domingo, 10 de outubro de 2010

Eunice Arruda (Poemas Avulsos II)

NOSTALGIA

Amo
os
casais

Ombro
a
ombro

Pisando a mesma calçada

Amo os casais que
atravessam
ruas
estações

Seguram as
mãos
não
o tempo

Amo
os
casais

Que permanecem

(poema publicado no site "escritoras suicidas" - convidadas - edição 36

INICIAL

mudar a sombra e a árvore
da terra do mar mudar
ser par
mudar o risco e o cabelo
o lado de dormir e o de sonhar

(do livro "Mudança de lua", Scortecci Editora, 1986 – São Paulo/SP)

ESQUECI

o meu
caminho de casa

o sono úmido
útero

o nome dos sentimentos

as mãos
dadas às praças

as flores
as estações, esqueci
o rosto de minha mãe

(poema sobre xilogravura de Valdir Rocha)

CLANDESTINIDADE

Vivi na clandestinidade
anos

No escuro nos bares na periferia
-------------------------------anos a fio
-------------------------------escondida
-------------------------------envolvida
em fumaças
teorias
Na paixão. Na clandestinidade

Até que um dia me entregaram

à vida

(do livro "Mudança de lua", João Scortecci Editora - São Paulo, 1989)

GABRIEL

a duras penas
o tempo parou:
enterramos o morto

nos misturamos à terra
a
duras penas
conhecemos o nosso verdadeiro nome

(do livro "Gabriel:" - Massao Ohno Editor, 1990, São Paulo/SP)

MULHERES

Mulheres
mecanizadas
simulam
vozes

De passos duros
e roupas leves
alargam a tarde
de fumaça e
objetivos

Têm pressa – não
sonhos

Mulheres mecanizadas
geram filhos e
criam o
abstrato

(do livro "Invenções do desespero", São Paulo / SP, 1973)

TÃO TRANQÜILA

Tão tranqüila a sala
A tarde caminha lenta impune
Portas fechadas
ressoam vozes
lá fora
um telefone jamais chama

Talvez chova ainda hoje
mas agora
nenhum risco ou relâmpago
Posso dormir neste barco
há árvores à margem sombreando o rio

É tão tranqüila a sala
na tarde seguindo lenta
E vibra
ardente
como uma palma de mão
Aqui descanso do sim e do não

(do livro "Risco" - Nankin Editorial, 1998 – SP)

Roberto Pinheiro Acruche (Meus Poemas n. 5)

AMOR ETERNO

Foram tantas, as juras que trocamos,
com suaves palavras e verdade,
que firmados nesta sinceridade...
Em nosso caminho continuamos!

Os cruzamentos e nossos enganos,
cada tropeço e adversidade,
fizeram de nossas juras, saudade...
Nada mais restando do que sonhamos.

Temendo submergir na memória,
os lindos momentos de nossa história...
Guardei-os, escritos, neste caderno...

E ao relê-lo, o que faço lentamente,
com os olhos molhados e um tanto ardente,
jurando-te o meu amor eterno.

DESVENTURA

Este silêncio, este vazio
deixa uma interrogação,
um sentimento de tristeza
de dúvida, incerteza,
mexe com a minha alma,
rasga-me o coração...
Como dói e machuca a solidão!
É tudo tão isolado, distante
uma ansiedade, um estado ofegante,
uma inquietação...
Até o ar que tanto preciso
não está mais comigo, também me abandonou
deixando-me sem respiração.
E o sono que não chega, o telefone que não toca,
ninguém bate em minha porta; só eu grito;
grito sem pronunciar uma só palavra...
A lágrima cai incontida,
como mudou a minha vida,
a minha alegria de existir e cantar.
Já estão pesados os meus passos,
estão vazios os meus braços
sem ninguém para abraçar.
Estou agora confinado neste quarto
que é toda a extensão do meu mundo
Não vejo mais nada lá fora,
nada que brota e que aflora...
Sou prisioneiro da lembrança... Da saudade!...

DIFERENTE

Queria um poema que fosse diferente,
que falasse de povo... de gente!
Não de rosas, de lua cheia,
nova, minguante ou crescente.
Nem de dores... Sequer de amores,
desejos ou de um beijo ardente.
Muito menos de lembranças ou paixão,
saudade, tristeza e traição.
Quero um poema que fale de gente,
de povo... Que trabalha, que luta, que sua...
Que peregrina pela rua,
enfrenta o campo, conduz o gado,
que prepara a terra,
pega no arado,
aduba e planta, sorri, chora e canta,
pesca, cai e levanta,
nunca se entrega, não perde a esperança,
leva a vida com altivez...
dignidade e perseverança.

EM VOCÊ

Em seu olhar encontrei a luz
que clareia os meus passos e meus caminhos.
Em seus braços encontrei o calor
que me aquece e me conforta.
Em seus lábios encontrei o doce
encanto do amor.
Em sua voz o prazer de ouvir.
Em seu perfume o cheiro das flores
que me embriagam.
Em suas mãos a suavidade dos seus carinhos
e o apoio.
Em seus ombros o amparo e o consolo.
Em você encontrei a vida.

ÊXTASE

Sinto uma exaltação mística
quando te vejo!
Me transporto para fora do mundo...
Você me enlouquece de desejo.
Navego pelo espaço da imaginação
e do sonhos
e flutuo magicamente pelo sobrenatural...
É uma sensação deslumbrante,
imaginar você nos meus braços.

Fonte:
O Autor

Bienal do Livro do Paraná (Programação de Domingo, 10 de Outubro)






sábado, 9 de outubro de 2010

Nilton Manoel (Pelo chão preto, novas paisagens)

1
O ônibus vai pela estrada,
a quase oitenta por hora;
da janela,curioso,
observo no percurso,
o cenário verdejante.
com a lavoura que garante,
a troca, Brasil afora.
2
De trânsito, no caminho,
os sinais de acostamento,
trazem toda a orientação,
pondo o motorista atento,
nos veículos à distância,
alertando a estravagância,
que só traz constrangimento.
3
Apesar de todo o aviso,
não se respeita a lombada,
os motoristas à esmo,
com os sinais, em disparada,
na banguela sem limite,
costuram sempre o grafite,
mas a polícia é alertada.
4
Sobre o chão preto que pulsa,
o sangue deste Brasil,
conduções rodam contentes,
com nosso povo gentil,
plantando tudo dá pé,
quando o trabalho é de fé,
a riqueza é senhoril.
5
Eucaliptos nos caminhos...
Cana,arroz,café... Valores
da geografia humana,
braços de trabalhadores,
dos campos que não conheço,
de São Paulo que enalteço
nos meus versos de louvores.
6
Ao longe num pasto rico,
esparsas vão as boiadas,
´por vaqueiros à cavalo,
de perto sendo cuidadas;
uma imagem de poesia
com toque de valentia,
ao viajante das estradas...
7
Ao pé da cerca farpada,
árvores de nossa flora,
pássaros de nossa fauna.
um João de Barro que chora
a traição de sua amada
que, ele fechou na morada.
são coisas que o povo adora.
8
Da terra pelos traçados]
feitos pela agrimensura,
a rigor coloca a lida,
curvas de níveis,á altura,
planejando a plantação;
da colheita a proteção
garante a sua fartura.
9
Enquanto os quadros mudam,
com as belezas naturais,
de uma repreza, uma praia,
com gente por todo o canto...
ao longe uma garça voa
com medo de uma canoa
que, rasga da água um recanto..
10
Num trecho da rodovia,
no saibro cresce o capim...
até uma árvore erótica,
tão nova e frondosa, assim...
com a previdência do aceiro,
queimadas feitas com esmero
varrem da terra o ruim...
11
Duas horas de viagem,
logo mais, uma parada
para esticar-se as pernas,
tirando o pó da estrada,
passando água pelo rosto,
comer o que for de gosto,
tomando uma laranjada.
12
Ao longe uma casa velha,
de adobo ... Parece foto,
encaixada na colina...
É de um passado remoto,
cheira a terra, mato e sol,
mercerizado lençol...
fico ao cenário, devoto.
13
Sinto-me até pioneiro,
envolvido em tal beleza
do reinado sertanejo.
Convenções da natureza:
bica dágua, cruz da estrada...
pela noite enluarada,
assombrações com certeza
14
Placas falam de distâncias,
com suas nomenclaturas
indicam quaisquer contornos,
só da vida nas agruras,
não se tem caminho de volta,
não adianta ter revolta,
nos dias de desventuras.
15
À beira da estrada, uma casa
com plantação no quintal,
em água de irrigação
que, serpenteia corrente,
enquanto um galo em pampeiro,
com a franga do terreiro,
desperta a atenção da gente.
16
A chaminé fumegante,
em fumaça de primeira.
Ah! Panelas no fogão,
talvez água na chaleira
e um forno sempre presente,
cheirando tudo o que a gente
tem saudades sem canseira.
17
Do galinheiro,ovos frescos,
o frango morto no dia.
A horta, o pomar, tudo o mais,
cuidado com alegria.
O cultivar com carinho,
o chão como se toca o pinho
de manhã ao fim do dia.
18
A porcada no chiqueiro,
cada um com data certa,
Para uma recepção.
um pra casa, outro de oferta...
O toucinho não congelado,
no feijão tão procurado
na casa de porta aberta.
19
De repente o solo muda,
É barro a dar com pau.
vejo uma cidade obreira
de cerâmica especial;
tijolos,telhas e piso,
fazem tudo o que é preciso
para o consumo geral.
20
Pelo trânsito da viagem,
de uma cidade, na entrada,
uma torre de tevê.
também a roda dentada
do Rotary Internacional;
vejo o que disse um jornal,
a cidade é bem cuidada!
21
Nessa rápida passagem
pelas ruas do lugar,
até a rodoviária,
procuro bisbilhotar,
pelo meu rádio “Parceiro”
amazonense matreiro,
que do mundo põe-me a par.
22
Logo mais já prosseguindo,
limpa, apesar da poeira,
uma casa de colônia,
antiguíssima e faceira...
Além, a igreja imponente
para receber toda gente,
para a missa domingueira.
23
Torres de eletricidade
por cima do canavial
é uma corrente que enfeita
a geografia local,
demonstrando que o progresso
da hidroelétrica é sucesso
pelo Brasil atual.
24
Olho e fico encantado
com esta jornada e até berro:
-fios de telégrafo no espaço?
Não vi estrada de ferro!
poucas mantém a rigor,
a tradição e valor
neste estado, se não erro.
25
Em meio a longas viagens,
quanta história, geografia
E, contatos sociais...
problemas de todo o dia
desta terra que progride,
mesmo que alguém duvide,
com trabalho,noite e dia.

26
É pena que o progresso,
sacrifique a geografia
e tire dos olhos da gente
Sete Quedas de poesia,
riqueza do paisagismo
que propicia turismo
em grande romaria.
27
Afinal a vida é curta
quem vive parado é ´poste
diz um ditado popular
eu não conheço quem goste
de viver mau e sem sorte,
esperando pela morte
como qualquer barbalhoste.
28
Por isto, tenho certeza
que pelo norte e nordeste
vou conhecer os sertões.
quero andar pelo agreste
pelas vilas e cidades,
conhecendo à vontade
como a geografia se veste.
29
Quanta gente pela vida
vive longe de emoção,
do trabalho para casa,
servo da televisão.
aí logo cai o sonho,
deixando-se no abandono
longe de outra distração.
30
Feliz daquele que pode
viajar, constantemente,
Conhecer novos lugares,
conhecendo nova gente,
mesmo sendo de excursão.
Viagem traduz emoção
fazendo a vida contente.
31
As cenas são fulgurantes
como um filme especial,
são arquivadas na mente
para a consulta informal
de quem nos cobra noticiais
das possíveis delícias
de um mundo sensacional.
32
Voltei a cidade em que moro!
como o verde anda ralinho.
tudo o que há é ornamental...
a habitação de mansinho,
enveredou-se pelos campos
e as casas são pirilampos...
e a saudade é o lume e o espinho!
________________________
Via Anhanguera, set. 1981

mais Literatura de Cordel declamada pelo próprio autor, neste domingo, em Ribeirão Preto

Fonte:
O Autor

Odette Mutto (Três Preces )

I

A freira puxou o terço, pausadamente - “Pai Nosso que estais no Céu...” Crianças impacientes esperavam a vez de responder - “Pão Nosso de cada dia...”

Lauro pensou que o “pão nosso” bem podia incluir aquele pão-doce que ele viu na padaria... Devia custar caro, estava fechado na vitrina. Parecia uma trança, enrolado e lustroso, só de pensar dava água na boca. Se pudesse compraria um e levaria para casa. Queria só ver a cara dos irmãos quando enxergassem aquela delícia...

Perdeu a sequência da prece. Como um ímã, o pão doce atraiu-lhe o pensamento. Dividiria entre os irmãos de acordo com as idades. Esbarrou numa dificuldade: dois eram mais velhos que ele. Anuviou-se um pouco. Não receberia o maior pedaço. Resignou-se logo. Afinal, os outros viviam engraxando sapatos, carregando cada pacote tão pesado para ninguém ir dormir sem comer. E ele, agora, estava pretendendo tirar vantagem. Se pensara em dividir daquele jeito, precisava manter a ideia. Fora ele próprio quem decidira assim. Tinha eu cumprir a palavra sem choradeira.

II

Pouco compenetrada Mônica recita: - “Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós”...

Rezara tanto quando os pais viviam brigando para eles não brigarem mais. Parece que não tinha sido ouvida. Cada qual acabara pegando seu rumo e ela ficara com o pai. Ganhara muito presente na época da separação, até parecia Natal: trem elétrico, oito bonecas, bicicleta com farol, mobília de quarto nova, vestidos de toda espécie. Não entendia porque lhe davam tanta coisa. Não queria nada, só vê-los juntos. Isto não ganhara. Tinha certeza de ter feito apenas esse pedido, mais nenhum.

III

- “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. - Assim como era no princípio, é agora e sempre...
Sempre assim. Aros e raios da cadeira luziram ao sol do meio-dia. O médico dissera que ficaria sempre assim, as pernas sem movimento.
“Sempre” devia ser muito tempo porque mamãe começara a chorar perdidamente.

Às vezes, tinha vontade de perguntar quando é que ia poder correr como as outras meninas, mas ficava calada. Talvez fizesse mamãe chorar, e não queria isto. Ela já vivia tão triste, todo dia de olhos vermelhos.

A freira aproximou-se. Quis saber se estava rezando. Ergueu o rosto ingênuo e não respondeu. Rezar era bom para as outras crianças que tinham brincado e pulado. Enquanto rezavam descansavam das correrias. Mas ela, sentada sempre naquela cadeira de rodas, não tinha do que descansar...
––––––––––––––––-
Escritora paulista, várias vezes premiada, membro da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores. Componente da Comissão Julgadora do X Concurso de Literatura, evento integrante da “Maratona Cultural ACESC 2009”, realizado em 22.06 no Club Athletico Paulistano.

Fonte:
Do livro de contos “Bandido”; Disponível em http://dentistasescritores.blogspot.com/2009/07/tres-preces-conto.html

José Roberto de Melo (Enedina)

Sessenta anos são passados e esta história ainda me emociona...

Enedina era mocinha e trabalhava na casa de minha mãe como arrumadeira. Era uma graça!

Eu tinha mais ou menos a sua idade e ela me contava a história dos seus amores com o rapaz que tocava trombone na banda local.

Eu conhecia o moço, e lembro que achava esquisito que ele tivesse sardas. Na época pensava que sarda fossem coisa apenas de mulher.

Me parecia um amor muito puro e que devia ir para um casamento feliz. Mas existia uma tia com quem Enedina vivia, que achava que músico era vagabundo e era melhor casar com o eletricista cinquentão, feio, mas que emprestava dinheiro a juros aos colegas da usina onde trabalhava.

E ainda se comentava que ele tinha um hálito pestilento de uma doença crônica que não sei qual era.

Para a tia isto contava ponto: Enedina podia ser uma viúva remediada mais cedo.

A vontade da velha prevaleceu: casaram a moça com o velhote. E como não podia deixar de ser, não foram felizes.

O tocador de trombone continuou a ser amado e a juventude cultiva afoitezas.

Logo contaram ao marido que o músico andava rondando a sua casa, meio afastada junto de uma turbina geradora de energia, à margem do rio.

Uma mangueira frondosa, na frente da residência, escondia os amantes. E foi justamente ali que o marido traído os surpreendeu.

Partiu para o rapaz de foice em punho e desfechou uma foiçada que daria para degolar um batalhão inteiro. Tão forte que o moço desviou-se e o mortífero instrumento cravou-se profundamente no tronco da árvore.

O velhote teve dificuldade para retirá-lo, e o moço teve tempo de fugir. Enedina também desapareceu.

Consta que os amantes embarcaram no trem na manhã seguinte, partindo para uma vida nova. Que não sei se foi feliz...

Na vila comentava-se que o marido tinha procurado se aconselhar com seu chefe de sessão, sobre a possibilidade de ir procurar Enedina, mas o superior, homem de muito saber, tinha lhe recomendado:

- Se aquiete, criatura. Quem não tem competência, aguenta a galha calado.

Não parece uma daquelas histórias d’A vida como ela é, de Nelson Rodrigues?
––––––––––––
José Roberto de Melo é Presidente de Honra e Orador Oficial da SBDE – Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores. Possui o blog http://melo28.blog.uol.com.br/

Fonte:
Jornal da Sociedade Brasileira de Dentistas Escritores, out 2010.

Literatura de Cordel no Ponto de Leitura no Maurílio Biagi (Ribeirão Preto)

Domingo com fotografia, dança, palestra com
Eliane Ratier e muita literatura de cordel
Programação vai reunir escritores, contadores e histórias, dançarinos e fotógrafos. Haverá ainda leitura e distribuição de poemas de cordel

O Instituto do Livro e a Secretaria Municipal da Cultura elaboraram uma programação especial para este domingo, dia 10, no “Ponto de Leitura”, instalado no Parque Maurílio Biagi, região central da cidade. A iniciativa “Autor no Parque” receberá a escritora Eliane Ratier, que se apresentará com convidados.

O poeta e trovador Nilton Manoel, fará leitura de poemas de cordel. Além disso, ele irá presentear o público com seus poemas durantes as atividades culturais no Maurílio Biagi. A Tenda dos Contadores de Histórias está preparada para levar muitas histórias infantis às crianças. Esse trabalho estará a cargo das monitoras Cassiana de Freitas e Adriana Paim.
O Grupo “Amigos da Fotografia” também estará realizando as suas tradicionais aulas de fotografia no “Ponto de Leitura”. Haverá ainda números de dança com Grupo de Dança da Escola Raquel Elem.

O Ponto de Leitura funciona das 9 às 13 horas com troca de livros, atividades culturais e muita leitura

Fonte:
Nilton Manoel

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.14)

Trova do Dia

Este perdão que me negas
por “um nada” que te fiz,
é mais um cravo que pregas
na cruz de um peito infeliz!
THALMA TAVARES/SP

Trova Potiguar

Se o homem pra ser honrado
não pode olhar pra mulher,
quero ser desmantelado
do jeito que o diabo quer!
HELIODORO MORAIS/RN

Uma Trova Premiada

1994 ; Nova Friburgo/RJ
Tema : “LIVRE” ; 2º Lugar

Garganteando, diz o João
que, em seus tempos de tenente,
já fez correr Lampião...
Só não diz quem foi na frente!
PEDRO ORNELLAS/SP

Uma Trova de Ademar

Trabalho só é bacana
se tiver, por sua vez,
uma folga por semana
e férias de mês em mês!
ADEMAR MACEDO/RN

...E Suas Trovas Ficaram:

Casa em março Ester Macedo
e em julho é mãe... Ora, o alarde!
O filho não veio cedo,
o esposo é que veio tarde...
BELMIRO BRAGA/MG

Uma Estrofe

A visão, a audição,
os dias da existência,
o dom da inteligência
e os dedos de cada mão;
a terra que dá o grão
que é para gente comer;
a água pra se beber,
tudo é de Deus um presente,
e muitas vezes a gente
nem lembra de agradecer.
(Geraldo Amâncio/CE)

Um Soneto

Sônia Sobreira/RJ
SONHO.

Sonho que sou a grande poetisa,
alguém que rima versos com mestria,
que só fala de amor e profetisa,
um mundo melhor cheio de poesia!

Sonho que uma ilusão se concretiza
no olhar e em cada riso de alegria,
que a chuva cai e sobre mim desliza
no mais perfeito instante de harmonia.

Eu sonho ser alguém que ainda insiste
na procura do belo que persiste
em meus sonhos, que espero não ter fim.

Mas, quando acordo, sinto os meus cansaços,
meus sonhos desvanecem nos meus braços
e partem para bem longe de mim!

Fonte:
O Autor