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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Ringo Star (Professor, amigo e educador)

Ringo é de Agua Nova/RN

Você é de toda a nação
Sabedoria e essência,
Você tem sido amigo
E uma grande excelência,
Parabenizo você,
"O símbolo da inteligência".

O valor que a escola tem,
É graças a sua bravura
Você! Amigo tem demonstrado
Sabedoria e ternura,
Por isso você é um exemplo
De educação e cultura.

O professor não é visto
Nos rádios, nem na tv,
Mas devemos a ele,
Herança de receber,
Com amor e esperança,
A maior de todas as heranças
Que nos leva a crescer.

Sim! é a inteligência
Que ele tem nos dedicado,
Desde os primeiros passos
Que o mundo foi civilizado
E passou a ser escola,
E um eterno aprendizado.

Você sempre será para todos,
A maior satisfação,
Sempre contribuindo,
Para crescer a educação,
Trazendo nova Ciência
Mostrando Experiência,
E conquistando a nação.

"Este 15 de outubro,
Será com muita alegria
De realizar um sonho,
E buscar no dia-a-dia
Ser um grande professor,
E demonstrar meu valor,
Graças a sabedoria.

domingo, 29 de setembro de 2013

Clevane Pessoa de Araújo Lopes (Passagem)

A Gonçalves Dias

Poeta -saudoso, agônico, voltas à terra natal
Frágil, trêmulo, febricitante,
Mas com relembranças fortes
A plenificar-te a alma de energia
Embora estejam enfraquecidas as esperanças...
Queres chegar a São Luiz do Maranhão,
Chegar e andar pelas ruas estreitas,
Pelas calçadas de pedras,
Da ilha de praias singulares
Cujo areal extenso
É lambido pelo mar cor de rio,
Cuja extensão vai dar nas terras de Portugal...
Queres rever pessoas, ouvir os sons
Dos sinos das igrejas, da siringe dos sabiás festivos
Que não esqueceste em teu exílio.
A mulher amada acode-te em teu delírio,
a rememória faz-se musa e te inspira versos
que não mais escreverás...
Um piedoso anjo de cristal,que parece orvalho,
Cheirando a rosas e à maresia,
Faz com que olvides as razões de teu martírio
Pela separação cruel e indevida
Da mulher amada...
Que culpa tens por teu sangue a correr nas veias
Brasileiras, é mestiço,a gerar tantos preconceito .

Súbito, a vida se esvai, a breve vida

As águas em movimento, frias ao teu corpo ardente
Sereias de prata conduzem-te ao Absoluto,
O desconhecido –assustador, por ignoto,
Até que se chegue aos portais dessa outra dimensão.
Teu anjo Estelas, que tantas vezes desceu à Terra
para consolar-te e enxugar-te as lágrimas,
ampara-te, e tomando-te pela mão,
leva-te ao gênese de tua essência,,
pelo túnel pleno de magnífica luminescência...
As asas angelicais, energia em movimento,
Criam mil arco-íris deslumbrantes, o que te encanta na passagem...

Percebes que enfim, estás livre
De qualquer sofrimento e provação
Não tens cor-de pele que te torne um rechaçado,
Carne alguma, cuja carnação de mulato
Marque tua destinação!
Nada que te faça um auto-exilado...
Súbito, ouves risos e canções.
Outros poetas estão à tua espera, Gonçalves Dias.
Ajudam-te, dizem-te teus próprios versos e os deles,
Convincentes de que todos os bardos são iguais de alma
Abraçam-te, cordifraternalmente.
Nem em todas as tuas fantasias,
Te imaginaste assim, igual entre iguais,
diferente entre diferentes,
quais o são todas as criaturas de um mesmo Criador...
Percebes que nesse mundo , não há preconceitos
E que aqui, experimentarás um espaço de estar para ser...
Leve, em pianíssimo, , sentindo uma felicidade inusitada
À tua vida antes atribulada, tributada
de preços que não podias pagar,
deixas-te conduzir ,em agonia agora.
Seria o fim, mas é um recomeço
Afinal, poetas não devem morrer
-não se sua Poesia permanecer
Após sua délivrance ao contrário.
Para sempre, teus versos serão lembrados,
Enquanto houver sabiás, enquanto a serpente dormitar
Enroscada no contorno da Ilha .
Teus poemas são o retrato de teu talento,
De teu perfil, de tua história...
O mar foi o derradeiro abrigo de teu corpo.
A alma...continua em expansão!

Fonte:
A autora

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Ialmar Pio Schneider (Soneto a Pablo Neruda)

nascimento do poeta em 12.7.1904

Li seus Poemas e a Canção Desesperada,
há quantos anos, quando enfrentei a paixão
que invadiu minh´alma e não fiz quase nada,
porque não contrariei a voz do coração...

E fui andando... andando e a vida abandonada,
às vezes me deixou na dor da solidão,
pensando na mulher que fora minha amada
e que só me causou uma desilusão...

Quem pôde cantar, ainda sendo moço,
em plena juventude os cânticos de amor
que senti produzir o maior alvoroço

no peito varonil onde o sonho não muda?!
O Poeta Genial, de saudades e dor
produzindo poesia... O irmão Pablo Neruda !

Fonte:
O Autor

sexta-feira, 19 de abril de 2013

George G. Vest (Tributo a Um Cão)

Maya (foto J. Feldman)
O mais altruísta dos amigos que o homem pode ter neste mundo egoísta, aquele que nunca o abandona e nunca mostra ingratidão ou deslealdade, é o cão.
 
O cão permanece com seu dono na prosperidade e na pobreza, na saúde e na doença. Ele dormirá no chão frio, onde os ventos invernais sopram e a neve se lança impetuosamente se lá seu dono estiver.
Quando somente ele estiver ao lado de seu dono, ele beijará a mão que não tem alimento a oferecer, ele lamberá as feridas e as dores que resultam dos encontros com a violência do mundo. Ele guarda o sono de seu pobre dono como se fosse um príncipe. Quando todos os amigos o abandonarem, o cão permanecerá.
 
Quando a riqueza desaparece e a reputação se despedaça, ele é constante em seu amor como constante é o sol em sua viagem através do firmamento. Se a fortuna arrasta o dono para o exílio, o desamparo e o desabrigo, o cão fiel perde o privilégio maior de acompanhá-lo, para protegê-lo contra o perigo e para lutar contra seus inimigos. E quando a última cena se apresenta, a morte o leva em seus braços e seu corpo é deixado na lage fria, não importa que todos os amigos sigam o seu caminho: Lá, ao lado de sua sepultura, se encontrará seu nobre cão, a cabeça entre as patas, os olhos tristes mas em atenta observação, fé e confiança, mesmo à morte.

Matheus Santos (Cães, Anjos sem Asas!!!)

"Existem pessoas que não gostam de cães... Estas com certeza, nunca tiveram em sua vida Um Amigo de quatro patas, ou se tiveram, nunca olharam dentro daqueles olhos para perceber quem estava ali.
 
Um cão é um anjo, que vem ao mundo ensinar Amor! Quem mais pode dar Amor incondicional? Amizade sem pedir nada em troca? Afeição sem esperar retorno? Proteção sem ganhar nada? Fidelidade vinte e quatro horas por dia? Ah! não me venham com essa de que os Pais fazem isso, porque os Pais são humanos e quando os agredimos ficam irritados e se afastam... Um cão não se afasta, mesmo quando você o agride; ele retorna cabisbaixo, pedindo desculpas por algo que não fez. Lambe suas mãos, a suplicar perdão.

Alguns anjos não possuem asas, possuem quatro patas, um corpo peludo, nariz de bolinha, orelhas de atenção, olhar de aflição e carência. Apesar dessa aparência, são tão anjos quanto os outros (aqueles com asas!) e se dedicam aos humanos tanto quanto qualquer anjo costuma dedicar-se. 

As vezes, um humano veste a capa de anjo e sai pelas ruas a resgatar anjos abandonados à própria sorte e lhes cura as feridas alimenta, abriga, só para ter a sensação de haver ajudado um anjo...

DEUS quando nos fez humanos, sabia que precisaríamos de guardiões materiais que nos tirasse do corpo, as aflições dos sentidos e nos permitissem sobreviver, a cada dia com quase nada, além do olhar e da lambida de um cão!
 
 Que bom seria, se todos os humanos pudessem ver a humanidade perfeita de Um Cão!!!" 

Fonte:
http://forumadestradoronline.com

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Nemésio Prata (Ao Poeta do Amanhecer!)

Bem cedo, ao quebrar da barra,
a nuvem tangida ao léu
fez lembrar-me de um alguém
que hoje só trova no céu:
nosso poeta potiguar,
dos Macedos, o Ademar,
nosso grande menestrel!

O Poeta do Amanhecer,
agora faz poesia
no meio dos querubins
levando muita alegria
através dos versos seus
ao coração do seu Deus;
como ele bem o queria!

Curta em paz grande poeta
sua nova moradia,
faça trovas e poemas
como aqui você fazia,
mas nos mande, via sonhos,
pois os dias são tristonhos
sem a sua poesia!

Fontes:
O Autor
(Fortaleza/CE)
Foto de Ademar Macedo sobre foto de Marcos Estrella, Amanhecer no Rio, no jornal O Globo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ademar Macedo (Trovas Eternas)


A distância nos redime
se a saudade nos escolta;
ir pra longe é tão sublime
como sublime é a volta!

Adotei o isolamento,
feito um ermitão qualquer.
Pra fugir do casamento
e das manhas de mulher!...

A justiça incompetente,
por um deslize qualquer,
toma o dinheiro da gente
e dá todo pra mulher!…

Almoço e janto poesia.
E neste meu universo,
mastigo um pão todo dia
amanteigado de verso.

A lua, de vez em quando
fica um pouco sem brilhar,
para ficar “espiando”
dois pombinhos namorar!

A lua, sem empecilho,
desfilando, linda e nua,
deixa também o seu brilho
“nas poças d’água da rua”!

A Lua, que a noite ronda
com o seu lindo clarão,
é a lamparina redonda
que ilumina o meu sertão!

A mais triste solidão
que os seres humanos têm
é abrir o seu coração…
Olhar…e não ver ninguém!

Amar… verbo transitivo
que em qualquer conjugação
traz um novo lenitivo
para o nosso coração!

Amigos que valem ouro,
nós deveremos mantê-los
guardados qual um tesouro
para nunca mais perdê-los!

A minha Paz desejada
tá nos versos que componho;
no cantar da passarada
e na beleza de um sonho!…

A minha sogra, assanhada,
no barracão da mangueira,
foi muito mais apalpada
do que laranja na feira!...
Amores na mocidade
sempre deixam cicatrizes,
marcas de dor e saudade
no peito dos infelizes…

A minha sogra, assanhada,
no barracão da mangueira,
foi muito mais apalpada
do que laranja na feira!…

À noite, as brisas divinas
dão som aos seus movimentos;
e, "na Lua," as bailarinas
dançam a valsa dos ventos...

Ao criar os Trovadores
onde o verso prolifera;
para adorná-lo com flores,
Deus criou a primavera!

A pergunta é meio louca,
mas, conhecendo o roteiro;
quero é dar beijo na boca…
“Vida boa é de solteiro”!

Após causar desencantos
e nos fazer peregrinos,
a seca fez chover prantos
nos olhos dos nordestinos!

Aquela mão estendida
é Nau que ainda trafega
no mar revolto da vida
que a própria vida renega...

A “solidão” me parece,
ser um conforto sem fim…
quando um grande amor me esquece;
“Ela” se lembra de mim.

As rosas tem seus floridos
que a “natura” se apodera,
dando beijos coloridos
no rosto da primavera!

Assim que começa o dia,
envolto em profundo enlevo,
sinto o cheiro da poesia
em cada verso que escrevo.

A vida escreve-me enredos
com finais que eu abomino.
Meus sonhos viram brinquedos
nas mãos cruéis do destino…

Cada verso que componho,
nele, eu conto um sonho meu;
todos nós temos um sonho…
E cada um que conte o seu!

Caiu meu muro de arrimo;
sinto fraqueza… E, aos oitenta,
nem com Viagra eu me animo,
só se der cobra em noventa!

Causa-me espanto o coqueiro;
algo de bom ele tem…
Mas, sendo torto ou linheiro,
nunca deu sombra a ninguém!

Chega a causar agonia,
uma visita sacana,
que vem pra passar um dia,
passa mais de uma semana!

Coloquei a foto errada.
Viram logo os menestréis…
Como eu vou subir escada
Se me falta um dos meus pés?

Com certa preponderância
eu impus esta verdade:
Quem inventou a distância
não conhecia a saudade!...

Com minha alma amargurada,
envolto em meu sofrimento,
passo inteira a madrugada
jogando versos ao vento…

Com minha alma enternecida,
confesso com todo ardor;
Deus me deu dois dons na vida:
ser “Pai” e ser “Trovador”!…

Com o dom que Deus lhe envia,
no riso o palhaço aflora
um semblante de alegria…
Que ele só sente por fora!
Como quem faz sua escolha,
disfarçando o desatino,
alterei folha por folha
do livro do meu destino!

Com os temas mais dispersos,
eu mesmo me fiz enchente
numa enxurrada de versos
jorrando da minha mente…

Com sua língua de trapo
disse, ao ser mandado embora:
– É moleza engolir sapo,
o duro é botar pra fora!

Construí dentro de mim,
com minh’alma enternecida,
um teatro onde, por fim,
pude encenar minha vida!…

Da Bebida fiquei farto,
bebendo, perdi quem amo;
hoje bebo no meu quarto
as lágrimas que eu derramo.

Da fonte que jorra o amor,
Deus, na sua imensidão,
faz jorrar com todo ardor
as carícias do perdão.

Da ingratidão praticada
eu tirei uma lição:
Perdoar, não pesa nada,
pesado…É pedir perdão!

Das colheitas dadivosas
que Deus deixa nos caminhos,
uns curvam-se e colhem rosas,
outros, só colhem espinhos…

Debruçado sobre a mata,
o luar, tal qual pintor,
pinta as folhas cor de prata
e pinta o chão de outra cor.

De maneira indefinida,
por amar e querer bem;
vou dividir minha vida
com a vida de outro alguém!

De nada eu sinto ciúme,
nem mesmo da mocidade;
pois hoje eu sinto o perfume
da flor da terceira idade!…

Depois do beijo, um aceno,
e, sofrendo em demasia,
bebo doses de um veneno
que a sua ausência me envia.

Depois que chove na mata,
a lua, de luz acesa;
pinta as folhas cor de prata
com tintas da Natureza.

Descobri no envelhecer,
em meus momentos tristonhos,
que eu não tive, em meu viver,
nada mais além de sonhos!…

Descobri no envelhecer
que a musa que me enaltece
não deixa o verso morrer,
pois musa nunca envelhece!

Desde o tempo de menino
vi o quanto eu sou machão;
pois meu lado feminino
é um tremendo sapatão!

De sonhar eu não me oponho
nem sequer me desiludo.
Quem faz de “Paz” o seu sonho,
já fez metade de tudo!…

De um olhar triste, alquebrado,
desse meu filho que é “mudo”…
eu vejo, mesmo calado,
seus olhos dizerem tudo!

Deus, demonstrando poder,
quando a mulher engravida,
transforma a dor em prazer
na celebração da vida!

Deus vendo que não tem fim
essa fé que me conduz,
deixou cair sobre mim
uma cascata de luz!

Do fogo no matagal,
na fumaça que irradia,
vejo um câncer terminal
no pulmão da ecologia!...

Do meu jeito apaixonado,
envolvente, terno, mudo…
Faço um apelo calado,
onde os olhos dizem tudo!

Em busca de ser feliz,
e em prol do amor de nós dois,
quantos atalhos que eu fiz…
Mas só chegava depois!

Em humor não me destaco,
mas, por pura peraltice;
mesmo não sendo macaco,
vou fazendo macaquice.

Em inspirações, imerso,
fiz do sol o próprio guia
para conduzir meu verso
nos caminhos da poesia!

Entre os atos de bonança
e meus pecados mortais,
quando eu botar na balança,
Deus sabe quais pesam mais!…

Envolto numa utopia,
num devaneio sem fim,
vivo hoje uma fantasia
que eu mesmo inventei pra mim.

Essas gotas maculadas,
itinerantes no rosto,
são as lágrimas magoadas
que dão vida ao meu desgosto.

Esses meus versos doridos
que estão bem perto do fim,
são retratos coloridos
que eu mesmo tirei de mim…

Ademar Macedo (O Homem atrás do Escritor, o Escritor atrás do Homem)



Entrevista concedida pelo poeta potiguar para José Feldman,  em 26 de novembro de 2010.
O poeta faleceu anteontem, 15 de janeiro de 2013 de câncer.

INFANCIA E PRIMEIROS LIVROS

JF: Conte um pouco de sua trajetória de vida, onde nasceu, onde cresceu, o que estudou.

AM: Nasci em Santana do Matos/RN, no dia 10 de setembro de 1951, aos oito anos fui morar em Zabelê, município de Touros também no Rio Grande do Norte, onde fiquei até 1963, quando mudamos para Natal, onde terminei o primário e através de uma seleção (concurso), em 1965 fui para o Ginásio Agrícola de Ceará-Mirim/RN; terminando o ginásio voltei para Natal onde fiz o Científico (naquela época) que era o 2º Grau. Em 1971 entrei Para o Corpo de Fuzileiros Navais, passei no 1º concurso para Cabo, fui cursar no Rio de Janeiro e nunca mais estudei. Voltei para Natal em 1980 e em 81 perdi uma perna num acidente.

JF: Como era a formação de um jovem naquele tempo? E a disciplina, como era?

AM: No Ginásio agrícola (que era um Internato) Sob o duro comando de Paulo Mesquita, o Diretor, um Oficial Reformado da Aeronáutica, eu tive a melhor aprendizagem da minha vida, lá era um verdadeiro quartel, mas até hoje eu agradeço pelos seus ensinamentos, principalmente no que tange a moral, dignidade, honestidade que me acompanham até Hoje!

JF: Recebeu estímulo na casa da sua infância?

AM: Perdi meu Pai muito cedo, aos 7 anos, minha infância foi um tanto difícil, mas minha Mãe e meu irmão mais velho nunca deixaram faltar nada, Inclusive o estímulo.

JF: Quais livros foram marcantes antes de começar a escrever?

AM: Confesso que nunca fui muito de ler...Lembro bem de “O Pequeno Príncipe” e alguns pouco mais.

JF: Como foi que você chegou à poesia e às trovas?

AM: Tudo começou após o meu acidente. Numa maneira de passar melhor o tempo, comecei a frequentar cantorias de viola, festivais de Violeiros, tudo o que dizia respeito a Poesia Popular, e por meu Pai ter sido Poeta, eu sentia correr nas minhas veias o sangue da Poesia e comecei a fazer algumas estrofes; e meus irmãos Francisco Macedo e Augusto Macedo (falecido) que já eram poetas, me disseram que eu levava jeito pra coisa! Eu, já poeta popular, conhecido em todo estado devido as minhas declamações nas rádios: (Rural de Natal, Rádio Poti e 98FM), fui convidado por José Lucas de Barros, que assistia as minhas declamações nas cantorias e nos festivais e por Joamir Medeiros, que me ouvia nas Rádios, para ingressar na ATRN (Academia de Trovas do R.G.do Norte), fui sabatinado e após uma comissão analisar as trovas feitas por mim, fui aprovado e lá estou desde 2004.

SEUS TEXTOS E PREMIOS:

JF: Você possui livros? Se sim, em que você se inspirou em seus livros?

AM: Lancei o meu primeiro Livro em 1993: “...E DA DOR SE FEZ POESIA.” E tenho ainda os seguintes Livros (Em Parceria): “POESIAS EM QUATRO VERSOS”, “DOIS POETAS EM SETILHAS”, “UM DEBATE EM SETILHA AGALOPADA”, “NOS ARPEJOS DAS SETILHAS” e “UM ROJÃO EM SEXTILHA AGALOPADA”. Já prontos tenho: “SEXTETO EM SEXTILHAS”, “SEXTETO POTIGUAR”, “SEXTILHAS A QUATRO VOZES”, “TRÊS À MESA DA POESIA”, E em andamento: “NO COMPASSO DAS SETILHAS”. 

Editei um Cordel que intitulei: “DIVAGAÇÕES POÉTICAS”
E tenho dois CDs declamando Poesias: “NA CADÊNCIA DA POESIA” e “O POETA E A RAPOSA”(Com minhas declamações ao vivo, na 98 FM)
E tenho um Livro pronto esperando ajuda para publicação, que se chama: “...E DA POESIA SE FEZ O ABSURSO”, é um livro inspirado em ZÉ LIMEIRA, o Poeta do Absurdo.
A inspiração para tudo isso veio, com certeza, da Natureza e do Sertão!

JF: Como definiria seu estilo literário? 

AM: Como escrevo poesia popular nordestina, o estilo predominante é o Cordel.

JF: Dentre os livros escritos por você, qual te chamou mais atenção? E por quê?

AM: É muito difícil um Pai amar os seus Filhos de maneira diferente, assim é com os Livros; no entanto, para mim, o Livro onde mais eu me inspirei, onde estão as melhores poesias É: “UM DEBATE EM SETILHA AGALOPADA”.

JF: Qual a sua opinião a respeito da Internet? A seu ver, ela tem contribuído para a difusão do seu trabalho?

AM: Basta dizer que os livros em parceria (DEZ) foram todos feitos pela Internet, Por exemplo: “TRÊS À MESA DA POESIA”, Zé Lucas me mandou a sua estrofe, eu respondi e enviei as duas para o Professor Garcia, que por sua vez, me respondeu e as enviou para Zé Lucas e assim sucessivamente até chegar 150 estrofes. VEJAM AS TRÊS PRIMEIRAS:

01 - Zé Lucas
Com Ademar e Garcia
vou pelejar desta vez,
enchendo a taça dos versos
com carinho e lucidez,
para que o vinho sagrado
das musas dê para os três.

02 - Ademar
Vou beber com honradez
uma taça todo dia,
e eu peço a Deus neste verso
talento e sabedoria,
e que este vinho sagrado
me embriague de poesia.

03 - Prof. Garcia
Eu vou beber todo dia
para afastar o meu pranto,
deste vinho que embriaga
e nunca me causa espanto,
porque o vinho do verso
tanto é puro quanto é santo.

JF: Tem prêmios literários?

AM: Eu já fui premiado em 21 Cidades de diferentes estados da nossa federação; mas estas premiações foram todas em Concursos Nacionais de Trovas. Tive também alguns Prêmios em “Poesia” apenas aqui no meu Estado.


CRIAÇÃO LITERÁRIA :

JF: Você precisa ter uma situação psicologicamente muito definida ou já chegou num ponto em que é só fazer um “clic” e a musa pinta de lá de dentro? Para se inspirar literariamente, precisa de algum ambiente especial ?

AM: Esta eu vou responder com uma Trova e uma estrofe apenas:

“Vi à luz de lamparina,
em inspirações imerso
que a musa se faz menina
para brincar no meu verso.”

“Na inspiração do poeta
sinto um pouco de magia,
porque toda estrofe minha
me fascina e me extasia;
e em cada verso que faço
vou mastigando um pedaço
do pão da minha poesia.”

JF: Você projeta os seus textos? Ou seja, você projeta a ação, você projeta o esquema narrativo antes? Como é que você concebe os textos?

AM: Não projeto nada, os versos nascem assim...de repente.

JF: Você acredita que para ser poeta ou trovador basta somente exercitar a escrita ou vocação é essencial?

AM: A poesia é um dom divino, nenhuma escola ensina você se tornar Poeta...O Poeta já nasce feito!

A PESSOA POR TRÁS DO ESCRITOR :

JF: O que o choca hoje em dia?

AM: A violência. (que é a falta de Deus no coração das pessoa...)

JF: O que lê hoje?

AM: Livros de Poesias...

JF: Você possui algum projeto que pretende ainda desenvolver?

AM: Divulgar a poesia nas escolas...

JF: De que forma você vê a cultura popular nos tempos atuais de globalização?

AM: Com a mesma visão de sempre...Falta de apoio para a edição de Livros e Etc...

CONSELHOS PARA OS ESCRITORES :

JF: Que conselho daria a uma pessoa que começasse agora a escrever ?

AM: Que tenha muito amor pelo que faz e muita Fé. Quem sabe, um dia você encontre uma porta aberta!

JF: O que é preciso para ser um bom poeta ou/e trovador?

AM: ...Apenas Inspiração.

JF: Gostaria de acrescentar mais alguma coisa? Outros trabalhos culturais, opiniões, crítica, etc.

AM: Queria apenas agradecer esta oportunidade que me foi dada, para que eu pudesse aqui, da forma mais sincera, me desnudar poeticamente perante todos vocês...

JF: Se Deus parasse na tua frente e lhe concedesse três desejos, quais seriam?

AM: Seriam apenas de agradecimentos por tudo o que Ele tem feito na minha vida... Resumindo:

Nunca quis ganhar fama nem cartaz,
sou feliz no papel que desempenho,
sou um homem de fé, temente a Deus,
não reclamo do peso do meu lenho
nem de tudo na vida que padeço...
Eu já tenho até mais do que mereço
e me sinto feliz com o que tenho!

JF: Para finalizar, um poema e trovas de sua autoria que possui um carinho especial.

POESIA

Há sorriso que fere e que magoa
e há pranto que comove e traz alento,
e os que trazem a dor e o sofrimento
deixam marcas no rosto da pessoa;
e por mais que este pranto não lhe doa
deixará para sempre uma seqüela,
que se faz cicatriz no rosto dela
maculando esta dor que não termina;
se tiver que chorar feche a cortina,
quando for pra sorrir, abra a janela.

TROVAS:
Fiz minha casa de barro
ao lado de uma favela.
Lá fora, eu sei, não tem carro,
mas tem amor dentro dela!...

Após causar desencantos
e nos fazer peregrinos,
a seca faz chover prantos
nos olhos dos nordestinos!

O grande desmatamento,
por ganância ou esperteza,
põe rugas de sofrimento
no rosto da natureza...

Quando a inspiração lhe acena,
o bom Trovador se expande.
Numa Trova tão pequena,
faz um poema tão grande!

Quem se entrega a solidão
e dela se faz refém,
anda em meio à multidão
mas não enxerga ninguém!

Numa combatividade,
cheia de brilho e de glória,
saber perder, na verdade,
é também uma Vitória!

Na Floresta, a “derrubada”
deixa em minha alma seqüela,
pois a dor da machadada
dói mais em mim do que nela.

Ademar Macedo ainda complementa mais sobre ele:

UM POUCO MAIS DE MIM:

Como eu relatei no início, Eu Sou um Fuzileiro Naval (Reformado) perdi uma perna num acidente no ano de 1981, desde então me entreguei de corpo e alma a Poesia. Em 2006 tive um câncer no intestino, me operei no dia 09/05/2006, no Rio de Janeiro; fiz 52 Quimioterapias e 25 Radioterapias, terminei o tratamento no dia 20 de Outubro do mesmo ano, e como DEUS é Maravilhoso acredito que eu já esteja Curado, pois eu Estou sendo acompanhado aqui em Natal pela Liga contra o Câncer através de exames feitos de 6 em 6 meses, e agora em Setembro último fiz uma Colonoscopia e havia um pólipo que foi retirado para fazer a biópsia e deu o seguinte resultado: “ausência de malignidade no material Examinado” E Deus, na sua misericórdia, além do dom da Poesia deu-me também a Cura. E hoje a minha vida é regida pelo AMOR, pela ALEGRIA e pela FÉ, e são baseados nesses temas que nascem a inspiração para as minhas poesias e Graças ao nosso bom DEUS e a minha FÉ, é que estou hoje aqui contando a minha história...

Em Versos:
Guardei todos momentos que passei
de ternura, de carinho e de amor,
momentos que na vida mais gozei
e os momentos que mais eu senti dor.
O momento feliz da minha vida,
quando Deus curou em mim uma ferida,
que os médicos diziam não ter jeito,
e apesar de hoje eu ser um mutilado,
guardo sempre as lembranças do passado
pra curar as feridas do meu peito!...

A minha poesia é Santa
porque é Deus quem a projeta,
pois ele mesmo é quem planta
no coração do poeta;
pois todos os versos meus
vêm lá da mansão de Deus
como se fosse uma luz;
são escritos com emoção
pela minha própria mão,
mas seu autor, é Jesus!...

Quero então quando eu morrer,
feito em letras garrafais,
aquela minha poesia
que me deu nome e cartaz;
e escrito, seja onde for:
– Eis aqui um trovador
que morreu feliz demais!

Abraços Fraternos:
Ademar Macedo.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Carolina Ramos - Santos/SP (Epopéia)



Fonte:
RAMOS, Carolina. Destino: poesias. Editor: Cláudio de Cápua. Junho/2011.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Carlos Lúcio Gontijo (Minha BH interior)


(Aos 115 anos de Belo Horizonte, em 12 de dezembro de 2012)

Pampulha, Praça 7, Afonso Pena e Pirulito
Tudo ali é rito de cativante fonte de prosa
Horizonte embebido em aragem de luz
Soa o sino da Igreja da Boa Viagem
Abraço floresce tal qual sina de semente
Cultivada no regaço do Parque Municipal
O bate-papo termina no chope de um bar
Balcão de boteco se transforma em beira-mar
Toda Belo Horizonte cheira a Mercado Central
Mineiro é sinônimo de encontro marcado
Ressabiado como se meeiro de algum ouro fosse
Nunca se perde nem anda a esmo
Tem a si mesmo como provinciana capital
Tece arte e canta no ?clube da esquina? do amor
Por isso percebe em BH o seu próprio interior!

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Heloísa Crespo (Ciranda “Professor Versos”) Parte V – Trovas



Professor, ó professor!
Único: artista seleto!
Desobnubilador
dos saberes és completo!
Cristina Cacossi

Vejo os mestres, no passado,
e me enche a alma de dor
ver hoje, tão humilhado,
o antes... Senhor Professor!
Dorothy Jansson Moretti

Ser professor me engrandece
É minha doce missão;
E se o aluno reconhece,
Dá-me paz ao coração.
Eduardo Domingos Bitencourt


Triste destino bizarro
de um país na contramão:
alunos chegam de carro;
professor, de lotação.
Eliana Jimenez

O pó que emana do giz
e o salário sem valor,
tornam bem mais infeliz
a vida do professor!
Francisco José Pessoa

Quando há talento divino,
compromisso e bem- querer,
o professor faz do ensino
a razão do seu viver.
Glória Tabet Marson

Ser professor, que alegria:
plantar em todas lições
amor e sabedoria
no fundo dos corações...
Milton Souza

Ninguém pode se esquecer:
Professor tem seu valor;
boa conduta a manter,
ser de fato educador!
Nadir Giovanelli 

Ai que saudade me dá
do primeiro professor,
que ensinou-me o “b-a-bá”,
e me fez compositor!
Nei Garcez

Todo dia é da Criança
e também do Professor:
ela, aprende com confiança,
e ele, ensina com amor. 
Nei Garcez

Ao repensar minha história,
encontrei com emoção,
por trás de cada vitória,
um mestre no coração!
Renato Alves

Salve, salve o Professor
que na Vida se dedica
com ternura e muito amor,
sua lição sempre fica !...
Sônia Ditzel Martelo

Professora viga mestra,
que sustenta a educação,
regendo afinada orquestra
do saber e da instrução...
Vanda Alves da Silva

Desenvolvendo a pesquisa
para o ensino do saber
o professor realiza
evolução no aprender.
Vânia Ennes

Lembro-me de um professor,
em que jogava confete.
Eu lhe tinha tanto amor!
Doutor Milton Grandinete...
Zé de Uberaba

Fonte: 
Organização e Programação Visual: Heloisa Crespo 
Campos dos Goytacazes/RJ.