a rainha da festa. Um homem elegante, de cabelos grisalhos, aproximou-se, segurando um copo de uísque.

- Querida, a esposa do doutor  Sargado perguntou por você.

-  Com licença - falaram os dois em coro.

A orquestra iniciava um blue. Ela viu a filha do dono aproximar-se de uma mulher com vestido de renda verde escuro e uma jóia enorme pendurada do pescoço. Deve valer uma fortuna, pensou.

E ela ficou ali, sem ar, perto da porta, os olhos turvos e uma vontade de chorar. Havia percorrido todos os brechós da cidade - compre um vestido mais ousado, você parece uma velha, havia falado sua filha Carolina. E ela, para sentir-se jovem, havia escolhido um vestido de uma cor muito chamativa, entre o rosa choque e o roxo, ombros descobertos e brincos enormes - a vendedora disse que estavam na moda.

Mas ao entrar no amplo salão do clube viu que só imperavam cores escuras. As jóias brilhavam entre vestidos pretos, verde-escuros, cinza e prata. A anfitriã vestia uma saia preta, longa, de tafetá e uma blusa bordada.

João, murmurou - eu sou a única com um vestido rosa choque, comprado em um brechó!

- Nem se preocupe, você está bem...

Ela teve vontade de chorar. Olhou em silêncio para seu marido, o paletó marrom escuro, barato, não se parecia em nada com os que ostentavam os outros convidados. Fitou novamente seu marido. Parecia tão mal vestido ao lado desses esnobes elegantes. E ela com uma cor berrante. Somos dois palhaços, pensou.

De repente, a música parou. Alguém importante da firma subiu ao palco e começou um discurso. Ao terminar o discurso, vamos embora, murmurou ela, bem perto do ouvido de João.

Olharam-se e,  em cumplicidade, caminharam a passinhos leves para a porta de entrada que estava aberta.

O orador terminou o discurso e a sala vibrou de tantos aplausos.

Mais um discurso.  O casal entreolhou-se. Ambos sorriram e continuaram a mexer-se devagar e silentes como assassinos em filmes de mistério, até chegar à porta. Só ao sair ela respirou fundo.  Caminharam abraçados entre o jardim e os carros. Passaram pelo portão e avançaram pela rua bem iluminada.  Fazia tanto tempo que não se abraçavam. Caminharam unidos por ruas desertas.

- Vamos pegar um táxi? -  perguntou ele.

- Se você quer...

- A próxima quadra é uma avenida, deve ter um...

- E vamos chegar a tempo para assistir a um filme.

- Você pode fazer pipocas no microondas. Assistir a um filme comendo pipocas é o melhor da vida, não é?

- É sim, é - disse ela com voz entrecortada, passando a língua pelos lábios para enxugar uma lágrima.

Fonte:

Jessier Quirino (Parafuso de Cabo de Serrote)


Tem uma placa de Fanta encardida
A bodega da rua enladeirada
Meia dúzia de portas arqueadas
E uma grande ingazeira na esquina
A ladeira pra frente se declina
E a calçada vai reta nivelada
Forma palmos de altura de calçada
Que nos dias de feira o bodegueiro
Faz comércio rasteiro e barateiro
Num assoalho de lona amarelada.

Se espalha uma colcha de mangalho:
É cabestro, é cangalha e é peixeira
Urupema, pilão, desnatadeira
Candeeiro, cabaço e armador
Enxadeco, fueiro, e amolador
Alpercata, chicote e landuá
Arataca, bisaco e alguidar
Pé de cabra, chocalho e dobradiça
Se olhar duma vez dá uma doidiça
Que é capaz do matuto se endoidar.

É bodega pequena cor de gis
Sortimento surtindo grande efeito
Meia dúzia de frascos de confeito
Carrossel de açúcar dos guris
Querosene se encontra nos barris
Onde a gata amamenta a gataiada
Sacaria de boca arregaçada
Gargarejo de milhos e farelos
Dois ou três tamboretes em flagelo
Pro conforto de toda freguesada.

No balcão de madeira descascada
Duas torres de vidro são vitrines
A de cá mais parece um magazine
Com perfume e cartelas de Gillete
Brilhantina safada, canivete
Sabonete, batom... tudo entrempado
Filizolla balança bem ao lado
Seus dois pratos com pesos reluzentes
Dá justeza de peso a toda gente
Convencendo o freguês desconfiado.

A Segunda vitrine é de pão doce
É tareco, siquilho e cocorote
Broa, solda, bolacha de pacote
Bolo fofo e jaú esfarofado
Um porrete serrado e lapidado
Faz o peso prum março de papel
Se embrulha de tudo a granel
E por dentro se encontra uma gaveta
Donde desembainha-se a caderneta
Do freguês pagador e mais fiel.

Prateleiras são tábuas enjanbradas
Com um caibro servindo de escora
Tem também não sei qual Nossa Senhora
Com um jarrinho de louça bem do lado
Um trapézio de flandres areados
Um jirau com manteiga de latão
Encostado ao lado do balcão
Um caneiro embicando uma lapada
Passa as costas da mão pelas beiçadas
Se apruma e sai dando trupicão.

Tem cabides de copos pendurados
E um curral de cachaça e de conhaque
Logo ao lado se vê carne de charque
Tira gosto dos goles caneados
Pelotões de garrafas bem fardados
Nas paredes e dentro dos caixotes
Tem rodilha de fumo dando um bote
E um trinchete enfiado num sabão
Bodegueiro despacha a um artesão
Parafuso de cabo de serrote.

Jessier Quirino (1954)

Jessier Quirino é paraibano de Campina Grande PB e filho adotivo de Itabaiana/PB, onde reside desde 1983. Filho de Antonio Quirino de Melo e Maria Pompéia de Araújo Melo e irmão mais novo de Lamarck Quirino, Leonam Quirino, Quirinus Quirino e irmão mais velho de Vitória Regina Quirino.

Arquiteto por profissão e poeta por vocação, estudou em Campina Grande (entre curso primário e ginasial), o curso científico em Recife e faculdade de Arquitetura na UFPB – João Pessoa.

Na área artística, é autodidata como instrumentista (violão) e fez cursos de desenho artístico e desenho arquitetônico em Campina Grande. Na área de literatura, trabalha a prosa, a métrica e a rima. Poeta, escritor, compositor e artista de palco, autor de oito livros e cinco CDs, é considerado mais um abridor de veredas poéticas e musicais no bem sortido território das artes nordestinas e cuida de defender sua poesia a golpes de declamações, textos e canções. 

Em sua incursão editorial publicou pelas Edições Bagaço de Recife os livros: Paisagem de Interior, Agruras da Lata D`água, Prosa Morena (livro e CD), Bandeira Nordestina (livro e CD), Berro Novo (livro e CD), Política de Pé de Muro (folclore político popular), Chapéu Mau e Lobinho Vermelho (infantil), Miudinha (infantil) e os CDs: Paisagem de Interior I e II.

Encarnando o personagem Euclydes Villar, fez parte do elenco da minissérie: A Pedra do Reino do dramaturgo Ariano Suassuna, veiculada pela Rede Globo de Televisão em junho de 2007. 

Dono de um estilo próprio – domador de palavras – de uma verve apurada e de um extremo preciosismo no manejo da métrica e da rima, o poeta sabe como poucos prender a atenção do distinto público e tem chamado a atenção dos amantes da boa arte nordestina. Num espetáculo poético e musical composto de causos, poesias e canções autorais, Quirino trafega do interior ao litoral com humor, lirismo e nordestinidade abordando temas que tratam do desengonço das palavras aos pios dos sanhaçus no terreiro e tem feito um dos mais belos recitais do gênero. Apesar de muitos considera-lo um humorista, opta pela denominação de poeta popular e escritor, onde procura mostrar o bom humor e a esperteza do matuto sertanejo, sem, no entanto, fugir ao lirismo poético.

Fonte:

Olivaldo Júnior (Meus Desertos)

Não, meus desertos não são feitos de areia, pedras e sal. Meus desertos são períodos hiatos em minha existência, que, às vezes, parece mais de uma, ou mais de mil, ao mesmo tempo. Tempo. Eis a areia que escorre de um lado para o outro na ampulheta, tanto a de dentro, quanto a de fora. Porque, não sei se você sabe, mas um deserto interior só pode nascer quando existe um descompasso entre a ampulheta interior e a outra, a exterior. Deus é muito engenhoso mesmo! Fez o homem à Sua imagem e semelhança, ou seja, não igual a Ele, mas à imagem e semelhança Dele, um vislumbre do que um dia poderemos, ou que poderíamos ser.

Meus desertos, na verdade, são minhas lágrimas não choradas, minhas músicas não cantadas, meus enterros que não fiz direito. Por isso, ao meu redor, fantasmas emocionais, mentais e espirituais me fazem ver os fantasmas que deixei para trás, sem direção. Pois meus desertos são minha forma de estancar meu choro, meu som, minha falta do que me faz falta e eu não quero ver. Cego, tateio no escuro dos meus desertos a saída para o meu próprio oásis.

Cansado, com a trouxa da vida nas costas, me encosto-me à beira do mundo e me vejo passar. Sim, eu me desdobro e me vejo passar entre os vivos, certo de que eu também, feito eles, também vivo e, nessa hora, me apalpo um pouquinho, para me certificar de que estou mesmo entre todos. Todos vivem seus desertos, isso é certo. Os meus, embora não venham do Saara, nem das dunas tão lindas dos Lençóis Maranhenses, meus desertos são tão vastos quanto a Inteligência Divina. Pena, que eu seja humano!... Pena, que eu seja um!... Não, não quero mais ter pena de mim... Quero enxergar o outro lado da fúria e chegar, chegar a mim.

Fonte: O Autor

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Álvaro Posselt (Lançamento do livro "Bichinhos de Estima São")

Neste 01/09, sábado, das 10 às 18 horas, lanço meu livro Bichinhos de estima são.

O evento será aqui em casa mesmo e marca a abertura oficial do espaço como casa cultural.

Haverá também: 

Banca de bolo da Bru Gonçalves

Banca de risoto, crepiocas e caldinhos da Soraia Guillarducci

Arte em cerâmica com a Kezia Talisin
Duendes, fadas e outros seres mágicos com a Silvina Gonzalez
Exposição de quadros no ateliê e muito mais!

Endereço: Rua Ebenezer, 96 - Pilarzinho - Curitiba/PR.

O livro já está disponível para pedidos via correio: R$ 35,00 já com frete.

Um abraço.
Alvaro Posselt
41-99183-1371

Fonte da imagem: https://www.pikdo.me/tag/alvaroposselt

VIII Concurso Literário “Cidade de Maringá” (Resultado Final)


A- CRÔNICAS

Alba Helena Correa
Niterói-RJ
Os saraus na casa dos prazeres

Edileuza Bezerra de Lima Longo
São Paulo-SP
Última volta

Maria Cristina Bonnafé
São Paulo-SP
Um poeta do outro lado do muro

Paulo Roberto de Oliveira Caruso
Rio de Janeiro-RJ
O pranto da sorte

Rosana Dalle Leme Celidônio
Pindamonhangaba-SP
Lição de Carnaval

B- POEMAS LIVRES

Antonio Rosalvo Accioly 
Nova Friburgo – RJ
Mármore

Maria Cristina Bonnafé
São Paulo-SP
Artes Todas

Maurício Cavalheiro 
Pindamonhangaba-SP
Mãos miúdas

Tatiana Alves Soares Caldas   
Rio de Janeiro-RJ
Ode à Alegria

C - TROVAS

LÍRICO-FILOSÓFICAS

NOVOS TROVADORES:

Antonio Francisco Pereira 
Belo Horizonte – MG
A arte está em todo canto,
desde o chão até a estrela.
Sem esconder seu encanto
até o cego pode vê-la.

Olga Maria Dias Pereira 
Pelotas – RS
Dentre as artes divulgadas,
com beleza e esplendor,
ressaltam-se as pinceladas
das obras do Criador.

Sílvia Maria Svereda 
Irati – PR
Fruto da imaginação
eu procuro recriar.
Ponho ali meu coração
na arte de desenhar.

VETERANOS:

Lúcia Sertã 
Nova Friburgo – RJ
Quando a folha seca e muda
segue no seu abandono,
ela abraça o vento e ajuda,
com arte, a pintar o outono.

Maurício Cavalheiro 
Pindamonhangaba-SP
Das obras de arte, as mais belas,
as que têm  mais graça e brilho,
é evidente: são aquelas
que nós chamamos de filho.

Pedro Ornellas 
São Paulo – SP
Tomando as mãos, de sequestro,
quando a regência executa,
é o coração do maestro
que empunha e brande a batuta!

Professor Garcia 
Caicó – RN
Entre o bom artista e a arte
se há bens que, por si, se explicam,
é que, quando o artista parte,
seus feitos, nas artes, ficam!

Renata Pacola 
São Paulo - SP
Em minha idade escondida,
está a arte de viver:
de tanto brincar com a vida,
esqueci de envelhecer...

Sérgio Fonseca 
Rio de Janeiro – RJ
Há de ser bom de arte e engenho
quem tem na vida em que vive
viola como a que eu tenho,
amores como os que eu tive...

Vanda Fagundes Queiroz 
Curitiba – PR
Mãozinha suja de tinta
toca a folha de papel...
e o pequeno artista pinta
uma obra-prima fiel.

TROVAS HUMORÍSTICAS

Élbea Priscila de Sousa e Silva 
Caçapava – SP
O galo anda pensativo
sem saber que o louro arteiro
pintou de verde bem vivo
os ovos do galinheiro!

José Ouverney 
Pindamonhangaba – SP
Vi papai (mas ele nega)
e a mãe do amiguinho meu
brincando de “pega-pega”...
Depois... o arteiro sou eu!!!

Maurício Cavalheiro 
Pindamonhangaba - SP
Se ela está sob o chuveiro,
o sobrinho espiá-la  vai.
Sai pra lá, moleque arteiro,
que agora é a vez do... papai!

Pedro Ornellas 
São Paulo – SP
Esconde a jarra quebrada
e a mãe quer levar ´no embrulho`...
“Que foi isso???”, “Não foi nada...
Foi mentira do barulho!”

Renata Pacola 
São Paulo - SP
Um doce enlevo ao luar
entre um arteiro e uma arteira,
terminou ao acertar
as contas com a parteira!

terça-feira, 28 de agosto de 2018

III Concurso Literário “Maria Mariá” (Resultado Final)

premiados em ordem alfabética

A - POEMAS LIVRES

Amélia Marciolina Raposo da Luz 
Pirapetinga – MG
Bordadeiras

Ana Cristina Mendes Gomes 
São Pedro da Aldeia – RJ
Artista do Amor

Antonio Rosalvo Accioly 
Nova Friburgo – RJ
Eva

Maria Cristina Bonafé 
São Paulo – SP
Desenho Fêmeo

Tatiana Alves Soares Caldas 
Rio de Janeiro – RJ
Recusa

B - TROVAS

NOVOS TROVADORES:

Luiz Vieira 
Irati – PR
Sobre os saltos, altaneira...
para o que der e vier.
Pés no chão...uma guerreira...
é a arte de ser mulher.

Lucêmio Lopes da Anunciação 
Canela – RS
Ser mãe, ter emprego e amar,
enfrentar tudo o que houver:
ela pratica no lar
a arte de ser mulher.

Tatiana Alves Soares 
Rio de Janeiro – RJ
Ser mulher é uma arte:
toda mulher é artista;
seja no todo ou em parte,
ela é quase equilibrista.

VETERANOS:

Ana Cristina 
São Paulo – SP
Ser mulher é a própria arte
de multiplicar por cem
o carinho que reparte
e, muitas vezes, nem tem...

Arlindo Tadeu Hagen 
Juiz de Fora – MG
O homem diga o que quiser
mas de certezas carece
que as artes de ser mulher
somente a mulher conhece.

Jaime Pina da Silveira 
São Paulo – SP
Ser dona da própria vida.
Ir... e vir de onde quiser...
Sempre amar-se... na medida,
sem deixar de ser mulher.

Francisco Gabriel 
Natal – RN
Da família, o baluarte,
construtora de caminhos,
só a mulher possui a arte
de tecer rosas de espinhos.

Professor Garcia 
Caicó – RN
A mãe tinha pouco estudo,
mas tudo quanto aprendeu...
ensinou ao filho mudo
com gestos que Deus lhe deu!

Therezinha Dieguez Brisolla 
São Paulo – SP
Mundo moderno... e valente,
vai a mulher trabalhar...
e ainda é, felizmente,
o anjo da guarda do lar!

Vanda Fagundes Queiroz 
Curitiba – PR
“Eu vi minha mãe rezando”...
é o poeta, em seu mister,
com arte santificando
a arte de ser mulher.