quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 442)



Uma Trova Nacional

É com olhos inocentes
que nos vê toda criança;
do futuro são sementes,
recheadas de esperança.
–MIFORI/SP–

Uma Trova Potiguar


Sem passado e sem futuro,
a criança abandonada
vive num mundo obscuro,
sem esperança de nada...
–JOAMIR MEDEIROS/RN–

Uma Trova Premiada
2006 - São Paulo/SP
Tema: RESPEITO - Venc.


Desavenças de rotina;
palavras duras ao leito
o casamento termina
quando termina o respeito!
–SELMA PATTY SPINELLI/SP–

Uma Trova de Ademar

Confesso: tenho esperanças,
antes de ficar senil,
de ver, nas mãos das crianças,
o Progresso do Brasil!
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Rezar é belo, criança,
não há mistério na prece...
Deus dá o pão da esperança
Enquanto o trigo não cresce!...
–ADELIR MACHADO/RJ–

Simplesmente Poesia

M O T E :
ADELMAR TAVARES/PE


É nossa alma uma criança,
que nunca sabe o que faz,
quer tudo que não alcança,
quando alcança, não quer mais.

G L O S A:
GILSON MAIA/RJ

É nossa alma uma criança,
vive no mundo dos sonhos.
Busca o amor, busca a esperança,
mesmo em caminhos tristonhos.

Meu coração, coitadinho,
que nunca sabe o que faz,
quer teu amor, teu carinho,
desde os tempos de rapaz.

Meu pensamento balança,
das paixões, aos vendavais.
quer tudo que não alcança,
por isso eu sofro demais.

Sobe o alpinista, procura
sucessos eventuais.
Busca o pico com bravura,
quando alcança, não quer mais.

Estrofe do Dia

Ao despertar deste ano
Uma vontade me veio
Do ar... do céu... do oceano...
De Deus, na verdade, veio,
De falar sempre do amor,
Sem preconceito, qual for,
Falar de um amor sublime,
Visando a paz das pessoas,
Falando de coisas boas,
Do grande amor que redime.
–RAIMUNDO SALLES BRASIL/BA–

Soneto do Dia

A Fome
–NILTON MANOEL/SP–


Pobre carrega em seu triste fadário
angústias amargas, broncas e pesares,
enquanto os barões arrotam pelos ares
que a inflação engorda em face do salário.

e o artesão da pátria, escravo do patrão,
com medo da fome que o leve a miséria,
mantém-se de pé, a morte é bem mais séria,
são juros e juras na hora do caixão

e pelos palanques, um tribuno eterno
na fome do voto em promessa, arrepia,
a vida do pobre em quimeras do inferno;

sem leite, sem pão, pagando a moradia,
devendo no empório os seus dias tristonhos,
o que pode ser quem não pode ter sonhos?

--
Fonte:
Textos e imagem enviados pelo Autor

Guerra Junqueiro (Como um Camponês Aprendeu o Padre-Nosso)

Tinha um coração duro, e não era esmoler. Foi-se confessar uma vez, e o confessor deu-me por penitência rezar sete vezes o Padre-Nosso.

– Não o sei, e nunca o pude aprender, respondeu o aldeão.

– Pois nesse caso, tornou o confessor, imponho-te por penitência dar a crédito um alqueire de trigo a todas as pessoas que te forem pedir da minha parte.

No dia seguinte de manhã apresentou-se o primeiro pobre.

«Como te chamas? perguntou-lhe o camponês.»

«Padre – Nosso – Que – Estais – No – Céu, respondeu o pobre.»

«E o teu apelido?»

«Seja – Santificado – O – Vosso – Nome.»

E o pobre foi-se embora com o seu alqueire de trigo.

Ao outro dia chega segundo pobre.

«Como te chamas?»

«Venha – A – Nós – O – Vosso – Reino.»

«E o teu apelido?»

«Seja – Feita – A – Vossa – Vontade.»

E partiu com o seu alqueire de trigo.

Veio terceiro pobre.

«Como te chamas?»

«Assim – Na – Terra – Como – No – Céu.»

«E o teu apelido?»

«Dai-nos – Hoje – O – Pão – Nosso – De – Cada – Dia.»

E levou o seu alqueire.

Vieram ainda dois pobres sucessivamente, e passou-se tudo da mesma forma até chegar ao Amém.

Pouco tempo depois o confessor encontrou o aldeão.

– Então já sabes o Padre-Nosso?

– Não, senhor cura, sei só os nomes e apelidos dos pobres a quem emprestei o meu trigo.

– Quais são? tornou o padre.

E o aldeão enumerou-mos a seguir, e pela ordem em que cada um se tinha apresentado.

– Já vês, disse o confessor, que não era muito difícil aprender o Padre-Nosso, porque já o sabes perfeitamente.

Fonte:
Guerra Junqueiro. Contos para a infância.

Monteiro Lobato (Reinações de Narizinho) O Irmão de Pinóquio – IV – A zanga de Emília

Narizinho foi espiar o que Emília estava fazendo. Encontrou-a no cantinho da sala onde era o seu “quarto”, muito atarefada em botar os seus vestidos e brinquedos nas caixas de papelão que lhe serviam de mala. Mas notou que Emília só botava os vestidos e brinquedos que ela, Narizinho, lhe havia dado. Os outros, dados pela negra, jaziam no chão, amarrotados e pisados aos pés. Emília estava seriamente ofendida e sem dúvida nenhuma preparava-se para alguma viagem. Ia arrumando as malas, ao mesmo tempo que dialogava com o cavalinho.

— Não é à-toa que ela é preta como carvão.

— ?

— Mentira de Narizinho! Essa negra não é fada nenhuma, nem nunca foi branca. Nasceu preta e ainda mais preta há de morrer.

— ?

— Boa? Está muito enganado. Mais malvada que ela só o Barba Azul. Você é porque é novo nesta casa e não a conhece. Tia Nastácia não tem dó de nada. Pega aqueles frangos tão lindos e — zás! torce-lhes o pescoço. Mata patos, mata perus, mata camundongos — não há o que não mate. Outro dia, no Natal, a diaba assassinou um irmão de Rabicó, tão bonitinho! Pegou naquela faca de ponta que mora na cozinha e — fugt! enfiou dentro dele, até no fundo. E pensa que foi só isso? Está enganado! Depois pelou o coitadinho numa água fervendo e assou o coitadinho num forno tão quente que nem se podia chegar perto.

— ?

— Como não? Você não é melhor do que os frangos, perus e leitões. Essa é uma das razões porque quero ir-me embora: para tira-lo daqui antes que a malvada o mate e asse no forno. Que pena não ser você grande como o cavalo de Tróia!...

— ?

— Para quê? É boa. Para dar um coice de Tróia no nariz dela.

Nesse ponto Narizinho, que estava escondida a escutar o diálogo, apareceu.

— Que é isso, Emília? Parece louca!...

— É que estou arrumando minhas malas para me mudar desta casa. Não gosto de velhas, nem brancas nem pretas.

— Ir para onde, boba? Pensa que é só ir saindo?

— Vou para a casa do Pequeno Polegar. Quando lhe dei de presente o pito de barro, ele me disse: “Muito obrigado. Dona Emília. Tenho lá uma casa às suas ordens. Apareça.” Chegou o dia. Vou aparecer e ficar morando lá.

— E você pensa que cabe na casinha do Pequeno Polegar? Já se esqueceu, boba, de que ele é deste tamanhinho?

Emília pôs o dedo na testa, refletindo. Afinal caiu em si e viu que realmente seria uma grande asneira. se mudasse para a casa do Pequeno Polegar, teria, sem dúvida, de ficar no terreiro e dormir ao relento, com perigo de ser atacada por quanta coruja e morcego existirem no mundo. E como tinha medo horrível de morcegos e corujas, resolveu ficar.

— Nesse caso fico, mas você há de me dar um vestido novo, de seda, com um laço de fita aqui e um babado. Dá?

— Dou, diabinha, dou. Mas com uma condição!...

— Qual é?

— Fazer as pazes com tia Nastácia. A coitada está lá na cozinha chorando de arrependimento de haver ameaçado você com palmadas.

A cólera de Emília já havia passado, cedendo lugar a sentimento muito mais rendoso. Por isso tratou imediatamente de tirar vantagem da situação, pedindo uma coisa que era o seu encanto.

— Só se ela me der aquele alfinete de pombinha que você sabe.

— Dá, sim. Eu digo a ela que dê e ela dá.

— Neste caso, fico de bem com ela outra vez. Aquele alfinete andava deixando Emilia doente. Era um alfinete do tempo de dantes, que já não se encontra em loja nenhuma de hoje. De aço azul, tendo em vez de cabeça uma pombinha de vidro colorido. Tia Nastácia possuía três, um de pombinha azul, outro de pombinha verde, outro de pombinha carijó. Era este o que Emília queria — mas queria desesperadamente, como nunca neste mundo uma boneca quis qualquer coisa.
––––––––––––––

Continua… V – João Faz-de-Conta

Fonte:
LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. Col. O Sítio do Picapau Amarelo vol. I. Digitalização e Revisão: Arlindo_Sa

Casa do Editor (Publique sua Obra)

Prezado Autor,

Quer aumentar suas chances de ver sua Obra publicada? Então mude sua estratégia. A evolução e a inovação digital lhe permitem divulgar sua obra a centenas de editoras ao mesmo tempo sem sair de casa e sem ter de ficar telefonando para as editoras perguntando se elas publicam obras do mesmo Gênero Literário que o seu.

Conheça o site Casa do Editor. Um site cuja proposta é revolucionar, com uma metodologia inédita, a comunicação do autor com o editor, e vice-versa. No portal Casa do Editor o autor poderá, por um pequeno valor anual ou semestral, divulgar suas obras não publicadas à centenas de editoras; em breve serão milhares.

Nossas pesquisas confirmam que o autor, ao anexar sua obra para divulgá-la no website Casa do Editor, as chances de encontrar uma editora para publicar sua obra aumentam em 11 (onze vezes), se comparado a outros sites e ao método tradicional de envio de obras. Além disso, o valor da Assinatura Anual no portal Casa do Editor equivale a apenas 8% do valor gasto, anualmente pelo autor, com o envio de cópias da obra às editoras pelo método tradicional.

A maneira tradicional de o autor se comunicar com o editor, e vice-versa, é extremamente falha, pois eles se comunicam somente no nível de Categoria de Gênero; por esse motivo, apenas 2% de obras são publicadas. O website Casa do Editor entra a fundo nessa comunicação.

Acesse o portal Casa do Editor, veja Como Funciona e cadastre-se.
www.casadoeditor.com.br

QUEM É A CASA DO EDITOR

Este site é uma ferramenta de extrema ajuda ao Autor em sua difícil tarefa de publicar sua Obra. O objetivo da Casa do Editor é conectar o Autor com a Editora, facilitando, e muito, para ambos, a concretização de seus sonhos, ideais e realizações. Portanto, a Casa do Editor é uma vitrine para sua Obra, expondo-a aos Editores e intermediando o contato entre ambos.

O Autor, ao cadastrar sua Obra no Banco de Dados da Casa do Editor, estará disponibilizando-a a milhares de Editoras do Brasil e de Portugal (tal quantidade de Editoras é o nosso objetivo a ser atingido em curtíssimo prazo). Após cadastrar-se, o Autor irá informar o Gênero de sua Obra, bem como a Categoria de Gênero e suas Subcategorias, seu Resumo Biográfico, dentre outros dados, facilitando a localização de sua Obra pelas Editoras que publicam Obras do seu Gênero.

O Editor, ao cadastrar-se, gratuitamente, na Casa do Editor, terá em mãos uma poderosa ferramenta de Busca avançada que o ajudará em sua difícil tarefa de encontrar Obras que se enquadram em sua Linha Editorial (Gênero de Publicação). Ao pesquisar uma Obra por Gênero, por Categorias de Gênero e suas Subcategorias, em seus quatro níveis de pesquisa, o Portal Casa do Editor mostrará as Obras que realmente se enquadram em sua Linha Editorial, proporcionando economia de tempo e de dinheiro às Editoras.

A Casa do Editor é uma ferramenta extremamente segura, útil e eficaz para Autores de todos os Gêneros literários existentes. É simples, fácil e barato fazer parte deste site, cujo objetivo é tornar-se o maior e melhor Portal do gênero no Brasil e no exterior.

São mais de 50 mil Categorias e Subcategorias de Gêneros literários. Nosso objetivo é ter no Banco de Dados da Casa do Editor mais de 100 mil Categorias e Subcategorias de Gêneros, pois o Autor, ao cadastrar sua Obra, se ela não se enquadrar em uma das Categorias de Gêneros e em suas Subcategorias, ele terá a liberdade de criar uma nova Categoria ou Subcategoria. Portanto, a Casa do Editor será um site inteligente, pois cada nova Categoria de Gênero e/ou Subcategoria inserida pelo Autor, ou pelo Editor, ela passa a fazer parte do Banco de Dados de Categorias de Gêneros da Casa do Editor.

Além de Autores e Editoras, o Distribuidor de livros e o Livreiro também terão acesso ao site. Ao cadastrar-se gratuitamente, o Distribuidor e o Livreiro estarão se mostrando às Editoras e aos Autores. As Editoras também terão acesso à relação de Distribuidores e Livreiros de todo o País.

Por um pequeno valor semestral ou anual, o Autor se conectará ao mundo editorial, ganhando tempo, economizando dinheiro e aumentando, em muito, suas chances de publicar sua Obra. Editoras, Distribuidores e Livreiros terão acesso gratuito à Casa do Editor.

Clique em Como Funciona e conheça o funcionamento deste site. Cadastre-se já e usufrua dos benefícios que a Casa do Editor lhe proporcionará!

Quem somos

Nós somos um grupo composto por dois Escritores e um Editor. Todos com uma vasta experiência no ramo literário brasileiro.

Cientes das dificuldades que tanto o Autor quanto o Editor enfrentam para publicar uma Obra, trabalhamos arduamente durante dois anos para oferecer uma forma eficaz de comunicação entre Autores e Editores.

Visando facilitar e intermediar o casamento entre Autor e Editor, desenvolvemos uma forma inédita de comunicação entre ambos. Essa comunicação, viabilizada por intermédio do site Casa do Editor, dará uma grande contribuição à Literatura brasileira, bem como à estrangeira. Veja maiores detalhes em Como Funciona.

A Casa do Editor pertence à Editora Leste Minas Ltda.

Prezado Autor,

Ao Anexar uma Obra no Portal Casa do Editor, ela ficará disponível para ser vista e acessada pelas Editoras que publicam Obras cujos Gêneros são os mesmos de sua Obra. Logo ao Anexar uma Obra na Casa do Editor, e assim que você escolher as Categorias de Gêneros, o sistema faz a busca de Editoras cujos Gêneros se enquadram os Gêneros de sua Obra e, automaticamente, envia um e-mail para as Editoras comunicando que uma Obra anexada no site se enquadra na Linha Editorial delas.

Ao cadastrar-se, você, após fazer o pagamento da Opção de Divulgação escolhida (se Anual ou Semestral), suas Obras poderão ser anexadas no Banco de Dados da Casa do Editor para serem acessadas por milhares de Editoras do Brasil e de Portugal cadastradas neste site (tal quantidade de Editoras é o nosso objetivo a ser atingido em curtíssimo prazo). São quatro os tipos de Obras que podem ser anexadas no Banco de Dados da Casa do Editor, a saber:

Livro, Texto Avulso, Intenção, Coletânea

Intenção é se você tem um plano concreto de escrever determinada Obra e está à procura de uma Editora que banque a publicação. Coletânea é um Livro normalmente composto por um conjunto de contos, crônicas, poemas, poesias, etc. Coletânea deverá ser usada também por aqueles escritores que desejam divulgar na Casa do Editor um conjunto de Obras ou uma Coleção.

Para anexar uma Obra, basta entrar com seu login e sua senha e, depois, clicar no botão Obras. Em seguida, você deverá escolher o Tipo de Obra e assinalar o Tema de Gênero, a Categoria de Gênero e suas Subcategorias.

Dividimos os Gêneros em onze Temas para facilitar o enquadramento de sua Obra nos devidos Temas, bem como para facilitar, também, a Busca de Obras feita pelas Editoras. São eles:

Temas de Gêneros:
01 Ficção
02 NF: Ciências Biológicas e Naturais
03 NF: Ciências da Saúde
04 NF: Ciências Exatas e Aplicadas
05 NF: Ciências Humanas e Sociais
06 NF: Diferenciados
07 NF: Gêneros Clássicos
08 NF: Incomuns
09 NF: Pseudociências e Religiões
10 NF: Textos Avulsos
11 NF: Coletânea

A Casa do Editor lhe oferece quatro níveis de Gêneros, por Categorias de Gêneros e suas Subcategorias, a saber:
1º nível: Categorias de Gêneros
2º nível: Subcategorias da Categoria de Gêneros (ou Subcategoria 1)
3º nível: Subcategorias de Subcategorias da Categoria de Gêneros (ou Subcategoria 2)
4º nível: Subcategorias de Subcategorias da Categoria de Gêneros
acrescentada pelo Autor e/ou pelo Editor quando ela não existir (ou Subcategoria 3)

Para que sua Obra fique acessível à Busca Avançada feita pela Editora nos quatro níveis de Categorias de Gêneros, você deverá escolher e assinalar a Categoria de Gênero no 1º nível, e as Subcategorias no 2º nível, no 3º e no 4º nível. Se a Subcategoria 1, ou 2 ou 3 estiver em branco, você pode fazer a inserção digitando a Subcategoria quando for Anexar a Obra.

Se você escolher e assinalar os quatro níveis, sua Obra estará disponível para que as Editoras a busquem no 1º, no 2º, no 3º e no 4º nível. Dessa forma, uma Editora poderá encontrar, em segundos, sua Obra, se ela se enquadrar na Linha Editorial da Editora.

Vamos dar um exemplo de como funciona o Banco de Dados da Casa do Editor:
Gênero: NF
Tema: Ciências da Saúde
  Categoria de Gênero: Medicina: ........................... 1º nível
  Subcategoria 1: ................. Endocrinologia: .……..... 2º nível
  Subcategoria 2: ...................................... Diabetes: ... 3º nível
  Subcategoria 3: ............................................... Outra . 4º nível

Se um Autor escreveu uma Obra sobre cura do Diabetes, então ela deverá ser divulgada na Casa do Editor exatamente como o exemplo acima. Se um Editor está buscando uma Obra sobre cura do Diabetes, a encontrará, em segundos, se ela estiver divulgada no Banco de Dados da Casa do Editor. Então, no exemplo acima, o Gênero é Não Ficção, o Tema é Ciências da Saúde, a Categoria de Gênero é Medicina (nível 1), a Subcategoria 1 é Endocrinologia (nível 2), a Subcategoria 2 é Diabetes (nível 3) e a Subcategoria 3 é Cura (nível 4).

Se uma Editora fizer uma Busca de Obras apenas no 1º nível, ou seja, apenas no nível da Categoria de Gênero Medicina no Tema Ciências da Saúde, todas as Obras que se enquadram neste Tema e na Categoria de Gênero Medicina serão mostradas à Editora. A Editora tem a opção de escolher até que nível ela deseja realizar a Busca de Obras.

Se você tiver dificuldades em encontrar uma Categoria de Gênero ou uma Subcategoria, então deverá utilizar o sistema de Busca de Categoria ou de Subcategoria na Página Principal.

O Autor poderá, ao anexar sua Obra, escolher até três Temas, até três Categorias de Gêneros e suas Subcategorias 1, 2 e 3. Dessa forma, as chances de uma Editora encontrar sua Obra serão onze vezes mais do que no metódo tradicional.

Com certeza, as chances de uma Editora encontrar sua Obra e publicá-la serão muito maiores, pois a Casa do Editor, com seu Sistema, resolveu um enorme problema de comunicação que sempre existiu entre o Autor e o Editor, ou seja, o Editor tem sua Linha Editorial, mas dificilmente encontra o Autor cuja Obra se enquadra exatamente em sua Linha Editorial porque a comunicação entre ambos ficava apenas no 1º nível, ou seja, apenas no âmbito de Categoria de Gênero.

Significado e função dos botões da Página Principal do website Casa do Editor:
1. INÍCIO: quando você estiver navegando no site e desejar voltar à página ou tela inicial, clique neste botão.

2. QUEM SOMOS: uma breve apresentação do Portal Casa do Editor, bem como informações sobre os criadores do site.

3. COMO FUNCIONA: esta página tem como objetivo principal explicar a cada um dos quatro tipos de usuários do site o funcionamento da inédita e revolucionária forma de comunicação do Autor-Editor, e vice-versa.

4. NOTÍCIAS: sempre que houver uma notícia de destaque e que seja interessante aos usuários do Portal Casa do Editor, ela será divulgada nesta página. Você terá à sua disposição, também, as notícias já divulgadas.

5. DEPOIMENTOS: qualquer um dos quatro tipos de usuários do site poderá dar seu depoimento, fazer sua crítica, dar sugestões, etc. Mas, para tanto, deverá estar logado no site.

6. CONTATO: use este botão para entrar em contato com a equipe do Portal Casa do Editor.

7. CADASTRE-SE: ao clicar neste botão, outros quatro botões serão exibidos para cada um dos quatro tipos de usuários do site fazer seu cadastramento.

8. DÚVIDAS: esta página esclarece as dúvidas frequentes dos Autores, Editores, Distribuidores de livros e Livreiros.

9. RELAÇÃO DE:
a) Autores: exibe o número de Autores cadastrados no website Casa do Editor. Ao clicar neste botão, o usuário ou visitante terá disponível a relação, em ordem alfabética, de todos os Autores cadastrados no site.

b) Obras: exibe o número de Obras cadastradas no website Casa do Editor. Ao clicar neste botão, o usuário ou visitante terá disponível a relação, em ordem alfabética, de todas as Obras divulgadas no website Casa do Editor.

c) Editoras: exibe o número de Editoras cadastradas no website Casa do Editor. Ao clicar neste botão, o usuário ou visitante terá disponível a relação, em ordem alfabética, de todas as Editoras cadastradas no site, bem como sua Linha Editorial.

d) Distribuidores: exibe o número de Distribuidores cadastrados no website Casa do Editor. Ao clicar neste botão, o usuário ou visitante terá disponível a relação, por Estado, de todos os Distribuidores de livros cadastrados no Portal Casa do Editor, bem como o endereço, o telefone, o e-mail, dentre outros dados.

e) Livreiros: exibe o número de Livreiros cadastrados no website Casa do Editor. Ao clicar neste botão, o usuário ou visitante terá disponível a relação, por Estado, de todos os Livreiros cadastrados no Portal Casa do Editor, bem como o endereço, o telefone, o e-mail, dentre outros dados.

10. APLICATIVOS GRÁTIS: o Portal Casa do Editor oferece, gratuitamente, dois testes muitíssimos interessantes aos usuários cadastrados e aos visitantes. Faça-os, e você verá!

11. PRESTADORES DE SERVIÇOS: ao clicar neste botão, o usuário terá acesso ao nome, ao telefone e ao e-mail dos quatro tipos de prestadores de serviços na área da literatura, a saber: Ilustradores e Capistas, Revisores, Tradutores e Agentes Literários.

12. OBRAS PUBLICADAS: esta página mostra todas as Obras publicadas por intermédio do Portal Casa do Editor.

Nota:
Se você usa o Firefox anterior à versão 4, atualize seu Firefox para a versão 4 ou superior.

Seja bem-vindo à Casa do Editor. Quaisquer dúvidas clique no botão Autores em Dúvidas. Se persistirem dúvidas, clique no botão Contato e informe suas dúvidas. Estaremos ao seu inteiro dispor.

Atenciosamente,

Casa do Editor

Fonte:
Dados enviados pela Editora Leste Minas e obtidos no site da Casa do Editor

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Paraná em Trovas Collection - 35 - Olga Agulhon (Maringá/PR)


Thaty Marcondes (Crônica do vento)

Hoje o vento não sussurra. Também não afaga as folhas das árvores do jardim, nem refresca a grama seca pela estiagem e pela geada que a castigou neste inverno seco. Hoje o vento não uiva como os lobos. Sinto que o vento, hoje, está triste. Ouço o seu lamento melancólico, um pouco desafinado - perdeu o tom, o coitado.O vento hoje está lacrimoso, como se levasse suas mágoas a varrer o mundo, espalhando seu canto desencontrado. Talvez esteja se despedindo. Talvez o verão esteja expulsando-o daqui, e ele teima em não partir, pois ele sabe que partir é triste! Talvez por isso, esse lamento fantasmagórico e assustador, como as almas perdidas chorando a vida que não puderam levar consigo, assim como seus pertences. Por que ele sabe que partir, às vezes, é o mesmo que morrer! O vento hoje está frio, gélido, morto.

Fonte:
Garganta da Serpente. Contos do Coral.
Imagem = http://gifsanimadoscarlos.blogspot.com

Nilto Maciel (O Bom Selvagem) 1a. Parte

(novela integrante do livro Vasto Abismo)

PRESENTE

As noites aqui no Boqueirão já foram mais alegres. Agora nem saio mais de casa. Se há luar, olho para o céu, feito poeta de antigamente. Porém, não dura um minuto sequer meu namoro com as estrelas. E volto ao caderno, onde escrevo em minha língua a História do Brasil. É uma tradução apenas.

Quem me encarregou dessa missão foi padre Tonelli. Quer ensinar aos bororo a História do Brasil. Já ensina português, aritmética, geografia, religião. A católica, logicamente.

Padre Tonelli é meio esquisito. Diz que índio deve continuar índio, preservar suas tradições. Sobretudo sua língua. Mas deve renegar alguns costumes. Como o de viver nu.

Não sei mais viver nu. Além do mais, todos por aqui usam roupas. Mesmo os índios mais atrasados. Os padres da Missão não permitem a nudez. Chamam de pecado. E chamam a Missão de Colônia.

Tudo mudou muito em minha vida. Primeiro mudou meu nome. De Bokodori passei a Daniel Álvares. Deixei a aldeia indígena, um amontoado de cabanas de palha, e fui viver no meio dos brancos.

Hoje sou de novo um bororo, um selvagem. Ninguém me aceitaria de paletó e gravata, falando português, andando pelas ruas das grandes cidades, dentro de automóveis.

O padre missionário, no entanto, não se cansa de querer me desfigurar. Devo voltar a ser professor. Esquecer os dissabores. Levar uma vida cristã e moderna. Educar os filhos, viver em paz com Lucina.

Não quero desgostar padre Tonelli. Vou cumprir minha promessa, traduzir para o bororo o livro de História. Ele é um homem de bom coração. E me trata com muito respeito e amizade.

Deixarei de lado este caderno e dedicarei algumas horas à tradução. Aos heróis portugueses e seus descendentes. Os matadores de índios.

ANTEPASSADOS

Minha tarefa estou para concluir. Mais algumas páginas, nomes, datas, fatos, e fim. Aliás, o autor devia ter ficado por aqui. O resto está tão recente que nem devia ter sido escrito. A história de um país é diferente da história de uma pessoa. Na minha vida, por exemplo, 17 anos valem muito. Na de um país são migalha. Eu mesmo não me lembro de nada muito importante ocorrido aqui nos últimos tempos. Comigo, sim, aconteceram coisas para lá de desastrosas. E é disso que vou tratar agora. Deixarei de lado essa História do Brasil e me voltarei para mim mesmo. Ora, sou mais importante para mim do que esses marechais.

Aprendi um pouco de tudo. Aprendi caminhos desconhecidos. Aprendi, sobretudo, que o sonho passa por nós feito nuvem. E emigra para longe, na eterna correria do tempo.

Aproveitando o método do livro que traduzo, relembrarei tudo, desde meu nascimento.

O Brasil – diz o livro – nasceu dos portugueses. Já eu, embora brasileiro, não venho de portugueses. Meus pais eram bororo, que viviam aqui muito antes de o Brasil nascer. Engraçadíssima essa história! Em compensação, só tenho a idade da República. Antes de mim houve o Império. Anteriores a este, porém, são meus avós.

Para falar de mim, devo começar lembrando meu povo. Só assim os leitores – pois pretendo publicar isto um dia – poderão me entender melhor.

Contam os mais velhos terem sido Bacororo e Itubori os primeiros bororo. Foram gerados de um canguçu e uma mulher, viveram inúmeras aventuras na selva, ditaram leis aos homens e animais, tiveram poder sobre todas as coisas, foram príncipes dos bororo, e o serão para sempre.

Meu defunto pai chegou a chefe de tribo, assim como seu pai, etc. E todos muito inteligentes. Conheciam os Tereno, os Botocudo e outros povos. Iam do Paraguai até Goiás, grandes caçadores que eram. E eu herdei tudo isso. Só não sou chefe porque hoje não temos mais tribo. Em compensação, aprendi várias línguas e vivi na Europa. Ouvi falar da teoria quântica e conheci Marconi. Li Rilke e Conrad e vi os quadros de Picasso. Admiro profundamente Einstein e Santos Dumont. Discuti a teoria da deriva continental, em francês, com estudantes parisienses. Hoje me interesso pelos Nêutrons e pelos estudos de John Logie Baird. Seus inventos ainda vão revolucionar o mundo. Quero ler Virgínia Woolf, Pirandello, William Faulkner e ver de perto a arquitetura de Le Corbusier.

Tudo isto, no entanto, de nada me serve. Aliás, se falo de progresso, desenvolvimento, mudança, é por mera vaidade. Ou talvez para não olhar para dentro de mim mesmo e de meu povo. Por isso, me chamam de índio metido a besta. Por outro lado, meus irmãos de sangue me olham com desdém. Tiraram-me de meu mundo e agora vivo isolado, como se fosse estranho a uns e outros. A solidão, essa cadela marcada, me segue os passos. Não sou mais índio, porque me ensinaram a ser europeu, branco, cristão. Não sou europeu, porque nasci índio. Para tentar conciliar as duas situações, ensino aos bororo a língua, a cultura e a História dos brancos. Traduzi do português para o bororo a Bíblia, e agora me dedico a essa estúpida História do Brasil. Desde Pedro Álvares Cabral. De quebra, me deram o nome de Daniel Álvares. A escolha do nome pode ter sido casual. Poderiam me chamar de Pedro Caminha.

Terão tido propósitos de me ridicularizar?

Há quem ainda me chame pelo meu nome indígena – Bokodori. Noto, porém, um certo ar de deboche na pronúncia. Como se quisessem dizer: você é um selvagem, mesmo sabendo falar português e francês.

INFÂNCIA

Passou mais uma noite. Não pude dormir. Revi quase minha vida inteira. Não consigo, no entanto, me lembrar de meus dias mais remotos. Depois de tanto viver, de tanto ouvir e ler, de tanto forçar a memória, é-me impossível reconstruir meu primeiro passado. Confundo-me com personagens de mitos, com outros meninos reais e imaginários, e me represento adulto em tempos de criança.

Há pouco reli trechos da História do Brasil, assim como as páginas que ontem escrevi. Os primeiros me parecem destituídos de vida. As segundas estão incompletas. Não me interessa, porém, dar vida aos capítulos da História, a menos que eu pudesse incluir nela meus antepassados. Mas como, se mal conheci meus pais?

Imaginei minha mãe, viva, tão terra, tão natureza, de repente desesperada. E depois calada, triste e morta. Sigo-lhe o destino, eu que há 36 ou 25 anos sequer supunha um só dia de desespero e solidão. Naquele tempo tudo para mim era festa e eu comemorava até minhas estupefações. Revejo todas as cenas que se seguiram aos primeiros olhares de curiosidades do padre Pittini, às suas primeiras palavras a mim dirigidas. Sua figura alva, bonita, simpática me animou, me fez sonhar mil maravilhas. Meu primeiro desejo foi entender-lhe a fala, o significado dela, traduzir seus gestos, para, em seguida, compreender a razão de tudo – da batina, da cor de sua pele, seus cabelos e olhos, dos seus passos e, sobretudo, do seu interesse por nós e por mim, em particular. Ele me cativou e por mim se enfeitiçou desde o primeiro contato. Conversou comigo, fez-me todas as perguntas do questionário humano e prometia transformar-me num sábio, num salvador ou guia de meu povo. E eu só tinha 11 anos de idade.

Hoje compreendo quase tudo. Eu seria a isca e o modelo, para ser devorado e mostrado. E, mais do que isca e modelo, o boneco bem conservado para as exposições, espécie de atleta ou manequim, objeto de carne e osso, filhote de troglodita transformado em gentleman pelas mãos hábeis e santas do cristianismo. Aprendi a rezar, primeiro como me ensinaram e depois a meu modo. Pura lamentação. Assim: Minha madrinha, Nossa Senhora, tu vês o mundo todo verde, não é? Meus olhos, no entanto, são tão pretos! Ah! Minha Nossa Senhora, pinta meus olhos, que eu quero verdes os dias futuros.

Decorei orações latinas, nomes e vidas de santos, descobri pecados e virtudes e elegi um deus todo-poderoso. Credo in Deum Patrem omnipotentem, creatorem e caeli et terra. Reneguei Ké-Marugodu, o personagem lagarto de uma das principais lendas de nosso povo. Fiz tudo para esquecê-lo. Apagar da memória meu passado de selvagem. E enchi de jactâncias e me cobri de outro nome.
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continua...

Fonte:
Nilto Maciel. Vasto Abismo. Brasília: Ed. Códice, 1998.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 441)

Uma Trova Nacional

Tão fugaz e passageiro,
tal nuvem no firmamento;
foi aquele amor primeiro,
desfeito no pensamento!
–NEMÉSIO PRATA/CE–

Uma Trova Potiguar

Se você fosse uma estrela,
e a nuvem branca seu véu.
Para que eu pudesse vê-la
bastaria olhar o céu!
–WALTER CANUTO/RN–

Uma Trova Premiada


2004 - Taubaté/SP
Tema: SABIÁ - M/H


Oprimido na gaiola,
lamentando a escravidão,
o sabiá cantarola
para o algoz sem coração.
–RUTH FARAH/RJ–

Uma Trova de Ademar

Fiz do quarto um santuário,
pus sua foto no andor
e rezei um novenário
para louvar nosso amor!
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Lamento quem, transtornado
pela treva que o seduz,
olhando o céu estrelado
duvida da própria luz!
–CÍCERO ROCHA/MG–

Simplesmente Poesia

Mote e Glosa:

–ISMAEL GAIÃO/PE–


Vi juízes condenados,
Por atitudes malignas,
Ao seduzirem meninas
Em troca de alguns trocados.
Porém esses magistrados,
Nunca mais irão sofrer,
Pois passaram a receber
Sem prestar nenhum serviço…
Se eu nunca soubesse disso,
Era feliz sem saber.

Corruptos e ilegais,
Com suas fichas extensas,
Vendedores de sentenças,
Pra gangs e marginais.
Ganham doze mil mensais
Só pra viver de lazer
E a gente no desprazer
É quem paga tudo isso…
Se eu nunca soubesse disso,
Era feliz sem saber.

Estrofe do Dia

Igual a um tabaréu
que não sabia de nada,
cheguei na sua calçada
a lua brilhou num véu,
era a kodak do céu
com o filme da paixão
que transmitia um clarão
tirando a foto da gente,
a lua entrou lentamente
nas frestas do barracão.
–VALDIR TELES/PB–

Soneto do Dia

Palavra Morta
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–


Lembrei uma palavra já perdida
nos meandros do tempo. Desgastada,
sumiu nos alfarrábios. Teve a vida
que mereceu e agonizou na estrada.

Se consta de algum livro, esmaecida,
já em pleno desuso, não diz nada.
É como alguém que, aos poucos, se liquida,
depois de uma existência malograda.

Talvez ela inda esteja namorando
a pena de um poeta inexistente
que pudesse tirar-lhe alguns efeitos,

ou, quem sabe, em antigo memorando
que daria registro, incontinenti,
aos poemas que nunca foram feitos.

Fonte:
Textos enviados pelo Autor

Guerra Junqueiro (Contos para a Infância: A Criança, O Anjo e a Flor)

Quando uma criança morre, vem um Anjo do Céu, toma-a nos braços, e desdobrando as asas imaculadas, voa por cima dos sítios que ela amou durante a sua pequenina existência; de quando em quando desce o Anjo a colher flores, que leva a Deus, para que desabrochem no Paraíso mais belas ainda do que tinham sido na Terra. Deus aceita as flores, escolhe uma delas, toca-a nos lábios, e a flor escolhida, adquirindo voz imediatamente, começa a cantar os coros maviosos dos bem-aventurados.

Ora escutai o que disse o Anjo a uma criança morta, que levava nos braços. Pairou primeiro com ela sobre a casa da sua meninice e ao depois sobre um jardim balsâmico, estrelado de flores.

– Qual é a flor que desejas cultivar no Paraíso? interrogou o Anjo.

Havia nesse jardim uma roseira, que fora desempenada, vigorosa, magnífica; mas quebraram-lhe o pé, e todos os ramos, cheios de botõezinhos, lindíssimos, vergavam estiolados para o chão.

– Infeliz roseira! disse a criança ao Anjo;, vamos nós buscá-la, a ver se pode florir no Paraíso.

O Anjo obedeceu e beijou a criança. Colheram muitas flores, boninas humildes e violetas silvestres.

Acabara a colheita e não voavam ainda para Deus. Já era de noite e pairavam por cima de uma grande cidade. Atravessaram uma das ruas mais estreitas, cheia de cacos de louça, de vidros partidos, de farrapos, de toda a casta de imundície. Entre esses escombros distinguiu o Anjo uni vaso de flores com a terra dispersa no chão, onde se viam as longas raízes de uma flor dos campos, meio estiolada; lançaram-na para ali, como coisa morta.

– Merece a pena erguê-la, disse o Anjo; levemo-la, e pelo caminho, voando, te contarei a história desta flor. Lá ao fundo, lá ao fundo, naquela rua estreita e tortuosa, morava um pequerrucho, uma criança miserável e doente. Quando se sentia melhor, o mais que podia era passear de muletas ao longo do seu pequenino quarto. Nalguns dias de Verão, os raios do Sol visitavam-lhe a alcova, durante meia hora. Então o menino sentado à janela, aquecido ao sol, imaginava-se vagueando pelos campos: não conhecia dos bosques, da fresca verdura da Primavera, senão o ramo de faia, que urna vez o filho do vizinho tinha colhido para ele. Suspendia por cima da cabeça o ramo verdejante, e, supondo-se abrigado do sol debaixo das árvores, sonhava, enlevado com o doce canto doe passarinhos. Um dia, o pequeno do vizinho trouxe-lhe flores, e por acaso entre elas havia uma com raízes; plantou-a num vaso e pô-lo à varanda. A flor plantada por mão inocente cresceu, cresceu, e todos os anos desabrochava em novas flores. Era o seu jardinzinho, o seu único tesouro neste mundo; regava-o, cultivava-o, adorava-o; fazia-lhe haurir os raios do Sol até ao último. Com ele sonhava todas as noites, e, quando se sentiu morrer, foi para ele que se voltou.

Faz hoje um ano que esse menino habita o Paraíso; a sua idolatrada flor, esquecida à janela desde Então, murchou, estiolou-se e lançaram-na à rua finalmente. É esta que nós aqui levamos. Quase seca, é o tesouro do nosso ramalhete. Deu mais prazer e alegria do que todos os canteiros do jardim de um príncipe.

– Como sabes tu isso? perguntou a criança, que o Anjo levava para o Céu.

– Sei-o, respondeu o Anjo, porque era eu o pequenino doente que andava em muletas; como não havia de eu reconhecer a minha flor bem-amada!

A criança abriu os olhos e viu a radiosa figura do Anjo quando entravam no Céu, onde tudo era alegria e felicidade. Deus pegou nas flores, levou-as ao coração, mas a que ele beijou foi a florinha silvestre, desprezada e murcha. E a flor, por milagre adquirindo voz, pôs-se a cantar com as almas que rodeiam o Criador, umas junto dele, outras ao longe, formando círculos que vão aumentando sucessivamente, multiplicando-se até ao infinito, num com inextinguível e deslumbrador.

Fonte:
Guerra Junqueiro. Contos para a infância.

Lóla Prata (Lançamento do Livro Didático para Poetas “E Eu Sei Fazer Versos?)

Trata-se de um Curso de esquemas poéticos, apresentando pouco mais de 70 técnicas clássicas, medievais, modernas e pós-modernas, brasileiras e estrangeiras, de elaboração de poemas. Na 2ª parte, vocabulário relativo às peculiaridades gramaticais que orientam a perfeita contagem métrica dos versos, assim como definem estruturas para confecção de trabalhos literários tanto em verso como em prosa. Tem por objetivo o aprimoramento dos poetas na nobre arte de versejar. 

A autora vende o livro por 20 reais + 3 reais do frete...
Lóla Prata Garcia
11-4035-2426 e 11-9882-0770

Fonte:
A autora